Nos caminhos da vingança escrita por Lilium Longiflorum


Capítulo 8
Incertezas




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O motorista do carro em que Tatsuo estava a par de tudo o que havia acontecido, olhou para trás e vendo a feição de desalento dela perguntou:

— Podemos ir direto para o STAR Labs?

Tatsuo tirou sua visão do celular e olhou no retrovisor , respirou fundo e disse:

— O mais rápido que puder.

Não sabia o motivo, mas Katana se culpava pelo que tinha acontecido com Lao. Não tinha a menor ideia de como havia sido o acidente e sentiu um enorme desespero em pensar que seu amigo poderia morrer. Tentava ligar para Bruce, mas sempre dava para caixa postal, foi até o motorista e perguntou:

— Há a possibilidade de você ligar para o Sr. Waine?

— Não posso – respondeu o empregado – Ele me deu instruções de não ligar para ele desse carro.

Katana voltou ao seu lugar desapontada. Colocou os seus fones de ouvido e tentou encontrar alguma rádio com alguma música animada para tentar esquecer o que estava acontecendo, mas nem isso colaborava, então resolveu colocar uma música instrumental relaxante, queria dormir um pouco para descansar a mente cansada.

A noite estava um pouco nublada em Central City, onde estava o STAR Labs. Antes de sair do carro, Tatsuo voltou a colocar a sua máscara, foi caminhando lentamente e olhava ao redor certificando que não havia nenhum inimigo. Chegou logo na ala da UTI e viu Bruce conversando com uma enfermeira, percebendo a presença de Katana ele logo se virou, respirou fundo, apertou com firmeza a mão da samurai e disse:

— Fico feliz que já esteja aqui!

— Eu vim direto do quartel general – disse Katana se sentindo um pouco insegura – o que houve com o Lao?

— Venha, vou te explicar –  respondeu Bruce levando-a para a cantina do local.

A atendente da cantina serviu os dois com um suco de laranja e um sanduiche natural para cada. Enquanto Tatsuo dava a primeira mordida no sanduiche, Bruce começou:

— Kung Lao estava comigo na missão para descobrir o que Hera Venenosa estava tramando dessa vez... Entramos no galpão onde ela poderia estar e fomos surpreendidos por uma fumaça densa esverdeada, era um gás extremamente venenoso e... Lao inalou demais.

— Mas você não deu a ele uma máscara especial?

— Sim, mas ele esqueceu e disse que era resistente ao veneno de Hera. Ele já a enfrentou outras vezes, mas dessa vez... o veneno era mais forte. Consegui levar Hera presa, mas um dos meus ninjas encontraram Lao desacordado. Deduzi que ele estava assim por causa do gás e minha dedução estava certa. Por minha causa ele está na UTI.

Katana pousou levemente a mão no ombro do homem-morcego e disse com uma voz de lamentação:

— Pelo pouco que conheço Lao, ele aprendeu a ser seguro de si depois de tudo o que aconteceu com ele. Mas isso quase o matou.

Quando ela disse a ultima frase, Bruce colocou as mãos sobre os joelhos e enterrou sua cabeça no peito. Katana percebeu essa ação dele e perguntou preocupada:

— O que houve, Bruce?

Ele apenas balançava a cabeça e dizia:

— Lao inalou muito aquele gás... Temo que ele não conseguir sair dessa.

— Não fale algo assim... – disse Katana em tom de voz baixo. Sentiu um nó na sua garganta, uma intensa vontade de chorar, mas se conteve.

O que estava acontecendo? Algumas lágrimas caíram pelo seu rosto, limpou-as rapidamente. Bruce logo percebeu e disse:

— Você gosta muito dele, não é?

— Bem – disse Katana passando a mão pelo cabelo liso – criei uma simpatia por ele. Lao se tornou uma pessoa muito especial para mim.

O homem-morcego tomou um pouco do suco e continuou:

— Estou pensando seriamente em contatar a família dele...

— Mas ele não quer que saibam que está vivo.

— Katana, logo Sonya irá saber que a verdade. De vez em quando os espectros do Submundo invadem a Terra e com certeza um deles irá falar que Lao não está mais entre eles.

— Vamos fazer a vontade dele – disse Tatsuo segurando firme a mão do amigo – Ele ficará decepcionado com você se o trair.

Uma enfermeira chegou onde eles estavam, os dois ficaram atônitos. A enfermeira olhou firme para Bruce e disse:

— Tenho notícias de Joshua Yang.

— O que? – perguntou Katana com a feição de espanto.

— Diga. – disse Wayne

— O paciente está respondendo ao tratamento, mas com muita lentidão.

— Podemos vê-lo? – perguntou Wayne preocupado.

— Ainda não. É possível que as visitas sejam liberadas amanhã de manhã.

— Certo. Já sabe o meu número, qualquer novidade me notifique.

— Sim, senhor.

A enfermeira se retirou, Tatsuo olhou para Bruce e perguntou:

— Esse é o nome novo do Kung Lao?

— Sim. É feio?

— Não – disse Katana – É que você não me disse qual nome tinha posto nele, por isso me assustei.

— Eu devia ter te falado. Desculpe-me. Mas quanto a missão que você vai segunda-feira, quer que eu peça para a general Blade adiar?

— De maneira alguma. Percebi que ela é bem investigativa e vai descobrir o motivo desse pedido.

Os dois saíram da cantina e caminharam até o hall de entrada. O tempo em que Bruce e Tatsuo se conhecia permitia que ele percebesse apenas com o olhar que a amiga estava com problemas. Katana estava muito frágil por tudo o que estava acontecendo, queria ao máximo não transparecer, mas era quase impossível. O carro das industrias Wayne estava esperando-a para leva-la para casa, antes de ela ir para o carro, Bruce pousou a mão sobre o ombro dela e disse:

— Eu sinto muito, Tatsuo.

Katana respirou fundo, virou-se para ele e disse com sorriso um pouco forçado:

— Tenho fé que ele vai sair dessa.

— Ele quem, Katana? – uma voz feminina foi ouvida pelos dois.

Bruce e Katana olharam de um lado para o outro com a intenção de ver quem era a dona da voz e a samurai se assustou ao ver quem era dizendo:

— Jacqui! Como me encontrou aqui?


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