Nos caminhos da vingança escrita por Lilium Longiflorum


Capítulo 6
Primeiro treino




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Tatsuo polia a sua soultaker com cuidado para que ela não arranhasse, enquanto isso cantava uma música tradicional japonesa em voz baixa, se preparava para o primeiro treino que teria. Takeda a observava desconfiado, ela sabia que estava sendo observada, mas decidiu ignorá-lo tentou se concentrar para o exercício que faria.

Jacqui sentou-se ao lado de Katana enquanto tirava o se casaco para o treino. Sorriu ao ouvir o canto dela e disse:

— Você tem uma bela voz.

— Obrigada – agradeceu Tatsuo sem olhar para ela. Jacqui continuou:

— Como você conseguiu fazer aquilo com o Kenshi?

— Foi uma técnica que aprendi recentemente. Aprendi com um amigo meu.

— Ah sim – respondeu Jacqui enquanto amarrava os cadarços de uma de suas botas – quando puder me diga onde ele mora para eu poder aprender também. Takeda vive lendo meus pensamentos, não aguento mais isso.

Tatsuo respirou fundo e disse:

— Esse meu amigo... Vive ocupado... Foi com muito esforço que consegui com que ele me ensinasse essa técnica.

— Que pena – disse Jacqui se levantando e vendo se sua bota estava firme – Quando puder me ensine, então.

— Pode deixar – falou Katana se levantando e colocando sua soultaker nas costas.

Enquanto Tatsuo se alongava observava Kenshi de longe se preparando também para o treinamento, contemplava sua feição, o jeito que estava seu cabelo, a faixa vermelha que estava sobre seus olhos, a forma como manuseava a sento. “Ele tem uma boa técnica” pensou.

A voz autoritária de Sonya se fez ouvir por todo o ambiente:

— Ficarão agora apenas os que irão para o clã Dragão Vermelho.

Todos os presentes se aproximaram da general, como ovelhas que se aproximam do seu pastor, para ouvir quem iria na missão:

— São eles: Kenshi, Takeda, Katana e a sargento Cassie.

Jacqui levantou a voz surpresa:

— Como assim? Não seria eu que iria?

— Relaxa amiga – disse Cassie sorrindo com a mão em um dos coldres de seu cinto – Não vou roubar o Takeda de você.

— Ah Cassie, por favor...

— Senhorita Briggs – disse Sonya colocando uma das mãos sobre o ombro dela – o seu pai me pediu para que não lhe mandasse para missões longes enquanto ele estivesse fora.

Jacqui revirou o olho e saiu da presença dos demais.

Katana pode notar que Kenshi estava como se estivesse olhando para ela, novamente ele o bloqueou e saiu em direção a que Jacqui foi. Esta estava encostada em uma pilastra e Tatsuo a chamou:

— Jacqui!

A morena olhou para a samurai que foi caminhando em direção a ela e disse:

— Se você quiser, pode ir ao meu lugar...

Briggs sorriu e disse:

— Fique tranquila. Você está aqui para isso e não posso desobedecer ao meu pai.

— Entendo.

— Mas quero ver você treinando.

Tatsuo a abraçou e Jacqui disse sussurrando em seus ouvidos:

— Kenshi parece ser hostil, mas não é. Tenha paciência com ele.

A samurai respirou fundo e apenas fechou os olhos.

(...)

Uma enorme sala com o chão forrado em tatame foi preparada para o treino da equipe, apenas Sonya e a equipe da missão estavam no local, Briggs estava na porta para assistir o treinamento. Com voz firme a general diz:

— Vamos ver como estão os nossos espadachins: Tatsuo e Kenshi.

Kenshi e Katana vão para o centro do salão, Blade continua:

— Quero ver como estão as técnicas de cada um. Podem começar.

Os dois ficarão um na frente do outro a postos, Tatsuo olhava firme para seu oponente, pegou logo sua soultaker e ficou em posição de combate deixando a arma na posição horizontal. Kenshi foi para o ataque, Tatsuo defendeu todos os ataques da sento, o zunido das katanas eram altos. Tatsuo também foi para o ataque e Kenshi amparava, ela rodopiava como uma dança, de repente sentiu algo perfurar a manga de sua blusa, o espadachim havia lhe ferido o braço direito fazendo a perder sangue. Katana pôs a mão no ferimento e ao ver sangue nas mãos deu um forte grito e foi para o ataque e Kenshi amparava todos os golpes. Ao ver que  ele deixou suas pernas vulneráveis ela lhe deu uma rasteira derrubando no tatame, Tatsuo colocou os pés sobre seu tórax impedindo-o de levantar, apontou a soultaker para o seu rosto e disse em japonês com ira na voz:

— Você parece uma criança lutando. Continue me subestimando, poderá pagar com a vida!

— Pai! – gritou Takeda desesperado.

— Tatsuo! – disse Sonya se aproximando dos dois – Já chega!

A samurai olhava com fúria para Kenshi que estava com as mãos rendidas, ela tirou o pé de cima de Takahashi e se afastou dele. O sangue dela pingava pelo tatame, ela amparava com a mão com a esperança de estancar, Jacqui chegou com esparadrapo e colocou sobre o ferimento e a ia conduzindo para um banco se sentar. Kenshi se levantou, se aproximou de Katana e perguntou:

— Está doendo muito?

Tatsuo sem olhar para ele disse:

— Fique longe de mim... seu insolente.

As duas foram para o banheiro para lavar a ferida e Kenshi abaixou a cabeça. Colocou a mão sobre sua fronte e tentava de todas as maneiras ler os pensamentos de Katana, mas foi tudo em vão. Enquanto isso Jacqui já havia lavado a ferida no braço de Tatsuo, limpou-a, fez todo o processo de assepsia e colocou um curativo enrolando uma tira de esparadrapo em volta do braço. Com muito cuidado, Jacqui a auxiliou a colocar a jaqueta preta.

— Onde está a minha soultaker? – perguntou Katana preocupada.

— Deixe-a num banco aqui próximo da porta do banheiro. – respondeu Jacqui a conduzindo para fora do banheiro.

Tatsuo surpreendeu Kenshi observando a soultaker, quando ele quase a pegou a samurai a agarrou pelo cabo e reclamou:

— O que ainda quer? Sabe bem o que posso fazer...

— Não me ameace senhorita Yamashiro! – ele gritou já irritado

Sonya interveio:

— Já chega! É assim que será a convivência de vocês a caminho do clã Dragão Vermelho?

A feição de Tatsuo se enrijeceu, os dentes ficaram cerrados por dentro da boca, comprimiu os lábios com força e sentiu em seus olhos algumas lágrimas querendo brotar. A dor do corte latejava junto com sua fúria contra Kenshi, sua máscara não conseguia esconder suas lágrimas que logo foram notadas pela general. 

— Me perdoe, general Blade – disse Tatsuo em tom que apenas a general escutava. Em seguida baixou a cabeça.

— Katana, quero você em minha sala – suspirou Sonya com se já estivesse cansada – agora, por favor.

Tatsuo respirou fundo e foi para a sala da general. Sonya foi logo atrás dela, mas antes disse a Kenshi:

— Quero ter uma conversa séria com você também!


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