Nos caminhos da vingança escrita por Lilium Longiflorum
Dois meses se passaram.
Tatsuo acordou vendo um teto branco sobre si e ouvindo uma sequencia de apitos baixos vindos de seu lado esquerdo. Percebeu que estava com uma máscara de oxigênio e ao se dar conta do que aconteceu ficou um pouco angustiada. Não sabia que dia era e ansiava em saber em que país estava.
Uma enfermeira entrou onde ela estava para ver como estavam seus batimentos cardíacos e sua pressão. Ao ver que Tatsuo havia acordado deu um sorriso foi logo chamar o médico.
O doutor veio, tirou a máscara que estava no rosto de Tatsuo e perguntou:
— Sente alguma dificuldade em respirar?
— Não – Tatsuo respondeu fazendo um sinal negativo com a cabeça.
O médico sorriu e disse:
— Em breve você receberá visita.
— Doutor – Tatsuo o chamou – onde eu estou?
— Você está no hospital das FE aqui nos Estados Unidos. Está a dois meses em coma.
— Por quê? O que houve comigo? – ela perguntou confusa.
Ele respirou fundo, respirou fundo e respondeu:
— Durante a batalha que houve no clã Dragão Vermelho você caiu e bateu a cabeça e acabou entrando em coma.
Então toda a lembrança veio da batalha dentro do clã inimigo e como defendeu Kenshi, mas depois não conseguia lembrar-se de mais nada. O médico percebendo que Tatsuo estava aflita pelo que ele falou pediu para que ela deitasse e disse em seguida:
— Vamos fazer uns exames agora. Repouse um pouco agora, é melhor.
Tatsuo não relutou e voltou a deitar-se e muitas dúvidas latejavam em sua cabeça. Mas sabia que todas seriam sanadas em breve.
(...)
Bruce Wayne foi o primeiro a visitar Katana. Ele estava com seu terno preto e chegou sem que ela percebesse, pois estava compenetrada na leitura de um livro.
— Acho que é hora da visita, não acha? – falou Bruce sentando-se em uma cadeira próxima do leito.
— Ah Bruce – disse Tatsuo deixando o livro aberto em seu colo – estou perdida ainda.
— Nunca estive em coma, mas tenho certeza que é uma sensação estranha perceber que você passou dois meses “dormindo”.
— Sim, é horrível. Mas me conte tudo o que aconteceu nesse tempo. E Kenshi? Como ele está?
Eram raras as vezes que Tatsuo viu Bruce sorrir e naquele momento foi incluído nessas vezes. Ela discerniu que estava tudo bem com o espadachim e sentiu seu coração mais aliviado.
— Ele veio todos os dias te visitar e ficava horas conversando com você. Eu podia ver em seus olhos a gratidão que ele sentia por você ter tentado salvá-lo das mãos do grão-mestre, mas ao mesmo tempo eu percebia certa culpa por você estar aqui.
Tatsuo engoliu seco e lembrou-se dos momentos que passou com Kenshi. O beijo na estalagem e o abraço que recebeu pouco tempo antes de chegarem à fortaleza do Dragão Vermelho. Algumas lágrimas escorreram pela maçã de seu rosto e ela as limpou rapidamente.
— Você o ama, não é? – disse Bruce oferecendo um lenço para a japonesa.
Katana fechou os olhos com força, respirou fundo e abriu-os dizendo:
— Eu o amo, Bruce.
Ela nunca imaginou que aquela frase traria a ela paz. Precisava assumir aquele sentimento e vendo tudo o que aconteceu não teve escolha senão assumir o amor que sentia por Kenshi.
Bruce lhe deu um abraço aperto e disse:
— Tem muita gente que quer te ver. Vou sair para que eles possam ver você.
Antes de ele sair, Tatsuo segurou a mão de Bruce e disse:
— Que bom saber que está tudo bem.
— Fico feliz que tenha sobrevivido.
Assim que ele saiu. Ela viu Kung Lao na porta com uma rosa na mão e ao lado dele estava Kung Jin. Tatsuo não acreditou no que estava vendo e abraçou Lao, depois Jin.
— Não sabe como estou feliz em ver vocês junto. – ela disse com as mãos postas como se fosse rezar.
Os dois riram.
— Depois que Bruce me disse sobre a dor de cabeça que você teve – disse Lao se sentando – fiquei mal, pois sabia o motivo e daí logo procurei as FE.
— Você não tem noção como todos ficaram ao ver o meu primo de volta – falou Jin como uma visível comoção na voz.
Tatsuo pegou a rosa de Lao e disse:
— Eu imagino. Queria estar lá para ver e digo que foi a melhor que coisa que você fez, Lao. E como vai fazer agora?
— Vou continuar trabalhando onde eu estava. – Lao abraçou de lado o seu prio - Mas não vou perder o contato com meus amigos e principalmente com a minha família.
Uma forte lembrança de Sheng lhe veio a memória. Não sabia se era bom comentar o que aconteceu, mas provavelmente ele já sabia o que havia acontecido. Respirou fundo, colocou a mão sobre a de Lao e disse:
— Fico feliz com a sua decisão.
— Obrigado. Você me fez esse favor.
Os dois se despediram e foram embora deixando Tatsuo sozinha no quarto. Pegou o livro e retornou sua leitura, mas algo estava lhe incomodando. Onde estava Kenshi? Ela olhava para porta e esperava que ele viria após Lao e Jin. Começou a rir sozinha e disse para si mesma:
— Ele deve estar ocupado demais, ou nem ficou sabendo que eu voltei.
Não demorou muito para que uma enfermeira aparecesse em seu quarto. Quando Tatsuo a viu perguntou:
— Tem mais alguém para me visitar?
Ela veio até mim com o medidor de pressão e disse colocando-o em meu braço:
— Hoje não. É que também já acabou o horário de visitas.
Não satisfeita com a resposta da enfermeira perguntou:
— Você sabe se Kenshi está por aqui?
— Kenshi, Kenshi... é um espadachim cego, certo?
Tatsuo fez um sinal afirmativo com a cabeça e a enfermeira respondeu:
— Ele está viajando, só volta semana que vem.
— Ah...
Era visível a decepção no rosto de Tatsuo. Estava com saudade dele e sentia que aquele seria o momento ideal para isso. Mas ela tinha que esperar, só uma semana, apenas uma.
(...)
Depois que Bruce assinou sua alta, Tatsuo foi encontra-lo na porta do quarto já pronta.
— Está com tanta pressa de sair? – perguntou Bruce querendo rir.
— Não aguento mais ficar presa nesse lugar.
Enquanto desciam as escadas, o coração de começou a ficar inquieto, pois não via Kenshi desde a batalha no clã Dragão Vermelho. Ela queria afastar o pensamento de que o espadachim não gostava mais dela ou algo parecido. Quando ela respirou fundo Bruce logo percebeu e perguntou:
— Está tudo bem?
Katana deu um sorriso sem graça e respondeu:
— Sim.
Chegaram enfim a portaria. Bruce não poderia ir acompanha-la até seu apartamento, pois tinha uma reunião na empresa, mas pediu que um de seus motoristas a levasse. De fato o carro, um Chrysler preto, estava a sua espera. Antes de ela entrar no carro Johnny gritou pedindo que esperasse e ela assim o fez:
— Tatsuo – falou Cage um pouco ofegante – muito obrigado por ajudar Kenshi e Takeda. Essa missão era muito importante para eles e você foi fundamental para que ela se realizasse.
— E eu sou grata a você por me fazer conhecer pessoas incríveis.
Yamashiro estava sendo sincera, principalmente por se tratar de Kenshi. Johnny a abraçou e disse:
— Pode vir no visitar quando quiser, só me avise antes.
— Pode deixar.
Johnny se despediu e ela entrou no carro. Quando o veículo começou a entrar em movimento ela sentiu seu celular vibrar na bolsa. Ela o desbloqueou e era uma mensagem:
Tatsuo,
Não sabe a alegria que fiquei ao saber que você saiu do coma. Cheguei agora pouco e quero muito te ver. Reservei uma mesa em um restaurante no centro de Gotham para jantarmos essa noite. Se quiser ir me responda o mais rápido que puder. Com amor, Kenshi.
Tatsuo sorriu, abraçou o celular e respondeu a mensagem:
Eu irei com certeza.
FIM
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Obrigada a você que acompanhou essa história. Se quiser, pode me dizer o que achou do enredo, dos conflitos, das personagens... de tudo. Espero que possa ler minhas outras fanfictions que se encontra no meu perfil.
Até mais!
♥