Nos caminhos da vingança escrita por Lilium Longiflorum


Capítulo 15
Por que resistir?




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Katana se afastou de Kenshi e sentiu como se estivesse acordando de um torpor. Naquele momento ela percebeu que havia revelado o que sentia pelo espadachim e  era algo que evitou a qualquer custo que acontecesse, mas não conseguiu. Queria que aquele momento se eternizasse, mas ao mesmo tempo queria fugir daquela situação, um sentimento que a tomou pela primeira vez em sua vida.

Se levantou e desamassou seu quimono que vestia e estava querendo entrar quando Kenshi se levantou também e a puxou pelo braço:

— Tatsuo! –ele a chamou.

— Não podemos, Kenshi – ela falou tentando se desvencilhar das mãos de Takahashi, que pareciam ser mais fortes naquele momento.

— Por quê?

As palavras sumiram dos lábios de Tatsuo, pois não conseguia ver um motivo plausível que tornasse impossível um relacionamento com o espadachim a não ser a sua resistência de viver uma história de amor.

Kenshi a trouxe para si sem encontrar resistência da parte dela. Seus rostos estavam próximos novamente e ele segurou-a pelo rosto delicadamente dizendo:

— Me convença de que não podemos dar certo, Tatsuo!

Ela ficou calada,  fechou os olhos  e baixou a cabeça já com vergonha de toda aquela situação, mas Kenshi ergueu-a e procurou os lábios dela. Tatsuo deixou que se encontrassem. O beijo foi se aprofundando e por instinto Kenshi começou a beijar o pescoço dela e seu aroma adocicado o instigava a não parar. Mas Tatsuo o afastou dizendo apenas:

— Kenshi, não!

Em seguida ela saiu da presença do espadachim deixando-o só no alpendre,subiu as escadas correndo sem se importar com o barulho que a madeira dos degraus faziam. Abriu a porta do quarto e se assustou ao ver Cassie acordada.

— Desde que horas está acordada? – Tatsuo perguntou.

— Faz alguns minutos, desde que seu celular começou a tocar.

Tatsuo foi direto ao seu celular para ver quem havia ligado e não se surpreendeu ao ver que fora Bruce.

— Era despertador? – perguntou Cassie.

— Não. Foi uma ligação.

— Certeza que foi o senhor Wayne, não é?

A japonesa achou engraçado o termo “senhor” que Cassie havia usado para falar de Bruce. Sem olhar para ela perguntou:

— Por quê?

— O cara é rico! Para conseguir um celular que consegue fazer ligações para esse fim de mundo só ele mesmo.

Com um sorriso Tatsuo assentiu enquanto procurava alguma mensagem de Bruce. Até que achou uma recente falando da melhora de Kung Lao e que ele perguntava sobre ela. Nisso o coração dela se acalmou ao saber que o amigo estava bem.

Enquanto Tatsuo se cobria para dormir, Cassie perguntou curiosa:

— Onde você estava mocinha?

— Lá fora tomando um chá, pois não conseguia pegar no sono.

— Acho que agora vai dormir – Cassie falou voltando a se deitar – esses chás daqui são poderosos.

A japonesa se virou para o lado e respondeu:

— E já está surtindo efeito.

Ela sorria ao lembrar-se dos beijos de Kenshi, mas ao mesmo tempo vinha lhe o medo não deixava que esse amor se consumisse.

(...)

O sol não demorou a aparecer naquela região. Os passarinhos piavam e alguns ousavam a entrar na estalagem nos cômodos que já estavam com as janelas abertas. Tatsuo acordou com um dos raios do sol batendo em seu rosto, olhou no relógio, sete e meia. Levantou-se e se consolou ao ver que Cassie ainda estava ali.

Foi direto para o banheiro. Quando saiu presenciou Cassie trocando de roupa numa tentativa infeliz de fechar seu sutiã.

— Ah Tatsuo que bom que está aqui. Fecha para mim.

Tatsuo encaixou o fecho e perguntou se ela tinha dormido bem.

— Sim dormi. Pensei que sairíamos mais cedo.

— Também pensei. Por pouco que conheço Kenshi ele parece ser bem metódico, não é?

— Hummm, mais ou menos. Depende um pouco se ele está de bom humor.

— Tem essa ainda? – perguntou a japonesa num tom sarcástico.

— Mas fica tranquila, ele não irá fazer mal a você, disso eu tenho certeza.

As duas desceram para a primeira refeição e já encontraram os rapazes se alimentando. Quando Katana chegou Kenshi parou de comer, virou seu rosto em direção onde ela estava. A sento lhe permitia vê-la e percebeu que ela estava inquieta.

— Bom dia, meninas – a senhora Yuri as saudou – dormiram bem?

— Sim – respondeu Cassie – lugar muito confortável. Minha mãe escolheu bem esta estalagem.

— Que bom que gostou – falou Yuri com um sorriso – E você Yamashiro?

— Dormi bem, senhora Yuri. Muito obrigada!

Todos se alimentaram e quando estava prestes a sair Yuri chamou Tatsuo  na cozinha. Sem relutar a japonesa foi.

— Não vou demorar muito no que tenho a dizer.

— Acho que já sei sobre o que a senhora vai falar.

— Não quero me intrometer em sua vida, filha. Mas vejo uma grande confusão em seu coração. Você sabe que isso pode lhe prejudicar até na seu desempenho na luta.

— Eu sei.

— Então não lute contra esse sentimento que está em seu coração – disse Yuri colocando sua pequena mão no coração de Katana – não tenha medo de amar.

Tatsuo engoliu seco assim que ouviu essas palavras, pois sabia que eram puras verdades. Segurou as mãos de Yuri e disse:

— Torça por mim, para que eu consiga.

— Sim, minha menina e quero notícias suas.

— Te manterei informada de tudo.

A senhora Yuri beijou a testa de Katana e deixou que ela fosse.

(...)

Até as nove da manhã não se ouvia a voz de nenhum dos viajantes e isso deixava Tatsuo mais confortável por Kenshi não tocar no assunto e nenhum dos mais jovens saberem do que houve na noite passada no alpendre da estalagem da senhora Yuri.

Nisso Cassie aproximou-se de Tatsuo e perguntou em voz baixa:

— O que a senhora Yuri queria falar com você?


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