Nosso segredo - FREMIONE escrita por Anna Carolina00


Capítulo 11
Corrida contra o tempo




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FRED POV

Perdi a noção de espaço-tempo. Poderia ter levado horas ou segundos para chegar na Hermione, mas na minha cabeça, tudo não passava de borrões. Quando toquei em seu pulso, senti que seu corpo estava absurdamente quente. A ponta de seus dedos expeliam um pus amarelado e o mesmo parecia subir por suas veias.

A situação era bem pior do que eu imaginava.

Sem pensar duas vezes, peguei ela no colo e corri em direção à enfermaria.

 

JORGE POV

Fred parecia estar demorando demais para trazer a bola de volta para o jogo.

Quando olhei em direção ao corujal, vi a cabeleira ruiva correndo com uma garota de cabelos castanhos em seus braços em direção ao castelo.

Pela forma com que se comportou, se eu o conheço bem(e olha que estamos juntos desde que nascemos), aquela garota só podia ser uma certa garota da Grifinória com o hábito de ser uma irritante sabe-tudo.

 Todos viram a cena, logo em seguida Lino anunciou:

—Partida cancelada sem prazo de retorno! Por hoje é isso, pessoal!

Virei para as jogadoras ao meu lado e disse:

—Gina, ache Harry e Rony. Avise-os para irem para a enfermaria. Angelina, encontre a professora Mcgonagall e informe sobre um possível acidente com uma aluna da nossa casa. Kátia, vamos dar uma olhada no corujal e tentar entender o que raios aconteceu.

 

Fred não é o gêmeo mais inteligente da família e isso já foi provado antes, mas se fosse apenas um acidente com o balaço, ela poderia ter se assustado com a bola repentina e tropeçado, nos casos mais comuns ter sofrido um hematoma na costela como todo jogador de quadribol padrão ou no pior dos casos, ter desmaiado com o impacto. Mas o procedimento padrão nesses casos é manter a pessoa parada até a chegada da Madame Ponfrey. 

Fred não é burro a ponto de ter arriscado carregar ela e machucar ela mais ainda, então outra coisa aconteceu no corujal justamente quando o balaço foi para lá.

Voamos até o corujal.

—Alí! - apontei para a bola presa entre duas superfícies pontiagudas onde algumas corujas podiam se apoiar. Ela parecia agitada. Kátia pegou a varinha.

—Finite!

A bola parou de se agitar e ela conseguiu guardá-la na caixa de onde saiu.

Continuei olhando no chão e vi um envelope e uma carta amassada no chão. Um líquido amarelo parecia escorrer das letras.

Kátia se aproximou para pegar e eu intervi.

—Cuidado! Pela coloração e o cheiro de gasolina, com certeza tem pus de bubotúbera nessa carta.

—Isso não é um remédio para acne?

—Também, mas dependendo da dose,  pode causar furúnculos e até mesmo feridas. Acredite, eu e Fred pensamos em fazer um logro com ele, mas foi cruel demais até para nós.

—Wingardium Leviosa!

Enfeiticei a carta e enrolei-a num jornal jogado no chão, havia um leve cheiro de peixe podre saindo de lá. Em seguida, peguei a vassoura de Fred, saímos do Corujal e fomos para a enfermaria.

 

FRED POV

Assim que coloquei Hermione na cama e a Madame Ponfrey começou a examiná-la, fui expulso da enfermaria.

Sentei no chão e as imagens de seus braços feridos me despertaram uma fúria inacreditável. E medo. Lembro-me da pequena Hermione petrificada na cama há dois anos atrás. Foi como se a própria Gina estivesse naquela situação. Jorge e eu procuramos investigar quem poderia estar petrificando nascidos trouxas, mas no fim foi Harry e Ron, junto de Gina que foram os heróis.

Desta vez, eu poderia tentar descobrir quem envenenou Hermione daquela forma… Mas não consigo me imaginar saindo dessa porta sem receber notícias de que ela estava bem.

Ouvi passos no corredor e Harry, Gina e Ron, juntamente com Angelina, chegaram na entrada da enfermaria.

—Não podemos entrar agora… Acredite, eu tentei.

—A professora Minerva está a caminho.

— O que aconteceu com a Hermione?

Perguntou Harry preocupado.

—Encontrei ela caída no corujal inconsciente. As mãos estavam com furúnculos amarelados…

—Como os causados por pus de bubotúbera que vocês testaram em mim? 

Ron perguntou. Em outra circunstância eu poderia rir da memória de nós tentando reverter o efeito enquanto Rony gritava, mas eu não consegui expressar uma emoção alegre no momento.

—Exatamente. Mas havia algo diferente nele, algo mais… Explosivo, parecia estar causando erupções no sangue dela… Achei que se eu não chegasse a tempo, se continuasse assim, ela… Iria…

Angelina segurou minha mão e sentou ao meu lado.

—Está tudo bem agora, Fred. Você a trouxe a tempo. A Madame Ponfrey com certeza saberá cuidar dela… De certa forma, foi até bom que você acertasse um balaço nela ou ninguém a encontraria a tempo.

—Acertasse o que? -Ron se exaltou - Que tipo de imbecilidade você estava aprontando para jogar um balaço na Hermione?! Você poderia ter arrancado uma perna dela!

Angelina interveio.

—Foi culpa minha, Ron. Eu tive a ideia de jogar quadribol, mas sem o gramado enfeitiçado, a goles foi arremessada para longe de onde estávamos. No fundo, sem isso, não quero nem imaginar como ficaria Hermione sozinha por mais tempo lá.

Ficamos em silêncio, de novo. Ron ainda me olhava com cara feia como se eu a tivesse colocado na enfermaria. De forma literal, realmente fui eu, mas é óbvio que eu jamais faria mal à Hermione.

Esperamos mais um pouco até que Jorge e Kátia chegaram. Minha versão menos bonita trazia um jornal do Profeta Diário na mão. Kátia ficou ao lado de Angelina e Gina, Jorge fez um sinal para conversarmos a sós. Mesmo a contragosto de sair de lá, eu me levantei e fui até ele.

—Fred, veja isso.

Jorge desembrulhou com cuidado o jornal e revelou a carta com o pus de bubotúbera. Além disso, o cheiro de peixe podre me fez lembrar de Trato de Criaturas mágicas por causa dos…

—Explosivins!

— O que? Não, isso é claramente pus de bubotúbera!

—Tem toda razão, Jorge. Mas você não viu Hermione. O que aconteceu com ela não parecia simplesmente efeito do pus. Você lembra que Ron ficou em péssimo estado, mas não chegou a ponto de correr risco de vida. A Hermione… Seu sangue parecia estar sendo consumido pelo pús, como Explosivins fêmeas fazem para se alimentar.

Jorge lamentou:

—Isso é cruel, de um jeito inimaginável… Quem poderia querer fazer isso com a Hermione?

Dito isso, abri com a ponta da minha varinha e vi o conteúdo da carta.

 

“Espero que você morra, sua lambisgóia. Harry Potter merece alguém melhor que uma trouxa safada como você!”

 

O  texto não estava assinado.

Harry e Ron se aproximaram naquele instante. Ron apontou para a carta.

—Onde conseguiram isso? Hermione recebeu dezenas dessas de ontem para hoje.

—Provavelmente alguém envenenou Hermione colocando pus de bubotúbera com cera de explosivin nessa carta - expliquei - ...Como assim recebeu mais cartas ?

Harry explicou meio sem graça:

—Rita Skeeter publicou uma notícia denegrindo a Hermione, dizendo que se aproveitada de mim como namorada… A última dela foi escrever que Hermione enganava eu e Krum como namorados em busca de fama ou algo assim. 

— E ai fãs do Harry e do Viktor Krum começaram a mandar cartas falando mal da Hermione. - Ron explicou - mas nenhuma delas causou algum problema. Na verdade, estávamos rindo dos textos…

—Hoje ela disse que precisava mandar uma carta para os pais e foi no corujal sozinha... Devíamos ter ido com ela, Ron.

— Como a gente ia saber?! Que tipo de pessoa asquerosa poderia fazer algo assim para ela…

Nesse momento, Ron olhou para mim.

—Vocês não vendem nenhum tipo de tinta com essa porcaria de composição, certo?

Fiquei em silêncio. Porque, sim, poderia ser algo pensado por nós, mas é claro que jamais faríamos isso com alguém de verdade, muito menos com Hermione! Se essa é a imagem que nosso próprio irmão tem… Bem, Gemialidades Weasley terá um código de honra claro. Machucar alguém não é divertido.

Jorge pensou a mesma coisa, claro, e falou disso com Ron e Harry. Eu já não estava com ânimo para conversar, então me sentei ao lado de Angelina apenas desejando que algo pudesse acelerar o tempo.

A professora Mcgonagall chegou e Jorge explicou o que conseguimos descobrir, acho que ele percebeu que eu não queria mais falar no assunto. Ele acabou tendo que entregar a carta para a professora que em seguida entrou na enfermaria, deixando a gente de fora, de novo.

Katia e Angelina acabaram saindo da porta, mas nós continuamos lá esperando notícias. Acabei cochilando no ombro de Gina.

 

***

Fui acordado por empurrões nada gentis da caçula Weasley.

—Hey, Fred...Fred! - Abri os olhos. Estava deitado abraçado com a perna de Jorge que ria da minha expressão sonolenta.

—Dormiu bem, querida?

—Sempre que durmo com você, meu bem!

Gina riu e comentou.

—Se estão bem a ponto de fazer piadas, melhor se apressarem para entrarmos.

Na porta, Harry e Ron pareciam estar conversando com a professora Mcgonagall para convencer que nossa visita não desagradaria Hermione.

Pelo visto ele conseguiu, pois entramos em seguida e vimos uma Hermione  deitada com boa parte de seus braços enfaixados e o rosto extremamente pálido, devia ter perdido bastante sangue.

Ela não conseguia mover os dedos nem nada do ombro para baixo. Mas estava consciente, o que já me encheu de alegria!

—Harry, diga a eles que estou bem para fazer o teste amanhã… Só preciso de uma pena enfeitiçada e uma sala separada...Posso ditar as palavras…

Ron perguntou:

—Teste?

—Sim… De história da magia.

—Por Merlin! Você poderia ter perdido o braço e está se preocupando com as provas?

—O que é claramente um sinal de que Hermione está consciente de novo.

—Só falta pedir um livro para ler enquanto não tem alta.

Todos rimos um pouco, inclusive Hermione. Ela parecia melhor. A professora Mcgonagall explicou que levaria a carta e as informação ao professor Dumbledore para saber como reagir ao caso. O fato  da escola estar cheia de alunos de outras escolas pode complicar detectar quem foi que enviou a carta, para a pessoa criminosa ser encontrada e severamente punida!

—Como sabem que foi alguém de dentro de Hogwarts?

—Elementar meu caro Rony - respondeu Jorge - a pessoa de inteligência duvidosa usou um pergaminho com o símbolo de Hogwarts para escrever a carta.


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