A maldição da Sucessão escrita por Pms


Capítulo 50
Capítulo 50: A criança Amaldiçoada.


Notas iniciais do capítulo

- No mesmo dia, o último capítulo!!

— Sei que vocês já leram no livro original, mas alguma modificações foram feitas para fazer sentido com a história que eu escrevi.

— Comentem!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/794912/chapter/50

A manhã do dia primeiro de setembro está novamente agitada para a família Potter. Quando o primeiro raio de sol começou a aparecer nas janelas, a porta do quarto de Harry e Gina se transformou num instrumento musical de seu filho mais velho, que bateu incessantemente até um de seus pais abrisse a porta e pedir para que ele parasse.

As manhãs costumam ser preguiçosas para Tiago, porém, a manhã em questão é o dia do retorno para Hogwarts. Como Harry, Tiago demonstra muito entusiasmo para ir à escola, o mesmo não podia ser visto em Alvo que demorou para sair da cama e pareceu preocupado o caminho todo até chegarem de carro na grande estação encardida.

Harry preferiu não perguntar achando se tratar do nervosismo do primeiro dia.  O nervosismo também é algo que vem afligindo-o desde da chegada da carta de Hogwarts para Alvo.  A qual ele tenta ignorar a razão pela qual sente um aperto no peito.

As duas grandes gaiolas sacudem em cima dos carrinhos cheios que ele e Gina empurram; as corujas e o furão que Alvo insistiu em comprar; fazem barulhos de indignação pelo movimento. E a menina ruiva, Lílian, sua filha caçula, acompanha indignada e chorosa os irmãos que parecem estar em uma discussão após saírem do carro.

— Lílian ainda está indignada que não possa ir com eles. – comenta Gina ao lado de Harry.

— Eu disse para ela que não vai demorar muito até que ela vá também. – diz Harry. – Só que ela disse que dois anos é muito tempo.

Os passageiros olham curiosos para as gaiolas e para eles quando param em frente a barreira entre as plataformas nove e dez. A voz de Alvo chega aos ouvidos de Harry apesar do barulho.

— Não quero ir! Não quero ir para Sonserina!

— Tiago, dá um tempo! – pede Gina.

— Eu só disse que talvez ele possa ir para a Sonserina. E pode...– defende-se Tiago, rindo do irmão mais novo. – Não vejo problema nisso. Ele até parece ser da Sonse...

Tiago, porém, vê o olhar da mãe e se cala.

— Tá bom. – Diz ele se dando por vencido e agarrando o carrinho que Gina levava.

Com uma olhada arrogante por cima do ombro para Alvo, Tiago corre em direção a barreira desaparecendo instantaneamente.

— Uau! – Lílian exclama impressionada, como não tivesse visto ele ter feito o mesmo no ano passado.

— Vocês vão escrever para mim, não vão? – pergunta Alvo aos pais, aproveitando ausência momentânea do irmão.

— Todo dia, se você quiser – responde Gina.

— Todo dia não – replica Alvo, depressa. – O Tiago diz que a maioria dos alunos recebe carta de casa mais ou menos uma vez por mês.

— Escrevemos para Tiago três vezes por semana no ano passado – contesta Gina.

— É verdade. E você não acredite em tudo que ele lhe disser sobre Hogwarts – acrescenta Harry. – Ele gosta de fazer gracinhas.

Como Harry tivesse convocado o seu filho mais velho, o menino surge novamente atravessando a barreira.

 - Podemos ir agora? – pede ele impaciente.

Harry toma um lugar ao lado do filho, segurando o carrinho juntamente com ele.

— Não pare, e não tenha medo de que irá bater nela, isso é muito importante. É melhor correr se estiver nervoso.

Alvo assente com a cabeça e segura firmemente o carrinho. 

— Entendi.

Lado a lado, eles empurram o carrinho e ganham velocidade. Quando alcançam a barreira, Alvo não consegue se impedir de fechar os olhos, e Harry não consegue deixar de sorrir pela reação do filho.

A plataforma nove e meia surge encoberta pela densa fumaça clara que saí do Expresso de Hogwarts.

— Onde eles estão? – Harry escuta a voz da filha atrás de si, que está segurando a mão de Gina. - Estão aqui? E se não vieram?

— Nós os acharemos. – tranquiliza Gina.

Mas o vapor está denso, e é difícil distinguir os rostos das pessoas. Separadas dos donos, as vozes ecoam anormalmente altas. Harry pensa ter ouvido Percy discursar sonoramente sobre o regulamento para uso de vassouras enquanto avançavam na plataforma, e fica feliz de ter um pretexto para não parar e cumprimentar...

— Acho que são eles. – diz Gina, apontando para grupo de quatro pessoas que estão parados ao lado do último vagão.

Seus rostos só entram em foco quando Harry, Gina, Lílian e Alvo estavam quase em cima deles.

— Tio Rony! – grita Lílian, soltando da mão de Gina e correndo em direção à eles. – Você trouxe presentes?

— Lílian, não corra! – Grita Gina.

— Era para ter vestido o uniforme?! – pergunta Alvo para Harry, ao ver Rosa usando as vestes de Hogwarts recém-compradas.

— Você pode trocar de roupa no trem. – tranquiliza ele.

Sendo filha de Hermione já é de se esperar que ela já estivesse pronta para Hogwarts.

— Conseguiu estacionar direito? – pergunta Rony a Harry quando eles se aproximam. – Eu consegui. Hermione não acreditou que eu pudesse passar no exame de motorista dos trouxas, não é mesmo? Achou que eu ia precisar confundir o examinador.

— Não pensei, não – replica Hermione – Confio em você.

— Pois eu o confundi, mesmo – sussurra Rony para Harry, quando, juntos, embarcam o malões e as gaiolas no trem. – Só me esqueci de olhar pelo retrovisor externo, e, cá entre nós, posso usar um Feitiço Supersensorial para isso.

De volta à plataforma, eles encontram Lílian e Hugo, o irmão mais novo de Rosa, entretidos com um tipo de bola mágica da Loja de Gemialidades Weasley, que responde perguntas, escrevendo as respostas. A pergunta que os dois fazem é para qual casa eles serão selecionados, quando finalmente fossem para Hogwarts, e parecem gostar da resposta, já que pulam de alegria.

— Se você não for para a Grifinória, nós o deserdaremos – ameaça Rony bagunçando o cabelo do filho. – Mas não estou pressionando ninguém.

Lílian e Hugo riram, mas Harry consegue ver a preocupação em Alvo e Rosa.

— Rony! – repreende Hermione dando um olhar de censura.

— Vocês viram o Tiago? – Pergunta Gina olhando ao redor pelo a cabelo rebelde de seu filho.

Harry faz o mesmo. O vapor que se dissipou dá a ele uma visão de três pessoas a uns cinquenta metros. Draco Malfoy está parado e apoiado na bengala com uma mulher, que Harry reconhece ser a mãe de Astória, sentada num dos bancos da estação arrumando o cabelo claro da criança.

Seus olhares se encontram, Draco analisa com interesse a criança ao lado de Harry. Então, ele dá um breve aceno com a cabeça e volta atenção para seu próprio filho.

— Ele cresceu. – comenta Gina. Ela deve ter seguido o olhar de Harry.

— De quem vocês estão falando? – pergunta Rosa.

— Por um minuto pensei que fosse Astória. – Hermione completa também olhando para a mesma direção.

— Aquele é o pequeno Escórpio? – pergunta Rony em voz baixa.

— Ei!

A aparição de Tiago retira o foco de todos da família Malfoy.

— Teddy está lá atrás – Informa ele, sem fôlego, apontando por cima do ombro para as gordas nuvens de vapor. – Acabei de ver! E adivinhe o que ele está fazendo? Se agarrando com a Victoire!

Ele ergue os olhos para os adultos, visivelmente desapontado com a falta de reação.

— O nosso Teddy! Teddy Lupin! Agarrando a nossa Victoire! Nossa prima! E perguntei a Teddy que é que ele estava fazendo...

— Você interrompeu os dois? – indaga Gina. – Você é igualzinho ao Rony...

— ... e ele disse que tinha vindo se despedir dela! E depois me disse para dar o fora. Ele está beijando ela! – acrescenta Tiago, preocupado que não tivesse sido suficientemente claro.

— Ah, seria ótimo se os dois se casassem! – fala Lílian animada. – Então o Teddy vai fazer parte da nossa família!

— Ele já faz parte da nossa família. – afirma Harry. – Ele só não mora conosco.

Não foi por falta de tentativa, Harry tentou trazer Teddy para morar conosco desde da descoberta, entrar na casa de Andrômeda para visitar o afilhado não era algo que queria. Porém, tirar a guarda do neto de Andrômeda é uma tarefa tão difícil quanto fazê-la responder pelo seus crimes.

— Devíamos convidar ele para morar com a gente. – sugere Lílian. 

— É! – concorda Tiago, entusiasmado. – Espere, eu terei que dividir o quarto com o Alvo? 

— Não. – diz Harry, com firmeza – Você e Al só dividirão um quarto quando eu quiser ter a casa demolida ou incendiada.

Ele consulta o velho relógio arranhado que, no passado, tinha pertencido a Fábio Prewett.

— São quase onze horas, é melhor embarcar.

— Não se esqueça de transmitir a Neville o nosso carinho! – recomenda Gina a Tiago ao abraçá-lo.

— Mamãe! Não posso transmitir carinho a um professor!

— Mas você conhece Neville...

Tiago gira os olhos para o alto.

— Aqui fora, sim, mas, na escola, ele é o professor Longbottom, não é? Não posso entrar na aula de Herbologia falando em carinho... – Balança Tiago a cabeça para a tolice da mãe.

— Pode deixar que eu falo, tia Gina. – Rosa fala. – Assim, o professor já fica com uma boa impressão de mim.

Harry e Rony trocam um olhar de concordância que não há dúvida que ela seja filha de Hermione.

— Eu tenho que ir. – Tiago permite que a mãe o beije, dá no pai um rápido abraço e antes saltar para o trem dá um soco leve no ombro de Alvo. – A gente se vê, Al. Cuidado com os testrálios e com os bichões papões.

— O que?! Pensei que os testrálios fossem invisíveis. Você disse que eram invisíveis!

Tiago se vira e saí correndo pelo corredor à procura dos amigos.

— Não escute ele, Alvo. – fala Rosa. – Os testrálios são invisíveis.

— E existe bichões papões em Hogwarts? 

— Não precisa se preocupar com os testrálios e com os bichões papões. – tranquiliza Harry a Alvo. - Não escute o Tiago.

— Escute seus professores. – acrescenta Hermione tanto para filha quando para Alvo.

— Agora, se vocês não querem que este trem saia sem vocês, é melhor embarcarem. – avisa Gina.

— Vejo vocês no Natal. – Rosa dá um abraço nos pais e no irmão e acena em despedida para Harry e Gina.

— Eu vou segui-la. – Lílian corre atrás da prima.

— Lílian, volte já aqui.

Todos se caminham para porta de entrada do trem e observam a Rosa entrar, e então, Harry nota a falta de Alvo. Ele olha assustado a procura do menino até encontrar ele andando lentamente em direção a eles, e agachando para amarrar os sapatos no caminho.

Pelo olhar Harry avisa Gina que irá até ele, já que percebeu que a mesma estava olhando para o menino também.

— O que há de errado? – pergunta Harry se abaixando em frente ao garoto. Assim, nota que o menino nem sequer está amarrando os sapatos.

 - Você acha... e se eu for selecionado para a Sonserina?

O sussurro foi apenas para ele, que se não estivesse tão perto não teria como ouvir.

Harry gostaria de enfeitiçar Rony, pelo comentário mal pensado no último jantar que tiveram em sua casa. O jantar após o recebimento das cartas de Hogwarts fez com que o assunto girasse em torno das coisas que gostavam em Hogwarts e o que não gostavam, como o compartilhamento de experiências com seus filhos.

 O assunto sobre a seleção das casas foi um tópico principal da conversa, o que rendeu de Rony um comentário sobre como não queria que seus filhos e nem sobrinhos fossem para Sonserina, o que ele repensou ao se recordar de Alvo. Já que o mesmo tem uma grande possibilidade de ir, o acréscimo dessa informação foi bem captada por Tiago que passou os dias seguintes dizendo que Alvo iria para Sonserina, e se manteve até poucas horas atrás.

Rony tentou consertar o seu descuido dizendo que pensou também que Gina iria ser selecionada para Sonserina quando ela foi para Hogwarts, o que não foi o suficiente.

Harry percebe que só o momento da partida poderia forçar Alvo a revelar que o seu medo é grande e sincero, já que durante toda a semana recusou a falar sobre. Alvo sempre foi o mais difícil de seus filhos para falar sobre sentimentos.

Tiago sempre foi o mais fácil de descobrir, já que sempre está a falar. Lílian, demora a se abrir, mas é possível compreender seus sentimentos pelas suas ações.

— E o que há de errado nisso? – Harry pergunta, querendo entender a razão por esse medo.

Tanto ele e Gina em nenhum momento expuseram aversão a casa da Sonserina. E Rony não teria tanto impacto em Alvo para fazê-lo querer ir para Grifinória para agradar o tio.

— A Sonserina é a Casa da cobra, da Magia das Trevas. Não é a Casa de bruxos corajosos.

Harry encara os olhos de seu filho. Vendo um familiaridade e uma lembrança clarear sua mente. E a verdadeira resposta para seu filho não ter aversão a Sonserina quase saiu de seus lábios, mas ele teve que segurar por mais que quisesse realmente falar.

Harry analisa uma outra explicação para seu filho não temer a casa da Sonserina.

— Alvo Severo. - diz Harry, baixinho, para que ninguém mais pudesse ouvir. - Nós lhe demos o nome de dois diretores de Hogwarts. Um deles era da Sonserina, e ele foi provavelmente o homem mais corajoso que eu já conheci.

— Mas e se..

— ... então, a Sonserina terá ganhado um excelente estudante, não é mesmo? Não faz diferença para nós, Al. – Harry coloca sua mão sobre a mão pousada do filho acima do joelho. - Mas, se fizer para você, poderá escolher a Grifinória em vez da Sonserina. O Chapéu Seletor leva em consideração a sua escolha.

— Sério?

— Levou comigo.

Ele jamais contara isso a nenhum dos filhos, e nota o assombro no rosto de Alvo ao ouvi-lo. Agora, entretanto, as portas começam a se fechar ao longo do trem vermelho, e os contornos indistintos dos pais se aglomeram ao avançar para os beijos finais, as recomendações de última hora.

— Tchau, Al – Harry passa os braços ao redor do filho. – Não esqueça que Hagrid o convidou para tomar chá na próxima sexta-feira. Não se meta com o Pirraça. Não duele com ninguém até aprender como se faz. E não deixe Tiago enrolar você.

O abraço deveria ser rápido, Harry sabe disso. Mas ele não consegue deixar o menino ir, como pensou que deixaria. O garoto sempre esteve sob seu olhar atento, agora, ele estará sob os cuidados de Hogwarts. Um medo antigo surge, e ele se recorda da forma que o bicho papão preso num armário assumiu após encontrá-lo, a própria morte apareceu para lembrá-lo que está a espreita.

— Pai, eu tenho que ir. – Alvo diz em sua camisa.

— Sim, eu sei. – Harry não consegue evitar e beija a cabeça do filho antes de deixá-lo ir.

Alvo pula para o vagão, não antes de receber um beijo rápido de Gina, que fecha a porta do compartimento dele. Os estudantes estão pendurados nas janelas mais próximas. Um grande número de rostos, tanto dentro quanto fora do trem, parecem virados para Harry.

— Por que eles estão todos nos encarando? – perguntou Hugo quando Harry se aproxima.

— Não se preocupe – diz Rony. – É comigo. Sou excepcionalmente famoso.

Hugo e Lílian riem. O trem começa a se deslocar, e Harry acompanha, olhando o rosto magro do filho já iluminado de excitação. Continua a sorrir e acenar, embora tivesse a ligeira sensação de ter sido roubado ao vê-lo se distanciando dele...

Em meio a fumaça branca, Harry acha uma figura familiar olhando para ele, os olhos idênticos aos de seu filho caminhando até ele. Real demais para um fantasma, irracional demais para ser verdadeiro, a figura feminina com cabelos curtos e sorriso malicioso...

O último vestígio de vapor se dispersa no ar de outono e leva a figura consigo. O trem fez uma curva, a mão erguida de Harry ainda acena adeus.

— Qual era o problema? – pergunta Gina.

— Ele estava preocupado em ser selecionado para a Sonserina. – Harry não se vira para ela quando responde e nem para os dois amigos, que têm o tato de fingir que não ouviram.

— Ele ficará bem. – murmura Gina. – Porque não existe problema, se Al... se ele for? Não é?

Ao olhá-la, Harry baixa a mão distraidamente e toca a cicatriz em forma de raio em sua testa.

— Claro que não.

A cicatriz não incomodara Harry nos últimos dezenove anos.  A maldição não reapareceu. Tudo está bem.

— Sei que ele ficará bem.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A maldição da Sucessão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.