A maldição da Sucessão escrita por Pms


Capítulo 49
Capítulo 49: O último Parkinson.


Notas iniciais do capítulo

- Olá, venho com o penúltimo capítulo para vocês.
— Comentem!



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É como um explosão contida. Seu cérebro ferve pelo esforço que Harry está fazendo para enviar comandos de movimentação aos seus braços e pernas, um grito silencioso está preso em sua garganta, entalado, sufocando-o. Quando o que o mantém preso deixar o seu corpo, ele tem certeza que acabará explodindo a si pela concentração focada em um só desejo, se mover.

— Harry. – ele escuta uma voz distante o chamar.

 “Estou amaldiçoada, Potter”

Ela está bem a sua frente mais não consegue tocá-la.

— Harry. – uma outra voz o chama.

“Eles o amaldiçoaram também”

— Harry!

A voz o faz pular na cama assustado, sua mão imediatamente vai a procura de sua varinha no que deveria ser o bolso da calça. O movimento é impensado e rápido, um reflexo natural. Leva alguns segundos para perceber e notar quem o chamava não é um perigo, só seus dois amigos ao lado de sua cama em St. Mungus.

— Quanto tempo estou desacordado? – pergunta Harry para os amigos, sentindo seu abdômen queimar um pouco.

— Três dias. – responde Hermione sentada na cadeira ao lado da cama.

Gemendo, ele recosta-se novamente nos travesseiros da cama antes de dizer:

— Conte-me.

Seus dois amigos se olharam antes de Hermione suspirar e começar a contar o que ele perdeu nesses três dias. Nada do que ocorreu após Godric´s Hollow saiu do que já esperava, os aurores declaram prisão preventiva para Pansy Parkinson, Draco Malfoy e Daphne Greengrass por sequestro. Contudo, por mais que já tivesse a noção do que pode ter ocorrido, a informação que o ministro e a Debbie deram como encerrado o caso do Dragão dourado, mesmo com as novas informações passadas por Hermione e Rony o indignou.

— Como assim?! – exclama ele. – A confissão de Andrômeda, Hannah e Parvati não é suficiente como prova?!

— Bem, elas confessaram somente para nós. – tenta justificar Hermione. – Não temos provas para incrimina-las e fazê-las confessar novamente.  E duvido que elas irão confessar um crime que nem estão sendo acusadas.

— Vocês contaram tudo para eles? – questiona ele. É impossível que o ministro não queira finalmente expor a verdade do que tem acontecido desde da fuga de Azkaban.

— Sim. – Confirma Hermione. – Acho que o ministro quer dar por encerrado tudo. Porque trazer à tona tudo não irá ajudar na imagem do Ministério. Você sabe, a corrupção e a confirmação que havia pessoas do Ministério envolvidas nas mortes do Dragão Dourado e na fuga de Azkaban.

E novamente a política e a estabilidade de um governo está acima da verdade. É como se Harry estivesse lidando novamente com Cornélio Fudge e sua cegueira.

— Até que foi proibido pelo ministro qualquer divulgação da imprensa sobre o que aconteceu em Godric’s Hollow e sobre as prisões e sequestros. – adiciona Hermione. – Mas talvez o ministro escute você.

Não importa o que ele falar para o ministro. As mortes das famílias de puro sangue e supremacistas não é uma tragédia prejudicial ao Ministério e ao ministro, que deixou claro sua preocupação com o poder que essas famílias obtinham. Harry não pode se dar ao luxo de ser inocente em não achar que é mais vantajoso deixar as mortes no pensamento coletivo como um mero incidente, e também não achar hipocrisia da sua parte em dizer que as mortes das famílias teriam a mesma importância se Pansy e seu filho não tivessem sido possíveis vítimas. O seu envolvimento emocional com o caso, é o que torna importante.

— Onde ela está presa? – desvia Harry inconformado e esfregando os olhos. Ele tem que assumir que algumas batalhas estão perdidos por agora.

— Ela está em prisão domiciliar. – Hermione informa. – Na mansão Parkinson.

Harry assente com cabeça, pensando em como Pansy parecia assustada quando tentava curá-lo e que a última imagem que teve dela foi sua feição de concentração mesclada com o medo e arrependimento. Estaria ela com medo de ter acidentalmente matado ele? Ela estava com medo de perdê-lo?

— Você não falou até agora, Rony. – ele percebe que o amigo está quieto na mesma posição, com braços cruzados em frente ao peito e distante da cama, desde que ele acordou.

— Ele está preocupado com Jorge. – explica Hermione. – O Malfoy o feriu gravemente e...

Harry se lembra que nem perguntou sobre o estado de Neville, Jorge, Patil e Teddy. Por não ter visto nenhum ferido por alguma razão ele pensou que todos estivessem bem.

— Conte para ele sobre a maldição, Hermione. – Pede Rony falando pela primeira vez. – Conte o que Malfoy falou.

Harry estranha a mudança de assunto, o tom de voz satisfeito de Rony e como Hermione passa a mão na barriga redonda de gravidez avançada.

— Contar o quê?

— Sobre a maldição. – Hermione diz e logo começa a explicar. – Mas não é comprovado que realmente funciona, existem controversas nessas maldições lançadas. E todas as mortes que ocorreram teve o intermédio de pessoas fazendo as mortes acontecerem...

Harry não está mais escutando as palavras de Hermione. Em sua cabeça ressoa repetidamente:

“Estou amaldiçoada, Potter”

— Harry!

O menino corre animado pelo gramado da casa e o abraça fortemente, tirando um gemido de dor de Harry.

— Teddy, vai um pouco com calma. – pede ele para o garoto que arregala os olhos quando escuta o gemido. – Estou ainda me recuperando.

— Vovó disse. – Harry bagunça o cabelo da criança.

— Você não deveria estar descansando, Harry? – a voz de Andrômeda na porta de entrada não soa mais como a mesma. Os pelos de sua nuca se arrepiam como estivessem prevendo o perigo.

— Eu nunca descanso. – Seu tom é sério.

— Teddy, vá brincar com o gnomos lá no fundo. – fala ela. – Seu padrinho e eu precisamos conversar.

Harry olha para trás para certificar que Rony e Hermione estão o seguindo. Estar na casa dela não é como antes, é um ambiente hostil, ele teme que se Andrômeda não o atacar o ataque venha dele.

 – O que a maldição faz? – lança ele ao entrar na sala de estar.

Andrômeda ainda está de costas para ele quando é feita a pergunta. Ela para de andar e não se vira para responder.

— O sangue derramado faça derramar o sangue dos meus inimigos, e que o sangue deles caía sobre vós e sobre vosso filhos. - responde simplesmente. – Isso é o suficiente para você entender o que ela faz?

Olhando desse ângulo, Harry acha tão parecida com Bellatrix Lestrange.

 -  É uma maldição sucessória, não é? – questiona Hermione atrás dele. – Maldições que passam de geração em geração.

Por mais que Hermione tenha explicado como funciona as maldições sucessórias, ele precisa ouvir da boca de Andrômeda ou qualquer um que estiver envolvido. Só para ter a certeza que é real o que fizeram.

— Sim, especificamente uma maldição sanguínea. – confirma Andrômeda se virando para eles.

Maldições é magia das trevas, um feitiço com intuito de ferir, machucar ou prejudicar alguém. Ser amaldiçoado é um Cruciatus ou imperius silencioso, um feitiço sem cor e sem dor. Uma maldição lançada pode não ser descoberta, alguém amaldiçoado pode passar anos sem saber que foi lançado uma maldição contra ele. Se Malfoy e Pansy não tivessem obrigado o Jorge a falar, talvez eles nunca saberia da maldição lançada. A maldição que supostamente matou todos os outros.

— Você amaldiçoou o meu filho. – Harry nem reconhece o próprio tom de voz amargurada. – Você o condenou à morte.

Um reflexo de arrependimento passa pelo semblante gélido de Andrômeda.

— Eu nunca poderia imaginar que você pudesse ter qualquer relação com um sangue puro e supremacista. – diz ela baixo. – Principalmente ter um filho com alguém que queria te enviar para morte.

— Como pôde?!

— Eu tenho um neto, Potter. – esclarece ela. – Um garoto que é descente de um lobisomem e uma metamorfomago. O que você acha que a sociedade de sangues puros e supremacistas iriam fazer com ele se Voldemort tivesse ganhado a guerra? – Seus olhos que estão perfurando os de Harry começam a se encherem de água. – Eu prometi a mim mesmo quando enterrei a Tonks, que iria lutar até o meu último suspiro por um lugar que Teddy fosse ter uma vida feliz e segura.

A citação do nome da Tonks mexe com Harry de uma maneira que ele não queria.

— E ter essa sociedade de bruxos de sangue puros e supremacistas ainda vivos é uma ameaça a vida de Teddy.

— Mas você...

— Achei que você entenderia depois de ter tido filhos. – Adiciona ela. – Porque a senhorita Parkinson entendeu isso. Ela estava disposta a me matar por causa do filho de vocês.

O rosto pequeno de Alvo passa pela sua mente, seu cabelo escuro e olhos grande e inocentes o encaram com atenção. Um bebê condenado por crime que não cometeu, uma criança indefesa destinada ao um destino trágico. É como se Harry estivesse olhando para si mesmo, para sua versão mais jovem. Ele tem que fechar as mãos para não agarrar a varinha.

— Você realmente é uma Black. – diz ele grave. - Acha que Tonks estaria agradecida pelo o que fez? Ela passaria o resto da vida dela te odiando, teria vergonha de te chamar mãe.

Não é dado tempo para ver o efeito do que foi dito, já que Harry saiu no segundo seguinte que disse. Ele quer se afastar de todos, ir para algum lugar que se sinta seguro novamente. Ele deveria ter aceitado a proposta de fugir.

Ele segue no grande corredor, em direção as portas duplas que deveriam ser do quarto principal. Ele abre sem pensar duas vezes as portas e para entre elas quando a vê. Parada em frente ao grande espelho com o roupão de ceda aberto, deixando seu corpo nu avista e olhando a si própria com desaprovação e tristeza marcado em seu semblante está Pansy.

É a primeira vez que ele a vê nua depois do parto de Alvo, suas mãos querem tocar em seu corpo, seus lábios querem ter contato com a pele exposta. Sua ação perante ao seu corpo nu seria um rápido aceno de varinha para estar igualmente nu, mas ele não o faz. São as marcas rosadas, que parecem raízes de árvores igualmente ao de seu braço, o incapacitando de fazer qualquer ação. As marcas contorna todo o seu braço, pescoço, busto e costas e parecem crescer a medida que ele vai vagando seus olhos pelo corpo dela.

  Pansy vira a cabeça em choque e fecha o roupão rapidamente.

— Não sabe bater, Potter?! – resmunga ela. – Sua mãe não te deu educação?!

Harry caminha em direção a ela sem dizer algo, ainda transtornado com que viu. Ao se aproximar ele estende a mão e toca no laço do roupão.

— Me mostra. – pede ele encontrando os olhos dela.

Harry não se atreve a desviar o olhar dos dela até que o roupão estar novamente aberto.

— Está piorando. – sussurra ela. – Está crescendo mais a cada dia.

Ele pode ouvi-la respirando pesadamente enquanto seus dedos traçavam sua pele e notando como os ossos estão mais evidentes. Ela está morrendo, ela está desaparecendo diante de seus olhos, igualmente a todos os outros. Ele é a maldição, todos morrem perto dele se ousarem se aproximar demais.

— Quanto tempo temos? – Seus lábios trêmulos quase o impede de pronuncia as palavras.

Sua testa pousa na dela e suas mãos continuam a vagar, traçando sua barriga, costas e cada parte que pode. Ele se permite fechar os olhos para que seus dedos decorem a textura de sua pele, que seu nariz inale o seu cheiro uma mistura de shampoo de chocolate e outros produtos que ele nunca conseguiria identificar. Ele não pode confiar que seus olhos irão decorar esses detalhes, não pode deixar somente para seus olhos o trabalho de lembrar quem é Pansy Parkinson.

— Nenhum. Ela já veio me buscar.

Sem aviso, ela o segura pela nuca e o traz para um beijo profundo. Ele a afasta, por mais que quisesse prolongar o beijo.

— Como assim? – pergunta ele estudando seu rosto. Seus dedos acariciam suas bochechas fundas.

Com uma voz baixa e triste, ela diz:

— Eu não estou aqui, Potter.

Ela se desintegra na sua frente. Ele está sonhando de novo, mas ela estava em sua frente, ele podia vê-la, podia tocá-la e ouvi-la. Ela estava exatamente como ele se lembrava, o encarando com os olhos predatórios. 

— Potter! Você está me ouvindo?

Harry pisca para encontrar Draco estralando os dedos na frente de seu rosto com uma expressão de estranheza e com um charuto nos lábios.

— Malfoy. – Reconhece Harry notando que está sentado na cama do quarto de Pansy na mansão Parkinson, e que talvez antes de se perder na ilusão estava observando a escuridão além da janela.

Draco analisa Harry dos pés à cabeça com um sobrancelha arqueada.

— O que você quer, Malfoy? – seu tom foi agressivo para uma pergunta.

— Quero que você pare de encarar a janela feito doido e traga o filho dela. – Malfoy responde com cinismo.

—Ele virá mais tarde. – Harry se levanta da cama para não ter que encarar Draco Malfoy de novo.

O som da bengala batendo no chão amadeirado demonstra que Malfoy está se movimentando no quarto.

—É tradição fumar um charuto com o cheiro da pessoa que morreu. – estende ele um charuto para Harry.

Ele não precisa de um charuto mágico para fazê-lo recordar de Pansy Parkinson, ela está viva em sua mente. 

— Não quero.

Malfoy dá ombros guardando a caixa de charutos no bolso de seu casaco.

— É sua vez de ficar de vigília. – Avisa Malfoy se retirando o quarto com seus passos irregulares.

A grande sala da Mansão Parkinson não está igual ao que tinha tantas vezes visto.  Os móveis madeirados e luxuosos sumiram dando lugar para as cadeiras postas em fileiras em frente ao caixão, o enorme lustre sumiu e deu lugar para as 23 velas flutuantes, todos relógios estão parados, os espelhos estão cobertos por panos pretos e a lareira de flu fechada. As fotos dos membros da família que estão acima da lareira estão encobertos com panos também.

Harry observa tudo com um peso se instalando em seu peito, o ambiente exala tristeza e luto, ele se mantém na entrada não tendo coragem para se aproximar do caixão no meio da sala, qual o corpo da Pansy reside. Ele não está pronto para vê-la morta.

—Você não precisa ficar de vigília. – Avisa a voz da senhora Parkinson, mãe de Pansy, que está atrás dele.

Harry se vira para ver junto a mulher a elfa carregando uma cesta de flores Pansy violeta.

— Coloque no caixão ao redor dela. – ordena a senhora Parkinson para a elfa. – Junto com as folhas de asfódelo.

A elfa faz uma reverência e segue em direção ao caixão.

Harry observa a elfa colocar flor por flor no caixão a distância.

— O nome dela é derivado da palavra francesa pensée, que significa pensamento ou lembrança. –Comenta a senhora Parkinson também observando a elfa. – É o que ela será para nós a partir de agora, apenas uma lembrança.

Harry estuda a mulher que está com o rosto raivoso, as mesmas feições que ele via sua filha fazer. Um onda de querer vê-la o inunda, suas lembranças não são o suficiente para suprir o desejo de vê-la novamente. Tomado por essa vontade, ele dá seus passos cautelosos até o caixão. Quando está perto, ergue o olhar e sente uma sensação inexplicável passar pelo seu corpo quando a olha.

O tempo parece congelar.

Pansy está bonita, não há mais em sua pele as marcas, suas bochechas estão coradas, seu cabelo está bem penteado e brilhoso, seu lábio está avermelhado. Seu vestido branco tem bordados de flores pansy nas mangas compridas e no peito, sobre seus ombros está o tradicional manto com detalhes dourados nas pontas. Sua varinha está posta entre suas mãos acima de seu estômago. É como ela estivesse dormindo e a qualquer momento pudesse acordar.

— Pedi que a deixassem sem as marcas e mexessem em sua aparência. – fala a senhora Parkinson se aproximando dele.- Sei que ela não queria que as pessoas olhassem e visse o cadáver que ela se tornou.

Até momento, Harry ainda não tinha caído na real situação que Pansy Parkinson está realmente morta. As lembranças vai se passando em sua mente como estivesse assistindo em uma penseira, todos os momentos um por um, cada lembrança que agora serão só serão lembranças. Nessas lembranças ele ainda pode vê-la sorrindo com deboche para ele, ele consegue ouvir sua risada, sentir o seu toque e o seu cheiro, ele pode senti-la bem perto dele, suspirando em seu ouvido e chamando o seu nome.

Harry começa a sentir seu coração apertar, um sentimento dolorido tomar o seu peito e um nó se formar em sua garganta.

— Potter...

Antes de algo acontecer ele se afasta cambaleando para trás.

— Tem coragem de enfrentar o Lorde das trevas, mas não tem coragem o suficiente para ficar olhando para ela mais do que dez minutos. – Debocha a senhora Parkinson quando ele se afasta.

Harry se vira rapidamente para mulher parada ao lado do caixão, fuzilando com o olhar.

— O que você disse?! – sua voz está alta.

— Espero que tenha coragem o suficiente para conseguir cuidar do filho dela. – continua a mulher sem se virar para ele, uma mão acaricia a cabeça de Pansy no caixão. – Aliás, espero que consiga proteger ele mais do que conseguiu com minha filha.

— Vou fazer um trabalho melhor do que você fez! – rebate Harry.

A mulher dá uma risada fraca.

— Não sou eu que sou conhecida como o salvador do mundo bruxo, senhor Potter. – Argumenta ela finalmente se virando para ele. – Embora, eu ache que salvador não caiba mais em você. Não conseguiu salvar a minha filha.

Pansy realmente tinha dito a verdade quando disse que sua mãe conseguia ser cruel quando queria. Harry tem que fechar os olhos e respirar profundamente para não gritar com ela ou agarrar a sua varinha.

— Você tem olhos de seu pai. – ele escuta ela dizer. - Que sua travessia ao Véu seja calma.

Os passos lentos do salto alto da madeira vem até ele.

— Fique aqui com ela para que a alma dela não se perca. – Ordena antes de sair.

A tradições de enterro dos sangue-puros não fazem sentido para ele. No entanto, ele permanece na sala sentindo seu sangue esquentar, seus batimentos se acelerar e suas mãos começarem a tremer. No minuto seguinte, ele está chutando as cadeiras e gritando palavrões e descontando suas frustrações e dor em qualquer coisa que encontra em seu caminho.

“Eu precisava vingar o Fred.”

“Nunca mais verei o meu filho de novo, Potter”

“Você vingou a morte de seus pais quando matou Voldemort. E por que isso é tão diferente do que eu fiz?”

“Prometa que irá protegê-lo da maldição, Harry.”

“Ela se foi, senhor Potter.”

A dor não passa, mas é o suficiente para acalmar a sua ira.

— Harry. – a voz receosa de Gina o chama e um toque simples em seu ombro é sentido.

Ele não retira as mãos do rosto, e continua sentado na cadeira curvado sobre si. É vergonhoso para ele saber que ela possa ter presenciado o seu ataque.

— Desculpe. – ele saca a varinha e lança o feito de reparação.

—Papai! – Somente a voz aguda de Alvo faz ele sair de sua posição.

Os primeiros raios de sol surgem pela janela e Harry pisca para se concentrar no cabelo rebelde de Alvo e nos seus olhos castanhos, iguais aos da mãe.

A sua mente se perde no momento que o caixão foi fechado. Ele se lembra de ver o túmulo de mármore escrito “Pansy Helena Parkinson”, de ouvir o discurso de Malfoy e de jogar terra sobre o caixão antes do túmulo ser selado.

Agora, Harry observa de longe com Gina, Rony e Hermione ao seu lado os bruxos aparatarem, alguns agarrarem suas vassouras e só permanecerem no cemitério da família Parkinson, a senhora Parkinson e o Malfoy.

—Dizem que bruxos puros de sangue amaldiçoam seus cemitérios para que ninguém ouse mexer. – Comenta Hermione tentando manter sua filha Rosa, que se contorce, parada em seus braços.

— Alvo nem sabe ler e é dono dessa Mansão. – Rony diz que recebe em resposta um puxão de Hermione.

— O que é isso, campeão? – pergunta Harry para Alvo que está estendendo um pedaço de papel rasgado para ele.

Ao ler a primeira linha, Harry identifica ser uma parte escrita do discurso do Malfoy.

“Que sua travessia ao Véu seja calma. Que seus ancestrais bruxos a receba de braços abertos para que você não tenha medo de prosseguir, e seguir a diante no grande mistério da morte, que sua magia te direcione e sua varinha lhe proteja nessa nova caminhada, pois hoje se encerrou sua jornada e se concretizou o seu destino....

Ele deveria decorar o discurso, já que tantas pessoas insistem em morrer. A tristeza o inunda novamente e a desesperança invade o vazio que sentia. Ele vê todos novamente em seu interior, seus pais, Fred, Remus, Tonks, Dobby, Dumbledore e Sirius.

— Você está bem, Harry? – pergunta Gina preocupada.

— Estou. – ele sabe que uma lágrima solitária escorreu pela sua bochecha.

De repente ele sente uma necessidade ardente de sair dali, de desaparecer e de morrer. Ele não quer sentir mais dor, ele quer a paz que sentiu quando quase morreu. No entanto, ele se força a lutar para querer ficar, ele recua do desejo de puxá-lo para baixo. A promessa foi feita e não pode ser quebrada.

— Eu preciso ir. – ele agarra Alvo em seus braços e caminha sem olhar para trás.

Ele sorri tristemente quando Alvo deita a cabeça em seu ombro. Uma familiaridade com a solidão os une, Alvo só tem ele e uma avó que ele não irá conhecer.

— Vamos ficar bem. – murmura ele no cabelo escuro do menino, respirando fundo e permitindo que o cheiro de criança o console. – Eu não vou deixar nada acontecer com você. Essa maldição não te atingirá.


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Notas finais do capítulo

- O que acharam da atitude de Andrômeda? E a mãe da Pansy?



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