A maldição da Sucessão escrita por Pms


Capítulo 47
Capítulo 47: O segundo Harry Potter.


Notas iniciais do capítulo

- Olá, venho com mais um capítulo para vocês.

— Comentem!



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As ondas revoltosas chocam-se contra as firmes pedras furiosamente, os ventos fortes estremece toda base de pedra da montanha, onde agora é localizado as ruínas do castelo que um dia foi o Dragão dourado. O céu violento brilha em raios e berra em trovões como almas furiosas gritando no vazio da destruição. Ainda que as ruínas esteja hostil para qualquer bruxo, há uma multidão reunida ao redor para participar da cerimônia em homenagem as vidas perdidas na tragédia do dia 27 de Outubro.

O Ministério insistiu em prestar a homenagem, mesmo que houvesse protestos contra, após um artigo sugerir que a tragédia poderia ter tido uma ajuda do próprio Ministério para que acontecesse, já que o mesmo iria se beneficiar das heranças deixadas pelos herdeiros mortos com a lei criada. Além de que havia sido revelado o local ilegal que o Ministério tinha consciência da existência e não havia fechado, como também o grande número de funcionários que estavam presentes e morreram com o acontecido.

Harry recusou a dar entrevistas e declarações como auror- chefe ou como salvador do mundo bruxo, seja em favor do Ministério ou sobre o encontro dos sangue-puros realizado no dia da tragédia. Uma palavra sua poderia ocasionar várias consequências previsíveis, como um ato para retirar o ministro do cargo ou uma alegação que Harry Potter defende a supremacia bruxa. Sua recusa também em declarar algo também é devido que os dois lados estejam só merecendo sua desconfiança. Um memorial só o deixa mais desconfiado sobre as ações do Ministério. Os únicos obstáculos para o Ministério eram as famílias que ali estavam, tanto quanto em relação a herança quanto o poder que as famílias obtinham. Há algo entre o que aconteceu no dia 27 de Outubro e no que acredita ter acontecido.

Sua presença na homenagem é em apoio para Pansy e seu filho. Ele estava inclinado ao não comparecer, ser o salvador do mundo bruxo e chefe dos aurores lhe concede regalias de não ser punido caso não fosse. Contudo, os testemunhos não saem da cabeça de sua cabeça, a confirmação que havia um plano para dar um golpe no Ministério, só torna a teoria que o mesmo poderia estar envolvido mais crível.

Tudo o que ele acreditou, toda a mudança que achou que havia feito está se desmanchando, sua posição de chefe é tão indiferente como qualquer um, seu título de herói não lhe traz poderes inacreditáveis, só admiração e privilégios. O governo que acreditou que havia lutado para ter só é o outro lado da moeda. Apesar de tudo, a ideia de propósito sobre sua função em investigar, prender e salvar o máximo de vidas é o que o mantém fazendo o que faz. O desejo de colocar o assassino da marca negra em Azkaban, e descobrir as causas do acontecimento do Dragão dourado são as motivações suficientes para ele continuar trabalhando para o Ministério que tem agora. Ele pode não ter conseguido mudar o mundo bruxo para o ideal que esperava, mas mudará o que conseguir, pelos seus filhos.

— Apesar das diferenças políticas e ideológicas nos afastarem uns dos outros, temos que lembrar que a dor e morte nos iguala como um só. – Lê o Ministro Shacklebolt no centro da multidão. – E que somos bruxos lutando por uma sociedade melhor para os bruxos. Agradeço à todos a presença, e de agora em diante, esse lugar será o memorial para as vidas perdidas.

Os flashes das câmeras brilham ao mesmo tempo que um raio rasga o céu. A dispersão se inicia, e bruxos começam a caminhar entre as estátuas bruxas de mármore branco espalhadas pela ruína, estátuas iguais às que ele havia visto na sala dos Sagrados Vinte e Oito, alguns bruxos conjuram flores aos pés das estátuas e outros só observam antes de partirem em retirada para a ponte, o ponto de aparatação. Muitos passam por Harry apertando sua mão.

— Você devia ter avisado para o ministro que fazer um memorial só o torna o Ministério o suspeito número um dessa tragédia. – Andrômeda diz ao seu lado.

Com Hermione reclusa pela gravidez, Andrômeda tem sido a representante oficial do projeto Lua nova para comparecer aos eventos do Ministério. 

— A lei dos Bens para o bem já o tornava suspeito. – continua ela.

— Acho que o Ministério está determinado a parecer culpado. – fala Harry sério. A imagem de Pansy desacordada em seus braços, e seu filho chorando pela vida ressoam em sua cabeça.

— Se eu fosse você, Harry, pensaria no cargo de ministro com mais interesse. – Aconselha Andrômeda. - Você teria mais utilidade do que no cargo que ocupa agora. O Ministério não liga para vidas perdidas aqui, somente para o dinheiro por elas deixado.

— Eu não sou político. – Harry responde cansado. Se candidatar ao cargo de Ministro está cada vez se tornando uma obrigação.

— Espero que a senhorita Parkinson te convença a aceitar. – Andrômeda arruma o casaco no corpo. - Eu estive lutando para perguntar isso. Minha irmã estava aqui? No dia do ataque?

Harry sabia que quando verificasse as vítimas os integrantes da família Malfoy estariam, ele não sabe como conseguiram permissão para sair de sua prisão em domicílio, mas tem certeza que houve dinheiro envolvido.

— Diga-me.

— Estava. – suspira Harry. – Ela está viva ainda, com alguns ferimentos.

— Somo duas viúvas agora. – afirma ela.

— Eu não sei como ela e o Lúcio Malfoy conseguiram autorização para poder comparecer a esse encontro. – Harry confessa. – Mas tenho certeza que pagaram alguém.

— Pode ter certeza que foi com alguma quantia de galeões guardados em bancos estrangeiros. – sugere ela. – Famílias como as do Malfoy e da Parkinson, famílias como a minha sempre aprenderam que ter uma reserva para pagar pessoas por serviços é a melhor forma de se manter impune e conseguir muitas coisas. – ela esfrega as mãos nas luvas. – Se você visse a quantidade de joias e bens valiosos que a minha família guardava em cofres estrangeiros com esse propósito, entenderia o porquê essas famílias ainda continuam no poder. O poder é corrupto quando tem dinheiro envolvido.

  – Quando estão em mãos erradas. - murmura Harry. - Está pronta para ir?

— Estou há muito tempo. – Andrômeda se direciona para a ponte

— Espere, só vou ver se o Rony...– Harry procura entre a multidão seu amigo que estava responsável por manter a segurança do ministro. Uma estratégia política do ministro para demonstrar o apoio de um dos salvadores do mundo bruxo.

Uma linha brilhante rasga o céu e explode em faíscas verdes. Harry olha ao redor para ver bruxos impressionados ou com medo apontando para o céu. Sua varinha se encontra em sua mão no caminho para ser direcionado aos fogos, e seu antebraço livre está sendo agarrado pelo aperto firme de Andrômeda.

Várias outras linhas brilhantes e coloridas rasgam o céu e explodem, só que essas tornam a se transformar em formas após a explosão. A multidão de bruxos exclamam de surpresa ou de indignação, quando um dos fogos de artifício entre suas faíscas coloridas identificam um dragão produzindo labaredas acima da ruína.

Um Rony ofegante vem correndo em sua direção. São seus olhos arregalados e a sua cara de espanto que faz Harry perceber que algo tinha acabado de lhe ocorrer. Sua atenção retorna para as explosões, uma centelha acaba de cruzar o céu e escreve evidentemente, sem deixar espaço para qualquer dúvida, o “A” brilha no céu.

Harry não precisou olhar duas vezes para entender a mensagem por trás.

 

 Grimmauld Place nº 12

 

Uma sensação de calma e tranquilidade o envolve que quase o faz querer deitar no tapete e adormecer ao som agudo melodioso, uma melodia leve e infantil sobreposta por uma voz feminina cantando. 

Meu bruxinho você vai ser

Um grande bruxo quando crescer

Uma varinha vai ter

Que vai te dar muito poder

 

Você vai aprender

Feitiços pra proteger,

Também vai atacar

Criar, mover e voar

 

Você tem que correto falar

Os feitiços antes de lançar

Sacudir a varinha certo

Para não se machucar.

Pansy está com os olhos fechados enquanto canta e balança de uma lado para outro, como estivesse dançando uma valsa. Uma de suas mãos bate levemente nas costas do Alvo, que está deitado do peito dela aparentemente dormindo, e a outra o mantém no lugar. A caixinha de música em cima da cômoda produz a pequena melodia, ao mesmo tempo que o trem anda no ritmo da música.

A cena o pegou desprevenido. Como se ambas as realidades tivessem se chocado, uma está o temor da verdade cruel, e a outra está a ilusória paz. Para Harry, é quase um desrespeito arruinar a tranquilidade que envolve o ambiente. É difícil explicar o que torna tão hipnotizante assistir ela ninando a criança, ele só sabe que não consegue tirar os olhos dela.

— Está me vigiando de novo, Potter? – Murmura Pansy com os olhos fechados.

 – Esse foi o trabalho dado a mim como auror. - fala Harry encostado na porta.

Harry tem estudado ela com cautela após o que ocorreu no dia de Halloween. Ataques de pânico foram coisas que ele já havia experimentado após a batalha, com o tempo ele aprendeu maneiras de evitar e controlar. Pansy não apresentou nenhum ataque depois daquele dia, mas, ele sabe que ela está agindo estranhamente, apesar de parecer estar saudável e aparentar estar bem. Muitas das vezes um silêncio frio a envolve, e ela fica encarando o vazio, como estivesse pensando em algo que exigisse muita concentração que só é interrompido pela presença de Harry, isso, quando ela tem a intenção de obter sua atenção.

Isso tem a ver com você.

Algo que Pansy disse que está preso em sua cabeça a todo tempo. Como se o pergaminho escrito com isso tivesse sido colocado em frente aos seus olhos.

Ela não comentou nada a respeito, nem mesmo quando parou de chorar, ou quando os dias se passaram, quando ele começou a investigar o acontecimento do Dragão dourado. Harry tentou diversas vezes retomar o que ela havia dito, todas suas tentativas foram brutalmente frustradas com a mudança de assunto ou com a desculpa que só foi um momento de falta de lucidez. Passar meses ao lado dela fez com que ele obtivesse a habilidade de descobrir quando ela está mentindo ou dizendo a verdade. Sua falta de ação perante a isso, é uma estratégia. Questionar só a fará saber que ele está desconfiado, e cada vez ela se tornará distante ou saberá fingir melhor.

— Vigiou até demais, Potter. – Pansy deita cuidadosamente Alvo em seu berço, e o aconchega com o cobertor. A caixinha de música para de tocar. – Me engravidou.

Harry sorri atravessando o quarto e se aproximando com cautela do berço. Seus dedos mal encostam quando acariciam a cabeça de seu filho, apesar disso, a criança boceja e se remexe em seu sono.

— Você fala como se não tivesse gostado. – Diz ele contemplando o rosto tranquilo de seu filho. – Não ouvi você reclamando nenhuma vez.

— Espero que ele esteja tendo bons sonhos. – Cochicha Pansy, envolvendo seus braços ao redor dele por trás. Harry fica surpreso com o quanto gesto significa para ele.

Alvo solta um pequeno gemido em seu sono, e depois sorri. A sensação quente de felicidade aquece no peito de Harry, um movimento involuntário, ele está ciente, mas não deixa de ser algo emocionante e tranquilizador, que embora tudo o que Alvo tenha passado ao nascer, ele está feliz. Por mais ilusório e frágil que seja a ideia de que tudo ficará bem, ele quer agarrar com todas as forças o instante de paz que está sentindo.

— Eu também. – Harry se inclina e firma os braços dela em volta de si, se deleitando com o corpo dela em suas costas. – Temos que ir no Ministério registrar ele oficialmente.

A protelação do registro de seu filho são por motivos de privacidade e de segurança. A última coisa que precisa é a foto de Alvo nas revistas e um artigo sobre como seu filho é um sobrevivente igual a ele. Ele até está impressionado que seu envolvimento com Pansy ainda não foi divulgado, depois que ele passou todos dias no quarto dela no Hospital St. Mungus.

— O que aconteceu? – a voz dela em seu ouvido o arrepia.

Ele pretendia contar para ela no momento que saiu da homenagem, porém, a cena no quarto o desarmou completamente. Ter a imagem de Pansy Parkinson sendo mãe, é algo que Harry ainda não se acostumou, é como houvesse outra versão dela.

— Fogos de artifícios explodiram ao fim do memorial, e a letra A apareceu no céu. – Conta Harry verificando Alvo rapidamente, sentindo um desconforto atingir seu corpo. Como fosse algo impróprio para se falar perto de uma criança. – A de assassino da marca negra.

 Pansy se afasta e Harry sente a perda do contato.

— Está dizendo que o assassino da marca negra está envolvido com o que aconteceu no Dragão dourado? – Pergunta ela. – Você já não tinha pensado nisso?

A homenagem foi uma peça que faltava para a compreensão do acontecido no Dragão dourado. O assassino da marca negra, que matou os aurores e contratou Blásio Zabini para atacar a pousada, foi o causador da tragédia.

— Eu venho pensando nisso algum tempo. – Harry vira-se para ela. - Os assassinatos dos aurores são resultados da corrupção do Ministério. O assassino puniu os aurores corruptos que libertaram os prisioneiros que haviam alguma ligação com o lorde das trevas. E no dia 27 de Outubro estava maior parte das famílias que tinham ligação com o lorde das trevas, como funcionários.

— Como meu pai. – Pansy afirma olhando para suas mãos. – Como Lúcio Malfoy.

— Não estou dizendo que o assassino planejou o encontro no Dragão dourado, estou dizendo que talvez pode ter se aproveitado da situação. Já que lá seria mais provável encontrar todos os fugitivos e bruxos ligados ao lorde das trevas. – Harry continua. - Como ele se aproveitou do Theo Nott estar no St. Mungus para enfeitiçar e matar o Gladstone. Como se aproveitou de Blásio Zabini para tentar encontrar o Malfoy. Todos esses bruxos tinham um envolvimento com o lorde das trevas.

Pansy passa a mão no cabelo bufando. O movimento deixa Harry ter um vislumbre das marcas em seu antebraço.

— O que você está esperando? – a voz de Pansy o faz retornar para seu rosto determinado. - Vamos para seu escritório investigar isso.

Sem mais nenhuma palavra, ela se retira do quarto, deixando Harry confuso.

— Pansy. – Ele a chama enquanto desce as escadas atrás dela.  – Pansy.

Ele é completamente ignorado por ela.

— Monstro, Alvo está dormindo agora. – avisa ela para o elfo, que está limpando o último lance de escada. – Ele já foi alimentado.

— Sim, senhorita. – Monstro faz uma reverência. – Monstro está indo observar o sono do jovem senhor.

— Eu ainda sou um alvo? – ela pergunta após passarem pela porta de seu escritório.

 Tanto ela quanto o Malfoy estavam recebendo ameaças e sendo perseguidos, igualmente aos aurores mortos. Eles não haviam ligado o caso de Blásio Zabini ao assassino da marca negra pela falta da marca nos braços, que toda vítima recebia. O Draco Malfoy foi um comensal da morte, e se Blásio Zabini tivesse obtivo sucesso haveria uma marca negra no braço dele naquela noite na pousada. Pansy é somente filha de um apoiador morto.

— Eu não sei. – responde ele sinceramente.

— Eu esperava que você já tivesse a resposta. – Pansy está mexendo nos arquivos em cima de sua mesa.

— Me desculpe decepcioná-la. – responde Harry irônico. – Da próxima vez, eu irei perguntar para o assassino quem são os alvos dele.

— Potter, se eu ainda sou um alvo. – Pansy rebate. – Seu filho também é.

— Você acha que eu não sei disso!

Harry começou o seu hábito de vigília desde do primeiro dia que voltaram para Grimmauld. Quando tem certeza que Pansy está no estágio profundo do sono, ele se encaminha até o quarto de Alvo e o leva até seu quarto, com o menino deitado ao lado de Pansy, Harry observa os dois dormir até o amanhecer sentado na poltrona. Ficar de guarda oferece a sensação de proteção e consciência de si mesmo, com seu foco total na respiração da criança, Harry está lá com o corpo e mente. Com Harry Potter ao seu lado, nada mais poderá machucá-los, não antes que tenha que passar por ele.

— Eu tentei impedir que ele nascesse. – confessa Pansy quase sussurrando. Ela parou de mexer nos arquivos e se encontra parada de costas para Harry. - Eu sabia que ele iria chorar e chamar atenção do dragão ou dos bruxos que estavam lá.

A postura defensiva de Harry se desmancha quando começa a compreender as palavras dela.

 - Eu não podia protegê-lo e também não podia mantê-lo dentro de mim. Então, comecei a pensar no que iria fazer para ele não chorar. – a voz dela vacila. - Mas ele não chorou quando nasceu, ele ficou em silêncio, quase nem se mexia. Eu pensei que ele estivesse...

Harry fecha os olhos ao pensar qual é o final desta frase.

— Era como se ele soubesse que precisava ficar quieto para sobreviver. – Ela continua depois de um tempo. - Eu tentei me manter acordada para que pudesse mantê-lo protegido até que você chegasse. Mas estava tão cansada...e sabia que acabaria desmaiando…

— Pansy... – tenta ele interromper.  

Harry não quer ter tudo em sua mente, como Pansy se sentiu, como seu filho devia estar. Ele já não consegue lidar com as suas lembranças do dia, adicionar com as de outras pessoas é demais para suportar.

— Eu te chamei porque eu sabia que você era o único que podia nos ajudar, ou pelo menos salvá-lo.– Acrescenta ela fugando. – Eu pensei em vários feitiços que eu pudesse lançar sobre ele para mantê-lo a salvo de qualquer um, até que você chegasse.

Seu peito se aperta ao criar uma ligação com as palavras de Pansy com as sua mãe. Seria esses os últimos pensamentos de sua mãe antes de morrer?

— E minha última esperança, quando eu não vi você chegar ou algum feitiço ser conjurado por mim, por alguns segundos, eu acreditei que ele sobreviveria simplesmente por ser seu filho. – Pansy solta uma risada amarga. – Eu desejei que ele fosse igual a você. Que talvez ele também fosse destinado a ser um famoso garoto sobrevivente.

Com sua imaginação, Harry imagina uma cicatriz na pequena testa de seu filho, e logo essa imagem é listado como um de seus piores pesadelos.

— Eu não quero que ele e nem Tiago passe pelo o que eu passei. – Expressa Harry. Como se com suas palavras pudesse expulsar a imagem de seu filho com uma cicatriz de raio na testa. – Isso não é vida para ninguém. Nem eu suportaria passar por tudo de novo.

Harry nunca desejará para seus filhos destinos parecidos com o dele. Ele fará qualquer para que seus filhos não sofram o que ele passou.

— Eu daria qualquer coisa para viver uma vida sem Voldemort ligado a mim.

Sem Voldemort seria uma vida com seus pais, com Sirius, uma vida bruxa comum.

— Mas essa é a sua maldição. – Aponta Pansy se virando para ele. – Como que a minha é ser eternamente a garota que tentou te entregar ao Lorde das trevas, e a filha de um apoiador. E como pais dele, devemos evitar que isso chegue até ele.

Pansy caminha até ele com os olhos vidrados nos seus, ela ergue o arquivo do assassino da marca negra.

— Eu sei que você faria tudo novo, Potter. Porque é isso que Harry Potter faz, salva o mundo quantas vezes for preciso até o momento que o mundo te destrua. Porque você gosta de bancar o herói. – ela coloca o arquivo em uma de suas mãos. – E isso te torna um alvo. Você sempre será, Potter. O que coloca ele em grande perigo.

— Eu não vou deixar nada mais acontecer com ele. – Harry promete, tanto para ela quanto para ele.

— E eu não vou deixar nada mais acontecer com vocês dois. – Finaliza ela.

Um choro agudo de criança sinaliza que Alvo está acordado. Pansy indica com a cabeça para o arquivo antes de sair do escritório.

Harry gostaria de acordar amanhã e as coisas simplesmente terem sido resolvidas, como o assassino da marca negra ter se entregado ou se revelado. Ele acha impossível que pegar um bruxo assassino seja mais difícil que derrotar o famoso Voldemort.

Os arquivos estão jogados ao chão em seu escritório, como se uma ventania forte tivesse invadido o seu escritório e derrubado sem qualquer esforço, e mais se juntam a bagunça enquanto Harry investiga.

— Vamos, Harry. – Coça ele os olhos por trás dos óculos. – Pense.

O assassino tem algo contra qualquer bruxo que tenha estado ao lado do Lorde das trevas. Ou seja, o assassino é alguém que sofreu com a guerra, e sua ocupação deve ser no Ministério. O assassino sabia sobre os aurores, somente alguém de dentro do Ministério poderia saber a verdade da fuga.

 

Se você quer que algo seja bem feito, então faça você mesmo.

Zabini fracassou, não cometerei o mesmo erro.

— Assassino da marca negra

Harry lê novamente a mensagem, bebendo mais um gole da poção que Pansy fez para mantê-lo acordado. Bocejando, ele segue para outro arquivo e chacoalha em cima da mesa, fazendo uma carta cair.

 

Os bens dos Blacks é o suficiente?

— A.

Piscando para lubrificar sua visão cansada, Harry reflete no A escrito. Na época desta carta não haviam nomeado o assassino para ele assinar com o A. Somente após a coletiva de imprensa que foi dado um codinome a ele, então, não haveria razão para ele assinar com o A. 

“A carta pode significar outra coisa do que está escrito.”

“O Black pode não ter relação com a família Black, pode estar relacionado a trevas, escuridão e abismo. Os bens pode ser rendimentos, valores e tesouro. O suficiente, eu ainda não consegui pensar.”

A carta é a oferta de pagamento, é a negociação. Só pode ser está opção, levando em conta que Carter estava investigando a carta e que Gladstone havia sido pago pela fuga de Azkaban.

“Sirius passou para você por testamento todos os bens.”

Não haveria como negociar o dinheiro que pertence a Harry. Ao não ser que ele tivesse sido roubado e não esteja sabendo disso, ou esse dinheiro nunca tivesse pertencido a ele, e pertence-se a outra pessoa...

“Eu sabia que tinha lido algo sobre testamentos. O testamento de Sirius lhe dá o direito sobre os bens em âmbito nacional.”

“Será que a família Black tinha bens em outros bancos de outros países.”

“Então quem herdou? Bellatrix está morta, Andrômeda teria me dito se tivesse descoberto que os Black tem bens em outros bancos, e Narcis....”

Ele quer estar vendo coisas, ligando fatos sem sentido, ele quer estar enganado somente desta vez. Com pressa, Harry vasculha sua mesa, erguendo arquivos, afastando coisas para encontrar uma carta. Uma carta que ele recebeu, leu rapidamente antes de amassar.

Mais papéis tomam o chão de seu escritório, pergaminhos e cartas rabiscadas são arremessadas da lata de lixo que Harry chacoalha na procura pela carta. É difícil respirar e suas mãos tremem quando ele desamassa a carta.

O jantar em comemoração ao meu aniversário será neste final de semana, após as sete da noite.

Estarei a sua espera.

Andrômeda.

 Seus olhos pulam entre as letras A das cartas, a procura de semelhança quando emparelha a carta de Andrômeda e a carta de A. Não há como afirmar com toda certeza que ambas são completamente iguais, mas há uma semelhança absurda no arredondamento da letra.

— Pansy! – Chama ele sem tirar os olhos das cartas. – Pansy!

Suas pernas perdem a força quando ele se levanta de sua poltrona. Harry evita que seu rosto encontre o chão com as mãos, mas parece perder o controle sobre elas também, que estão moles e não seguindo o comando de erguer seu tronco.    

— O que está acontecendo? – exala ele sentindo todo seu corpo fraquejar e adormecer.

— Talvez você veja isso como uma traição. – A voz de Pansy surge na porta do escritório. - Mas saiba que estou te liberando de ter que fazer algo sobre isso.

Algo mudou, sua voz está mais grave e sombria.

— O quê?

—  Eu só quero proteger o Alvo. – continua ela. – E farei qualquer coisa para mantê-lo seguro, até coisas inaceitáveis.

— Do que você está falando? – Os pelos de Harry começam a se arrepiar pressentindo o perigo.

 - Eu também sei que você vai protegê-lo. – Pansy ajoelha ao seu lado. – Mas você tem o seu impedimento heroico, principalmente nessa situação. 

— Parkinson!! O que você quer dizer com isso?! – Grita Harry.

 - Eu só estou te dizendo isso para que você entenda. – responde ela simplesmente acariciando seu cabelo.

— Entenda o q..

Os braços e as pernas de Harry se juntam de forma abrupta ao seu corpo endurecido. Ele foi atingido por um feitiço.

— Você pegou? – Uma voz familiar além da visão de Harry pergunta.

— Peguei. – Pansy está olhando para ele quando ergue a mão para a pessoa.

Draco Malfoy aparece no campo de visão de Harry segurando um cantil prata. Ele pega algo dos dedos de Pansy e joga dentro do cantil.

— Saúde. – Draco saúda antes de beber o conteúdo do cantil. – Não é nada pessoal, Potter.

Pansy retira os óculos de Harry e entrega para Draco. Ela não se levanta como Harry esperava, ela volta a se agachar perto de seu ouvido.

— Jorge Weasley estava no Dragão dourado no dia 27 de Outubro, usando uma máscara de comensal da morte.

Se não estivesse sob o feitiço, Harry teria arregalado os olhos.

— Vamos, Pansy.

Sua visão pode estar borrada, mas viu que a voz de Draco Malfoy saiu da figura de cabelos pretos bagunçados e olhos verdes. Ou seja, de outro Harry Potter.


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Notas finais do capítulo

- O que acharam?

—A MELODIA DA MÚSICA DE NINAR: https://www.youtube.com/watch?v=56NH6QNlrXY&t=78s



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