A maldição da Sucessão escrita por Pms


Capítulo 4
Capítulo 4: O caldeirão furado.


Notas iniciais do capítulo

Voltei mais rápido do que eu imaginei. O bom disso é que assim fica mais um capítulo para vocês.

—Essas imagens que coloco no começo do capítulo por mais que pareça desnecessário é interessante para mim pois me ajuda a ilustrar a ideia na minha mente. Então esperem por imagens no inicio dos capítulos.

—Comentem, compartilhem e dá like.



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— Trabalhando até tarde senhorita Parkinson?

Pansy não precisou olhar para saber de quem a voz pertencia, Wilson o Chefe da Comissão está ao seu lado com seu habitual cabelo loiros quase platinados penteados para trás e seus óculos redondos vestindo seu jaleco cinza, muitas das vezes Pansy o achava parecido com Dumbledore principalmente quando ele está passivamente conversando com os funcionários e dando grandes conselhos. Talvez tenha sido isso que tenha feito Pansy confiar nele uns anos atrás.

— Pelo menos foi para casa? – ele admira impressionado a dúzia dos caldeirões sobre a bancada de trabalho. – O que temos aqui?!

Wilson mexe em uns dos caldeirões, mesmo que os outros caldeirões tivesse a mesma poção.

— É a poção Esmeralda?

— Pelo visto sim, é a poção Esmeralda. A questão é como ele tomou essa poção, ele era um auror saberia que tipo da poção no momento que visse. Porque se os aurores não sabem diferenciar poções estamos apostando nossa segurança em mãos erradas.

Wilson continua a movimentar a poção no caldeirão como estivesse pensando e ignora o falatório de Parkinson que sempre desata a falar quando está montando a linha de raciocínio.

— E também como ele conseguiu a poção?

— Acho que isso já é trabalho dos aurores, senhorita Parkinson. – diz ele. – O seu era só saber que poção estava no copo. E a outra poção?

— Pensei que fosse nosso trabalho também. Aliás, essa poção não é achada em qualquer loja de bruxo, ela foi criada pelo Lordes das Trevas e está em segredo desde que foi descoberta.

— Que você conseguiu reproduzir com eficiência. Meus parabéns!

— Obrigado.

Pansy não iria revelar para ele que as poções que ocupavam os caldeirões no momento foram as que deram certo depois da trigésima sétima tentativa, ela queria manter o brilhantismo para seu ego.

— Você já reportou para o Auror Potter?

— Ainda não. – responde com cara de desgosto.

— Reporte e procure saber sobre a outra o mais rapidamente a atual situação pede agilidade. - Wilson caminha em direção a porta. – E vá para casa comer alguma coisa e dormir.

Pansy fica confusa com suas palavras, ela estava tão focada que nem havia percebido que ficou a noite toda trabalhando e por isso não tinha visto ou ouvido falar da turbulência que estava ocorrendo.

Por mais que não seja saudável trabalhar demais, ela ainda prefere estar rodeada de pergaminhos e ingredientes nojentos do que no seu apartamento olhando para a vastidão da solidão. Mesmo que em seu ambiente de trabalho ela não conversasse com quase ninguém, consequência de sua habilidade de se tornar desagradável aos outros, ela ainda gosta de ir trabalhar e encher seus pensamentos com ingredientes e poções.

— Você não ficou sabendo, não é? Pegue. – Um rapaz chamado Jackson que ela só se lembra o nome por ele ter um interesse nela e sempre a chamar para sair dá a ela um exemplar do Profeta Diário.

Ela nem se dá o trabalho de agradecer a ele antes de ler a manchete da primeira página.

A notícia em si não causa nenhuma reação nela de imediato, morte de aurores é uma coisa habitual já que o trabalho envolve perseguir e prender bruxos seja eles das trevas ou não, risco a vida é uma das especificações do trabalho. Por mais que o assassinato do Dawlish não está diretamente ligado a ela, as consequência a atingirão de uma forma ou outra, ter seu pai fugitivo de Azkaban e ele podendo estar ligado ao assassinato é uma das coisas que realmente a preocupa.

Se houver qualquer suspeita sobre o envolvimento de seu pai, não que ela realmente acredite nas notícias, ela pode dizer adeus a sua paz e sua invisibilidade recém conquistada e se acostumar com interrogatório novamente e sua casa sendo vigiada por aurores. O pensamento de ter Potter encarregado de vigia-la a faz sentir raiva, ela imagina ele com o sorriso pretensioso esperando a oportunidade de colocá-la em Azkaban, mesmo que não seja uma características dos grifinórios ser vingativos ela não acredita que eles percam a oportunidade de ter a merecida revanche para mostrarem sua gloriosa conquista.

Bufando por causa de seus pensamentos Pansy decide dar uma arejada em sua mente indo almoçar fora do Ministério, o costume dela é almoçar em seu local de trabalho e evitar qualquer lugares públicos no Ministério. No começo era porque ela odiava o Ministério e seus funcionários que lançavam olhares julgadores em sua direção o que acabava deixando a refeição desconfortável, depois tornou-se um costume que trazia benefícios para ela que sempre estava à frente dos outros funcionários da Comissão por poupar tempo.

O Caldeirão furado parece uma boa escolha para ela que mesmo sob o comando de outra pessoa ainda tinha a mesma essência que o antigo só está menos sombrio e mais organizado, não que ela conhecesse o antigo o suficiente para dizer a diferença. Ela não tinha o costume de ir com seus pais ao Caldeirão Furado depois da compra dos materiais escolares como a maioria dos alunos de Hogwarts tinham, seus pais achavam o lugar desprezível igualmente ela na época. Após a guerra ela se permitiu comer no lugar, mas nem chegou a pedir sua comida, pois a pedido do dono da época ela precisou se retirar por suas ações na guerra e sua presença incomodava os outros clientes.

Embora a situação possa se repetir isso não impede Pansy de tentar novamente, ela gostaria de saber quem vai ousar de tentar expulsá-la sendo ela agora uma funcionária do Ministério e não mais uma garota de dezessete anos.

Pansy senta rigidamente em sua cadeira e foca sua total atenção no cardápio a sua frente que tem uma variação de pratos que ela não se lembra de ter visto no dia vergonhoso de sua expulsão.

— Já quer pedir? – Hannah Abbot está à frente de sua mesa sorrindo docilmente com o pergaminho e a pena planando ao seu lado, prontos para anotar os pedidos.

Pansy se recorda dela da época de Hogwarts que foi selecionada para a Casa Lufa-Lufa e que surtou por causa dos NIEMS. A sua aparência é agradável e gentil, seu curto cabelo loiro opaco na altura das orelhas e suas vestes simples transmite humildade igualmente ao que quase todos os alunos da Lufa-Lufa transmitiam.

Uma sensação alívio passa pelo corpo de Pansy, pois sua possível expulsão não irá se repetir. Dando uma última olhada no cardápio ela escolhe a Cottage Pie, uma torta de carne moída e vegetais, com uma casquinha de batata e que é acompanhada por uma salada.

A pena anota rapidamente o pedido e segue Hannah Abbot quando ela vai para outra mesa. Pansy decide olhar as sobremesas até o seu pedido chegar quando sente uma presença atrás de si.

— Não queremos Comensais da Morte aqui! – uma voz de homem diz. 

Pansy suspira por um momento antes de virar em direção a ele.

— Bom saber. – sorri falsamente. – Porque eu também não quero eles aqui.

— Eu estava falando de você. – troveja o homem. – Não queremos putas de Comensais da morte aqui.

Pansy estava um passo de pegar sua varinha quando Hannah se põe entre ela e o homem.

— Eu não quero problemas aqui! – esbraveja Hannah com a mão sobre a varinha no avental. - Todos os clientes são bem-vindos se você ou mais alguém estiver insatisfeito, retire-se.

Com olhar firme de Hannah e pela pressão silenciosa dos outros clientes o homem se retira.

— Eu lamento por isso. – pede Hannah envergonhada.

— Sem problema.

Pansy retorna a ler o cardápio de sobremesas como se nada tivesse acontecido. No fundo ela está furiosa, pois gostaria de ter torturado o homem até a inconsciência, mas deixaria para depois, pois aquele rosto não seria esquecido facilmente.

O decorrer do almoço é tranquilo por mais que Pansy ainda sentisse olhares em sua direção ela tenta ignorá-los e prosseguir sua refeição. Hannah que se sentiu incomodada com a situação dá a Pansy um bolo de sobremesa de graça.

— Eu realmente sinto muito pelo ocorrido. – lamenta ela. – Com as notícias sobre a fuga e o assassinato, as pessoas estão se sentindo inseguras como se isso fosse um presságio da volta de Você-Sabe-Quem.

— Você sabe que pode dizer o nome dele, não é como ele fosse voltar. Mas não se preocupe com o que aconteceu, a culpa não foi sua. – Pansy se levanta da mesa. – Obrigado pelo bolo.

Pansy retorna ao Ministério tentado esquecer o almoço, no entanto ao passar pela porta da Comissão a silhueta de uma pessoa conhecida sentada em sua Bancada de trabalho quase a faz desejar voltar para o Caldeirão furado.

“Como se o dia não pudesse piorar” Pansy revira os olhos.

— Espero que você tenha algum mandato legal para estar mexendo nas minhas coisas. – adverti Pansy com os braços cruzado. 

Harry se assusta com a voz, pois estava concentrado nos caldeirões, porém se recupera rapidamente.

— O senhor Wilson disse que você que está responsável pela investigação das poções encontradas na casa de Dawlish.

— Sim, estou. – Pansy responde e permanece em silêncio para que Harry prossiga sua explicação. - E?

— Eu preciso do relatório agora. – responde Harry não gostando da postura de superioridade dela, igualmente ao que ela fazia em Hogwarts.

— Não sabia que tinha prazo de entrega.

— Tudo tem prazo de entrega. – Harry copia a pose de superioridade dela.

— Acho que você já descobriu por si próprio. – Ela aponta para os caldeirões.

— Poção Esmeralda. Era isso que estava no copo? – pergunta Harry desacreditado.

— Sim. – Pansy pega o pergaminho que está em branco sobre a mesa e aponta a varinha sobre ele. – Revelio.

As anotações surgem no pergaminho.

— Nunca se sabe quem pode estar mexendo nas suas coisas. –Pansy dá a Harry um sorriso malicioso e entrega o pergaminho.

— E a outra?

— Ainda em investigação, Potter. – Ela passa por ele e pega seu jaleco cinza pendurado na mesa.

— Quanto tempo você ainda vai precisar?

— Não sei, ainda nem comecei.

Harry a observa enquanto ela veste o jaleco e pela primeira vez nota como seu traje casual, é muito mais revelador e ousado, e possivelmente mais caro torna ela mais parecida com a arrogante Parkinson que ele conheceu em Hogwarts diferentemente do jaleco que dá a impressão diferente dela.

— Me avise quando terminar. - diz após perceber que estava encarando ela demais principalmente na área do busto. – Se possível o mais rapidamente.

Pansy não responde nada e observa Harry se retirar da Comissão.

— Você não deveria estar aqui! – avisa Wilson.

— Eu estou bem. – Pansy responde secamente.

— Não, você irá para sua casa. – Wilson acena com a varinha e todos os pergaminhos, ingredientes, frascos vão sendo guardados. –Continue amanhã.

Pansy aceita porque não tinha humor nenhum para discutir e por isso aparata dentro do seu apartamento que fica em uma área trouxa, coisa que ela raramente faz para evitar perguntas de seus vizinhos.

O seu apartamento simples e pequeno é muito diferente da mansão de sua família que costumava a morar, mas é o suficiente por hora para ela. Pansy joga seu casaco sobre o sofá e verifica sua correspondência jogadas perto da janela, que ela sempre mantém aberta para as corujas possam jogar as cartas e como esperado novamente a carta que ela havia mandado para sua mãe retornou, a outra carta com o selo do Ministério a surpreende pela rapidez no retorno. Ela havia pedido um parecer sobre sua nova situação ao Ministério dois dias atrás, de como a fuga do seu pai teria consequências na vida dela.

A prisão de seu pai obrigou Pansy a fazer planejamentos e uns deles era ir morar na América e recomeçar sua vida lá, no entanto com a fortuna da família “congelada” e os bens confiscados pelo Ministério ela não tem muita escolha. Com toda coragem ela voltou para Hogwarts e se aperfeiçoou em poções e com a ajuda de Horácio Slughorn que via nela talento conseguiu uma vaga para ser mestre de poções já que ele queria se aposentar, na qual Minerva Mcgonagall a contratou relutante, talvez pelo feito de Parkinson no dia da Batalha, mas após sua vaga ser anunciada milhares e milhares de cartas de pais chegaram ao escritório de McGonagall exigindo a demissão da senhorita Parkinson, pois segundo eles não queria seus filhos perto de Comensais da Morte.

Infelizmente, ela acabou perdendo o emprego, mais tarde com a indicação de Horácio, Pansy conseguiu um emprego na recém formada Comissão de Poções onde ela está até hoje. Isso a alegrou quando ela obteve o emprego, pois seria muito mais fácil conseguir um emprego na MACUSA com a indicação de um funcionário do Ministério.

De qualquer forma, Pansy não irá para América tão cedo, pois de acordo com o Ministério ela não poderá deixar o país por causa das circunstâncias atuais e sendo ela parente de um fugitivo é necessário sua presença para fins investigativos.

Pansy incendeia as duas cartas com a varinha, América seria um recomeço longe do histórico de Comensais e Lorde das trevas e são os mesmo que a mantém presa na Inglaterra. Não tendo muito o que fazer sobre sua situação ela tira vários pergaminhos de sua bolsa, enche um copo com Firewhisky, se senta em sua mesa e começa a trabalhar, visto que ficar se lamentando das circunstâncias não irá resolver absolutamente nada.

Largo Grimmauld, nº 12

Harry estava olhando para anotações da Parkinson a mais de uma hora e até o momento não havia encontrado lógica na situação, não havia hipótese alguma que Dawlish bebesse a poção Esmeralda sem ser forçado.

Só a lembrança da poção traz arrepios a Harry, a forma como Dumbledore ficou após beber a poção Esmeralda era horrível suas súplicas e a dor que ele sentiu ainda estão vívidas em sua mente e isso o leva a pensar o que que Dawlish passou antes de morrer.

Harry ficava rondando as informações em sua mente para encontrar uma solução para o caso, sabendo ele que a poção Esmeralda não mata só causa dor extrema e sede, mas sem as outras peças não tinha nenhuma forma de montar esse quebra-cabeça. O barulho da rede flu o tira de seus pensamentos.

— Harry, está ocupado? – o rosto de Hermione surge no fogo.

— Não, realmente.

Harry libera a passagem para Hermione e guarda os arquivos e o relatório.

— Olá, Harry. – Hermione surge da lareira limpando as vestes.

— Olá, qual o motivo da sua visita? – pergunta oferecendo para que ela se sente.

— Gostaria de falar com você sobre o projeto Lua Nova.

— Bem que Rony me avisou que viria falar comigo sobre isso. – suspira Harry desanimado.

— Olha, eu até aceitei a sua recusa em participar do F.A.L.E. ,mas dessa vez, eu estou te obrigando a participar. -  determina Hermione. – Eu até já falei com Andrômeda sobre isso.

Harry olha para sua amiga e vê a determinação em seus olhos e sabe que dessa vez não terá escapatória.

— Por que você precisa mesmo da minha aprovação? – questiona Harry ainda não entendendo o porquê dela precisar de sua ajuda já que ela havia conseguido a aprovação do F.A.L.E sem apoio nenhum dele.

— Porque precisamos de visibilidade e publicidade, as pessoas não confiam em lobisomens para deixá-los trabalhar e estudar com bruxos, o que é completamente necessário agora que há muitas de vítimas do Fenrir Greyback. – Hermione pega em sua bolsa um pergaminho. – Além de ser sua obrigação por causa do Ted.

— Mas Ted não tem licantropia.

— Ele era filho de um que tinha licantropia.

Harry ama muito o seu afilhado para recusar e além disso, ele deveria fazer isso pela memória de Remo Lupin.  

— Tudo bem. – concorda Harry.

— Obrigada. – Hermione dá a ele o pergaminho. –Aqui estão a proposta. Fique com elas mesmo que você não irá ler.

— Quem disse que eu não iria ler? – defende Harry.

Hermione dá um olhar para Harry.

— Você tem toda razão, eu não vou ler. Mas em minha defesa eu tenho uma investigação ocorrendo.

— Rony está esgotado de coisas para fazer também, eu disse para ele que depois de um tempo ele vai ter que escolher entre a loja e o aurores.

— Você poderia dar a ele um vira-tempo quem sabe assim ele consiga trabalhar nos dois empregos. – Harry e Hermione sorriem com a brincadeira.

— Talvez eu dê a ele de natal. –brinca Hermione se levantando. – Não se esqueça do baile beneficente de natal, podemos conseguir muito apoiadores.

Hermione some entre as chamas verdes. Harry olha para o pergaminho em sua mão e suspira de cansaço, haveria muitas coisas para fazer e até um certo ponto isso anima ele que não precisaria ir dormir e retornar aos seus pesadelos e quando dormisse estaria esgotado demais para sonhar.

 

 

Há alguma coisa ao lado fora como todas as noites ele podia sentir isso, mesmo com todas as proteções sobre a casa ele não se sentia seguro. A varinha firme em sua mão e com a mente preparada para um ataque, quem quer que fosse que estivesse o vigiando não iria pegá-lo desprevenido.

Ele foi treinado para lidar com esse tipo de situação.


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Notas finais do capítulo

- Obrigado por chegarem até aqui.

—Não desistam.



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