A maldição da Sucessão escrita por Pms


Capítulo 37
Capítulo 37: O bastardo do Potter.


Notas iniciais do capítulo

- Mais um capítulo para vocês.

— Comentem!



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Pansy Parkinson de garota traidora para assassina de trouxas.

Uma nova forma de chamá-la. Ela já tem tantos, cara de pug, traidora, vadia de comensais da morte, puta e o mais recente é a assassina de trouxas.

A revista não faz realmente justiça a sua pessoa. Ela não é uma pessoa maravilhosa, mas também não é a megera que a revista está descrevendo. Sim, ela não foi a pessoa mais legal de Hogwarts, porém seus comentários maldosos contra nascidos trouxas não podem ser taxados como as qualidades que mostravam que ela se tornaria uma assassina de trouxa no futuro. Nem uma assassina ela é.

A filha de um comensal da morte torturou diversos alunos de Hogwarts no ano que a escola foi tomada...

Pansy fecha a revista e a joga na mesa de centro. Ela não deveria estar lendo esse lixo de revista, uma que ninguém conhece. A revista de moda bruxa da estação merece muito mais a sua atenção e a revista de coisas para pequenos bruxos.

O Largo Grimmauld está se tornando sufocante a cada dia. Ela já memorizou a localização das fissuras no papel de parede, onde a poeira costuma a se acumular e o local onde havia maldições e bichos papões que foram retirados. Até decorou as ofensas e xingamentos que o quadro da senhora Black costuma a lançar toda vez que o Potter esbarra nela.

Ela nunca pensou que sentiria falta do seu trabalho no Ministério, mas é o que ela está sentindo. Se o tédio se prolongar por muito mais tempo, talvez ela até chegue a sentir falta da pousada trouxa.

Pansy se ergue com cautela da posição deitada do sofá para verificar as horas e o tempo que Monstro está demorando. Desde que foi lançada contra parede ela vem tendo dores em suas costas.

— Aí! – murmura ela ao sentir a pontada em sua lombar quando se inclina para pegar o seu chá em cima da mesa, sua mão instantaneamente vai para a região ao osso púbico.

Ela retira a mão do local quando escuta o estralo de aparatação que indica o retorno de Monstro com o convidado.

— Senhorita, Monstro trouxe o convidado. – avisa Monstro adentrando a sala de estar. – E Monstro já entregou sua mensagem para a curandeira.

— Obrigado, Monstro. – agradece ela agarrando sua xícara de chá. – Traga firewhiskey para o nosso convidado.

— Não sabia que a casa Black ficava numa área cheia de bruxos. – comenta o homem roucamente entrando atrás de Monstro.

— Depois que Potter se mudou para cá, todos os bruxos quiseram se mudar para o mesmo local. – diz ela indicando para que ele tome o lugar no sofá ao oposto do dela. – Olá, tio. Com vai a família?

— Olá, sobrinha. Estão bem. – cumprimenta o homem sentando. – É incrível como você está cada vez mais parecida com a sua mãe.

Pansy cruza as pernas levando a xícara a boca para esconder suas feições. Martin Leroy, irmão caçula de sua mãe, o advogado tanto da família Leroy e Parkinson, é conhecido por seus comentários diretos e indesejados.

— Antes de começarmos. – Ele agarra sua maleta e retira um envelope. – Sei que será de completa inutilidade considerando a lei aprovada. Mas acho que você deve saber que Theodor Nott te colocou  no testamento.

Ele ergue o envelope para ela. Pansy não sabia que estava no testamento de Theo, ele nunca disse nada a respeito.

— Mas você não terá direito a nada do que está escrito, ao não ser é claro que  tenha algo que queira me contar. - ele acena com a cabeça para a barriga dela.

Ela já esperava isso.

— Então, você já sabe. – pega Pansy o envelope.

— Eu sou o advogado da família, nada passa por mim.  E com a lei dos bens para o bem a necessidade de herdeiros agora é uma urgência.

Pansy encara o envelope sem ter coragem de abrir. Lê o que está escrito só a relembrará o quanto ela fracassou com Theo.  

— Então? – começa seu tio. – A criança no seu ventre é um herdeiro Nott?

— Minha vida estaria bem mais fácil se fosse. – suspira ela colocando de lado o envelope. – Mas não posso declarar que é, mesmo que quisesse.

— Não me diga que o pai da criança é pobre. – replica ele com desgosto. – Ou pior, um trouxa. Porque se você quer mais formas de decepcionar sua mãe e manchar ainda mais seu nome, esse é o caminho.

Pansy se remexe no sofá abandonando a xícara de chá tentando achar uma posição confortável. É impressionante como irmãos tendem a ser parecidos mesmo estando longe um do outro, seu tio é a cópia de sua mãe na versão masculina.

— E nesse caso seria melhor você dizer que é filho do Nott, acho que ninguém vai se opor a isso. Não agora, pelo menos. – acrescenta ele. – Você tem testemunhas do seu relacionamento com ele e com o pai morto não teremos testes de paternidade.

— Eu não posso dizer que é o filho do Nott. – corta Pansy. – O tempo é meu inimigo.

— O tempo é inimigo de todos.

Monstro entra com o copo de whiskey.

— Obrigado, Monstro. – agradece ela assistindo seu tio bebericar um pouco o whiskey.

Ela morde o lábio antes de perguntar:

 – Você já falou com minha mãe?

Martin, seu tio, engole sua bebida em um só gole e torce um pouco o lábio.

— Você tentou fazer o acordo com o Potter? – desvia ele de assunto.

— Sim, ele não aceitou. – ela joga o braço em cima do sofá para apoiar a cabeça em uma das mãos. – Eu já esperava isso.

— Sem problema. – Martim gira o gelo em seu copo. – Você foi inocentada hoje. Agora não tem mais nada do que se preocupar. É claro, se você não inventar de repetir o que fez com o seu pai.

Pansy congela a mão que passava sem interesse em seu cabelo.

— Obrigado pela sua grande ajuda, tio. – levanta ela do sofá. - Agora pode voltar para a esposa que te odeia.

Martin solta um risada erguendo as mãos em rendição.

— Calma, Pansy. – fala ele. - Saiba que eu acho que você fez o certo, sua mãe não aguentaria um segundo em Azkaban. E tinhas muitas provas contra seu pai e ela. Por mais que não tenha sido um dos planos mais inteligentes denunciar o seu pai. O acordo foi a melhor opção.

Pansy se recusa a olhar para ele.

— Família, nome, dinheiro é tudo o que temos e sempre foi assim. – afirma ele. – Mas nem sempre conseguimos proteger tudo.

 “Isso é mentira! Meus pais nunca estiveram envolvidos com o Lorde das trevas.”

“Senhorita Parkinson, haverá uma investigação e se seus pais estiverem envolvidos eles irão para Azkaban por muito tempo e já temos testemunhas. - Gladstone declarou e estava prestes a sair da sala de interrogatório quando disse com as costas virada para ela. - Mas saiba que se seu pai confessar ou alguém próximo a ele puder testemunhar, um acordo pode ser feito.”

As palavras ditas por Billy Gladstone naquele dia ainda parecem ser uma memória recente. No dia que ela teve que prestar depoimento, como todos os outros alunos de Hogwarts que estavam estudando quando a escola foi tomada por Comensais da morte. Gladstone a manipulou para que ela fizesse a pior burrice de sua vida.

“Que tipo de acordo?”

Ela não dirá para Draco que contou os detalhes sobre as coisas que sabia que Lúcio Malfoy havia feito, ela nunca irá assumir que deu informações sobre quem viu na companhia de seu pai. Ela não vai revelar que quando contou sobre o que seu pai fazia, aliviou o relato tanto de sua mãe quanto o dele. Ela não vai enaltecer a forma que conseguiu livrar seus pais de uma prisão perpétua em Azkaban.

Pansy não sabe realmente como Gladstone se beneficiou sobre o que ela disse, já que Lúcio Malfoy não está preso em Azkaban. Na verdade, ela não quer saber.

O que está feito, está feito.

— Você está acompanhando os protestos contra a lei? – pergunta seu tio.

— Estou acompanhando pelos jornais. – senta ela na ponta do sofá olhando para os pés descalços.

— Isso, você deve dar atenção. – aconselha ele. – Esses protestos podem definir o nosso futuro no mundo bruxo. O futuro de sua herança e o futuro da criança que você espera. Essa criança é o futuro da família Parkinson e seus bens.

Pansy não entende a razão que a leva a cobrir seu estômago com as mãos. Ela só sente que a forma que seu tio cita a criança dentro dela a faz sentir que deve protegê-la, mantê-la segura de tanta expectativa de ser um herdeiro que está sendo depositada nela. É uma responsabilidade muito grande para um ser muito pequeno.

— Eu tenho que ir. – Martim se levanta colocando o copo na mesa e logo em seguida uma carta. – A carta é de sua mãe.

Pansy permanece sentada no sofá olhando para a carta quando seu tio se vai.

Faz cinco dias que escreveu e pediu que Monstro enviasse a carta para a sua mãe, sem que Potter soubesse. Ela se preparou para o silêncio interminável como tem sido, não para as respostas duras que a carta com toda certeza terá.

A pontada atingindo novamente agora sua barriga dá a impressão que a criança que cresce dentro de si sente que a carta se trata dela.

— Monstro! – grita Pansy. – Traga a curandeira aqui.

Ela não vai ler isso agora.

 

 

— Você pode me explicar o que vem sentindo? – pergunta a curandeira idosa de cabelos cinza erguendo a blusa do seu pijama. A curandeira a conhece desde de seu nascimento e esteve presente em todas as gravidezes da sua mãe.

Pansy abaixa a revista Pequenos bruxos do seu rosto.

— Eu venho sentindo dor nas costas alguns dias e comecei a sentir umas cólicas que vêm e vão. – conta ela observando a bruxa tocar a varinha em pontos específicos de sua barriga.

A curandeira de sua maleta tira um aparelho parecido com uma mini corneta e a encosta em sua barriga com o ouvido pressionado na outra extremidade dizendo Sonorus.

— Você tem estado estressada? – pergunta ela.

Estresse é companheiro dela todos os dias.

— Os batimentos cardíacos do bebê estão acelerados. – informa a curandeira com ouvido ainda pressionado na corneta. – E devo supor que os seus também estejam.

Pansy lambe os lábios nervosamente.

— Como vai o seu controle de magia? – a curandeira guarda a corneta. – Você tem tido acidentes mágicos? Como magia não intencional? Você fez objetos se transformarem em outros objetos? Você mudou o clima ao seu redor? Colocou fogo em algo?

Pansy sempre achou que só crianças faziam magia não intencional.

— Não. – ela respira fundo e lança a pergunta. - Eu estou abortando?

 Ela tem que saber. Sua mãe abortava o tempo todo. Talvez incapacidade de sustentar uma gravidez seja hereditário. Ela espera que não seja.

A curandeira a olha seriamente e Pansy quase sente em seu íntimo uma onda de tristeza se formando.

— O seu útero está crescendo e se expandindo. – explica a curandeira. – Para se adaptar ao tamanho do bebê. Dores fracas são comuns, só se preocupe se houver sangramento e dores muito fortes.

Um alívio passa pelo seu corpo. Ela não é igual a sua mãe.

— O que me preocupa são os batimentos acelerados seu e do bebê. – revela a curandeira. – Quero que se vigie por conta do estresse e continue tomando as poções.

Pansy assenti.

— Você quer saber o sexo?

— Sim. – responde com expectativa.

A curandeira coloca um óculos redondo com as lentes pretas sob os olhos e em movimentos circulares ela passa a varinha entorno de sua barriga sussurrando algo incompreensível. Após alguns segundos, ela leva a varinha para cima produzindo da ponta da varinha uma linha brilhante. A linha balança de forma pendular para frente e para trás.

— É um menino.

Um menino.

— Quero que continue tomando as poções e controle o estresse. – orienta a curandeira acenando com a varinha para guardar seus pertences. – E nada de atividades estimulantes. Se algo mudar não hesite em me chamar.

Pansy se senta na cama abaixando sua blusa do pijama.

— Então, ele está bem? – pergunta ela.

— Sim, ele está com o tamanho ideal e peso esperado. – a curandeira para na porta. – Precisa de mais alguma coisa?

— Não. – nega ela.

A curandeira se retira e Pansy se levanta da cama para se colocar em frente ao espelho de corpo inteiro. Ela se olha no reflexo, especificamente encarando a curva de seu estômago.

Muita coisa aconteceu em um período muito pequeno de tempo. Ela enfeitiçaria qualquer um que dissesse para a versão dela de um ano atrás que estaria carregando um filho do Potter.

Pansy não pode dizer que aceitou a ideia de ter um filho com facilidade e rapidez, quando começou a pensar em um futuro com uma criança, Blásio Zabini surgiu com uma máscara de Comensal da morte e ela foi enquadrada como suspeita de assassinato. Essa situação a fez duvidar do quanto ela poderia querer ter uma criança.

Ela não sentiu o transbordamento de amor a qual havia ouvido. Seu histórico passado não é algo de se admirar. E sua vida entrou em um colapso entre perseguição e ameaças de morte.

E o pensamento crítico sobre si mesmo abarrotou sua mente. Será que ela é igual sua mãe? Será que ela está destinando um futuro de rejeição para a criança? O que torna uma mulher uma mãe? Ela tem o que é necessário para ser uma mãe? Ela será uma boa mãe?

Os fatos são que ela está dando um herdeiro para sua família, a linhagem Parkinson continuará. A criança terá uma vida confortável com a herança do mundo bruxo.

Mas será que ter um filho se resume a isso?

Ela já ouviu entre bruxas que ter um filho é o ato de amor entre um casal. Ela e Potter não são um casal. Outras, dizem que é o desejo de amar alguém que veio de você. Como amar alguém que você ainda não conhece?

Somente agora ela está começando a dar um rosto ao seu filho. Um rosto de um menino de olhos extraordinariamente verdes e cabelos negros impossíveis de arrumar. Um menino parecido ao que ela viu aos seus onze anos.

Um menino que precisará dela para tudo. É para esse menino que ela se tornará a coisa mais importante. Seu filho.

 Ela ouve passos pesados e fecha o robe sobre o estômago.

— Por que você não me avisou que estava sentindo dor? – Harry pergunta abrindo a porta.

Monstro pode gostar muito dela, contudo, a lealdade dele permanece com Harry, seu senhor. Se Potter ordenou que ficasse informado sobre as visitas da curandeira, Monstro não irá deixar de seguir as ordens dele.

— Não sabe bater, Potter. – reclama ela fazendo o laço do robe.

— O que aconteceu? – direciona Harry o olhar ao estômago dela.

— Eu só tive umas dores fracas, mas agora está tudo bem. – brinca ela com o laço do robe tentando passar despreocupação.

Harry suspira fundo. Ele arruma os óculos e se senta na cama dela. Sua aparência está desleixada e cansada, ele necessita de horas de sono e se barbear, na verdade, ele precisa aprender a se barbear da maneira correta sem que ocorra derramamento de sangue no processo ou que a barba fique desalinhada.

Pansy estava em seu modo agressivo – passivo com Potter, quando ocorreu o incidente com a faca. Ela levou aproximadamente três minutos para pensar em um plano após ouvir o berro de Potter. A horrível lembrança da pousava refletiu em sua mente ao ouvir ele gritar. Se alguém tivesse invadido casa atrás dela, ela sabia que Potter com seu complexo de herói e seu orgulho o levaria a morte, já que ele não escolheria fugir como primeira opção.

Não era primeira vez que ele tinha um pesadelo, mas nenhum da qual ela ouviu era parecido com o berro que ele deu. Pode ter levado segundos do momento que ela o acertou com a faca e ele a jogou contra a parede, porém foi suficiente para ela ver o medo e o temor em seus olhos verdes. Então, algo sobre a raiva que estava sentindo dele mudou.

Ela não sabe o que mudou, mas a partir daquele dia procurou tornar a convivência melhor. Parou de tentar ferir ele com palavras, algo que ela trabalha desde de Hogwarts, quando ainda ele era o garoto desajeitado. O menino cicatriz, o menino tenho vozes na minha cabeça entre outros apelidos que ela e Draco criavam para ridicularizar ele.

Ele não é mais esse garoto, ela enxerga isso, agora ele é um homem.

Os ombros largos, as feições mais ásperas, um pomo de adão mais evidente e uma voz que toma o espaço são evidências dessa mudança. Contudo, é difícil para ela desassociar o menino do homem que está em sua frente.

As duas versão se entrelaçam, como na manhã que o pegou se barbeando no banheiro. Ela deixou seu olhar se mover para sua figura vestida com um pijama simples de mangas compridas que se prendiam ao seu braço pelos movimentos dele. Ela acompanhou a lâmina passar perto de uma cicatriz que ele tem abaixo da mandíbula, uma cicatriz que ela beijou e gostaria de beijar novamente.

Então, uma linha de sangue escorreu pelo pescoço dele e os lábios dela se ergueram em um sorriso pela forma como a reação dele foi idêntica à de um menino que estava aprendendo a se barbear.

A boca de Pansy fica seca quando se perde na memória daquela manhã. Ela não percebe que está encarando ele até ouvir:

 - O seu advogado já deve ter te falado sobre você ter sido inocentada, mas você ainda será mantida sob minha custódia para sua proteção. Se caso for provado que era Zabini que estava te ameaçando, você será livre. Mas é melhor esperar a audiência antes de qualquer coisa.

Pansy volta-se para o espelho sentindo suas bochechas ruborizarem.

— Audiência? – estranha ela. - Draco confessou ter matado Blásio. Por que ele teria direito ao um audiência?

— A audiência de redução de sentença. – explica Harry. - Será em Setembro se não me engano.

Ela não deve olhar para ele dessa forma, não quando ele pertence a outra mulher. Ela está ciente que o Potter e a Weasley brigaram. Ele nunca foi discreto e beber uma garrafa inteira de firewhiskey sozinho, enquanto encarava a foto dele e de Gina Weasley sorrindo um para outro no escritório foi visivelmente explicativo.

Pansy prevê que todo o drama de Potter é exagerado, ele voltará para a Weasley. Os dois parecem ser um complemento do outro, cheios de coragem, atos heroicos e quadribol. Além disso, Gina Weasley é inteligente o suficiente para querer o pai do filho perto dela, principalmente se o pai é Harry Potter, o salvador do mundo bruxo.

O conhecimento que Gina Weasley gostava de Harry Potter veio para Pansy antes de provavelmente chegar nele. As olhadas discretas e prolongadas da Weasley não passou despercebido por Pansy em Hogwarts, olhares que quase todas a mulheres bruxas lançam hoje em dia para ele, porém, atualmente são olhares de desejo.

Olhar que provavelmente ela lançou para ele.

Ela se sentiu traída, como mulher e como bruxa. Ser a outra, amante, é algo que Pansy não admiti ser. A raiva que tomou conta de si quando percebeu que Harry Potter havia tornado ela a amante foi difícil de ignorar, estando ela ainda grávida dele. Ela não se importava em ser o segredo dele, com tanto que ela não fosse o caso extraconjugal dele.

Ela preza muito por si e tem muita estima para ser tachada como amante. Ela é herdeira de uma fortuna, carrega um nome importante e é dotada de beleza. Ela nasceu para ser uma esposa, senhora de sua casa.

Sim, ela é presunçosa e arrogante.

Se ela não fosse isso, seria esmagada facilmente pelos outros.

Ela não vai ser a amante voluntariamente, como também não deixará o Ministério pegar o que pertence à ela. Mesmo que ela sinta seu corpo esquentar quando ele está perto ou quando ele a toca, quando ele a olha.

Exatamente ao que ele está fazendo.

Pansy simula não ver Harry acompanhando pelo reflexo do espelho os movimentos dela, a passada de mão pelo cabelo, a arrumação da roupa que veste. O olhar dele segue de suas pernas para seus quadris, seus seios, antes de finalmente pousar em seu rosto. Um olhar que brilha em desejo.

— Quer olhar mais de perto, Potter? – implica ela cínica sorrindo maliciosamente.

Harry pego desprevenido desvia o rosto.

— Não há nada que eu já não tenha visto, Parkinson. – murmura ele olhando para as mãos.

— Então, por que estava olhando? - arqueia uma sobrancelha olhando para ele pelo reflexo.

— Você conseguiu descobrir o sexo do bebê? – ignora ele.

— Preferência? – retorna ela.

— Não, só estou perguntando porque quando Gina estava grávida ela descobriu cedo.

Ele não deveria ter dito isso.

Pode parecer inofensivo o comentário dele, mas o comentário a faz  constatar uma coisa friamente.

 Segundo filho. Ela está grávida do segundo filho de Harry Potter, o segundo menino dele.

Gina Weasley é a mãe do primeiro filho dele, é a primeira mulher dele. Tudo do que Pansy está vivendo, ele viveu primeiramente com a Weasley.

— Então, você já sabe se um menino ou uma menina? – repete ele.

É isso o que ela é para ele, a outra, a segunda, a amante. Quando ela for liberada da custódia será isso que será para Potter. A segunda mulher que ele visitará quando não estiver com a Weasley, foi isso que ela estava sendo, a reserva que jogou enquanto a jogadora principal não estava jogando.

— Não.

Pansy não irá contar para ele. Ela quer deixar algo só para si. Estar acima dele pelo menos só nesse assunto.

Ela pode ser a segunda para ele, mas seu filho não será o segundo. Ele será o primeiro para ela.

Pansy Parkinson pode ser a amante, a outra. Mas seu filho não será o bastardo de Harry Potter.

— Quando descobrir me conte. – ele se levanta da cama e caminha para a porta.

Ele está quase saindo do cômodo quando algo o faz parar.

— Eu já estava me esquecendo. – diz ele levando a mão ao bolso do casaco. – Agora que você não é mais investigada, eu posso pedir isso.

Pansy demora para se virar em sua direção. Ela não quer encarar ele.

— Do que se trata isso? – aponta ela para a carta estendida.

— É sobre uma investigação. – Harry entrega a carta para ela. – Eu quero saber se é possível alguém que não seja da família pegar o bens dos bancos estrangeiros?

Ao abrir Pansy vê uma mensagem sobre os bens dos Black e uma assinatura unicamente com a letra A.

— E também quero saber o quanto você sabe sobre a fuga de Azkaban?

—  O que isso, Potter? – questiona ela.

Ele está pedindo ajuda dela ou tentando encontrar novas formas de tentar aprisiona-la?

— Isso não é uma tentativa de encontrar coisas para te acusar. – esclarece ele como tivesse lido sua mente. – Eu quero sua ajuda com isso, porque eu não estou confiando no que o Ministério diz. Essa carta foi endereçada para o Gladstone, confirmei isso com a Debbie. Pensei que fosse da Astória Malfoy já que o Malfoy é um dos herdeiros Black, mas ele disse que não pode herdar a fortuna enquanto a Andrômeda Tonks estiver viva, nem a mãe dele. Você sabe se ele está mentindo?

Pansy analisa a escrita da carta.

— Perguntei para Andrômeda sobre esses bens, ela disse que não fazia ideia. Também, ela foi deserdada da família Black, não tem direito a nada. – continua Harry. – Você pode me dizer como funciona o sistema de herança?     

— Espere, Harry Potter, salvador do mundo bruxo, o chefe queridinho dos aurores está investigando o Ministério estando dentro do Ministério. - zomba ela. - Pensei que gostasse do Ministério? Aliás, você é o Ministério.

Harry solta uma bufada de ar impaciente.

— Parkinson, eu tenho que voltar para o trabalho. – exige ele.

— Não tenha pressa, Potter. – replica ela. - Eu vou estar aqui quando você voltar.

Ela ainda vai estar.


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Notas finais do capítulo

- Perdoem se houver algum erro.



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