A maldição da Sucessão escrita por Pms


Capítulo 23
Capítulo 23: A pousada do campo mágico.


Notas iniciais do capítulo

- Mais um capítulo para vocês!

— Me desculpem qualquer erro. Eu releio várias vezes e mesmo assim alguns erros escapam.

— Comentem!



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Ele é um cretino!

O céu tomou uma coloração acinzentada dando um lembrete que o inverno ainda permanecia, como se as ruas vazias, o vento gelado e as gotas da chuva não fossem indicativos suficiente de qual das estações pairava sobre o céu da Inglaterra, a estação marcada com neve, guarda-chuvas e solidão.

O som da chuva, as gotas geladas caindo sobre seu corpo quente e ofegante não tiraram a determinação dela enquanto andava firmemente em direção a grande mansão, alguns passos a sua frente. Ela podia usar a varinha para se proteger das gotas da chuva e do vento gelado, mas nada importava mais do que ir até lá.

Não importava se ela estivesse toda molhada, não importava se fosse tarde para uma visita, não importava se ela não era bem – vinda.

Os avisos sonoros anunciaram a sua chegada, e sem hesitar ela acenou com sua varinha e passou pelas grades do grande portão. É claro que ele lhe daria a permissão de passagem, ele permite porque precisa dela e sempre dará passagem livre para sua mansão, seu círculo de amigos, seu corpo, mas nunca seu coração.

 A Mansão Malfoy poderia ser sombria em todos os cômodos, com suas paredes escuras e móveis envernizados, mas mesmo assim, em um certo momento ela já havia se sentido bem em estar ali, olhando para o jardim bem cuidado e uniforme em cores que a fazia se recordar do tempo em que tudo estava sobre controle, onde suas preocupações eram suas roupas e Hogwarts.

A enorme porta da frente se abriu ao ela se aproximar da entrada, diante disso, ela esperou se deparar com um elfo doméstico que a levaria até o jardim e lhe ofereceria chá e biscoitos enquanto esperaria ele vir até ela e lhe dar um sorriso, o que ela retribuiria por estar feliz em vê-lo novamente, por ter pelo menos alguém que entenderia o que ela estava passando. Para que depois, o gosto do chá se tornasse amargo, as flores do jardim murcharem e a sensação de alívio se tornar a dor de ver os cabelos loiros dourados compridos serem tocados pela mão que um dia a tocou, ver sorriso frio se tornar um sorriso brilhoso e perceber que havia sido substituída.

— Pansy?

A imagem de Draco vestido em um roupão de veludo confrontou ao que se passou em sua mente nos segundos que Pansy caminhou até a porta.

— O que faz aqui? – perguntou Draco parecendo preocupado.

— Você enfeitiçou o Theo?

A sua pergunta não foi respondida antes dos avisos sonoros começarem a apitarem novamente anunciando outra chegada que não se fez presente nos segundos que o barulho ecoou.

Os dois congelaram no lugar e olhavam com as varinhas em mãos para o horizonte esperando uma silhueta caminhar até eles sobre a chuva forte.

— Draco? – uma voz feminina chamou atrás de dele. – O que...

O restante da fala foi interrompida por algo que despescou do céu e atingiu o chão de concreto produzindo um som molhado e oco metros antes da porta de entrada fazendo Pansy e Draco saltarem para trás e apontaram suas varinhas. Com cautela e varinhas em punhos eles se aproximaram ao que parecia ser um animal preto agonizando e gorgolejando em engasgo.

Os joelhos de Pansy encontraram o concreto molhado quando ela caiu sobre eles ao identificar o animal que produzia o som agonizante. A chuva havia limpado a sujeira de seu rosto esquelético deixando suas cicatrizes e suas veias visíveis, seus dentes podres foram cobertos pelo sangue cuspido pela tosse e seus olhos encaram uma última vez seus dois amigos antes de fixarem no vazio, Gregório Goyle está morto.

Pansy pula na cama ofegante e piscando os olhos para se acostumarem com a luz que reflete entre as cortinas e observa o ambiente do quarto onde está. As paredes pintadas de verde pistache incomoda sua visão e o ruído do aspirador de pó no corredor é um barulho alto ecoando em sua cabeça. O som do corpo se chocando contra o chão, os gemidos agonizantes, o sangue cuspido, olhar da morte, o pijama molhado grudando em seu corpo dá a sensação que estivesse tocando no corpo gélido e úmido de Greg Goyle e tudo começa a girar oscilante e uma onda de náusea a atinge.

 - Desculpe, eu te acordei? – a voz soa distante quando Pansy abre a porta do quarto e corre para o banheiro do corredor.

Pansy agradece imensamente quando não há ninguém no banheiro. Ela se ajoelha rapidamente no vaso sanitário e tosse despejando o que estivesse em seu estômago.

— Você está bem? – a voz está perto agora e há mãos segurando o seu cabelo crescido na altura dos ombros.

Pansy acena com a cabeça respirando pesadamente com olhos fechados desejando que tudo parasse de girar e que Greg sumisse de seus pensamentos. Há barulho de água escorrendo e então um copo surge em sua frente.  

— Eu peguei a água daqui da pia mesmo. – avisa Grace.

Grace, a moradora, empregada e dona da pousada juntamente com a mãe e a avó, foi a primeira pessoa que Pansy teve contato na pousada trouxa. Seus grandes olhos verdes são brilhantes e radiam alegria, seu cabelo comprido castanho avermelhado é uma combinação graciosa para torná-la a personificação de graça.

— Obrigada. – agradece Pansy devolvendo com a mão trêmula.

— Vou fazer um chá de boldo para você. – Grace pega o copo. – Sei que você vai detestar, mas é bom para o estômago.

Pansy demora um pouco para levantar a cabeça da borda do vaso depois que Grace se retira do banheiro. Ela se sente nojenta e pegajosa e com força nenhuma para levantar do chão do banheiro e enfrentar o dia.

A ameaça fora cumprida, Greg está morto. Nós seremos os próximos.

 O tormento dos seus últimos dias, a prova que quem estivesse por trás da foto ou da entrega sinistra não estava blefando, caiu literalmente do céu.

Após o corpo de Greg despencar do céu sob seus pés, ficou perfeitamente claro que aquilo era um aviso e que os próximos seriam eles. Draco que mesmo abalado em ver seu amigo de infância morto sob seus olhos não hesitou em pensar na fuga o mais rápido possível. Pansy que não tinha condição nenhuma para pensar numa alternativa melhor só seguiu suas ordens de voltar para casa e pegar algumas roupas e se encontrarem na estação de trem de Londres.

A sua volta para o apartamento foi a parte mais assustadora para ela, mesmo que ela tivesse aparatado dentro do apartamento. A noção que seu amigo despencou do céu e que talvez ela seria a próxima a deixou desorientada, a sua desorientação era tanta que ela tropeçou em seus próprios pés e caiu sobre a penteadeira se perfurando nos cacos de vidros do espelho no chão do quarto.

Ela levou minutos para pegar a chave da mansão Parkinson atrás do quadro de flores, os documentos e pergaminhos importantes embaixo do colchão. Seu estado perturbado era tão forte que ela nem notou que fez tudo sem usar a varinha, porém num segundo de lucidez ela teve a ideia de mudar a aparência para o caso de perseguição. Com a roupa mudada, cabelos loiros e compridos na altura dos ombros e um cachecol para cobrir pelo menos a metade de seu rosto e uma única bolsa ela se encontrou num trem com o destino para Old Hunstanton, uma vila e freguesia no condado inglês no norte de Norfolk junto com Draco e Astória.

Do conjunto de piadas mais sem graça que Pansy havia ouvido, buscar refúgio na Pousada do campo mágico, foi uma delas. Na primeira impressão, ela achou completamente idiota usar como esconderijo um lugar que certamente estaria cheio de bruxos e bruxas que os reconheceriam, isso, se realmente houvesse qualquer pessoa ou criatura mágica num lugar que se auto intitula ser mágico.

A Pousada do campo mágico pode ser uma sala de Adivinhação de Hogwarts e ao mesmo tempo pode ser usada para a aula de Herbologia pela quantidade de plantas espalhadas pela casa. A casa só com dois andares é abarrotado com móveis de diversas cores e modelos e vários quadros presos na parede, os tapetes no chão e as cores das paredes não tem uma lógica de combinação ou padrão, tudo parece estar livre sem qualquer regra pré-determinada. Em alguns cômodos da casa é possível ser encontrado xícaras de chá, baralhos esfarrapados, tocos de velas, bolas de cristal e enfeites estranhos e outros itens que a deixa ainda mais semelhante com a sala de Adivinhação.

Depois de se recompor com um banho, Pansy desce a escada em direção ao primeiro andar encarando os quadros e fotos presos na parede esperando que conseguiria flagrar alguns deles se mexendo.

— Aqui está. – Grace estende uma xícara quando ela entra na sala de jantar para tomar o café da manhã. – Tome isso, e depois o café.

Pansy engole o líquido amargo e quase o expele para fora.

— Eu disse que você iria odiar. – ri Grace pegando a xícara e se encaminhando para retornar para a cozinha.

Ainda que seu estômago se revire para a mesa posta do café da manhã, Pansy agarra um bolinho em formato de coração esperando que tirasse o gosto horrível da boca.

A data comemorativa do dia dos namorados havia feito uma remodelagem de temática bruxa e mística da pousada para uma decoração de corações vermelhos e flores, muitas flores. Uma combinação estranha de plantas e flores, incensos, corações, catador de sonhos, esterco e música romântica e barulho de animais se tornou bizarramente reconfortante para Pansy que estava bastante impactada com o ocorrido na Mansão Malfoy.

Uma outra piada ou ironia da vida dela, onde em qualquer projeção de vida ela acharia que estar rodeada por trouxas sem qualquer uso de magia seria mais confortável e seguro do que estar com bruxos, ainda por cima logo depois de uma data romântica tendo a companhia de Draco e Astória, trouxas e desgostosa recordação da discussão com Potter. Pensando por um lado, o gosto amargo não venha do chá.

— Bom dia! – cumprimenta Daphne saindo da área da cozinha segurando duas cestas feitas de palha. – Grace me disse que você passou mal.

— Estou bem. – responde Pansy mastigando o bolinho e servindo de um pouco de suco de laranja.

Daphne Greengrass foi a segunda inesperada pessoa que Pansy encontrou na pousada. De início, ela mal reconheceu a garota loira vestida com um casaco de lã brega e uma calça de algodão cinza que veio cumprimentá-la com um abraço. A garota que Pansy costumava brincar de bonecas e dividir as roupas e a cama em Hogwarts não parece a mesma garota que está diante dela vestindo uma camiseta xadrez, jeans e botas de plástico vermelhas.

— Que tal você me ajudar a colher algumas coisas. – oferece Daphne erguendo uma cesta para ela. – Tomar um ar fresco ajuda.

Pansy termina de tomar seu suco e juntas partem para o exterior da Pousada.

A fachada da Pousada é rústica e envelhecida, o sol frio de inverno e as árvores sem folhas e flores e a grama cinza dá a ilusão que o lugar está abandonado e nada se assemelha com a grande foto pendurada na sala de estar, que se destaca nas cores das diversas flores e o verde brilhante das árvores em contraste com a cor azul do céu ensolarado.

 - Seu cabelo já está voltando a cor normal. – comenta Daphne durante a caminhada para parte traseira da pousada.

 Na parte de atrás do território da pousada contêm uma extensão de campo com uma horta e um jardim de flores com uma pequena casinha de madeira para utensílios de jardinagem no canto e rodeado por uma cerca feita de troncos para impedir que os animais destruam a horta. Um pouco distante do jardim e das plantações há um curral perto do estábulo, onde estão Astória e Draco acariciando um cavalo.

— Ela está parecendo a mamãe. – aponta Daphne indicando o cabelo de Astória que com a poção de Pansy havia se tornado um castanho claro. E diferentemente do cabelo de Pansy a raiz não está começando a aparecer. – Ela também estava passando mal de manhã.

Pansy desvia olhar do casal feliz que acaricia o cavalo e acompanha Daphne para dentro da horta.

— Olha a flor com seu nome. – indica Daphne para a flores roxas que levam o mesmo nome que Pansy. – Elas são resistentes no inverno, chegam até suportar até mesmo geadas. Algumas podem ser comestíveis.

Pansy para de andar e encara Daphne de forma engraçada.

— Quem é você e o que fez com minha amiga? – zomba ela recebendo a resposta de Daphne de forma mais adulta possível, lhe mostrando a língua.  

Pansy sorri para amiga pegando a outra cesta que ela estende e sente a brisa fria da manhã e o canto dos pássaros, deixando a tranquilidade do lugar tomar conta de si. Por mais que o último lugar que ela queria estar fosse onde estivesse Draco e Astória juntos rodeados de corações, Pansy se sente em paz.

— Tori me contou sobre o Theo. – conta Daphne agachada colhendo alface sujando suas mãos com terra.

Pansy admira o campo evitando olhar Daphne.

— E agora com a morte do Greg. – continua Daphne passando para colher a rúcula. – As coisas devem estar tensas. Sei que não nos falamos há um tempo, mas se quiser conversar, eu estou aqui.

Pansy volta-se a plantações para encontrar Daphne em pé a encarando-a. Diferente de Astória que tem olhar doce, Daphne tem um olhar de seriedade, frieza e mistério, um olhar que estar muito sob ele dá a impressão que está em um interrogatório e que ela está te lendo só pelo olhar.

— O que eu realmente quero conversar é que como uma bruxa de sangue puro dos Sagrados Vinte Oito veio parar num lugar como esse? – Pansy tenta mudar o foco da conversa arrumando o alface e a rúcula nas cestas. Falar sobre Theo, Greg iria a levar a ter que citar Potter, o nome que ela não quer ver nem pintado de ouro.

Daphne bate as mãos limpando-as e observando ao redor.

— Pensei que Draco ou Astória tivesse te contato.

— Acho que esqueceram de citar esse fato. – Pansy satisfeita com seu trabalho retorna-se para Daphne. - Aliás, eles esqueceram de contar outros vários fatos.

— O resumo da história é que eu fui deserdada da família e não tenho mais a minha varinha. – relata Daphne caminhando para fora da horta. – Sem varinha e sem nome vim para Norfolk, aceitei o emprego na pousada e agora estou aqui.

Pansy não fica impressionada com a normalidade que Daphne conta o relato de sua deserção e do exílio do mundo bruxo. Daphne, entre as duas, sempre foi a mais madura e fria para as situações. 

— Por que você foi deserdada? – questiona Pansy tentando expressar indiferença também. Nada mais a surpreende, não depois da guerra. – E o que aconteceu com sua varinha?

A guerra provou vários pontos de situações que Pansy nunca pensou na possibilidade de acontecer. Entregar o próprio pai é uma delas e também a escola ser atacada, tendo a escola já sido dominada por Comensais da morte ela não viu um motivo justificável para acontecer a invasão e batalha, é claro que ela não contava que Potter iria ressurgir das sombras do desaparecimento e escolher Hogwarts para dizer que não estava morto. Daphne ser deserdada não é um fato tão inesperado já que famílias bruxas de sangue puro vem desertando membros familiares muito antes da guerra, o que a deixa realmente confusa é que motivos levariam os Greengrass a chutar uma de suas filhas perfeitas da família.

Daphne fecha o portão após Pansy passar e se encosta estudando seus próprios pés cobertos pela bota de galocha vermelha, como estivesse pensando em suas próximas palavras.

— Depois do sétimo ano, depois da batalha, eu não consegui produzir nenhum feitiço com a varinha. – relata Daphne. – Por mais que eu tentasse, eu não conseguia produzir nem a magia não- intencional era como tivesse perdido meu poder mágico. Até hoje eu não consigo, na verdade.

Daphne cruza os braços em frente ao corpo como estivesse se protegendo. Pansy reconhece esse movimento, pois ela mesma tem o hábito de fazer.

— Meus pais começaram achar que eu havia me tornado um aborto. – a voz de Daphne vacila. – Então, eu decidi que já que eu não conseguia fazer magia eu deveria deixar o mundo mágico, por isso abandonei a varinha. Fim da história.

 Daphne aperta o lábios numa tentativa de sorriso.

— Aí você escolheu trabalhar numa pousada trouxa que se chama de mágica colhendo flores e recolhendo bosta de animais. – continua Pansy brincando. – É um estilo de vida de me dar inveja!

Daphne dá um tapa de brincadeira no ombro de Pansy, antes de enroscar seu braço no dela e juntas retornarem em direção a pousada. Como em Hogwarts, as duas estão juntas fofocando e contando sobre o tempo que permaneceram separadas, brincando sobre a situações estúpidas da vida e compartilhando paixões, novas descobertas e tristezas. Pansy nem sabia que sentia falta disso, da cumplicidade, confiança e divertimento que sente ao estar perto de Daphne, é como ela estivesse caminhando no corredor de Hogwarts novamente.

— Você não quis saber o porquê de não conseguir produzir magia? – pergunta Pansy. – No St. Mungus eles devem ter uma solução para isso. Você não nasceu um aborto, o seu poder deve ainda estar aí.

— Eu acho que as aulas dos Carrow me traumatizaram. – confessa Daphne olhando para céu como pudesse ver a recordação nas nuvens. – Às vezes ainda sonho com as aulas. Posso ouvi-los gritando de dor, como posso também escutar a voz dos Carrow sussurrando no meu ouvido exigindo que eu fizesse o feitiço. Toda vez que penso em fazer magia eu os ouço e então eu travo.

Pansy prende a respiração percebendo o que Daphne estava dizendo. Ela também se lembra, dos gritos, o medo e raiva nos olhos dos alunos quando a avistavam, olhar de traição que eles lhe lançavam e até hoje ela recebe. Ela sente seu corpo todo se arrepiar e não por causa do vento gélido que circula o campo, mas por estar caindo na memória novamente esquecida por sua mente.

“Se você não fizer, eu mesmo vou lançar o feitiço nele e fazer você assistir para depois lançar em você. Em seguida, vou obrigá-la a lançar o feitiço nele com a maldição imperius, assim ele sofrerá duas vezes mais por sua covardia.”  

 A voz de Amycus Carrow, um Comensal da morte, ameaça em seu ouvido novamente.

“Agora, levante sua varinha e lance a maldição Cruciatus no sangue ruim!”

Então, Pansy está outra vez parada em frente ao aluno nascido-trouxa com a varinha levantada em sua direção preparada para lançar o feitiço. O aluno do primeiro ano a estava encarando-a aterrorizado.

— Crúcio! – tentou ela com a voz falha e tremendo. – Crúcio!

Uma risada de deboche foi ecoada na antiga sala de Defesa Contra as Artes das Trevas.

— Ela é incompetente igual ao pai. – zombou Alecto Carrow, irmã de Amycus e Comensal da morte.

— Quem sabe se falarmos para o Lorde das trevas que a filha do Parkinson é simpatizante dos sangues ruins ela consiga fazer o feitiço. – falou Amycus perto do ouvido de Pansy. – O Lorde das trevas já quer mesmo se livrar do pai dela. Ou quem sabe podemos chamar o Lorde das trevas para ensiná-la como é que se lança um feitiço digno.

— Eu posso ensiná-la, agora. – interrompeu Alecto. – CRÚCIO!

Pansy passou a noite toda chorando ouvindo os gritos de dor do menino em sua mente. E chorou ainda mais quando finalmente conseguiu lançar o feitiço em outro aluno.

Suas mãos já estavam sem circulação sanguínea pela força que ela está apertando a cesta. Ela pensou que com a retirada da memória nunca mais teria acesso sem a Penseira, porém a forma como ela pode sentir a respiração de Amycus em seu ouvido e o gemido de medo do garoto e a varinha presa na mão só prova que algumas memórias são marcantes e profundas demais para serem esquecidas, principalmente aquelas que o seu corpo todo pode se recordar.

— Pan. – chama Daphne apertando seu braço.

Pansy retorna ao presente ainda com o sentimento de estar na aula.

— O que disse? – disfarça Pansy relaxando a pressão dos dedos nas cestas.

Daphne a fita com compreensão e empatia. Muitas das vezes ela também caí na lembrança e esquece tudo ao seu redor.

— Eu nem te contei a melhor parte, eu finalmente me apaixonei. – muda Daphne o assunto percebendo que não era um bom momento para trazer traumas passados.

Pansy estagna no lugar.

— Só pode ser o fim do mundo mesmo! – exclama ela incrédula.

Enquanto Pansy falava diversas vezes em sua paixão por Draco, Daphne passava a metade do tempo da conversa falando mal dele e dizendo que era tudo bobeira.

— Uma descoberta incrível! Daphne Greengrass não tem um coração peludo. – fala Pansy citando um a expressão popular “ter um coração peludo” tirada dos Os contos de Beedle, o bardo, para descrever um bruxo ou bruxa frio ou insensível. – Quem é o sortudo?

Daphne sorri para si mesma.

— A sortuda é a Grace.

Pansy fica boquiaberta.

— Agora tudo faz sentido.

Lado a lado as duas adentram a Pousada do campo mágico que não tem mágica alguma além do nome.


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Notas finais do capítulo

- Para quem estava se perguntando onde estava Daphne, aí está ela.



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