A maldição da Sucessão escrita por Pms


Capítulo 20
Capítulo 20: A testemunha e cúmplice.


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para vocês!

— Agradeço BellyWeasley por favoritar a história. Fiquei muito feliz!!

—Estou muito feliz em conseguir chegar ao capítulo 20!!

— Comentem!



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Testemunha de acusação: Pansy Helena Parkinson.

Harry já havia relido diversas vezes somente isso. Sua mente não consegue mais prosseguir ou retornar após a quebra de expectativa que ele teve ao ler o arquivo de Midas Parkinson, o intuito de ler o arquivo era para que encontrasse um nome completamente diferente do que ele encontrou.

Lúcio Malfoy não havia entregado o pai de Pansy, ela mesma havia feito isso. Harry não sabia se estava mais decepcionado por não poder usar o fato de Draco Malfoy ser um traidor ou por estar surpreso por não ter pensado em nenhum momento na possibilidade que Pansy poderia ter feito isso. Ela havia sugerido entregar o Harry ao Lorde das trevas, não pensar na hipótese que ela faria isso com o próprio pai foi uma tremenda falta de atenção dele, porém mesmo com a prova do caráter dela no passado ele não consegue enxergar ela fazendo o mesmo com o próprio pai, Harry não significava algo para ela, já o seu pai.....

— Harry. – chama Rony batendo na porta.

— Entre. – Harry fecha o arquivo.

— Fez o que eu te pedi? – pergunta Harry enquanto Rony puxa a cadeira para sentar.

Harry havia pedido para Rony ir até a família de Gladstone com a finalidade de conseguir uma permissão para acessar os registros bancários de Gladstone em Gringotes, a fim de saber se houve algum momento um depósito alto em seu cofre. Embora fosse esse o propósito, Rony contou uma versão um pouco alterada afirmando que era para fins investigativos sobre o assassinato, o que não é completamente mentira, mas seria difícil conseguir permissão da família contando a versão toda teorizada sobre Malfoy e bens dos Black que Harry criou.

— Eu acho que alguma parte da sua teoria sobre os bens esteja certa. – fala Rony estendendo um pergaminho para Harry. – Uns anos atrás na época dos julgamentos e prisões depois da guerra foi depositado uma grande quantidade parcelada de galeões, joias e bens preciosos no cofre de Gladstone em nome de....

— Draco Malfoy. – Deduz Harry ao ler o registro bancário de Gladstone que contém o nome de Malfoy escrito várias vezes. – Ele estava pagando Gladstone.

Harry tamborila os dedos no pergaminho pensando. O depósito na conta de Gladstone pararam um ano atrás, o que o leva acreditar que talvez a dívida já devia ter sido quitada, ou talvez Malfoy não tivesse mais a possibilidade de pagar já que quase toda fortuna da família Malfoy foi apreendida ou congelada, por isso optou em pegar os bens dos Black uma vez descoberto sua existência. 

 - Você é muito bom em criar teorias! – elogia Rony depois de Harry declarar todo o seu pensamento em voz alta. – Então, Malfoy cansado da dívida escolheu matar Gladstone. Caso encerrado!

Completa Rony apontando os dedos para cima em sinal de vitória.

— Só precisamos saber o que Malfoy estava pagando. – adiciona Rony dando um tapinha na perna se levantando. – Por isso, você deve interrogar ele. E eu devo pedir com urgência que Gui me mande a respostas sobre bancos estrangeiros.

Rony caminha até a porta e para.

— Eu tinha outra coisa para falar com você, mas acabei esquecendo. – Rony dá um sorriso antes de sair. – Eu vou me lembrar.

Harry com o pergaminho de registros bancários em mãos e com o nome de Malfoy várias vezes o guia a um pensamento. Com isso, ele tira a varinha do bolso e lança:

— Accio arquivo pós-guerra Malfoy. – o arquivo saí de onde quer que esteja e levita até ele.

Harry havia descoberto essa magia no escritório acidentalmente quando convocou seu óculos, e em vez de seus círculos redondos com vidro, veio até ele um arquivo sobre venda de óculos mágicos vendidos em uma loja das trevas que cegava qualquer um que colocasse.

Harry folheia o arquivo, não sabendo muito bem o que procura, pula as partes burocráticas, passa o olhar pelas informações pessoais e então se depara com algo nos depoimentos e testemunhos:

Testemunha de defesa: Pansy Helena Parkinson.

— Por que estou surpreso?! – bufa Harry.

 

 

 

Largo Grimmauld, nº 12 

—  Fora até tarde, Potter? A noite deve ter sido boa.

Harry que estava prestes a fechar a porta quando se assusta com a voz saindo da escuridão da sala de estar. Com reflexo retardio por causa do cansaço ele agarra sua varinha do coldre para ouvir uma risada seguida de “Lumos”.

Pansy está sentada na poltrona, com as pernas cruzadas com um saco de Bombons Explosivos e a revista Witch Weekly, ambos abertos em seu colo.

Harry resmunga algo inaudível batendo a mão no interruptor acendendo o lustre do cômodo.

— Está querendo me matar?!Você quase me deu um ataque cardíaco. – Harry se joga em um dos sofás colocando seu sobretudo ao lado.

— Eu só me vinguei pela noite que invadiu o meu apartamento.  – Pansy oferece o saco aberto para ele.  – E se eu fosse te matar seria de uma forma mais divertida do que te dar um ataque cardíaco.

Harry estica o braço para pegar um bombom quando nota o saco vazio.

— Vingança por me fazer esperar. – explica ela recebendo uma carranca dele.

Harry deita a cabeça no encosto do sofá observando Pansy comendo o bombom e terminando de ler algo na revista. Ela parece estar com um bom humor o que ele agradece, ele sabe que a conversa que está preste a ter não será nada fácil, por experiência passada.

— A senhorita deseja mais alguma coisa? – pergunta Monstro surgindo do corredor num tom muito educado levitando consigo uma bandeja com dois copos de licor com chocolate.

Harry não estranha a recepção de Monstro, somente as vestes dele. Diferente da recepção fria que Monstro oferece aos seus amigos, Monstro parece estar à espera da rainha da Inglaterra vestindo um casaco formal elegante sob medida que Hermione havia dado a Harry para presentear a Monstro informando sua liberdade, é claro que Monstro nunca havia vestido o tal casaco, até agora.

— Monstro, por que você está usando esse casaco? – pergunta Harry achando hilário.

— Monstro está recebendo a convidada, senhorita Parkinson. – responde Monstro com clareza. – Monstro tem que receber convidados como a senhorita Parkinson com vestes elegantes, pois a família Parkinson é uma família amiga da família Black há anos.

Harry abre a boca em compreensão. Ele devia ter previsto isso na primeira vez que Monstro teve contato com a Pansy, a forma como seus olhos se arregalaram de admiração e aprovação ao Pansy dizer o seu sobrenome já devia ter dado a pista que Monstro iria gostar muito dela e de sua pureza de sangue.

— Monstro, pode ir dormir. – libera Harry. – Eu não irei precisar mais de você.

— Claro, Mestre. – Monstro concorda antes de dar uma reverência para Pansy e resmungar algo para Harry e aparatar.

Pansy se dirige a Harry com um sorriso malicioso.

— Seu elfo gosta mais de mim do que de você.

   - Ele gosta é do seu sangue puro. – rebate Harry tirando outra risada de Pansy.

— Eu também tinha uma elfa. – conta ela. – Minha mãe a levou com ela quando se mudou para França. O nome dela era Wylla, a forma como ela conseguia limpar a mansão em um dia era impressionante.

—  Já que você citou, por que você mora num apartamento trouxa se você tem a mansão? – Harry pergunta pegando os copos de licor de chocolate da mesa de centro que Monstro havia feito e entregando um para Pansy.

— Morar numa mansão sozinha é muito mais solitário do que morar num apartamento. – responde Pansy antes de tomar um gole do licor. – E porque você ainda mora nessa casa se poderia ter uma Mansão Potter?

— Morar numa mansão sozinho é muito mais solitário do que morar aqui. – copia Harry recebendo um bufo em resposta. - Meu padrinho deixou para mim, é o mais próximo de lar que eu posso chamar.

Harry vai preparando o terreno.

— Quando ouvia falar do grande Largo Grimmauld, a residência da família Black ficava imaginando um castelo. Depois que vi as fotos nas revistas fiquei um pouco decepcionada. – conta Pansy girando o liquido dentro do copo. – A Walburga Black deve estar se revirando no túmulo ao ter um mestiço morando na casa dela.

Harry fita pensando, a fala dela não traz um tom venenoso, o que é ótimo e preocupante, pois ele não sabe o que ela pretendia dizer com esse comentário. Assuntos delicados como preconceito, política de sangue puro, Lorde das trevas são assuntos que eles tem evitado se aprofundar o que Harry se arrepende de ter feito.

— Como vai o trabalho? – pergunta ela.

— Cansativo. – responde Harry dando um longo suspiro. – Nunca pensei que a papelada pudesse me cansar mais do que caçar um assassino.

— Você é Harry Potter, mande alguém fazer a papelada por você. – declara Pansy casualmente.

Harry a encara abismado como ela realmente aprova usar sua influência para conseguir as coisas. Não seria a primeira vez que ela propõe isso, mas dessa vez sabendo o que ele sabe causa um receio diferente das outras vezes que ele só achou graça. Harry não entende como havia esquecido esse lado dela tão presente em Hogwarts, talvez fosse a bebida, comentários engraçados e o sexo que o cegaram para a arrogante “Pansy cara de Pug” que reside nela ainda, já agora é um pouco difícil ignorar levando em conta o que pode estar em jogo.

— O que foi? – questiona ela confusa ao pegar ele olhando para ela.

Harry dá um sorriso forçado deitando a cabeça no encosto do sofá com os olhos fechados.

— Nada. – responde ele levando o copo aos lábios. – Só estou agradecido por você não ocupar uma posição de poder.

— O que você quis dizer com isso? – Pansy finge estar ofendida. – Eu fui uma ótima monitora em Hogwarts.

— Claro que foi, até participar da Brigada Inquisitorial. Quando o poder subiu à cabeça e você começou a abusar de seu poder.

— Eu nunca abusei do meu poder. – rebate Pansy. – Draco que gostava de abusar do poder. Ele adorava tirar pontos por qualquer coisa.

Harry abre um pouco os olhos e observa Pansy falar tranquilamente sem se dar conta que havia acabado de proferir o nome de Malfoy.  Seu semblante calmo e o sorriso simples no rosto demonstra que ela está num momento bom de recordação o que leva ele a pensar que o rumo que a conversa tomou é propício para iniciar a conversa.

— Você nunca me contou o porquê de vocês pararem de se falar. – comenta Harry tentando parecer o mais despretensioso possível.

A feição calma de recordação desaparece de seu rosto que disfarça voltando a tomar um gole da bebida.

— Por que você nunca cita ele? – arrisca Harry. - Como se ele não existisse mais.

—  Porque não tenho nada para falar sobre ele. – corta Pansy erguendo as sobrancelhas com um meio sorriso.  - O que isso? Um interrogatório?

— Se fosse você falaria? – lança Harry sério colocando o copo sobre a mesa de centro.

Pansy pisca perplexa esperando que ela tivesse entendido o tom dele de maneira errada, contudo quando Harry mantém a expressão séria ela também coloca o copo sobre a mesa e se levanta sem falar nada.

 - Isso vai embora! Para depois você estar aqui de novo e recomeçarmos. – aponta Harry frustrado ao vê-la pegar o cardigan. E sem outra alternativa continua:– Ou melhor podemos falar sobre ele quando eu declarar a prisão dele, vou precisar que você dê testemunho de qualquer forma.

Pansy termina de enrolar o lenço no pescoço e vira-se para ele.                                                            

— O quê?

Harry sabia que estava jogando um jogo perigoso, como também ele sabe que usar indiretas não irá funcionar, não com ela, não mais.

— Recebi uma denúncia que foi Malfoy que enfeitiçou o Nott para matar Gladstone. – conta Harry.

 - Ele não faria isso com o Theo. – afirma ela rapidamente.

— E como você sabe disso? – questiona Harry apoiando os cotovelos no joelhos e semicerrando os olhos. – Você sabe de alguma coisa, Pansy?

Pansy fita Harry com a feição inexpressível.

— Você não está me contando tudo, não é? – Harry sugere dando a entender que era mais um afirmação do que uma pergunta.

Pansy fica em silêncio.

— Você deve saber que ele já fez uma coisa parecida. Malfoy enfeitiçou Kátia em Hogwarts para que ela levasse o colar para Dumbledore e quase a matou. -Harry se levanta de sua posição sentada. Estar na mesma altura que ela é uma estratégia para intimidação já que ele é mais alto. - Se Malfoy tivesse enfeitiçado o Nott e você soubesse você me contaria, não é?

 Harry se aproxima dela que não se movimenta, já o seu cérebro parece estar numa corrida pela forma como suas íris castanhas claras se movimentam rapidamente como ela estivesse pensando.

— E que motivos ele teria para matar o Gladstone? – Lança Pansy depois de terminar sua linha de raciocínio em sua mente a procura de respostas. – Em Hogwarts ele tinha uma missão de vida ou morte e enfeitiçar Kátia nem era um plano dele.

— Espere, você sabia da missão do Malfoy? Na época de Hogwarts? -  Harry não precisou de uma resposta verbal pela forma que os olhos de Pansy se fecharam em autocensura. – Você sabia que o plano era assassinar o Dumbledore? E nem passou pela sua cabeça impedir isso?!

Harry não precisou ter uma resposta. É claro que ela sabia, ela sempre soube.  Ele a olha de modo incrédulo como tivesse acabado de nascer outra cabeça sobre seus ombros.

— Você enfeitiçou a madame Rosmerta? Que enfeitiçou Kátia? – pergunta Harry começando a sentir a fagulha do estresse. – Me responde!!

Pansy se assusta com a mudança de altura na voz de Harry e nota que ele a encurralou entre o sofá e ele. Então ela e cruza os braços em frente ao corpo e levanta o queixo numa tentativa de afastar ele, só a que forma como seus dedos se agarram ao tecido do cardigã tira toda a segurança que ela quer passar.

— Porque você quer saber? – questiona ela em desafio. – Que relação isso tem a ver com sua investigação?

Harry não queria fazer dessa forma, mas ela pediu por isso.

— Ah, você quer falar de investigação! Sendo chefe agora, eu tenho acesso as informações que eu não tinha antes. – se gaba Harry. - Informações como o seu testemunho contra seu pai.

Pansy aperta os lábios numa tentativa inútil de não demonstrar reação.

— É, Pansy, você testemunhou contra seu pai. Foi Gladstone quem colheu o seu testemunho e que prendeu seu pai e também foi o mesmo Gladstone que colheu seu testemunho a favor de Malfoy. Que engraçado! – Harry nunca pareceu tão debochado quanto agora. – Isso você não me contou. O que me levou a pensar na investigação da fuga. Será que talvez você tenha alguma coisa a ver com a fuga? Será que você esconde seu pai?

Harry mantém o olhar penetrante achando que está ao um ponto de conseguir as informações que precisa.

— Nossa, você me pegou. – zomba ela batendo palmas fazendo-o soltar uma bufada de ar bravo. – O que aprendemos hoje, é que Harry Potter, o auror chefe do Ministério sabe ler arquivos e criar teorias tão previsíveis que nenhum chefe previu. Você é o melhor chefe que já tivemos não sei nem porque eu ainda tentei esconder minha ajuda na fuga ou meu pai.

Harry se afasta dela coçando a nuca com força.

— Isso, Pansy debocha! – cospe Harry. – Vamos ver se você vai rir assim quando seu pai voltar para Azkaban. Quem sabe o Malfoy não vira vizinho de cela dele. E dessa vez nem o seu testemunho a favor dele vai poder salvá-lo.

Se olhar de Pansy fosse um feitiço, esse feitiço iria ser Crúcio. Os olhos dela se escureceram de uma forma que os olhos pareciam pertencer ao um animal predador.

— Você quer saber, eu coloquei meu pai em Azkaban e dei sim o testemunho a favor de Draco! – revela ela feroz. – Como fui eu que ajudei o Draco. Eu fiz uma poção polissuco para que ele se passasse por Madame Rosmerta para enfeitiçar Kátia, eu que levei ela até o banheiro para que fosse enfeitiçada.

Pansy até poderia ter enfeitiçado Kátia se soubesse lançar Maldição Imperius naquela época, no entanto, seu ponto forte sempre foi as poções. Por isso, ela ficou com o dever de produzir a poção polissuco para que Draco entrasse e ficasse trancado no banheiro feminino e esperasse Pansy atrair alguma estudante para dentro do banheiro.

— Como também fui eu que pesquisou o veneno da garrafa de Hidromel. – Pansy dá um passo para frente com os dentes cerrados. – Então, agora me lance numa cela em Azkaban! E salve novamente o dia, Herói Potter!

As palavras herói e salvador foram palavras que Harry se acostumou a serem usadas como complemento ao seu nome até elas começarem sair da boca de Pansy com um tom de escárnio.

— Pode acreditar que se eu pudesse te jogava em Azkaban! – afirma Harry alto. – Por quase matar Kátia e Rony no processo. E por matar Dumbledore!!

— Ah, é verdade. Eu tinha me esquecido dessa. – comenta sarcástica. - Eu ergui a varinha e matei o Dumbledore. Você quer que eu mostre a minha marca negra agora ou depois?

— Você cooperou para assassinar o único bruxo que protegia Hogwarts e age como se não fosse nada. – fala Harry com nojo e frieza. - O que mais você não acha errado, Pansy?! Ajudar seu pai a fugir de Azkaban ocasionando a fuga de outros bruxos das trevas? Contrabando? Assassinatos? E se na verdade, você está me vigiando em vez de ser ao contrário?! - acrescenta Harry. -  Que o que você faz na cama é só uma forma de manipulação? Que na verdade tudo isso é para impedir que eu encontre seu pai que você escondeu? Não seria a primeira vez que você oferece seu corpo como troca.

Harry conseguia ver pelos olhos dela que ela se ofendeu.

— O que você vai fazer agora? Me chamar de puta de Comensais da morte? Prostituta? – questiona ela com os lábios curvados em desgosto. – Dizer a todos que eu te enfeiticei para que fosse para cama comigo?

Harry dá as costas não conseguindo mais olhar para ela.

— Ande, Potter! – Incentiva ela. – Você não é primeira pessoa que me chama disso. Estou te dando a oportunidade. Pelo o que sei, você é único que tem o direito de me chamar assim, não é? Eu sou a grande vilã da sua história por ter feito o que acreditava que precisa fazer.

— Você não precisava fazer nada disso!! – exclama Harry voltando-se para ela com um dedo apontado em sua direção elevando a voz a cada palavra. - Que eu saiba a missão foi para o Malfoy não para você? O que você queria era na verdade proteger o Malfoy. Porque você é EGOÍSTA!

Pansy prende a respiração quando Harry avança sobre ela gritando.

— PORQUE VOCÊ SEMPRE PENSA SÓ EM VOCÊ O TEMPO TODO! PORQUE VOCÊ NEM PAROU PARA PENSAR NO QUE IRIA ACONTECER COM OS OUTROS ALUNOS QUANDO DUMBLEDORE MORRESSE! PORQUE VOCÊ NÃO SE IMPORTAVA, ENQUANTO O MALFOY ESTIVESSE PROTEGIDO, SEU GRANDE AMOR DE HOGWARTS, QUE NEM SE IMPORTA COM VOCÊ!!

Harry não se arrepende de suas palavras, ele está com raiva. Raiva dela, raiva pelas suas atitudes, por suas escolhas, por seu deboche, por suas mentiras, manipulações e por fazê-lo se sentir um idiota, raiva ainda mais por ela insistir em proteger o Malfoy e todas as coisas que ele fez. Talvez, Harry estivesse descontando sua raiva e rancor internalizadas de Malfoy nela, mas ele não sente mal ao fazer isso.

Um silêncio assombroso se instala, porém a falta de palavras entre eles não torna a discussão encerrada. Eles ainda continuam a discussão somente pelo olhar, já que os dois, ambos teimosos se recusam a desviar.

— Pode até ser que ele não se importa comigo. – comenta ela tão baixo que Harry quase não ouve se não estivesse perto dela, – Mas, eu faria tudo de novo! Porque foi assim que eu vi que Dumbledore não podia proteger ninguém, ele nunca pôde!

—ELE PROTEGIA HOGWARTS! – rebate Harry num tom mais baixo do que seu discurso anterior.

— Ele nem pôde proteger a si mesmo, nem a própria irmã, quem dirá que ele conseguiria proteger a escola por mais tempo! – Pansy debate. – Ele quase deixou diversas vezes você morrer e deixou os seus pais morrer.

— VOCÊ NÃO TEM O DIREITO DE FALAR DOS MEUS PAIS!! – braveja mais alto Harry para minutos depois ficar em silêncio respirando profundamente para se acalmar. – Você não sabe nada sobre eles! Dumbledore não é culpado pela morte deles, a culpa foi de bruxos como seu pai, Malfoy e como você, todos preconceituosos que queriam poder ou eram medrosos demais para enfrentar o Lorde das trevas! E tudo o que Dumbledore fez tinha um motivo maior, ele queria salvar o mundo bruxo!

— E EU QUERIA SALVAR A MIM MESMO! – revela Pansy fitando ele intensamente com olhos lagrimosos. – Porque ninguém iria fazer isso por mim, além de mim mesma! – continua ela com a voz quase falhando. - Você ficaria surpreso com que as pessoas são capazes de fazer quando estão com medo.

Harry subentende a mensagem por trás da fala dela, mesmo que raiva ainda continuava a correr pelo seu corpo ele não consegue mais prosseguir. Por isso, ele passa a mão sobre o rosto desviando o olhar para longe dela.

— Harry? – vem uma voz da lareira.

— Fique aqui! – ordena Harry para Pansy antes de se afastar.

 Harry passa a mão nos cabelos e dá uma respiração profunda antes de ir até a lareira.

— Harry, você está aí? – pergunta Hermione.

— Oi, Hermione. – Harry se agacha na lareira para ver o rosto de Hermione entre as chamas. – Desculpe eu estava lendo.

— Tudo bem. – diz Hermione. – Eu só queria te avisar que o ensaio do casamento vai ser semana que vêm. Gina conseguiu duas semanas de folga o que é bom assim você pode passar mais tempo com ela, agora que vocês estão se resolvendo. E também eu preciso falar urgentemente com você sobre aquele assunto sobre as Leis..

— Hermione, podemos falar sobre isso amanhã. – interrompe Harry tendo noção que Pansy continua  na sala.

— Está bem. – concorda Hermione. – Se vemos amanhã no Ministério.

Hermione some e Harry não tem nem a possibilidade de se levantar antes de ouvir o estralo de aparatação de Pansy.

Harry se senta no chão de sua sala de estar apoiando os cotovelos sobre os joelhos, e sustentando a cabeça em umas das mãos. Ele está esgotado e com raiva.

Pansy ajudando Draco, Gladstone recebendo pagamento por algo, bens dos Black em bancos estrangeiros só mostra para Harry o quanto ele está perdido e desinformado sobre muitas coisas.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que no livro, Kátia é enfeitiçada por Rosmerta que estava sob a maldição imperius e que Draco se comunicava pelas moedas encantadas (ideia de Hermione como também Draco pegou a ideia da garrafa envenenada de Hermione). Alterei e introduzi Pansy, pois sei que J.K Rowling odeia a Pansy e por isso só colocou ela em cenas onde ela age para ser odiada, transformando a Pansy literalmente numa personagem inútil e odiada. Não gosto de pensar em Pansy dessa forma.

— Me perdoem por qualquer erro.



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