New Moon - A outra Swan escrita por Liz Black, Alina Black


Capítulo 7
Lobos




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Jacob sumiu depois daquela noite, Bela havia ligado para saber notícias dele mas Billy atendeu e disse que Jacob estava de cama, nós ligamos novamente, várias vezes por dia, nos dois dias seguintes, mas ninguém atendeu.

No sábado Bela teve a ideia de irmos a casa dele mesmo sem ser convidadas, mas a casa estava vazia, será que Jacob estava tão doente que precisou ir para o hospital? Paramos no hospital a caminho de casa, mas a enfermeira da recepção disse que nem Jacob nem Billy tinham estado lá.

No inicio daquele repentino sumiço eu achei que Bela estivesse exagerando mas também comecei a me preocupar, fizemos Charlie ligar para Harry Clearwater para saber se ele tinha noticias de Billy e Jacob — Harry disse que houve um problema com as linhas telefônicas e que foi por isso que você não conseguiu ligar. Billy levou Jake ao médico e parece que ele está com mononucleose. Está muito cansado, e Billy disse “nada de visitas” — contou ele.

— Nada de visitas?

Charlie ergueu uma sobrancelha. — Agora não vá bancar a criança birrenta, Bells. Billy sabe o que é melhor para o Jake. Ele vai ficar bem logo. Tenha paciência.

— Charlie tem razão! Falei passando por ela.

— Você não está nem um pouco preocupada? Ela me perguntou possessa.

— Estou, minhas provas estão próximas e você não tem me dado sossego com o assunto Jacob.

Bela rolou os olhos e me puxou pelo braço — Vem!

— Para onde? Eu gritei.

— Vou te ajudar com todos os trabalhos e você me ajuda com o assunto Jacob.

Enquanto Jacob estava desaparecido Bela ficava em casa tempo demais e sozinha demais, tinha que admitir que sem Jacob ela começava a ser aquela Bela de meses atrás quando eu havia chegado em Forks, Jacob fazia bem para ela.

Na manhã de sábado, Bela me acordou cedo e me arrastou ainda de pijama da minha cama, eu desci sonolenta e bocejando pelas escadas e tentei abrir meus olhos enquanto ela pegava o telefone – Porque sou eu quem tem que ligar? Reclamei.

— Eu liguei a semana toda, Billy deve estar querendo me matar! Ela respondeu.

Mesmo sonolenta eu disquei, depois esperei sem grandes expectativas. Fui pega desprevenida quando Billy atendeu no segundo toque.

— Alô?

— Oi, que bom que o telefone está funcionando de novo! Oi, Billy, é a Nessie. Só estou ligando para saber como está Jacob. Ele já pode receber visitas, Bela e eu estávamos pensando em dar um pulo ai.

— Desculpe — Ele me interrompeu. — Ele não está.

— Ah! — Fiquei confusa. — Então ele está se sentindo melhor?

— É. Acabou que não era nada de mononucleose. Só outro vírus.

— Então... onde ele está?

— Ele deu uma carona a uns amigos até Port Angeles... Acho que iam pegar uma sessão dupla ou coisa assim. Vai ficar fora o dia todo.

— Bom, é um alívio. Fiquei tão preocupada. Estou feliz que ele esteja bem para sair. — Eu fazia uma cara horrivelmente falsa enquanto falava com ele.

— Você queria algo específico? — perguntou Billy.

— Não, na verdade não.

— Bom, vou dizer a ele que ligou — prometeu Billy.

— Tchau, Nessie

 — Tchau — Respondi desfazendo meu sorriso.

A expressão de Bela mudou - Jacob está melhor, mas não tão bem para me ligar. Saiu com amigos. Eu aqui sentada em casa, sentindo mais a falta dele a cada hora, solitária, preocupada? Ela reclamou em um tom alto de voz.

Eu apenas a olhei em silêncio com o telefone na mão.

— Algo errado? — perguntou Charlie ao descer a escada.

— Não, Billy disse que Jacob está se sentindo melhor. Não era mononucleose. Isso é muito bom – Respondi sorrindo.

— Ele vem aqui? Ou é você que vai lá? — perguntou Charlie para Bela, distraído, enquanto começava a vasculhar a geladeira.

— Nenhum dos dois — Bela respondeu. — Ele saiu com alguns amigos.

Ele a  fitou, com uma indecisão evidente em seu rosto. Eu sabia que estava preocupado, temeroso que ela ficasse biruta de novo.

— Bom Nessie e eu vamos ficar em casa e estudar, eu estou a ajudando com as provas! Bela falou tentando deixá-lo mais tranquilo – Depois podemos sair com nossos outros amigos! Completou.

— É uma boa ideia. Você tem passado tanto tempo com Jacob que seus outros amigos vão pensar que você os esqueceu – Em seguida completou — Bom, só quero que vocês fiquem longe do bosque, temos um montanhista desaparecido... A guarda florestal encontrou o acampamento hoje cedo, mas nenhum sinal dele. Havia umas pegadas bem grandes de animal... É claro que podem ter aparecido depois, farejando a comida... De qualquer modo, agora estão montando armadilhas.

— Claro! Eu concordei – Vamos ficar longe do bosque.

Após arrumar algumas coisas na sua bolsa Charlie saiu com pressa, eu abri a geladeira pegando algo para o café da manhã e Bela arrumou a pilha de livros que havia deixado sobre a mesa – Que tal darmos uma volta! Ela falou em um tom convidativo com os livros nas mãos.

Eu a olhei com um pedaço de queijo preso entre os dentes.

Alguns minutos depois eu estávamos nós na conhecida estrada de terra que levava a nenhum lugar em particular. As janelas do carro estavam abertas e Bela dirigia o mais rápido que sua picape aguentava, eu sorri tentando desfrutar do vento no rosto. Estava nublado, mas quase seco — um dia muito bonito para Forks.

Depois de estacionar Bela passou uns bons quinze minutos estudando a pequena agulha da bússola e as marcas no mapa, agora amassado. Quando estava razoavelmente segura de que seguia a linha certa na grade, parti para o bosque.

 Eu dei uma pausa e ela seguiu o caminho – Espera!

Bela parou olhando a bússola em seguida olhou para mim – O que foi?

— Você por acaso esqueceu o aviso do Charlie? Eu não vou entrar no bosque.

— Então me espera aqui! Ela respondeu voltando a seguir em linha reta.

Encostei meu corpo na picape e suspirei a observando se afastar – Charlie vai nos matar! Reclamei e decidi ir atrás dela.

O bosque estava cheio de vida, todas as pequenas criaturas aproveitando o momentâneo tempo seco, Bela seguia alguns metros a minha frente e eu sorri tentando não perde-la de vista, olhava ao meu redor sem fazer a mínima ideia de quanto tempo já havíamos caminhado, o único desejo que eu tinha era de que ela soubesse o caminho de volta, passei por um arco baixo, formado por dois galhos de bordo e depois de empurrar as samambaias na altura do peito, quando dei por mim eu estava em uma campina.

— Que lindo! Eu murmurei admirando o lugar, meu olhar procurou por Bela e meu sorriso se desfez ao vê-la cair ajoelhando-me ali na beira da clareira, começando a ofegar.

— Bela! Eu gritei correndo em sua direção – Você está bem? Me abaixei e seu olhar se fixou no meu, era um olhar de dor, nesse exato momento, um homem saiu das árvores ao norte, a uns trinta passos de distância.

Eu pisquei, uma, duas, três vezes e o homem aparecia cada vez mais perto.

— Laurent! — Bela murmurou.

— Você o conhece? Perguntei um pouco assustada.

— Bela? Ele deu um sorriso malicioso. — Não esperava vê-la aqui. — Ele andou na nossa direção, com uma expressão de quem se divertia.

— Bela quem é ele? Eu perguntei novamente.

— Quem é a garotinha? Ele sorriu.

— Deixe-a fora disso! Ela respondeu.

Ele parou a uns dez passos, inclinando a cabeça para o lado. Seu rosto era o mais lindo que eu já havia visto — Tem razão — concordou ele.

— Achei que tivesse ido para o Alaska!  Bela o encarou.

— Fui para o Alasca. Ainda assim, eu não esperava... Quando descobri a casa dos Cullen vazia, pensei que tivessem se mudado.

— Eles se mudaram — Ela respondeu.

— Hmmm — murmurou ele. — Estou surpreso por terem deixado você para trás. Você não era o bichinho de estimação deles?

— Mais ou menos isso- Bela deu um sorriso torto.

 — Hmmm — disse ele, pensativo de novo.

Bela se levantou e olhou para mim, em seguida recuou um passo e passou um dos braços em volta do meu corpo, os olhos vermelhos, escuros e curiosos, do homem seguiram o movimento. – Me perdoe por isso! Ela murmurou.

— Do que está falando? Eu perguntei totalmente confusa.

— Eles costumam visitar? — perguntou ele.

— De vez em quando. Ela respondeu.

— Hmmm — disse ele de novo. — A casa cheirava como se estivesse desocupada havia algum tempo...

— Vou ter de falar com Carlisle que você passou por lá— Mas é melhor não comentar com... Edward.

— Bela! Eu murmurei amedrontada.

— Melhor você ir! Ela falou olhando para mim.

— Por quê? O homem perguntou – Você não vai fazer as apresentações?

— Deixe-a fora disso! Bela insistiu – Você tem que resolver isso comigo.

Olhei para Bela e para o homem tentando compreender aquela conversa, Bela novamente me apertou em seus braços e o homem apenas sorriu — Na verdade eu vim para cá como um favor a Victoria. — Ele fez uma careta. — Ela não vai ficar satisfeita com isso.

— Quem é Victoria? Perguntei sendo novamente ignorada.

O homem riu – Pobre criança, então ela não sabe?

— Com o quê Laurent? Bela perguntou.

Ele me olhou de novo e sorri sua expressão o fez parecer com um anjo de cabelos pretos. — Que eu mate você — Ele respondeu.

— Bela vamos sair daqui! Eu falei em um tom assustado.

— Ele vai saber que foi você. Não vai se safar dessa! Bela falou olhando para mim.

O sorriso do homem se alargou em seguida caminhou leve e gracioso, e um sorriso cruel refez as feições dele. — Bem, você me pegou em um mau momento, Bella. Eu não vim a este lugar em missão por Victoria... Estava caçando. Estou com muita sede e sua irmãzinha tem um cheiro... simplesmente de dar água na boca.

— Por favor, deixe-a ir! Ela implorou, apertou os braços em volta do meu corpo e não se moveu nenhum centímetro, o homem virou o rosto em outra direção e deu alguns passos se afastando de nós.

— Não acredito nisso — ele murmurou.

Meus olhos se direcionaram na direção dos olhos dos desconhecido homem, e então eu vi, uma forma escura e imensa se esgueirou por entre as árvores, silenciosa como uma sombra, e se moveu, decidido, na direção do homem, era enorme  alta como um cavalo, porém mais volumosa, muito mais musculosa. O focinho comprido estava arreganhado, revelando uma fila de incisivos que pareciam adagas. Um rosnado horrível saiu por entre os dentes, estrondando pela clareira como um trovão prolongado.

Os braços de Bela folgaram em meu corpo e percebi que ela também se assustou, um urso, aquilo não era um urso, outro rosnado trovejou daquela garganta e o som me fez estremecer, o homem recuava para o limite do bosque o lobo tinha um tamanho monstruoso e não estava só, haviam  dois do lado dele, outras duas feras gigantescas entraram silenciosas na campina. Uma era cinza-escura, a outra, castanha, nenhuma tão alta quanto a primeira. O lobo cinza passou pelas árvores a apenas alguns metros de mim, antes que eu pudesse sequer reagir, apareceram mais dois lobos numa formação em V, meus olhos se voltaram para um deles, o monstro castanho avermelhado que passara pelos arbustos por último e me fitou por uma fração de segundos, tinha um olhar profundo parecendo inteligente demais para um animal selvagem.

Depois, outro rosnado baixo do líder fez o lobo avermelhado girar a cabeça, de volta ao homem que encarava os lobos e desapareceu em meio as arvores.

Os lobos partiram atrás dele num segundo, lançando-se na relva aberta em poucos saltos, enormes, rosnando e rangendo os dentes com tal volume que minhas mãos voaram instintivamente para cobrir os ouvidos. O som cessou com rapidez surpreendente depois que eles sumiram no bosque.

Eu cai sentada no chão.


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