New Moon - A outra Swan escrita por Liz Black, Alina Black


Capítulo 6
Triangulo amoroso




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Eu me olhei pela décima vez no espelho antes de finalmente descer, apesar de aquilo não ser oficialmente um encontro eu estava motivada, seria a primeira vez após quase seis meses em Forks que eu sairia com alguém que não fosse Jacob, Bela, Megan, Ligia ou Bruce.

A pequena bolsa pendurava em meu corpo balançou sobre meu vestido enquanto eu descia a escada com o casaco de Riley nas mãos, Charlie que estava sentado no sofá olhando a TV me olhou enquanto Bela caminhava indo ao meu encontro com um suave sorriso em seu rosto.

— Esta linda! Ela murmurou.

Jacob que estava esparramado pelo chão da sala de estar tomando todo o espaço me olhou por alguns minutos, eu fingi não ter observado isso – Obrigada! Sorri para Bela e caminhei até a porta.

— Lembre Riley sobre o horário! Charlie falou pegando um pedaço de pizza.

— Pode deixar! Respondi indo na direção da porta.

— Divirta-se! Charlie gritou enquanto eu saia, o carro de Riley já me esperava estacionado um pouco a frente da picape de Bela, sorri largamente me aproximando dele.

— Demorei muito? Falei enquanto ouvia o som do abrir da porta do carro.

— Não, pontual! Ele respondeu.

Entrei no carro entregando seu casado antes de colocar o cinto, Riley sorriu jogando no banco de trás em seguida deu partida no carro.

Nós conversamos durante nosso trajeto, Riley me falou sobre seus planos para a faculdade, ele estava no último ano e assim como Bela também trabalhava, numa loja em Port Angeles, na noite em que havia me salvado tinha acabado de sair de seu expediente de trabalho.

Nós gastamos cerca de quarenta minutos até o bairro onde ele morava localizado na S. Camas Ave, Riley estacionou diante de uma bela casa onde havia alguns carros estacionados, eu sorri animada ao ouvir o som da música enquanto saiamos do carro.

— Bem vinda ao meu humilde lar! Riley falou de forma animada enquanto eu o acompanhava, passamos por um pequeno jardim seguindo até uma porta de vidro onde havia algumas moças e rapazes, assim que nos aproximamos da porta uma garota loira sorriu largamente vindo ao nosso encontro.

— Amor!

— Nat! Riley murmurou com um semblante de surpresa em seus olhos.

A loira se aproximou e o abraçou, após afastar por alguns centímetros seus corpos selou seus lábios – Feliz aniversário! Ela murmurou – Resolvi fazer uma surpresa, eu sorri timidamente e Riley olhou para mim – E ela quem é? A garota perguntou.

— Ela é...

—Uma conhecida! Respondi – Eu vou beber alguma coisa! Completei os deixando sozinhos.

Eu entrei na casa e segui pela sala passando por algumas pessoas e me encostei no balcão de um pequeno bar – Você tem algo sem álcool? Perguntei ao rapaz que atendia, ele confirmou com a cabeça e deu as costas, minutos depois deixou sobre o balcão uma latinha de refrigerante.

— Obrigada! Agradeci abrindo a lata e tomando um gole do líquido gelado, voltei a caminhar em meio aos jovens e adultos que conversavam e dançavam pela sala, Riley parecia perguntar algo a dois garotos, mas ao me ver agradeceu vindo ao meu encontro.

— Eu posso explicar.

— Não precisa! Sorri levando a latinha a boca e caminhei na direção da porta sendo seguida por ele.

— Carlie espera! Ele falou em um tom mais alto enquanto eu passava pela porta e assim que me aproximei do jardim senti sua mão segurando meu braço – Olha, eu sei que deveria ter explicado.

— Você apenas me convidou para o seu aniversário! Respondi olhando para a sua mão em meu braço, Riley folgou a mão o soltando.

— Você pode ter entendido errado.

— Não! Eu vou pedir para o meu pai vir me buscar.

— Nessie.

— Feliz aniversário, e obrigada por ter me ajudado, em Port Angeles.

Dei as costas para ele e caminhei na direção da rua subindo em uma das calçadas, peguei o celular e liguei para Charlie, engoli o próprio choro envergonhada pelo papel patético que eu havia feito nos últimos dias e concluído naquela noite, após caminhar por alguns minutos eu sentei em um banco em uma praça, esperando a viatura aparecer e finalmente voltar para casa.

Quando a viatura parou ao meu lado eu fiquei calma, Charlie saiu do carro com um semblante de preocupação e me abraçou forte – Você está bem, Riley machucou você?

— Eu estou bem pai! Dei um sorriso enquanto era apertada em seus braços contra seu peito – Eu só quero ir para casa!

— Certo! Charlie concordou, abriu a porta do carro e eu entrei, afivelei o cinto e olhei para a janela em silêncio.

Eu agradeci quando entrei em casa e não encontrei nem Jacob e nem Bela, Charlie tentou descobrir o que havia ocorrido para que uma hora após ter saído com Riley eu tivesse retornado para casa, mas eu me mantive calada, disse apenas que queria descansar e ele respeitou meu silêncio.

Minha primeira ação após fechar a porta do quarto e passar a chave foi me livrar do vestido, eu havia comprado um vestido novo para aquela ocasião, meu primeiro encontro, que na verdade não era um encontro, joguei o vestido no cesto e vesti meu pijama, meu estomago roncou, infelizmente não havia esperanças de ter sobrado pizza com Jacob estando em casa.

Após meus minutos de crise pós decepção quase amorosa eu sai do quarto, como sempre eu encontrei Charlie no sofá, TV em volume alto na nossa pequena sala, Charlie me olhou de soslaio e eu fingi que não havia percebido, passei por ele indo para a cozinha e abri a geladeira atrás de algo comestível.

— O que ele fez com você? Charlie perguntou encostando-se na entrada da cozinha.

Eu sorri timidamente pegando o pote com o restante de sorvete que havia sobrado de algumas noites atrás, para minha sorte estava pela metade, abri a gaveta e peguei uma colher e após puxar a cadeira me sentei em nossa mesa.

— Ele não fez nada! Eu respondi levando um pouco de sorvete a boca – Eu confundi as coisas! Completei.

Charlie puxou uma das cadeiras e se sentou a minha frente, eu senti a sua mão tocar uma mecha solta do coque que eu havia feito em meu cabelo – Eu sei que é bem complicado ter a sua idade.

— Eu só tenho 15! Murmurei – Sou nova demais para sofre por amor! Afirmei tentando ser convincente para ele.

O semblante dele mudou, eu senti um pouco de alívio ao ouvir minhas palavras, mas eu realmente não estava triste, estava frustrada, havia colocado expectativas naquela noite, gastado a mesada com um vestido para encontrar com um garoto que estava com outra.

A mão de Charlie pousou sobre a minha dando um leve tapinha e sem seguida ele se levantou – Boa noite baixinha!

— Boa noite pai! Eu respondi voltando a atenção para o pote de sorvete, após terminar joguei a embalagem vazia no lixeiro, lavei a colher e fui para o meu quarto, me joguei em minha cama pegando o livro que eu havia deixado debaixo do travesseiro e decidi me concentrar nele.

— Não – disse o príncipe. – Eu procuro amigos. Que quer dizer “cativar”?

— É algo quase sempre esquecido – disse a raposa. Significa “crias laços” ...

— Criar laços?

— Exatamente – disse a raposa. – Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu também não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...

— Começo a compreender – disse o pequeno príncipe. – Existe uma flor... eu creio que ela me cativou

— Um garoto igual a cem mil outros garotos! Eu murmurei e por alguns segundos a imagem de Jacob invadiu meus pensamentos, Jacob? Porque diabos eu estava pensando em Jacob, joguei o livro ao meu lado na cama e fechei os olhos tentando dormir. Eu precisava disso.

O tempo pareceu passar muito mais rápido do que antes, eu estava a exatos sete meses em Forks, e já não achava tão ruim quanto no início, durante a semana eu sempre me divertia com os amigos da escola e durante o tempo livre eu ficava com Bela e Jacob que agora pareciam estar namorado sério depois da cena da caixa de bombons do dia dos namorados que Jacob havia dado a ela.

Após chegar da escola eu verifiquei meus e-mails antes de começar o dever de casa, e havia outra longa mensagem de Renée. Estava entusiasmada com cada detalhe que lhe contara, então mandei outra descrição minuciosa de meu dia, esqueci de contar a ela que Bela havia marcado um cinema com os dois garotos que estavam apaixonados por ela e queria me levar junto.

Eu aleguei estar com febre durante o restante da tarde, mas não foi o suficiente para fugir daquela situação embaraçosa, quando saímos de casa um carro muito familiar estava estacionado na frente. Jacob estava encostado no capô, um sorriso enorme iluminando o rosto.

— Você conseguiu! Falei em um tom de entusiasmo-  Nem acredito! Você terminou o Rabbit!

Ele estava radiante.

— Na noite passada mesmo. Esta é a primeira viagem.

— Incrível. — Ergui a mão para cumprimentá-lo, ele bateu a mão na minha em seguida segurou a mão de Bela entrelaçando seus dedos com os dela.

Eu fingi não ver aquilo.

O Suburban de Mike fez barulho na esquina, Bela soltou a mão de Jacob e ele fez uma careta que eu não deveria ver.

 — Eu me lembro desse cara — Jacob disse enquanto Mike estacionava do outro lado da rua.

— Aquele que pensou que você era namorada dele. Ele ainda está confuso? Perguntei para Bela e ergui uma sobrancelha.

Mike saiu do carro e atravessou a rua. — Oi, Bella — ele a cumprimentou, mas não pareceu satisfeito em ver Jacob. Também olhei brevemente para Jacob, que não parecia nada com um aluno do segundo ano. Era muito alto, a cabeça de Mike mal chegava no ombro de Jacob, e eu nem queria pensar onde eu batia perto dele,  e seu rosto parecia mais velho do que costumava ser a um mês atrás.

Eu entendi por que Bela havia insistido para que eu fosse com eles – Por acaso você tem mel? Murmurei.

— Oi Mike essa é minha irmã, Nessie!

Mike sorriu me estendendo a mão – Não era Carlie? Perguntou confuso.

— Ah! Eu sorri apertando a mão dele – Nessie é um apelido que ganhei quando criança, me acostumei.

Jacob franziu as sobrancelhas – Mas porque Nessie?

Olhei para ele um pouco surpresa, Jacob me conhecia a meses e somente agora tinha tido curiosidade sobre meu apelido, ele olhou fixamente para a mão de Mike segurando a minha, Mike a soltou e eu sorri um pouco constrangida – Porque eu amava um bichinho esquisito de pelúcia que eu ganhei do Charlie e a Reneé apelidou de monstro do lago Ness, acabei virando Nessie – Respondi.

— Você não tem nada de monstro do lago Ness, você é linda! Mike falou me olhando com um sorriso.

— Obrigada! Agradeci.

Jacob fechou a cara e cruzou os braços diante de seu peito deixando os músculos de seus bíceps que também estavam muito maiores do que na última vez que eu havia visto expostos para Mike.

— Ei, podemos ir no carro de Jacob? — perguntei tentando melhorar o clima.

— Eu disse a ele que podia – Bela respondeu- Ele terminou o carro agora. Construiu do nada, sozinho — Falou ela em um tom de orgulho e Jacob sorriu.

— Tudo bem — disse Mike

— Muito bem, então — disse Jacob, como se fosse a palavra final. Ele parecia mais à vontade do que todo mundo. Mike subiu no banco traseiro do Rabbit com cara de nojo e Bela e eu nos apertamos no banco ao lado de Jacob.

Quando chegamos ao cinema, Jacob me passou a Bela uma nota de dez dólares.

— O que é isso? Ela perguntou.

— Não tenho idade para entrar nesse — Ele a lembrou.

 Eu ri alto.

— Você também não tem! Ela me olhou rindo - Billy e Charlie vão me matar se eu por vocês dois para dentro desse.

O filme foi exatamente o que prometia. Só nos créditos de abertura, quatro pessoas explodiram e uma foi decapitada. A garota na minha frente colocou as mãos nos olhos e virou o rosto para o peito do namorado. Ele afagava seu ombro e de vez em quando também estremecia. Mike não parecia estar assistindo. Seu rosto estava rígido, olhando a franja da cortina acima da tela, então Jacob começou a rir em silêncio.

— Que foi? — sussurrei.

— Ah, qual é! — sibilou ele. — Espirrou sangue a seis metros daquele cara. Tem coisa mais falsa? Ele riu de novo, enquanto um mastro perfurava outro homem numa parede de concreto.

Jacob e Mike se apoderaram dos braços da poltrona dos dois lados. As mãos dos dois pousavam ali de leve, de palma para cima, numa posição que não era natural, eu baixei a cabeça rindo ao ver Bela os observar no meio deles, ela cruzou os braços com força e esperou que os dois ficassem com a mão dormente.

Mike foi o primeiro a desistir, na metade do filme, puxou o braço, inclinou-se para a frente e apoiou a cabeça nas mãos. No começo pensei que estivesse reagindo a alguma coisa na tela, em seguida ele gemeu e correu para a porta, Bela e eu nos levantamos para segui-lo e Jacob imediatamente fez o mesmo.

Não havia sinal de Mike no saguão, Jacob foi até o banheiro dos homens para procurá-lo e voltou alguns segundos depois — Ah, tudo bem, ele está lá — disse, revirando os olhos — Que molenga. Você devia sair com alguém de estômago mais forte. Alguém que ri do sangue que provoca vômito nos homens mais fracos! Completou cheio de si.

— Alguém como você? O provoquei.

Jacob se calou e foi se sentar no banco estofado de veludo junto à parede. — Acho que ele vai ficar lá por algum tempo – Bela suspirou e se juntou a ele, eu percebi que sobraria ali e decidi bater em retirada – Vou comprar pipoca! Sussurrei dando as costas e apressei meus passos na direção do balcão de balas e guloseimas, não tive a menor pressa em ser atendida, deixei algumas crianças passarem a minha frente e após fazer meu pedido me vi pensativa, eu sabia que Bela não queria magoar nenhum dos garotos mas talvez eu precisasse alerta-la que ela precisava ser mais honesta com eles.

Eu voltei para o salão com um pacote de pipoca nas mãos, mas percebi um clima estranho entre Bela e Jacob, Mike cambaleou para fora do banheiro, o rosto pálido e coberto de suor. Estava péssimo.

— Ah, Mike — eu disse, arfando. — Vocês se importam se a gente for embora mais cedo?

 — Não, claro que não. — Puxei minha mão livre e fui ajudar Mike a andar. Ele parecia desequilibrado.

— O filme foi demais para você? — perguntou Jacob sendo rude em seguida se levantou e enquanto seguíamos para o carro Bela pediu um balde vazio na moça da pipoca, já imaginava que talvez Mike tentasse vomitar no carro.

Deixamos Mike em casa e dissemos que na manhã seguinte levaríamos seu carro, Jacob ficou em silêncio por todo o caminho de volta e percebi que ele parecia um pouco estranho.

— Eu me convidaria a entrar, já que chegamos cedo — disse ele enquanto parávamos —Mas estou começando a me sentir meio estranho.

— Quer que a gente leve você para casa? Perguntei.

— Não eu estou bem! ele sorriu, trocou olhares com Bela e então eu novamente percebi que estava sobrando -Eu vou entrar! Falei saindo do carro, Bela saiu logo em seguida.

— Vai me ligar assim que chegar em casa?

— Claro, claro. — Ele franziu o cenho, olhando a escuridão à frente e mordendo o lábio.

— Então, Boa noite Jake!

— Boa noite Nessie! Ele respondeu dando um sorriso, eu sorri de volta e dei as costas caminhando lentamente, pude ouvir ele chamar por Bela assim que eles se despediram — Tem uma coisa que quero dizer Bella... Mas acho que vai parecer meio piegas.

Eu rolei os olhos e apressei meus passos caminhando até a porta e entrei apressada em casa, deixei a porta aberta e suspirei me jogando no sofá.

— O filme já acabou? — perguntou Charlie, surpreso quando me viu. Ele estava no chão, colado na tevê. Devia ser um jogo emocionante.

— Mike passou mal — expliquei. — Uma espécie de virose gástrica.

— Você está bem?

— Até agora, sim — eu disse meio em dúvida.

Duvidas, a noite havia me deixado cheia de duvidas.


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