After Dawn - Alvorecer escrita por Alina Black


Capítulo 51
PELO OLHAR DE JACOB - Dor


Notas iniciais do capítulo

Bom, eu nao gosto de tornar os POV muito repetitivos por isso os povs do Jacob terão alguns saltos temporais e explicações dentro deles.



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Esse é um desabafo sobre dor, não é um texto sobre a Dor.

Em suas mais diversas formas, intensidades e motivos eu cresci ouvindo Billy Black repetindo a mesma frase quando algo ruim acontecia “Jacob, dói, mas passa”. Sim eu compreendia que a dor era  passageira porém não entendemos isso enquanto sentimos porque ela nos cega, nos tira da razão, nos faz esquecer quem somos.

Tudo o que conseguia ver era ela.

Nós crescemos sentindo várias dores, a dor de um arranhão no joelho ou de um coração partido, quando eu sentia coisas assim eu sentia que nunca mais ia ficar bem.

Quando meu coração foi partido por Bella, eu  achei que nunca mais seria amado, que ninguém jamais gostaria de mim e que eu morreria sozinho. Eu me sentia triste e inseguro até Lucy aparecer, mas foi ela, a menina do sorriso com covinhas que havia mudado tudo.

Dizem que as dores passam, mas esse sofrimento, parecia que nunca teriam fim.

Enquanto eu corria pela floresta escura, eu tentava me concentrar nas lembranças que ainda me mantinham vivo, não sabia ao certo a quanto tempo eu tinha quatro patas ao invés de pernas, mas havia me distanciado o suficiente tentando não ter os meus irmãos dentro da minha mente.

Eu não estava concentrado na velocidade, tentava apenas me concentrar o suficiente para que eu não batesse em alguma árvore. Eu havia ouvido novamente algumas vozes dentro da minha cabeça, mas eu era capaz de ignorá-las.

Eu colidi com um rebanho de cervo de rabo preto quando o sol estava surgindo, clareando as nuvens logo atrás de mim, minha estocada foi limpa e eficiente havia pegado o  maior, o corço, antes que o animal assustado entendesse completamente o perigo, nos últimos anos eu  tinha vivido totalmente como lobo, esse tempo foi o suficiente para saber ser completamente o animal, ver do modo dele e pensar do modo dele havia deixado os instintos práticos assumirem.

— Você foi atrás das sugadoras de sangue? Leah perguntou mesmo sabendo que corria o risco de não ser respondida, afinal de contas eu nunca respondia ninguém.

— Talvez – Respondi.

— É duro você ter seu coração a chamando sem parar, mas ainda  por saber que ela não vai voltar.

— Sabe, Leah, acho que já passou da hora de você pensar um pouco sobre o seu futuro, sobre o que você quer fazer, acho que ja percebeu que a minha  cabeça não é o lugar mais feliz na terra, ficar dentro dela só fará você sofrer comigo.

— Eu sei o quanto doi em você, eu sinto e entendo isso, ela é tudo que  você quer e tudo o que você não pode ter.

Eu não pude responder.

— Eu sei que isso é pior para você. Pelo menos, quando eu perdi o Sam eu o vi feliz, pelo menos ele está vivo e bem.

— Nós precisamos conversar sobre isso?

— Eu acho que sim, porque eu quero que você saiba que eu não estou tentando fazer com que se sinta pior, eu só quero te ajudar,  eu não nasci uma megera sem compaixão, eu costumava ser bondosa, você sabe.

— Minha memória não vai tão longe assim.

Nós dois rimos.

— Sinto muito sobre isso, Jacob, que esteja sofrendo, que esteja pior e não melhor.

— Obrigado, Leah.

Ela percebeu que  coisas que estavam bem piores quando viu as cenas negras na minha cabeça, enquanto eu tentava a afastar, sem muito sucesso — Você não pode fazer isso— Ela esbravejou.

— Quando eu terminar o que eu estou tentando fazer.

—Jacob, você não pode...

— Eu não tenho razão alguma para viver.

— Mas é claro que você tem, e o Billy, e sua família, e seus amigos.

— Eu preciso mesmo responder a isso?

Leah silenciou.

Eu voltei a  correr para o leste e cortei a floresta ao sentir o fedor da sanguessuga, eu achei que Leah teria algum outro tipo de resposta mas ela se silenciou por completo, talvez já soubesse que eu não mudaria a decisão que havia tomado o que não significava que ela deixaria que eu fizesse o que planejava, com certeza eu teria novamente várias vozes dentro da minha cabeça dizendo “ Jacob não faça isso.”

Eu me concentrei na caça e quando finalmente a via uma onda de energia dominou meu corpo de lobo, como se eu tivesse ficado duas vezes mais rápido, Irina me olhou com um semblante de ódio e eu apenas sorri partindo em sua direção.

Irina correu na direção das montanhas enquanto eu tentava alcança-la, a sanguessuga pulou sobre as arvores quando percebeu que estava a uma distancia menor dela, minhas patas começaram a afundar sobre a neve que cobria o chão rochoso da montanha, quando as anguessuga saltou a alguns metros de mim tentando alcançar a próxima árvore eu saltei a surpreendendo e em um golpe certeiro era rolou a minha frente e parou agachada  pronta para revidar o meu ataque.

— Cachorro maldito! Grito a sanguessuga.

Eu rosnei alto e agressivamente enquanto caminhava de um lado para o outro a frente dela,  eu não a deixaria fugir novamente, a vampira sorriu – Eu vou enterra-lo vira-lata da mesma forma que enterrei  a criancinha de quem era o cachorrinho de estimação.

“Desgraçada.”

Irina partiu em minha direção e seu golpe acertou o gelo no chão quando eu saltei desviando de seu ataque, a sanguessuga virou o rosto para mim quando eu revidei avançando sobre ela, seu corpo girou no espaço acima de mim e minhas presas alcançaram uma das suas pernas, Irina gritou ao ser girada no ar e jogada contra uma as arvores, seus olhos se arregalaram e o horror a dominou quando eu caminhei em sua direção com uma das suas pernas em minha boca.

— Isso não vai trazê-la e volta! Gritou Irina tentando se levantar com apenas uma das pernas e quando seu corpo finalmente se ergueu girei a cabeça para o lado cuspindo o pedaço do seu corpo e saltei sobre ela.

“Fácil, muito fácil.” Repeti em minha mente parando a alguns metros da sanguessuga, virei novamente meu corpo e então vi o corpo de Irina desabar no chão e sua cabeça rolar na direção das minhas patas.

Em seguida terminei de fazê-la em inumeros pedaços.

(...)

Ele foi cavando, cavando, cavando, pois sua profissão – coveiro – era cavar. Mas, de repente, na distração do ofício que amava, percebeu que cavara demais. Tentou sair da cova e não conseguiu. Levantou o olhar para cima e viu que, sozinho, não conseguiria sair. Gritou. Ninguém atendeu. Gritou mais forte. Ninguém veio...”

— Rawwwwww!

— Jake, isso não se faz! Reclamou Nessie deixano o livo sobre o sofá enquanto eu me ajoelhava a sua frente , dei um sorriso satisfeito so perceber que realmente eu havia a surpreendido.

— Onde está a super audição, o super olfato? Perguntei me sentando ao lado dela.

— Você sabe que eu me distraio quando leio.

Estava perdido nas minhas lembranças enquanto o fogo destruía os últimos pedaços de Irina, eu olhava para o fogo com meus olhos de humano, totalmente nu sentando diante do fogo não para me aquecer mas para contemplar as chamas destruindo aquilo que havia sido a causa de tudo que eu estava sentindo.

Mas a dor continuava a me dilacerar.

Quando as chamas consumiram os ultimos restos da sanguessuga eu caminhei na direção da floresta deixando o lobo rasgar o meu corpo, Irina Denali estava morta mas ainda faltavam dois, o irmão de James e Sasha.

— Jake.

Os pensamentos de Seth invadiram a minha mente quando eu deitei sobre as folhas secas abaixo de algumas árvores enroscando meu corpo tentando descansar, de todos os pensamentos do bando os de Seth eram os únicos que não me incomodavam, pelo contrário, eles me consolavam, Rosalice era a lembrança viva que eu tinha de Nessie e como ela sempre estava dentro dos pensamentos de Seth eu usava isso como morfina.

— Você vai se casar?

— Lice quer que você compareça.

— Eu não sei.

— Nessie ficaria feliz, pense nisso...

— Pensarei com carinho.

Seth não insistiu, ele sabia exatamente como eu me sentia, eu fechei os meus olhos e me concentrei no meu silêncio esperando a minha escuridão me vencer...

Eu queria dormi, e sonhar como sempre sonhava todas as noites desde a noticia de sua morte.

Sonhar com a minha Renesmee.


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