Seth e eu desembarcamos ao som de uma animada música no aeroporto do Rio de Janeiro, eu sorri quando ele me abraçou pousando seu queixo sobre meu ombro tentando me passar a confiança que eu precisava para acreditar que eu não machucaria ninguém, naquela madrugada, por alguns minutos eu me senti mais humana, nós sorrimos enquanto o casal de dançarinos se aproximou tentando puxar nós dois para o centro do grande círculo, mas em meio ao som o ruido de todo fluxo sanguíneo ocasionado pela batida acelerada dos corações dos humanos eufóricos fizeram com que eu recuasse.

Puxei Seth pela mão tentando sair o mais depressa possível daquele lugar, mas Seth me parou próximo a saída principal me dando um forte abraço – Esta tudo bem Jasmee! Disse ele beijando meus cabelos e eu suspirei.

— E se eu os machucasse?

Seth ergueu as sobrancelhas – Lembra do que eu sempre digo a você? Um dia de cada vez?

Meu semblante de perturbação mudou para tranquilidade com apenas aquelas palavras dele, era incrível o quanto Seth tinha poder sobre mim, bastava um gesto, um sorriso para todas as minhas dúvidas e inseguranças desaparecerem quando eu estava com ele.

— Tem razão! Eu murmurei enquanto o ajudava a pegar nossas malas fazendo uma cena para que ninguém percebesse que para mim as malas não estavam nem um pouco pesadas.

— Você seria uma ótima atriz de Hollywood! Ele brincou me provocando.

Fiz uma expressão de dor e ele gargalhou alto.

Depois de alguns minutos de estrada até o porto, nós seguimos de barco na noite escura aproveitando a beleza do mar e a luz da lua, quando finalmente o barco parou no pequeno cais construído com placas de madeira, houve apenas  o silêncio que se seguiu além das ondas, batendo levemente no barco, e o ruído da brisa nas palmeiras.

— Bem vindo a Ilha de Esme! Eu disse em um tom de empolgação descendo do barco.

— Uau! Disse Seth seguindo logo atrás de mim enquanto segurava nossas malas.

Seth colocou as malas no cais e se virou de volta, sorrindo enquanto me alcançava e ao invés de me pegar pela mão, ele me puxou direto para os seus braços – Temos que seguir todas as tradições! Disse ele me pegando sem seus braços.

—Deixe-me adivinhar, você prometeu isso também ao meu pai?

Seth fez uma careta caminhando comigo em seus braços – Essa é a parte ruim de ter uma esposa leitora de mentes- Seth tinha em uma das mãos as alças das duas enormes malas com uma mão só e me segurando com o outro braço, ele me carregou pelo cais e por uma trilha de areia clarinha através da vegetação escura.

Enquanto ele caminhava tudo ficou como breu na mata que mais parecia uma selva, mas logo avistamos uma luz cálida à frente, logo nos demos conta que a luz era uma casa, haviam dois quadrados perfeitos e brilhantes nas janelas largas que margeavam a porta da frente, eu ruborizei ao imaginar o que aconteceria depois que passássemos por ela.

Meu coração acelerou e a minha respiração pareceu ficar presa na minha garganta, eu não consegui olhar para Seth, por incrível que pareça ele também não olhou para mim, eu pude ver em sua mente que ele estava tão nervoso quanto eu, aquilo também era a primeira vez para ele.

Ele me carregou pela casa, nós dois muito quietos, mas logo nós rimos quando ele apalpava as paredes buscando acender as luzes enquanto passava.

— Enfim sós! Ele disse me colocando no chão.

— Eu vou acender a luz do quarto! Falei dando um pequeno selinho em seus lábios e corri na direção da porta que estava fechada, eu já havia estado naquela ilha a um tempo atrás e por isso sabia exatamente onde ficava, pude ouvir um “ vou buscar as malas” de Seth enquanto eu entrava no quarto.

O quarto era grande e branco, e a parede mais distante era praticamente feita de vidro – uma decoração padrão para os minha família de vampiros, pude ver a lua brilhando lá fora, na areia branca e, apenas a alguns metros de distância da casa, as ondas brilhantes. Mas eu mal notei essa parte. Eu estava mais concentrada na cama absolutamente enorme no centro do quarto, com leves mosquiteiros pendurados.

Eu não ouvi quando Seth voltou, meu devaneio havia conseguido não ouvir nem sequer seus pensamentos, os lábios de Seth tocaram minha nuca e eu virei meu corpo ficando de frente para ele.

— Eu... ele murmurou olhando em meus olhos.

—Eu sei! Sussurrei sorrindo timidamente.

—É eu sempre esqueço disso! Disse ele um pouco constrangido.

— Podemos aprende juntos! Falei olhando em seus olhos e senti sua mão grande e macia tocar meu rosto.

— É podemos! Ele sussurrou aproximando nossos lábios e deu início a um beijo doce, minhas mãos percorreram por seu peito rígido e quente, um beijo que tomou proporções maiores.

Quando nossas bocas se afastaram estávamos sem ar e sobre a imensa cama, Seth me olhou novamente buscando o zíper do meu vestido, e bastou alguns segundos para que as roupas fossem jogadas pelo chão do quarto, eu era dele e ele era totalmente meu, ele era meu Seth.

Durante o restante daquela noite nos descobrimos como homem e mulher, juntos conhecemos novas sensações, e quando nossos corpos descansaram exaustos pela noite intensa era de manhã.

— Jasmeee...princesa...

Me mexi entre os lençóis e abri os olhos lentamente, Seth pareceu relaxar e deu um leve sorriso – Que bom que acordou eu estava prestes a ligar para...

Me sentei na cama totalmente confusa – Eu dormi por mais de um dia?

Seth concordou com a cabeça – Aposto que está com fome!

— Eu nunca dormi tanto assim! Murmurei tentando compreender o que havia ocorrido, mas ao ver as sobrancelhas de Seth se unirem eu gargalhei – Sua teoria pode estar correta senhor meu marido, lobos são bem fortes.

Seth ruborizou – Vou buscar seu café.

Voltei a rir ao vê-lo tão envergonhado e me joguei novamente na cama, não demorou para que Seth retornasse com uma bandeja nas mãos, o cheiro fez minha garganta queimar.

—A delivery?

— Você não caça a três dias! Disse ele deixando a bandeja com a jarra de líquido vermelho junto com o copo, algumas torradas e bacon.

Um bico se formou em meus lábios – Até que os bacons tornaram o café menos macabro,

Rimos juntos.

Seth selou meus lábios e enquanto eu tomava o meu café macabro conversávamos sobre nossos planos para o nosso dia, segundo Seth os caseiros haviam o informado sobre algumas pequenas ilhas desertas que rodeavam a ilha de Esme, decidimos ir até uma delas.

Enquanto Seth levava a bandeja para a cozinha eu me levantei da cama e fui para o banheiro, mas ao me aproximar da pia o nojo e a sensação de ânsia me consumiu, curvei meu corpo sobre a pia e logo todo o café era colocado para fora.

—Mas o que? Eu murmurei sem compreender e bruscamente liguei a torneira virando meu corpo assim que percebi que Seth entrava no banheiro, desconfiado ele se aproximou e passou a ponta do dedo indicador no canto dos meus lábios.

— O que aconteceu? Perguntou ele em um semblante de preocupação, que aumentou ao ver a pia suja de sangue – Você está passando mal? Perguntou ele me puxando para seus braços.

— Acho que não foi uma boa ideia o café rsrs.

Seth me olhou prendendo meu rosto entre suas mãos – Talvez seja melhor você mesmo caçar, o sangue deve ter estragado!

— É acho que sim! Sussurrei o abraçando forte, mas a dor forte em meu abdômen fez com que eu me curvasse e o meu grito o deixou em desespero.

—Amor! Murmurou ele tentando me pegar em seus braços mas foi quando o lençol que cobria meu corpo caiu que nossos olhos se arregalaram.

O volume em minha barriga nos paralisou.

— Eu vou ligar para o Edward! Ele disse desesperado me tirando do banheiro em seus braços.