Na Mira do Vampiro escrita por construindoversos


Capítulo 19
Vovó Dalila!




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Duda e Toninho chegaram em casa atrasados para o jantar, mas ainda em tempo de pegar a sobremesa: a bronca de Da. Amanda.

Os dois entraram em casa e deram de cara com ela, que desviou os olhos da televisão e os fitou, séria.

— Oi, mãe, a comida tá quente? - perguntou Duda, encaminhando-se para a cozinha, seguido por Toninho.

— Ah! Agora o "barão" resolveu aparecer para jantar? - replicou ela com ironia. - Onde você estava?

— Jogando bola - mentiu Duda.

— Onde? - quis saber Da. Amanda.

— Aqui em frente, ora.

— Duda, não minta pra mim. Você sabe que eu detesto isso. Eu procurei por você e não te encontrei.

Duda tentava ludibriá-la, mas, obviamente, não estava conseguindo.

— É uma história um pouquinho longa...

— Eu já imaginava - volveu Da. Amanda, cortante. - Vão comer, andem.

Da. Amanda já estava acostumada aos constantes atrasos de Duda para as refeições.

Os meninos entraram na cozinha. Dois minutos depois, Duda chegava na sala com um prato repleto. Toninho ficou na copa mesmo e começou a devorar a comida.

— Pode voltar, Duda - disse Da. Amanda com autoridade. - Você está cansado de saber que eu não gosto que ninguém coma aqui na sala.

— Eu sei, mãe, mas é que eu preciso ver o telejornal...

— Então pode ir lá para dentro comer sossegado; o jornal já acabou - retrucou ela friamente.

— Que horas são? - perguntou Duda.

— Vinte para as nove, doutor - informou Da. Amanda, ainda no mesmo tom.

— No outro canal tem um começando agora...

— E desde quando você se interessa pelas notícias, menino?

Duda, mudando a televisão de canal, respondeu:

— A professora de Estudos Sociais mandou a gente fazer um trabalho baseado nos telejornais...

Em seguida, sentou-se no sofá e começou a mastigação.

O locutor anunciava:

"O caso do vampiro do Rio... Em dois dias de investigações, a polícia ainda não conseguiu nenhuma pista sobre o crime do bairro de Fátima. Embora os jornais cariocas fizessem alarde sobre o acontecimento, até o momento só foi encontrada uma vítima..."

— Uma só, uma ova! Eles não estão contando com aquela do apartamento...

Toninho parou de comer e veio ouvir a notícia.

Da. Amanda não entendia a indignação do filho:

— Que que foi, Duda?

Ele, percebendo a mancada, calou-se e voltou para a copa para terminar seu jantar ao lado de Toninho.

Da. Amanda, sem desconfiar do que tanto afligia o filho, preveniu:

— Você anda vendo muita televisão, Duda. E acho que deveria evitar ler tantas histórias de detetive como você faz...

Duda não deu atenção ao conselho da mãe. Na copa, ele planejava com Toninho uma estratégia para pegar o vampiro:

— O vampiro continua fazendo vítimas e ninguém está se dando conta disso. A gente tem que fazer alguma coisa.

— É, a situação tá feia... E o Ferretti? - perguntou Toninho, lembrando-se dos policiais.

— Sei lá do Ferretti! - respondeu Duda com irritação. - Não vamos nos preocupar com ele. Esses policiais usam uns métodos lentos demais pro meu gosto. Até eles conseguirem alguma pista concreta, a cidade toda já virou um bando de vampiros.

— Caramba, Duda, então a gente tem que agir por nossa conta!

— Calma! Tô tentando colocar as ideias em ordem...

— Por que a gente não vai lá na funerária tentar alguma jogada? - sugeriu Toninho.

— É? E qual é o endereço? Você sabe? Eu não sei.

— Nós temos o nome...

— O nome... Ei, peraí! - exclamou Duda despertando. - O nome! Claro! Por que não lembramos disso antes?

— Eu lembrei agora, ué!

— Vamos procurar nas páginas amarelas! Só deve ter uma funerária Além da Vida na cidade.

Duda pegou o catálogo telefônico e começou a procurar a seção de serviços funerários. Após alguns minutos de busca, finalmente encontrou o que queria:

— Aqui, Toninho! Agora só dependemos de nós mesmos.

— É, só tem um probleminha...

— Que que tem?

— Como nós vamos até lá? - perguntou Toninho, em dúvida.

— Como nós vamos até lá... - repetiu Duda, enquanto formulava algum raciocínio coerente. - Como todo mundo vai, de ônibus.

— Com que dinheiro? Nós íamos ter que pedir à sua mãe ou à minha. Aí elas iam querer saber onde a gente vai... Bom, aí você já sabe o resto...

— Então vamos de táxi! - falou Duda, automaticamente, sem refletir.

— Ia ser pior, bobalhão - rebateu o amigo, crítico.

— Pô, Toninho, deixa de ser estraga prazeres!

— Você é que sonha demais, mané!

— Voltamos à estaca zero - tornou Duda, desanimado.

— A menos que nós tivéssemos alguém de confiança. Pensa bem, Duda...

Duda pôs-se a refletir; subitamente, sua memória explodiu:

— É isso mesmo, Toninho! Vovó Dalila!


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