Cowboys and Angels escrita por Alina Black


Capítulo 3
Pobre menina Rica




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Renesmee sentiu o forte vento tocar em seu rosto e fechou os olhos, sentiu-se livre, em questão de segundos todas as suas dores desapareceriam, em alguns segundos não haveria mais problemas, assim como não havia soluções. Os olhos cor de chocolate escureceram enquanto olhava para baixo, suas pequenas mãos escorregaram pelo aço enferrujado da mureta parando assim que a pulseira que usava em seu braço se prendeu em uma pequena depressão, a garota forçou fazendo com que o metal cedesse.

A pulseira com o nome Renesmee Cullen gravado e sua chapa caia no chão, mas sua dona não se importou, voltou sua atenção para a agitada água.

Em meio a tempestade ouviu uma voz, seu rosto virou-se em meio a escuridão e a chuva, ela não conhecia aquele rosto, por isso o ignorou, novamente olhou para baixo, mas a voz tão insistente a incomodou – Não se aproxime! Sua voz saiu trêmula, se nem seu pai se importou com sua vida porque um estranho se importaria?

Ela fechou os olhos e deixou seu cair para frente, não demoraria para que se chocasse com a água, esperava ficar desacordada antes mesmo que a água a engolisse, mas algo chocou contra seu corpo antes mesmo de conseguir  se jogar sobre a mureta, sentiu uma dor forte em sua cabeça e o peso sobre seu corpo.

—Garota! A voz do homem fez com quem seus olhos se abrissem, olhou por alguns segundos para o rosto do seu salvador, o rosto dele ficou desfocado até que simplesmente apagou.

30 dias antes...

— EU NÃO VOU ME CASAR COM ALEC!

Renesmee gritou ao passar pela porta do seu quarto, a conversa calorosa que havia se iniciado na sala de estar da cobertura de luxo de Bel Air continuou pelo corredor se tornando mais violenta naquele cômodo.

— Creio que não entendeu pirralha! Seu pai passou pela porta logo após a entrada dela, seu tom de voz não era tão alto quando o de Renesmee mas era violento, o som da porta batendo ao ser fechada se misturou ao fim da frase que ele havia dito, porém a ruiva não recuou, manteve uma postura firme diante de seu pai- Eu não estou pedindo para que se case, estou dizendo que vai se casar com ele – O homem completou.

— Eu não vou! Renesmee se aproximou com o rosto próximo ao dele – Eu odeio Alec Volturi, tenho ranço dele, você e nem ninguém pode me obrigar a casar com ele.

— Por acaso está me desafiando Renesmee Cullen? Edward Cullen a encarou com fúria – Acha mesmo que vou deixá-la jogar nosso nome na lama criando um bastardo sem pai?

Renesmee sorriu sarcasticamente- É somente isso com que se preocupa não é Cullen, seus negócios, seu nome, seus sócios, o que dirão sobre o grande Edward Cullen se sua filha criar um neto sem pai.

— Você tem duas opções! Seu pai replicou- Ou se casa com Alec Volturi para que ele assuma essa criança ou se livra disso.

Renesmee sentiu tristeza e ao mesmo tempo raiva, seu pai sempre tinha sido seu melhor amigo, seu herói, naquele momento havia se tornado seu inimigo e carrasco, se perguntou se ele sempre fora assim ou se estava agindo daquela forma por desespero.

— Eu não vou ceder as suas vontades, é a minha vida, é meu filho, e nada do que disse ou fizer vai e fazer desistir da minha vida, eu não me importo com o seu nome, eu não me importo com a sua imagem eu não...

Renesmee não terminou de completar sua frase, seu corpo caiu sobre sua cama enquanto sentia o queimar em seu rosto causado pelo tapa dando por seu pai – Você vai me respeitar! Edward falou levando ambas as mãos a fivela do cinto que usava o puxando de uma única vez de sua cintura – Eu ainda mando nessa casa! Completou ele dando três golpes seguidos na direção dela, Renesmee gritou se afastando da fúria do pai que era segurando pelo filho mais velho, Eliot enquanto sua irmã Bel e sua mãe Bela se colocaram entre eles.

— Pai não faça isso! Eliot tentou controlá-lo, Bela se colocou como um escudo a frente de Renesmee o confrontando.

 -Saia da frente Bela! Edward falou em um tom agressivo e de ordem.

— Você não vai agredir a nossa filha Edward, ela está gravida, você quer causar uma tragédia?

— Eu falei para sair da minha frente Bela! Edward repetiu.

— Ou o que Edward? Vai me agredir também com sua cinta?

Edward recuou – Renesmee você tem uma hora para sair desse apartamento, suas contas estão canceladas, se alguém aqui der um centavo a você terá sua conta cancelada também.

— Você não vai expulsar nossa filha nessa situação!

— Ela não é mais minha filha! O Cullen falou saindo do quarto.

3 dias antes....

— Sentimos muito senhorita, mas a vaga já foi preenchida.

Renesmee deu um sorriso falso e agradeceu a recepcionista da loja a qual havia procurando emprego pela quarta vez, desde que seu pai havia a expulsado de casa não havia tido êxito em sua busca por emprego, sempre que entregava seus documentos seu sobrenome a levava diretamente a Edward, que em todos os telefonemas que recebeu das empresas fez questão de fazer com que não a contratassem ou a demitissem.

O dinheiro que sua mãe havia lhe dado estava acabando, não tinha como pagar a pensão onde havia se hospedado desde que saiu de casa, os amigos que acreditou ter haviam desaparecido, pertencentes da alta sociedade também tinham pais que de forma alguma queriam se indispor com o Cullen.

Nessie sabia que de nada adiantaria tentar a vaga seguinte marcada no jornal, dobrou o papel o jogando na lixeira próxima e caminhou pela movimentada rua em meio aos carros sem uma direção exata.

Um carro estacionou ao seu lado.

— Nessie! A loira abriu a porta do carro.

— Babi! Nessie sorriu sendo abraçada pela amiga.

— Soube do que aconteceu! A loira falou de forma gentil – Nessie eu queria muito poder ajudar você, mas meu pai cortou meus cartões está controlando tudo que eu gasto e acho que imagina porque e a mando de quem.

— Sim! Nessie suspirou, sentia-se cansada, sabia que não poderia mais lutar contra a fúria de seu pai, fraca e derrotada, por mais difícil que fosse admitir, Edward Cullen havia conseguido.

— Você está mais magra! Babi falava enquanto seus olhos azuis observavam atentamente cada detalhe na amiga.

— Lembra que quando eu descobri minha gravidez você falou que conhecia um lugar que...

Babi a olhou surpresa – Sim, você por acaso decidiu?

Nessie concordou com a cabeça – É muito caro?

— Não, se quiser eu pago para você, estou com um dinheiro em espécie!

A ruiva concordou com a cabeça, mesmo aquela decisão indo de contra a todos seus princípios, de qualquer forma se tudo continuasse da forma que estava aquela criança não sobreviveria, seu olhar se tornou triste e distante enquanto era puxada pela amiga para dentro do luxuoso carro.

Rodaram pela cidade até chegarem a um bairro desconhecido por ela, o carro estacionou diante de uma casa, Nessie saiu logo após a amiga olhando para a porta da casa, minutos depois a porta se abria e uma garota saia chorando de dentro.

— Vamos! Babi a segurou pela mão, mas Nessie congelou – Renesmee! A loira insistiu.

— Eu...eu não posso!

— Você não pode estar falando sério!

— Babi eu não posso matar uma criança, essa criança não tem culpa.

Babi sorriu – Olha, eu sempre soube que você era burra, mas hoje estou confirmando que além de burra é louca.

Nessie a olhou assustada.

— Eu preciso ir, desisto de você! A loira falou abrindo a porta do carro entrando em seguida.

3 horas antes...

O dinheiro havia acabado, Nessie caminhou de um lado para o outro  dentro do pequeno quarto angustiada, sabia que não poderia se esconder por mais tempo da dona da pensão, a dois dias não saia do quarto e com certeza a senhora Suarez mandaria arrombar a porta do quarto caso ela continuasse sem responder.

Se encolheu no canto da cama e fechou os olhos que se abriram ao se assustar com o bater forte em sua porta.

— Renesmee eu sei que está ai!

Como não havia como fugir, respirou fundo e se levantou abrindo a porta – Senhora Suarez, eu sei que estou devendo quinze dias de diárias, mas hoje eu vou a uma entrevista de emprego e...

— Você me da essa desculpa a quinze dias, eu sinto muito, mas não tenho como esperar.

— Senhora Suarez eu...

— Quero que desocupe o quarto!

Renesmee suspirou – Vou arrumar minhas coisas.

— Suas coisas ficam! A velha falou.

— Como assim?

— Suas coisas ficam como uma garantia que vai voltar e me pagar esses dias!

Renesmee sentiu as lagrimas encherem seus olhos, mas as segurou, trocou de roupa e arrumou tudo em sua mala, desligou o celular o colocando em uma pequena bolsa e entregou tudo a mulher – Por favor não se livre das minhas coisas, eu virei buscar.

— Você tem cinco dias para vir buscá-las, depois disso eu vendo, percebi que tem coisas de grife nessa mala! A Velha falou sorrindo.

Finalmente ela havia chegado ao fundo do poço, sem família, amigos, sem ter onde dormir, caminhou por horas e sentou-se a beira do rio São Francisco observando o pôr do sol.

Seu olhar se fixou sobre a ponte, lentamente ela levou-se e caminhou mais alguns minutos, por mais que parecesse perto a ponte estava distante, a estrada começou a escurecer e as gotas de chuva começaram a cair sobre seu corpo.

3 minutos depois...

— Garota! Jacob a balançou em seus braços, mas ela não acordou, o cowboy olhou para ambos os lados e respirou fundo a pegando em seus braços caminhando de forma apressada até sua caminhonete, abriu a porta a colocando no banco carona e após arrumar o cinto entrou no carro.

— Mas que diacho! Jacob murmurou olhando para a garota desacordada no banco ao seu lado – o que eu faço com você? Se eu te levar para polícia vão achar que eu te agarrei! Pensa Jacob, pensa! O Cowboy bateu com a cabeça no volante do carro.

Ligou o carro e acelerou, voltou a olhar para a garota enquanto mexia no celular preso no suporte à sua frente realizando uma ligação colocando na viva voz.

— Jacob, filho onde você está? Vai cair uma tempestade!

— Mãe chama um médico, tô indo para casa!

— Médico? Jacob você está bem?

— Mãe chama o médico, vou chegar em quinze minutos, não se preocupa não é para mim!

— Meu Deus Jacob!

— Oh mãe estou bem só faz o que pedi! O Cowboy falou encerrando a ligação.

Voltou sua atenção para a estrada, a chuva realmente havia aumentado, mas não deixou de olhar para a garota ao seu lado.

— Potranca Ruana linda! Ele sussurrou dando um sorriso com o canto dos lábios e acelerou o carro.


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Notas finais do capítulo

Diacho: Diabo
Potranca Ruana- égua nova ainda não domada de crinas vermelhas.



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