Viver no mundo onde seus antigos desafetos eram adorados como deuses, era como pedir a alguém para dormir em uma cama de espinhos à noite: dificilmente te mataria, mas não era uma perspectiva de vida aceitável.

Então Pansy partiu.

Não havia deixado muito para trás, seu lar era amorfo, sua família nunca fora próxima, seus amigos eram todos do tipo que estavam à uma carta de distância... Seria indigno querer qualquer um deles mais próximo do que isso, verdade fosse dita.

A mulher de 25 anos suspirou na sua cabine muito vazia, na muito grande roda girante, obra trouxa intrigante e desafiadora, em partes iguais.

Pansy sempre fizera questão de manter os sem magia afastados de si e embora fosse incomum ver apenas uma mulher ocupando a cabine da famosa London Eye, aquela situação resumia toda a sua existência: beirava ao ilegal, mas nunca ultrapassava realmente a linha tênue.

Olhou uma última vez através do grande olho de Londres, que lhe dava, não por acaso, uma das melhores vistas panorâmicas. Ironicamente nenhum artefato bruxo podia lhe oferecer o mesmo, então talvez suas reflexões solitárias estivessem certas: Pansy Parkinson precisava de uma nova perspectiva para sua vida.

Por isso Pansy retornara.