Little Things escrita por Siaht


Capítulo 16
XVI. i want to know what love is


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas lindas!!! ;D
Tudo bem com vocês?
Quero dedicar esse capítulo para a WinnieCooper pela recomendação maravilhosa. Sério, muito obrigada, sua linda! ♥
Espero que gostem!



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XVI

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{i want to know what love is}

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Se você excluísse Rose e Albus da equação, era provável que Fred II fosse o Weasley favorito de Scorpius. O rapaz era tão apaixonado por Herbologia quanto o Malfoy e, por isso, acabavam passando muito tempo juntos nas estufas. Não conversavam sobre assuntos pessoais, afinal ambos eram pessoas reservadas, mas se entendiam com facilidade quando o assunto era plantas. Sendo um ano mais velho, Fred até mesmo o ensinava técnicas avançadas e o apresentava a espécies que o menino só deveria conhecer no futuro. Era como ter um professor particular, um que era dedicado e ótimo em ensinar.

Fred II era um acadêmico, não havia como negar. Primeiro aluno da turma, com os óculos grandes demais sobre os olhos e o nariz sempre enfiado em um livro. Scorpius achava difícil acreditar que o pai dele era dono de uma loja de logros e brincadeiras, e que carregava com orgulho a reputação de ter sido um dos maiores causadores de problemas que já pisara os pés em Hogwarts. Certamente não existiriam duas pessoas mais diferentes no mundo.   

De qualquer forma, os dois garotos estavam nas estufas naquela tarde, trabalhando em silêncio em seus respectivos projetos, quando a voz feminina soou atrás deles:

— Olá, garoto de ouro.

Um sorrisso se abriu nos lábios de Fred no mesmo instante.

— Olá, encrenca. — ele respondeu, ainda sorrindo.

Os dois rapazes se viraram para encontrar Alice Longbottom II reclinada contra a porta. Os cabelos loiros estavam molhados, a gravata na grifinória amarrada no pulso, a vassoura em uma das mãos.

— Pensei que você tivesse treino de Quadribol. — Fred comentou, olhando para a menina como se ela fosse o próprio sol.

— Acabou mais cedo. E agora o seu primo e o Wood estão gritando um com o outro, eu não preciso disso na minha vida. — a garota comentou indiferente, enquanto encarava uma de suas unhas roídas.

— O Albus? — Fred indagou.

— O James é que não é.

— Por que o Al estava assistindo o treino de quadribol da Grifinória? — a pergunta foi dirigida a Scorpius, mas o Malfoy apenas deu de ombros. Quando se tratava de Bradley Wood, as razões de Albus nunca faziam muito sentido.

— Enfim, o treino acabou mais cedo e eu vim ver se meu namorado teria um tempinho para mim... — a menina cantarolou com malícia.  

O rosto de Fred enrubesceu. Ele e Alice haviam começado a namorar no verão. E ainda era um mistério para a população de Hogwarts como o monitor certinho da corvinal e a campeã de detenções da grifinória haviam chegado àquele ponto. Scorpius achava que os dois formavam um belo casal.

— Eu tenho ronda daqui a duas horas. — o Weasley informou.

— Duas é tempo suficiente para fazer muita coisa...

O garoto corou novamente. E ajeitou os óculos antes de perguntar a Scorpius:

— Você fecha tudo, quando terminar?

O Malfoy assentiu e reprimiu a vontade de soltar um “divirtam-se” sugestivo, quando o casal saiu das estufas. O amor estava no ar, aparentemente. E todo mundo parecia preso em alguma confusão romântica ou sexual. Scorpius ainda não havia dado sequer seu primeiro beijo.

Não era como se ele não quisesse beijar, ele realmente queria. No entanto, sempre fora um desastre quando se tratava de interações sociais. Principalmente aquele tipo de interação social. O que ele deveria dizer para convencer uma garota a beijá-lo? Como deveria abordá-la? E se ela dissesse “não”? O que ele deveria fazer? Além de aceitar a negativa, é claro. Como lidar com a vergonha e a rejeição? Não, a chance de algo assim dar errado era grande demais para valer o risco. Scorpius Malfoy não precisava de mais humilhação e problemas em sua vida.  

Ainda assim, quando ele via casais como Fred e Alice sentia vontade de ter o que eles tinham. De ter uma namorada. Alguém para amar e para amá-lo também. Queria saber o que era aquilo. Aquele sentimento que inspirava tantas canções e livros ruins. Queria saber como era estar em um relacionamento. Queria declarações melosas e flores e corações e toda aquela breguice. Não queria ficar sozinho para sempre. E, aos 15 anos, tudo parecia para sempre.

O garoto ainda estava preso em seus devaneios românticos, quando a porta se abriu novamente. Aquela estufa estava parecendo terra de ninguém, naquela tarde. O que era irritante. Seu incômodo, contudo, durou apenas meio segundo, porque quando avistou os cabelos ruivos de Rose Weasley todas as suas muralhas caíram.

— Sabia que ia te encontrar aqui. — a garota disse, se aproximando.

— Oi, Rosie. — ele cumprimentou, focando nos brincos de penas verdes que ela tinha nas orelhas.

— Achei que ia encontrar o Fred aqui também. Ele e seu distintivo estúpido de monitor. Ele fica polindo tanto aquele negócio que qualquer dia vai nos deixar cegos...

Scorpius se forçou a reprimir a risada. Havia verdade na afirmação da menina.

— Não faz isso. — ele disse, encarando a amiga com seriedade.

— O que?

— Usar o Fred como alvo da sua raiva. Você não está com raiva dele. E você nunca quis ser monitora. Aliás, você vive dizendo que monitores são os soldadinhos que mantém as regras arcaicas dessa escola em funcionamento.

Rose o encarou surpresa.

— O que foi?

— Você escuta. Tipo, você escuta de verdade as coisas que eu falo.

Foi a vez de Scorpius a encarar em choque.

— É claro que eu escuto! O que você achou que eu fizesse?

— Sei lá, eu falo tanto que presumi que a maioria das pessoas só fingisse prestar atenção e deixasse a mente vagar, enquanto eu tagarelo. Sendo sincera, nem sei se me importaria, eu só gosto muito de falar. Mesmo quando não tenho muito o que dizer. Mesmo quando estou falando coisas que não fazem nenhum sentido. Deveria aprender a calar a boca. Não sei se consigo fazer isso, mas deveria tentar.

O garoto riu.

— Bom, eu presto atenção. — ele afirmou — E gosto de te ouvir tagarelar. Mesmo quando não faz sentido. — ele conclui, sentindo o rosto esquentar.  

Rose sorriu.

— Obrigada. Obrigada por me escutar de verdade. E obrigada pelo que disse antes. Você está certo, não estou com raiva do Fred. Ele não tem culpa de nada disso.

— Já respondeu as cartas da sua mãe?

A menina gemeu audivelmente.

— Não.

— Rose, tem duas semanas que voltamos para Hogwarts. Você não pode ignorá-la para sempre.

— É claro que eu posso. E, se não para sempre, pelo menos até o natal.

— Ela vai te mandar um berrador até o fim do mês. Você sabe que é o que vai acontecer.

Rose suspirou, porque o rapaz estava certo.

— Odeio quando você tem razão. — ela disse, mas havia um meio sorriso nos lábios dela.

Scorpius riu.

— Você tem que conversar com a sua mãe. Conversar de verdade. Não só gritar com ela.

— É fácil falar, não é você que tem que lidar com aquele olhar de decepção no rosto da grande Hermione Granger.

— Ah, mas eu não disse que vai ser fácil, provavelmente vai ser horrível. E não disse que você tem que fazer isso agora. Embora deva responder as cartas dela, mesmo que só para avisar que chegou viva a Hogwarts, antes que receba um berrador no café da manhã ou que a própria Ministra apareça por aqui. — ele estremeceu com a ideia — Só estou dizendo que conversar com ela é a única forma de vocês resolverem isso.

— Quando foi que você ficou tão maduro, senhor Malfoy? — Rose olhava o amigo encantada.

— Ah, tenho certa experiência em conflitos familiares, senhorita Weasley.

Os dois riram.

— Obrigada, Scorpius. De verdade. Você é um bom amigo.

O garoto sentiu algo se mover em seu estômago. Mas apenas deu de ombros.

— Você é uma boa amiga também.


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Notas finais do capítulo

Scorpius é tão fofo que nem sei lidar haha
Espero que tenham gostado! ♥
Beijinhos,
Thaís