A vida tem o costume de te surpreender, quando você acha que já viveu de tudo e que nada mais pode te surpreender ela vem e te mostra que sempre a mais. Há um ditado antigo que é o seguinte: Ninguém é tão novo não que não possa ensinar e ninguém é tão velho que não possa aprender. 

Acho que este deveríamos nos obrigar a decora-lo para nos lembrar que não é a idade que faz a inteligência da pessoa, são as histórias dela, é as dores que ela já passou na vida ou as vitórias que ela conquistou. 

 Cada um de nós enxerga a vida de uma maneira, não é por que você acha uma coisa que quer dizer que você esteja certo, eu demorei um tempo para entender isso e sei que muitos ainda não entenderam, mas ainda tenho fé de que um dia aprendam. 

 Estes dias um menino de 10 anos andava na rua acompanhado da mãe ela estava distraída de mais para notar o senhor idoso sentado na calçada vendendo bolo para conseguir algum dinheiro, mesmo nesse frio ele estava lá tentando trabalhar, conseguir seu dinheiro honestamente. O menino se soltou da mãe e correu para o moço, tirou do bolso algumas moedas que provavelmente tinha ganho dos pais e deu ao moço lhe dizendo: Espero que o senhor possa ir pra casa ficar quentinho logo. 

 A mãe em questão não notou o gesto do filho, lhe chamou e continuou a caminhar, mas eu notei, me sentei ao lado do senhor e me pus a conversar, o filho mais velho estava doente e não podia trabalhar, a filha mais nova costurava para fora, mas neste frio havia poucos clientes, a esposa tinha feito os bolos e ele nunca a deixaria ficar no frio por isso estava lá. 

 Não importa o que fiz ou deixei de fazer, a questão é que aquele menino, aquela criança de 10 anos não perguntou ao moço por que ele estava no frio, não se questionou com o que ele usaria suas moedas, ele se comoveu e lhe deu o que tinha. 

 No fim a história é essa, as crianças são almas tão puras que podem nos ensinar se nos permitirmos prestar atenção. 

Ass: Isabella Swan. 

 Bella olhava a nota no jornal e sorria, se orgulhava sobre o que vinha escrevendo nas últimas semanas, suas notas eram publicadas como seu antigo jornal, segunda, quarta e sexta e vinha recebendo muitos elogios sobre os assuntos que abordava e como abordava, finalmente parecia que a Alta sociedade resolverá a perdoar por completo. 

 Os convites para o casamento dela e de Edward tinham sido enviadas naquela semana, segundo o que viam e sabiam a neve acabaria em três semanas, como já começava a diminuir e a o frio começava a ceder o casal tinha decidido marcar o casamento e adiantar tudo que pudesse. 

 Os dois evitavam ficar sozinhos, pois todas as vezes acabavam fazendo coisas que os complicaria se os pais dela os pegassem, mesmo que fossem ser marido e mulher em breve tinham que tomar cuidado, havia muito que preservar a imagem dos dois. 

—Nem acredito que seu vestido está finalmente ficando pronto. -Esme comentou bebendo chá sentada ao seu lado, todas as mulheres que amava e admirava estava na sala com ela, estavam a ajudando a preparar a grande festa para o casamento, afinal ela se casaria com o futuro rei e isso nunca seria pequeno. 

—Demoraram a fazer o tecido, mas agora será rapidamente resolvido. -Bella concordou. 

—Eu mal posso esperar para vê-la dentro dele. -Alice suspirou, elas só tinham visto o desenho do que Bella tinha desejado e ansiado, mas já se sentia esperançosas. 

—Vocês só a irão ver na igreja como todos os outros. -Renée avisou, Rose soltou um gritinho que agitou as duas crianças na sala, Brian brincava em um cercado com os brinquedos enquanto Charlotte tirava um cochilo. 

—Nem brinque com isso. -Rose avisou. -Ela foi a primeira pessoa a me ver no meu vestido. 

—No meu também. -Alice lembrou. 

—Isso me faz lembrar de quando fizemos seu enxoval Rose. -Bella disse sorrindo para a amiga enquanto bebia seu chocolate quente. -Você disse que um dia seria eu, e bom agora é. 

—Só demorou quase quatro anos. -Renée bufou, Bella estar prestes a fazer 21 anos e não ter se casado era chocante, mas Bella apenas riu da mãe. 

—Lembre-se mamãe que a senhora pode me curtir por mais tempo. -Bella a lembrou. 

—É por que agora ela será minha. -Esme brincou fazendo as outras rirem e Renée se fingir de chocada. 

 Edward tinha dito que tinha um apartamento só dele no castelo, enquanto o apartamento dos pais ficava do lado norte do castelo o dele ficava no Sul e isso lhes dava privacidade o suficiente, Bella não contestou se quer tinha pensado sobre isso. 

—Não briguem, pois todo mundo sabe que a Bella é mais minha e de Rose do que de qual quer um. -Alice riu fazendo todos rirem. 

—Não deixe Edward te ouvir. -Rose pediu. 

 Bella e Edward vinham bem nos últimos tempos, dês do dia em que se acertaram trocavam cartas com frequência ou ele aparecia apenas para vê-la, nos dias que não nevava os dois saia para caminhar e para que todos os vissem juntos, ela tinha notado que as coisas pareciam melhor que no começo, pois Edward perguntava sobre tudo e ela respondia com sinceridade. 

 Ele questionava algumas coisas que ele tinha lido no diário ou no que agora chamavam de depoimento dela, e ela contava o que conseguia se lembrar, ele parecia se divertir desvendando o passado dela também. Quando perguntava sobre a infância e sobre as coisas que ela achou que ele nunca iria querer saber, ele escutava e contava sobre a dele. 

—Está longe Bella. -Esme chamou, Bella olhou para a sogra e sorriu. 

—Não é nada. -Prometeu. -Apenas me lembrando de algumas coisas. 

—Ela estava pensando em Edward. -Renée avisou. -Tem sido assim a semanas. 

—Ele fica viajando também. -Esme contou. -O que o amor não faz. 

—Já pararam? -Bella pediu sorrindo. -Vamos trabalhar. 

 Dias depois saiu para comprar seu enxoval, com Alice e Rose como companheiras ela ria enquanto comprava os vestidos de mulher casada (como Alice chamava), e se divertia vendo as amigas brincarem, ela estava feliz e distraída quando alguém parou na frente delas na rua. 

—Precisamos conversar. -O marquês Withloock estava a encarando sério, ele então se dignou a olhar para Rose e Alice. -Imediatamente. 

—Desculpa milorde, mas eu não tenho nada a dizer ao senhor. -Bella disse e tentou desviar dele, mas ele a segurou pelo braço. 

—Mas eu tenho. -Ele avisou, Bella estremeceu de medo, não sabia o que aquele homem era capaz de fazer. 

—Tire suas mãos de mim senhor, ou da próxima vez que nos vermos não será muito bom para o senhor. -Bella rosnou. -Gostaria de lhe lembrar em quem o senhor está encostando. 

—Eu não tenho medo do seu noivo, ele é um príncipe, mas o pai dele entenderá. -Ele falou e puxou Bella que o chutou bem no meio das pernas, as meninas atrás dela pareciam ter chamado alguém. 

—Eu não estava falando do meu noivo. -Bella se afastou ainda olhando para ele e vendo metade das pessoas que passavam olhar. -Eu nem mesmo estava falando da minha família. -Bella se abaixou um pouco. -Não se esqueça Marquês que eu por muitos anos ouvi tudo e mais um pouco nesta cidade e que têm muitas coisas que eu poderia contar do senhor por aí, coisas que o levariam a ser desbancado do seu posto. 

—Olha aqui sua... -Ele a segurou pelo braço por um segundo antes de Edward aparecer o empurrar, o príncipe estava com vários soldados que logo seguraram o marquês. 

—Você está bem? -Edward questionou a Bella que assentia, Rose e Alice estavam ao lado dela de novo. -Quem o senhor acha que é para tocar na minha noiva? 

—Sua noiva estava me ameaçando. -Ele ladrou, Edward o fulminou com os olhos. 

—Tenho certeza que ela não começou. -Edward fechou os punhos e Bella se adiantou tocando o braço dele. 

—Eu acho que sei sobre o que é isso. -Bella disse para Edward. -É sobre o diário. 

—O diário não lhe pertence mais para ele vim atrás dele com você. -Edward respondeu ainda com os olhos no marquês, Bella sabia que iria render muita fofoca naquele momento. 

—É sobre Jasper. -Bella falou e viu o marquês a olha-la, Edward também virou para ela e finalmente entendeu. 

—O que você sabe sobre isso? -O marquês questionou e então olhou para Alice que o encarava. 

—Tudo e muito mais do que o senhor. -Bella respondeu. -Mas não há nada no diário, quando descobri disse a Jasper que sabia e ele me pediu para nunca contar a ninguém, então eu nunca se quer escrevi sobre o assunto. -Bella respirou fundo. -Não foi por você, foi a pedido dele é a vida dele, se um dia ele quiser contar a todos então o problema é dele. 

—Vamos. -Edward as tirou de lá e as guiou para a carruagem de Rose que as esperava. -Vocês vão ficar bem? 

—Claro. -Elas responderam, ele beijou a mão de Bella e a deixou subir a carruagem. 

—Onde o encontraram? -Bella questionou. 

—Eu pedi que nos encontra-se um soldado. -Alice deu de ombros. -Acho que ele estava por perto. 

—Nem acredito que o marquês a atacou a luz do dia. -Rose murmurou pegando na mão dela. 

—Acho que ele cansou de esperar. -Bella suspirou. -Quando ele fez um lance no baile eu entendi o que ele tinha medo que as pessoas vissem. -Bella negou. -Acho que ele queria saber o que estava lá. 

—Bom agora ele atiçou a curiosidade de Edward para procurar pelo nome dele. -Alice comunicou. -Se meu pai não lhe tirar o título e passar direto para Jasper depois disso. 

—Eu não vou me meter nesta eu já me meti em muitas confusões. -Bella avisou e suspirou, era só o que lhe faltava. 

 Após chegar em casa Bella contou os pais o episódio por que sabia que logo todos saberiam, depois respirou fundo e tentou se concentrar nas coisas que tinham que fazer, definitivamente não entraria nessa confusão se pudesse evitar. 

—Srta. O príncipe está aqui junto com seu irmão e seus amigos. -Ângela avisou, os pais de Bella tinham saído para almoçar fora naquele dia e a filha tinha ficado escrevendo um artigo, Bella assentiu e se levantou. 

 Se olhou no espelho e vendo que estava apresentável desceu as escadas, surpresa que os amigos estavam lá naquele dia sem terem marcado nada. Ela entrou na sala vendo que Rose e Alice estavam do lado dos maridos e Edward estava sentado na poltrona relaxado. 

—Eu amo vocês, mas estou surpresa com a visita repentina. -Ela anunciou indo se sentar na poltrona ao lado de Edward. 

—É sobre aquela confusão com o marquês a uns dias atrás. -Emmett avisou, Bella olhou para os amigos e suspirou. 

—Eu não fiz nada. -Ela murmurou e as amigas riram. 

—Nós sabemos. -Rose declarou. -Não é sobre isso. 

—Alice contou que você mencionou a ele que sabia algo que faria ele perder o título. -Jasper falou e olhou para a amiga. -Isso é sério? 

—É, mas isso é muito sério para se quer ser mencionado assim. -Bella bufou. 

—Não há nada tão chocante assim no diário. -Edward falou, Bella olhou para ele. 

—É muito sério para se escrever sobre, além do mais é um escanda-lo que pode respingar em Jasper, eu nunca faria algo assim. -Ela disse. -Eu só conseguia ouvir as coisas por que era invisível, mas isso, essa história saiu da boca de uma pessoa, diretamente para mim, depois que eu a ajudei, eu nunca contei a ninguém, não acho que se quer deveria saber de algo assim. 

—Desembucha Bella. -Jasper pediu, ela olhou para a porta então se ergueu e fechou a porta, que Deus os ajudasse se aquilo saísse daquela sala antes de todos pensarem no que fazer com a notícia. 

—Há um tipo de lugar ao oeste da cidade. -Bella começou e apertou as mãos uma na outra enquanto voltava para o lado de Edward. -Essa pessoa me disse que tinha fugido de lá, e que era um lugar onde coisas aconteciam que damas não deveriam saber ou pensar sobre antes do casamento. 

—Um lugar de sexo? -Emmett questionou, as mulheres na sala abaixaram a cabeça, um pouco envergonhadas e um pouco surpresas com o irmão dela e a falta de filtro. 

—Deus me ajude com você perto do nosso filho. -Rose disse. 

—Estamos em família, Alice sabe do que estou falando, e se Bella sabe de algo ela também sabe, então não tem por que ter papas na língua. -Emmett respondeu, Bella rolou os olhos e suspirou. 

—Sim Emmett isso. -Bella decidiu cala-los antes que começassem a brigar. -Ela me disse que o Marquês é dono do lugar. 

—Bom ele tem um bordel isso é horrível e mancha seu nome, mas não o tira o título. -Edward disse, Bella o olhou com um pouco de pena. 

—Fica pior Edward, muito pior. -Ela avisou e suspirou. -As mulheres naquele lugar são vendidas pelos pais, meninas e mulheres de famílias muito pobres que são obrigadas a entregar seus corpos, pois seus pais a venderam para o marquês. 

 Cada um teve uma reação, Bella viu Alice se chocar, Jasper fechar os punhos em ódio, Rose queria chorar, o irmão a olhava surpreso e Edward estava totalmente parado quase sem respirar, ela esperou, pois naquele momento tinha dito algo que não ousava nem pensar sobre. 

—Por que você nunca contou? -Jasper questionou. -É minha amiga a dois anos, mas nunca me contou. 

—Eu não deveria saber sobre isso Jasper, como explicaria que sabia. -Bella o olhou com sinceridade. -E eu fiquei com medo pela garota, medo de que se trouxesse isso à tona eles a achassem, medo por que ela disse que muitos soldados frequentava o lugar, medo por que ela me disse que muitos homens da alta sociedade também iam. 

—Quantos anos? Quantos anos ela tinha? -Rose questionou. 

—16. -Bella respondeu. -Ela tinha 16 anos quando eu a conheci. -Bella desviou os olhos para a mão se lembrando. -Foi em um dia que Alice e Jasper tinham saído juntos, eu saí para entregar uma das notas e encontrei essa menina com a roupa de baixo, com machucados por todo o corpo mal conseguindo ficar de pé, eu a levei até uma pousada e aluguei um quarto, comprei-lhe roupa e perguntei o que aconteceu, e enquanto ela contava eu me sentia como vocês se sentem agora, eu não duvidei dela nenhuma vez, por que eu sou mulher e nenhuma mulher brincaria com uma coisa dessas. 

 Bella se calou e se sentiu vulnerável em dizer aquelas palavras, primeiro por que não era sua história, segundo por que sentia que tinha falhado com as outras meninas que não tinham fugido, que não conseguiram uma vida melhor. 

—Ela me disse que foi vendida com 12 anos, pois algumas pessoas gostam delas novinhas. -Bella sentiu à vontade vomitar só de proferir as palavras. -Eu fiz o que pude, lhe mantive no hotel por um tempo, então disse a uma certa senhora que tinha conhecido uma menina que daria uma ótima acompanhante e que ela tinha sido violentada e precisava de abrigo e essa senhora a recebeu de braços aberto e a enviou para sua casa fora da cidade para ficar lá cuidando de tudo enquanto ela estava na cidade e faz companhia a essa senhora quando ela não está aqui. 

—Quem é essa senhora? -Alice perguntou, Bella só olhou pra ela para que ela entendesse. -Eu sempre gostei daquela mulher. 

—Eu também. -Bella murmurou. 

—De quem estamos falando? -Emmett pediu. 

—Da condessa é claro. -Rose respondeu pegando no braço do marido. -Que outra senhora você conhece que seria tão gentil assim? 

—Minha mãe. -Ele respondeu. 

—Se fosse a mamãe você saberia por que ela teria contratado alguém do nada. -Bella disse, Edward enfim pareceu voltar a si. 

—Isso é realmente muito sério. -Edward falou. -Não duvido que esteja nos dizendo a verdade e entendo por que nunca nos contou sobre isso, mas precisamos pega-lo em flagrante e então leva-lo a justiça, todos eles. 

—Eu vou mata-lo. -Jasper rosnou. -Não há outra coisa a fazer se não matar todos eles, cada um desses bastardos miseráveis. 

—Essas garotas vão precisar de muita ajuda quando vocês acabarem com isso. -Alice os lembrou. -Nem acredito que algo assim tem acontecido em nosso reino e nós não sabíamos. 

—Não é sua culpa. -Bella a lembrou, pois tinha se culpado por fechar os olhos para todas as outras. -Talvez seja minha e eu sei que nunca vou me perdoa totalmente por isso, medo de ter que explicar como descobri isso foi o que me paralisou, eu teria que explicar o que estava fazendo na rua, com que dinheiro ajudei a menina e então comprar um inferno de uma briga com muitos homens. 

—Você não está sozinha mais. -Edward a lembrou pegando sua mão. -E não é sua culpa, vamos fazer isso. -Ele beijou sua mão se pondo de pé. -Jasper, Emmett temos que ir ao castelo, vamos conversar com meu pai e então nos preparar para começar a destruir todos eles. 

—Se precisar de ajuda, eu estou aqui. -Bella avisou, ele sorriu e beijou sua testa com carinho. 

—Talvez use essa mente brilhante para nos dizer como lidar com essas mulheres. -Ele murmurou contra seu cabelo. 

—Okay. -Ela concordou e deixou que os homens se fossem, sabia que eles fariam o que fosse preciso e que isso logo terminaria, então suspirou se jogando ao lado de Rose, Alice se sentou do seu outro lado e as três se abraçaram ficando juntinhas. 

—Talvez devêssemos criar um programa para elas. -Rose sussurrou. 

—Um abrigo. -Alice concordou. -Com ajuda de médicos e psicólogos. 

—Mas isso não vai resolver o maior problema. -Bella murmurou. -A sociedade as olhando com desdém e nojo por não serem virgens.