Gravity Falls: Um Verão Nunca Esquecido escrita por Sweet Aeryn


Capítulo 2
Capítulo 2: Antiga Paixão de Verão




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O dia que os gêmeos retornaram a Gravity Falls era um lindo e ensolarado sábado. A Cabana do Mistério funcionava muito mais aos finais de semana, dias que os turistas das cidades próximas gostavam de passear e explorar. Soos não teria tempo de receber os sobrinhos de seu ídolo e antigo chefe, mas isso não era um problema: Dipper e Mabel sentiram  liberdade para se instalarem sozinhos. Entraram pela loja e cumprimentaram Melody, que estava bastante atarefada vendendo artefatos de qualidade muito questionáveis para o rebanho de turistas bobos que enchiam o ambiente. Não se demoraram e subiram até o sótão, local onde fora o antigo quarto dos gêmeos durante o verão de 2012.

— Puxa, parece que foi ontem, não é mesmo Dipper? - Mabel dizia com um ar nostálgico em sua voz.

— É... - Os olhos de Dipper percorreram o espaço, trazendo à tona todas as lembranças do que ele dizia ter sido o melhor verão de sua vida. Logo um pequeno alarme o trouxe de volta à realidade. Era o celular em seu bolso, vibrando após receber uma mensagem.

" Soos me passou seu número. Fiquei sabendo da chegada de vocês à Gravity Falls. Mais tarde dou um pulo aí na Cabana - WENDY"

— Uuuuuuh! Uma mensagem da Wendy, você deve estar muito feliz, não é Dipper? - Mabel bisbilhotava a tela do celular do irmão e implicava com ele. Alguns hábitos nunca mudaram ao longo do tempo - Será que finalmente Dipper Pines vai conseguir uma namorada?!

Dipper sentiu suas bochechas corarem e ele enfiou o celular no bolso, apressado. O gêmeo nunca correspondeu o interesse das garotas que se confessavam a ele na Califórnia, mas Mabel nunca entendeu o motivo. Acreditava que Dipper ainda tivesse sentimentos por Wendy, que fora a única paixão que ela conseguiu perceber durante todos esses anos.

— Mabel eu já te disse várias vezes que eu já não estou mais na da Wendy.

— Será que continuará assim ao vê-la hoje? Ou será que você está apenas mentindo para mim? Cheio de mistérios até hoje, deveria se abrir com a sua irmãzona aqui - Mabel bateu no próprio ombro, oferecendo-o a Dipper. Ela realmente esperava que o irmão fosse deitar sua cabeça sobre seu ombro e contar todos seus segredos românticos. Obviamente isso não aconteceu. Mabel continuava sendo uma pessoa muito enérgica e alto astral. Mas apesar da maturidade ganhada com os anos continuava com um certo ar de ingenuidade e inocência, características marcantes da garota. Dipper manteve muitas coisas também, sendo um pouco mais sério e focado, ainda com os velhos hábitos considerados  "nerds" por parte de sua irmã, mas a forma que ela via seus hobbies nunca o chateou. Estava mais inteligente e maduro, mas ainda caía nas brincadeiras bobas de Mabel, que faziam com que, às vezes, ele perdesse as estribeiras. Apesar disso os dois se tornaram mais unidos ao longo desse tempo. Dipper deu tapinha nas costas de Mabel - "Continue tentando irmãzona, continue tentando". Ambos riram e terminaram de organizar suas coisas no quarto, relembrando e  contando histórias passadas que viveram ali em Gravity Falls.

***

Após o almoço a campainha da cabana tocou. Mabel abriu a porta e se deparou com uma garota de cabelo lisos e de cor flamejante.

— Oi Wendy!

— E aí Mabel, quanto tempo hein? - A ruiva acenou para a gêmea Pines, com um sorriso em seu rosto - E onde está o Dipper? Vocês tem muitas coisas para nos contar!

— Ele está lá dentro na sala com Soos e Melody, estávamos agora mesmo contando histórias da Califórnia, vem, vem!

As duas chegaram até a sala onde, mais uma vez, nada mudara. O mesmo sofá, o mesmo tapete, o mesmo quadro e a mesma televisão velha. Soos manteve o local o mais original possível, de alguma forma tudo isso trazia a ele lembranças do Sr. Pines. Soos era muito atrapalhado e a Cabana do Mistério, juntamente com o verão de 2012, foram as melhores coisas que aconteceram em sua vida. Se tornou um grande amigo de Dipper e Mabel naquela época e, graças à ajuda dos dois, conheceu sua esposa Melody. Ele era extremamente grato à toda a família Pines.

— E aí Soos, Melody, Dipper.

— Logo depois nós... - Dipper se calara por uns segundos ao ouvir a voz de Wendy. Ele se levantou em um salto a cumprimentou com um aceno de mão embaraçado - E aí Wendy, tudo bem? - Os olhos esmeralda de Wendy fitaram o jovem. Ele estava muito diferente do que ela se lembrava. Ele estava mais alto, mais forte e muito mais bonito. A ruiva sentiu um leve palpitar ao encará-lo e, um pouco constrangida, acenou de volta.

— Dipper! Como você está diferente.

Mabel percebeu o leve desconforto entre os dois e podia jurar ter visto as bochechas de Wendy corarem. Será que finalmente a antiga paixão de Dipper lhe corresponderia? Ela tinha certeza que o irmão ainda tinha sentimentos por Wendy, apesar das constantes negações por parte dele. Ela sorriu de forma maldosa e convidou Wendy para se sentar ao seu lado no chão, deixando a ruiva sentada entre os dois gêmeos, colocada ali estrategicamente para ficar mais perto de Dipper. O garoto pigarreou.

— Mas voltando... Logo depois disso nós conversamos e decidimos que seria legar vir para cá depois de todo esse tempo. Quando éramos mais novos era difícil, nossos pais ficariam loucos se ficássemos sozinhos aqui sem os tivôs, mas agora que estamos com 17 anos, quase 18, não seria um problema.

— Logo terminaremos a escola. Acho que esse será nosso último verão colegial então seria legal passar aqui com todos vocês - Completou Mabel.

— E quais são os planos para depois do ensino médio? - Questionou a ruiva.

— Eu estou querendo aproveitar meu excelentíssimo dom em artes. Posso virar uma pintora ou escultora muito famosa um dia! - Os olhos de Mabel brilhava e ela relembrava ao grupo a sua escultura de cêra do tivô Stan. Todos riram de forma alegre da lembrança e Melody a incentivou.

— Estou pensando em tentar entrar para alguma faculdade na California, seguir os passos do tivô Ford em algum ramo científico... Claro que não tenho as mesmas qualidades que ele, mas é algo que me interessa e talvez eu possa ter até mesmo o apoio dele.

— Sempre o garoto inteligente, não é Dipper? Apesar que agora você já é praticamente um homem - As palavras de Wendy fizeram as bochechas de Dipper arderem. A forma como ela estava lhe tratando era muito diferente da Wendy de cinco anos atrás e ele não entendia muito bem, mas Mabel parecia muito alegre com toda essa situação.

— Já sei! - Exclamou Soos, dando um salto da velha poltrona - Podíamos fazer uma festa de boas vindas! Logo será Summerween então podemos fazer as duas festas juntas. Essa foi a melhor ideia que tive nos últimos 3 anos. A última melhor ideia que tive foi de instalar uma máquina de hot dog no meu escritório.

Todos se entreolharam animados. O que seria melhor do que uma festa? Era uma ótima oportunidade para reverem todos os amigos da cidade. Até mesmo os que não eram tão fãs assim como Robin e Pacífica. Seria legal ver como todos estavam. Os gêmeos Pines logo se animaram e começaram a planejar.

***

Alguns dias se passaram desde o início dos preparativos para a festa. Mabel fez vários convites, apesar de já terem celulares ela achou que o convite físico, em papel, seria mais legal e, obviamente encarregou seu irmão Dipper de distribuí-los. A festa seria em 3 dias então ele precisava se apressar para entregar. Depois de passar o dia inteiro entregando convites em Gravity Falls o irmão retornou para a Cabana, visivelmente cansado. Sentou-se na sala ao lado de Melody e Mabel, reclamando sobre o calor que estava fazendo e as dificuldades na sua primeira tarefa, mas logo parou de resmungar pois começou a se concentrar na regulagem das caixas de som que seriam usadas na festa.

— Ah, eu já tinha me esquecido do Summerween. Apesar de não pedirmos mais doces ainda é nosso feriado favorito e aqui em Gravity Falls tem DOIS! Isso é muito legal! - Mabel estava particularmente animada pois ainda amava o Halloween, mesmo que 2012 tenha sido sido sua última experiência com o feriado - e bem traumático, diga-se de passagem. - Você vai ter uma bela chance nessa festa hein? - Um sorriso malicioso tomou conta do rosto da jovem irmã.

— O-o que?! O que você quer dizer com isso, Mabel?!

— Wendy vai estar lá. E eu vi como ela tem olhado para você. Sua antiga paixão pode estar agora interessada... Será que esse vai ser o seu incrível romance de verão??

— Mabel eu já te disse várias vezes - A voz de Dipper ecoava pela sala, espalhando um misto de nervosismo e constrangimento.

— Você não precisa mais mentir Dipper, não precisa mais negar. Não será uma vergonha pois ela claramente está afim de você - Mabel dava leves tapinhas no ombro do irmão, ainda sorrindo. O garoto desistira de argumentar e ignorou as últimas palavras ditas a ele, voltando ao seu trabalho com as caixas de som.

— Dipper você ainda precisa entregar o último convite.

— Ah Mabel, eu já rodei essa cidade inteira! Não que isso seja difícil, já que ela é bem pequena.

— Mas você ficou responsável por isso, não pode reclamar. Além disso você está indo de carro, deixe de ser chato. Só falta um convite... - Ela semicerrou os olhos, lembrando-se de sua rival no verão de 2012 - Pacífica Northwest.

Dipper engoliu em seco e pegou o convite das mãos de Mabel, correndo para o carro. Queria terminar logo as entregas para finalmente se concentrar nos ajustes finais de som e luz. Ao entrar no carro permaneceu um tempo parado olhando o nome escrito no convite. Não podia mentir para si mesmo, sabia que cinco anos atrás tivera momentos bem ruins com Pacífica, mas ao mesmo tempo ele tinha uma lembrança boa com a garota. Uma Pacífica legal e gentil. Ele nunca contou a ninguém, muito menos a Mabel, mas permaneceu algum tempo pensando a respeito daquele dia e como tinha sido legal. Alguns minutos depois ele soltou um grande suspiro, colocou o convite no banco do passageiro, passou o cinto por cima do seu corpo, deu partida no carro e seguiu rumo ao Solar Northwest.

Dipper estava de pé na frente do enorme muro de pedras, frio e cinzento, que protegia os arredores do terreno pertencente à família Northwest. No centro havia um lindo portão de madeira maciça talhada, adornada com detalhes em bronze e longas estacas de ferro na parte superior. Ele encheu o peito de ar, como se buscasse coragem, e tocou a campainha no interfone localizado à esquerda do portão. Uma voz masculina, ligeiramente fraca e aparentemente gentil atendeu, perguntando quem era. Dipper se apresentou e disse que procurava por Pacífica Northwest. "Sinto muito, mas a senhoria Northwest não pode receber visitas nesse momento" explicou-lhe o mordomo quando subitamente outra voz tomou conta da saída de som no interfone. Era uma voz feminina. "Quem é? Quem está querendo falar comigo?"

— P-Pacífica?! - Dipper se assustou. Sentiu seu coração ir até a garganta, pulsando com força e totalmente descontrolado.

"Sim, sou eu. Quem é?!"

— É-é-é o D-Dipper. Dipper Pines.. V-você se lembra de mim? Já tem um tempo, não é? Hahaha... - Ele riu, claramente desconsertado.

"..."

Dipper não obteve resposta alguma. Um silêncio reinou no que pareceram horas, mas foram apenas alguns segundos. O garoto levantou o convite que segurava na mão direita e se perguntou por que tinha ido ali. Pacífica Northwest nunca se juntaria a uma festa com "a ralé". Virou-se, desanimado. Quando começou a andar em direção ao carro ouviu, como um estrondo, o portão se abrindo. Olhou para trás e viu uma bela jovem de olhos azuis safira e cabelos loiros. Ela vestia um suéter roxo por cima de uma blusa lilás, calças pretas com um cinto prateado e botas brancas de cano alto. A garota estava ofegante, como quem acabara de correr uma maratona. Dipper sentiu as bochechas queimarem.

— Dipper... - Ela se aproximou devagar, recompondo-se e erguendo seu nariz tão alto que poderia chegar até a lua - Não tenho muito tempo, estou em aulas particulares. Só vim ter certeza se não era uma pegadinha de mau gosto, afinal, você não aparece aqui já tem bem uns... Cinco anos? - Ela fingia completo desinteresse no garoto, mas no fundo estava feliz. Já sabia da chegada dele a alguns dias, porém nunca tivera uma oportunidade, ou uma boa desculpa, para trocar palavras com ele.

— Ah eu... Mabel e eu decidimos vir de última hora. Avisamos apenas ao Soos - Ele retirou o celular do bolso e indicou para a garota, deixando claro que se comunicara com o gerente da Cabana do Mistério por mensagem. Dipper riu, constrangido - A-ah! Eu quase me esqueci. Soos decidiu fazer uma festa de Summeween e boas vindas a mim e à Mabel. Passaremos o verão aqui mais uma vez. Este convite é... É para você - Ele estendeu a mão à ela, entregando-lhe o convite.

— Hunf... - Pacífica olhou o convite com desdém e o segurou com quem segura uma barata - Se vocês já tem celular poderiam ter enviado os convites de forma eletrônica.

— É, você tem razão... - Dipper pegou novamente seu celular do bolso, olhando fixamente para ele, evitando contato visual com Pacífica. Ele não entendia por que estava tão envergonhado na frente dela. Seu coração não parava de pular em seu peito - Mas não tínhamos o número de todos e Mabel achou que assim seria melhor.

Pacífica arrancou bruscamente o celular da mão de Dipper, digitou um pouco e devolveu a ele sem nenhum tipo de explicação.

— Eu vou pensar no caso de vocês - Disse ela, virando-se abruptamente e entrando rapidamente no terreno da mansão.

Dipper continuou olhando para a garota que lhe dera as costas por entre as frestas do portão, que se fechava rapidamente. Soltou um grande suspiro quando sua visão fora bloqueada e trocada por enormes pedaços de madeira cuidadosamente talhados. Olhou a tela do celular em sua mão e notou que a loira deixou salvo seu número de celular na agenda dele. Um pequeno sorriso surgiu no canto dos seus lábios. O jovem entrou no carro sentindo-se, por algum motivo, vitorioso. Ele olhou mais uma vez para o grande e frio portão de madeira e deu ignição no carro, seguindo seu caminho de volta para a Cabana do Mistério.


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Notas finais do capítulo

Não quero que seja uma fanfic muito grande, penso em algo em torno de 6 ou 10 capítulos. Quero que tenha um andamento rápido porém sem ser corrido. Espero que esteja ao menos divertido.



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