Capítulo 4 – Sentimentos Confusos.

A garota teve um segundo de noção e lógica sobre seus atos, e de repente empurrou o loiro para o lado, com toda sua força, e passou a mão na boca, para limpá-la...Deu uma risada ameaçadora. Olhou para o garoto, que parecia desnorteado.

—Viu só, Malfoy? Acho que não é bem “nojo” o que você sente por mim, não é mesmo? -Sorriu, e se deleitou com a expressão contrariada dele.- É bom você não deixar ninguém saber disso...!

Apenas exclamou, exigente. Recolheu suas coisas, e saiu cambaleando, meio feliz, meio triste, meio satisfeita. Todas as sensações possíveis. Mas acima de tudo se sentiu completa. Havia sido realmente algo incontrolável aquilo, repugnante por um lado, afinal Draco Malfoy era um exibido nojento, mas saber que até seu pior inimigo a desejava, deixou-a totalmente realizada.

Foi seguindo radiante pelos terrenos de Hogwarts, achando que Draco fosse a seguir, soltando ironias e dizendo que aquele fora o pior beijo da sua vida. Porém, ele estava distante, estático olhando para o lago.

Hermione foi para a sala comunal. Sentou-se bem longe dos amigos, que também estavam lá, já que não queria ficar perto de Rony. Como Harry só andava com o ruivo, e Gina só andava com Harry, ela tinha que ficar longe dos três. Sentiu-se observada por eles, mas apenas deu de ombros. Entreteve-se com uma conversa compartilhada com as garotas, em que debatiam sobre o que Hermione tinha feito, pediam dicas de beleza, assuntos femininos em geral. Ficou na companhia delas, em especial de Parvati, até mesmo no almoço. Passou o resto do dia na biblioteca estudando.

**

Algumas hora depois... Ainda na sala comunal da Grifinória..

—Oi, meu amor! – Cumprimentou a ruiva de cabelos lisos, e sorriso contagiante, caminhando entre saltos na direção ao namorado que estava descansando numa poltrona, observando a lareira apagada, pensando em Sirius Black.

—Ahn...- Falou observando a criatura que saltitava à sua frente.- Ah. Oi Gina.

—O que foi, Harry...?- Inquiriu, franzindo o cenho e aproximando-se levemente dele.- Você está, sei lá, diferente, sério, hoje...- Começou a fazer uma agradável massagem em suas costas.

—Nada. – Decretou, ainda mais sério. Na verdade, ele sabia o que o preocupava de novo. Era por isso que pensava em Sirius. Se o padrinho estivesse ali, poderia pedir conselhos para ele sobre o que estava sentindo. Lupin dizia que, dos Marotos, ele sempre fora o melhor com mulheres. Era a segunda vez que Hermione transtornava os pensamentos de Harry, fazendo-o se desconcentrar de Gina. Mas ele só não sabia o porquê. Hermione era sua amiga, amiga, só isso. Mas, repentinamente, ela começara a habitar seus pensamentos, e mesmo se matando por dentro Harry, não conseguia tirar os olhos dela e não gostava nadinha daqueles garotos a olhando... Nem um pouco. Além disso, estava muito frustrado por ela repentinamente estar se mantendo distância. Estaria com... Ciúmes de irmãos? Era bom ser só isso, porque ele tinha certeza de que amava Gina mais do que qualquer coisa no Mundo, e nunca se perdoaria se a machucasse tendo sentimentos por outra garota também. Pegou nas mãos dela que tocavam as suas costas e agarrou firmemente. -Vem, senta aqui, quero falar com você sobre quadribol...

x-x

Os dias passaram normalmente.

As aulas estavam sendo bem proveitosas para Hermione, que fazia suas anotações e perguntas como de habitual, em cada aula. Sentia-se satisfeita por ser finalmente percebida como uma garota de verdade. Mais tarde, ela até abandonaria aquelas roupas extravagantes, mas antes ela precisava saborear. E acima de tudo, era bom ver a expressão no rosto de Rony, e saber o quanto ele estava confuso com sua transformação, e com o fato dela ter começado a evitá-lo constantemente e tratá-lo com frieza. Não encontrou com Malfoy nos corredores, porém todas às vezes que o via nas aulas pensava no que havia acontecido entre eles. Em como ele havia correspondido fervorosamente o beijo. Na sensação de ter as mãos fortes dele em sua cintura. No sabor doce de sua língua macia sincronizada com a sua. No cheiro quente de fósforo queimando que ele emitia de sua pele.

Pelas barbas de Merlim! Ela tinha que ignorar aquilo, seja lá o que fosse. Não podia se permitir ter por aquele sonserino qualquer sentimento que não fosse total repulsa. Mas não conseguia evitar... Ao trocarem olhares, sua respiração ficava ofegante e seu coração pulava uma batida...

x-x

Dia 10, Quarta-feira...Sete horas da noite, depois de todas as aulas e no fim do jogo de quadribol...

Era festa. Grifinória acabara de ganhar da Sonserina no Jogo de Quadribol comemorativo da segunda semana em Hogwarts. A disputa entre dos dois apanhadores, Harry e Draco, tinha sido intensa, porém no fim, Harry acabou capturando o pomo de ouro, e madame Hooch anunciou o fim do jogo.

 Hermione estava nas arquibancadas, vestia uma camiseta vermelha e uma calça jeans, comemorando por aquela noite estar com um clima bem agradável. Seus olhos estavam bem delineados, como os de uma gatinha e os seus cabelos desenroscavam-se lisos. Ela acompanhou passo a passo a vitória conquistada pela equipe de quadribol da Grifinória que Harry-Capitão havia selecionado para àquela partida, e fizera uma boa escolha, pois os resultados haviam sido ótimos.

Como podia ver, depois de abraçar toda a equipe, um moreno, muito feliz, subia as arquibancadas sozinho, e Hermione sabia que ele estava vindo em sua direção, sem nem mesmo ter ido até o vestiário.  Não deu cinco minutos e ela acertou! Viu um Harry super suado, com os cabelos e a roupa encharcados, e uma expressão de alegria incontrolável no rosto. Estava vindo na reta da garota.

—Oi, Mione! – Exclamou, cumprimentando-a e expandindo mais ainda o sorriso.

—Oi, Harry...Belo jogo, heim?!- Comentou, sinceramente feliz.

—É claro, eu sou o Capitão...! Porque você não aproveita e me dá um abraço de parabéns! ?–Inquiriu mordaz.

Hermione passou os olhos por Harry de novo, analisando-o. O moreno estava sujo, com o uniforme inteiro molhado, seus cabelos inteiros encharcados de suor, e um sorriso de criança que acaba de ganhar brinquedo no rosto.

—Nem vem Harry, você tá todo suado e nojento...- Começou, fazendo cara de asco, mas foi sendo interrompida pelo amigo:

—Aaaah, vem, Hermione...- O moreno a puxou fortemente e deu aquele abraço nela, todo molhado. Hermione esboçou uma expressão de repulsa, mas Harry parecia se divertir muito.

—Ai! Chega, Harry Potter, já abusou muito da minha generosidade, estou toda fedendo! Viu só?- O moreno parou de abraçá-la, agora apenas a envolvia na cintura de forma amigável. Observou os lábios vermelhos dela se moverem de uma forma provocante. Abanou a cabeça para esquecer esse pensamento, abrupto, e substituiu-o com a imagem dos lábios de sua namorada.  

—Pronto, está livre!!!!- Disse, dando risada.

—Ainda bem, olha só o estado que você me deixou, acho que vou correndo tomar um banho...

—Não, espera, Mione, eu quero te perguntar uma coisa.

—O quê?

—Você vai à festa da Grifinória?

—É claro que vou...

—Você se importaria em me acompanhar... A Gina pegou uma detenção, que ela felizmente conseguiu adiar pra depois do jogo, mas vai perder a festa. Fica deselegante o apanhador ir sem acompanhante, não acha?

—Tudo bem, Harry, vamos juntos!- Exclamou, já compreendendo, e dando uma piscadela.

—Ok, valeu...Eu te espero no corredor do seu quarto, depois que eu tomar banho...Ok?

—Ok.

x-x

Sete horas da noite, no Corredor dos Monitores-Chefe...

Um moreno aflito de cabelos agora mais arrumados, vestido totalmente formal, gravata e camisa azul social, esperava uma certa castanha, que por ele, já estava alguns minutos atrasada.

Mais minutos se passaram, e Harry já estava pensando em chamar a garota, mas foi aí que ouviu um barulho de chave, a porta da monitora-chefe da Grifinória se abrindo. A primeira coisa que viu foram pés contornados por um saltos altos cinzas-dourados. Subiu os olhos até as pernas brancas, totalmente descoberta e macias, cortadas apenas por uma saia vermelha absolutamente chique, que cortava um pouco acima dos joelhos. O tomara que caia da mesma cor envolvia o corpo da garota.

 Ela estava de costas para ele, trancando a porta, e Harry ficou completamente pasmo ao ver suas curvas desse ponto de vista, foi quando ela se virou, sorrindo para ele. Notou como ela ficava linda com aquele batom vermelho como o vestido, cabelos sensualmente meio enrolados e lisos jogados despojadamente sobre o rosto, e uma maquiagem marcante. Surpreendeu-se pela segunda vez, ao ver que aquela garota era na verdade a sua amiga Hermione, com quem ele sempre convivia, a qual havia salvado de trasgos e resgatado hipogrifos. O moreno estava em um estado de choque.

—Hermione?

—Olá, Harry..

—Uau...você está...- De repente o moreno se deu conta que aquela produção era para chamar a atenção de garotos canalhas e imbecis que só queriam usá-la porque ela estava, ahn, digamos...Atraente.

—O que foi?- Perguntou a castanha.

—Você tem certeza que quer usar esse tipo de roupa?

—Qual o problema?

—Eu... Bem, eu só não quero que fiquem olhando pra você como um ...pedaço de carne, entende?

—Aaah.- Disse a castanha se aproximando dele, segurando sua mão- Relaxa, Harry...Não precisa ficar assim, eu já sei me cuidar sozinha..- O moreno hesitou, mas por fim, fez uma expressão mais tranquila, contida pelo nervosismo e a satisfação dela estar assim tão próxima dele.

—Certo. Mas toma cuidado com o McLaggen. E outros imbecis. - Aconselhou, apreensivo. No momento em que Harry pronunciou a palavra "imbecis" a imagem de um certo ser loiro relampeou na cabeça da castanha, mas ela fez questão de balançá-la de um lado para o outro para espantar tal imagem. Não podia perder seu tempo pensando nele.

—Tudo bem...

x-x

Finalmente chegaram na festa. Os grifinórios estavam demasiado agitados, dançando, abraçando-se, rindo e bebendo. Hermione nunca vira a sala comunal tão cheia.

Ron porém, não estava num clima muito comemorativo. Entre desesperos internos e evitando topar com Lilá, foi rumo à Hermione e Harry, tomando o cuidado de estando meio bêbado como estava, não esbarrar nas pessoas. Ele mesmo não sabia o porquê de realmente fazer o que tinha arquitetado em sua mente, mas tudo aquilo estava deixando-o louco.

Aproximou-se dos dois:

—Oi Harry, Olá Mione...- Cumprimentou-a, com a cabeça meio baixa e um sorriso leve, analisando-a dos pés a cabeça. E se de longe ela estava divina, de perto, estava mais ainda. Seu coração pareceu acelerar, e suas mãos tremiam, sem que pudesse refrear o impulso.

—Oi Rony...- Devolveu Harry, empolgado de ver o amigo novamente, depois da vitória no jogo.

O ruivo olhava intrigado para Hermione, devido ao fato dela não ter respondido seu cumprimento, e agora estar olhando para todos os pontos do salão, menos para ele.

O que diabos ela tinha?

—Ahn...Harry, eu não sei como dizer isso, mas....Hum, será que eu poderia falar um pouquinho à sós com a Hermione?- Perguntou um tanto encabulado.

 Harry ficou um pouco surpreso com a pergunta, e ao mesmo tempo bastante curioso. O que será que Rony teria para dizer para ela?  Lançou um olhar de canto para Hermione. Ela assentiu com a cabeça. Aquele ciúmes estranho que estava sentindo anteriormente voltou a apitar, mas resolveu ignorá-lo e se retirar.

...

—O que quer, Ronald? – Hermione colocou a mão acima dos olhos, na testa, procurando lisonjeiramente cínica, alguma coisa que não existia.- Onde está a Brown?Devia estar se agarrando com ela em algum banheiro, não?- Questionou um tanto enfurecida.

—Hoje não, Hermione... - Retrucou, sem friezas ou estranhamentos. -Estou querendo saber algo sério...

Ela o fitou com desprezo, e apenas cruzou os braços esboçando uma expressão de desdém, induzindo-o a continuar.

—Hermione...O que houve com nós???- Perguntou, apelando.

—Ronald, que eu sei, nunca houve um ‘nós’... – Replicou a castanha, fria. Quase rindo sarcasticamente.

—Mas, Mione...Até algumas semanas você me chamava de RONY, éramos amigos, e agora...Você está toda agressiva com esse jeito que não é seu.- Pontuou, franzindo o cenho e se referindo à milhares de coisas incontroláveis ao mesmo tempo.

—Isso foi antes de...! Ah, por favor. Esquece. Não aconteceu nada!

—Como não aconteceu? Hermione olha nos meus olhos... E enfrenta.

—Você quer mesmo saber?

—Muito...!

Fez-se alguns segundos de silêncio. Ignorando as conversas, e a música é claro.

—Quer dizer...Ronald... - Enrolou a garota, mas por fim suspirou, desistindo. -Eu simplesmente,.. Ahn, ok. Eu simplesmente odeio a Brown. Caso você não tenha percebido isso antes, eu a odeio, odeio ver vocês juntos, odeio ver a sua boca engolindo a dela, suas mãos percorrendo o corpo dela... Odeio os seus olhos a encarando e seu sorriso quando a vê... - Ia prosseguindo, sem que pudesse se segurar. Fazia muito tempo que aquilo estava preso em seu coração, e se não saísse naquele momento, não sairia jamais. As palavras começaram a escapar sem controle por seus lábios.

O ruivo franziu o cenho. Nunca a vira antes sendo tão direta. Isso queria dizer que... ? Não... Seria ?

—Hermione...Eu nunca quis mago...

—Mas, você fez. Simplesmente fez, e agora não tem volta!

—Como assim não tem volta?- Perguntou, encarando os olhos dela de forma intensa.

—Rony, você não entende...Agora não dá mais...Nunca mais vamos ser amigos como antes, houve um rompimento assim que você tocou a sua boca...-Respirou fundo, fechando os olhos e os reabrindo em seguida.- Nela.- As palavras soavam calmas, mas a garota possuía muita vontade de desabar naquele momento. Lágrimas começaram a se acumular no canto de seus olhos.

Tudo que ela sempre quis... Ela simplesmente estava prestes a jogar fora. Ela só pensara em Rony durante todo o sexto ano. Sofrera por ele. Criara falsas esperanças. E certa parte dela se recusava a admitir que toda aquela transformação em seu jeito do ser, de alguma forma era para afetá-lo. E agora que ele estava ali... Que ela tinha a SUA OPORTUNIDADE, por que tudo soava tão insignificante? Tão perdido? Como se ela agora estivesse imune as palavras de Ron, por mais que elas a machucassem?

—Mas...E se as coisas fossem diferentes agora, Hermione?

A garota suspirou, esfregando os olhos, sufocando os impulsos de se prender ao pescoço de Ron quando ouvira aquelas palavras tão sinceras, ao mesmo tempo que os olhos dele pareciam infiltrar-se nas fibras de seu rosto.

—Eu sempre imaginei o dia que você ia olhar e me enxergar...-Declamou, não conseguindo mais arranjar forças para fitá-lo, e imaginando, que se fizesse isso, provavelmente cederia àquela vontade avassaladora que tinha de se entregar. Não. Era tarde demais. -Eu estava aqui Ronald, -Continuou ela, em um tom intenso. -E agora eu já fui...Sabe...Você não sabe o quanto eu fiquei ferida, engolindo o namoro de vocês, dia por dia no ano passado... Nas férias, eu voltei a criar esperanças. O meu amor, só crescia, ficava mais forte... Mas, você não entende o quanto eu já chorei por... Por você. E depois, ter que começar a reviver de novo, todo esse caos, aquele amor imaculado e não correspondido... Você e ELA... - Ela desabafava, e sentia as lágrimas querendo vir, embora tentasse evitá-las. -Mas, sabe...Eu...Por nada no mundo, tiraria de você o sorriso feliz que exibia enquanto estava com ela...Então, decidi me distanciar...

—Não funcionou, porque a coisa que eu menos senti com a sua frieza e distância foi felicidade.

—PORQUE VOCÊ SÓ DA VALOR AO QUE PERDE, RONALD!!- Gritou a castanha de forma bruta, agora não conseguindo mais aguentar, inevitavelmente algumas lágrimas caiam do rosto dela...Pegou um copo de Whisky que nem lhe pertencia, mas estava do seu lado, e bebeu em uma golada só.

—Hermione, eu sou um idiota....- Aproximou-se, mas ela se enrijeceu. Segurou o rosto dela, obrigando seus olhos a se chocarem, embora ela não quisesse. – E talvez eu não queira que volte tudo ao normal...

Merlim. O hálito dele atingia seu rosto. As mãos quentes dele ocupavam quase todo seu rosto. Seus olhos eram dois pontos de luz, e tudo parecia se dissolver ao redor deles. Como ela queria simplesmente desistir de seu orgulho, de suas decisões. Mas ela tinha que ser forte. Não poderia confiar em Ron, agora. Não quando ele demorara tanto, e só a quisera assim que ela mostrara um lado seu que não era verdadeiramente quem ela era.

E se ela se entregasse ao grande amor que por tanto tempo fora não-correspondido, e depois virasse as costas uns minutinhos para estudar? Ron resistiria ao impulso se Brown tentasse seduzi-lo?

Ela não poderia aguentar passar por isso. Não duas vezes.

Ah, por que aquilo tinha de acontecer? Logo agora, que tecnicamente ela já o estava... Superando.

—Mas, Ronald, você não sabe o que eu suportei...Quanto ciúmes, dores, choros tive que engolir, e sempre, sempre, ela no meio, simplesmente cansei. Acha que eu sou fácil assim? Não acha que demorou MUITO?

—Pode ter demorado, mas você sabe que eu jamais achei fácil...Ainda não é tarde... Nunca vai ser tarde para nós. Talvez eu queira que sejamos mais que amigos.

Hermione deixou-se desabar em algumas lágrimas. Ele estava tão perto. Suas respirações, suas palavras. O coração dela já estava acelerado e sabia que realmente esteve apaixonada por Rony, ainda estava, mas... Não valia pena. Ele só a havia enxergado agora, e com muito, muito esforço, e era tarde demais. Tarde demais para tudo.

—Rony...Eu o perdoo. - Disse ela, com um sorriso triste de decepção.-Mas talvez não é suficiente para mim.  Nunca foi. Agora, o que seremos é amigos. -Ela se decidiu, de uma vez por todas, com a voz marcante ressoando a seus ouvidos.

—Hermione, não..- Lamentou-se.

Droga!

O ruivo acabara de perceber que era um idiota, e que realmente seus atos, não poderiam ser reconciliados por mais que tentasse. Merlim, porque não havia a notado antes? Quer dizer, sempre se sentiu atraído por ela, mas nunca achou que fosse recíproco, e então simplesmente desistiu. E agora, ouvindo as revelações, sabendo do sofrimento dela... E notando o quanto gostava da amiga... Queria poder voltar no tempo.

—Eu gosto muito de você... Sinto coisas contigo que não sinto com mais ninguém... Os meus melhores momentos foram ao seu lado... E eu te amo muito. Muito mesmo. Mas, é melhor desse jeito. Tenho certeza que as coisas vão ficar mais fáceis para nós.

Ela o abraçou com timidez e dor, embora ele ainda estivesse pasmo, imóvel e se sentindo estúpido.

(...)

Hermione acabara por sair correndo e chorando, incontáveis lágrimas de dor e indecisão, perda de oportunidades.

Era realmente ruim abandonar um grande amor.