Sasuke conversava com Ino e com os noivos enquanto na verdade apenas aguardava o momento em que os pombinhos pudessem lhes deixar a sós. Por sorte, não demorou muito para que isso acontecesse. Afinal de contas, Kakashi e Sakura eram os protagonistas da comemoração. 

Tirando proveito dessa nova oportunidade, o rapaz sugeriu para a ninja telepática uma caminhada. Esteve de olho quando Naruto usou um jutsu para tentar conquistá-la. Seu espírito de competitividade — e o interesse real por Ino que acabou por surgir no meio disso tudo  — instigaram-lhe a tentar se aventurar em uma arriscada ideia.

Ino topou a proposta dele, e furtivamente os dois se distanciaram um pouco da festa, andando por entre as árvores razoavelmente próximas ao local.

Um certo silêncio imperava no decorrer da caminhada. Sasuke, em um dilema tentando decidir se realizaria o que planejara. Ino, cheia de frio na barriga ao buscar compreender qual fora a motivação do Uchiha para conduzí-la por ali.

Quase como uma resposta para esses pensamentos, ele cessou os passos e ela, vendo-o parar, fez o mesmo. 

Sasuke a encarou e ativou o Sharingan. Ino arregalou os olhos, chocada e desorientada. O cara ia tentar atacá-la?! De todas as hipóteses que se passaram pela mente dela ao tentar descobrir o objetivo dele ao afastá-la dos outros, definitivamente ela nunca cogitou uma luta ou algo do tipo.

— Vou te colocar em um Genjutsu. — o Uchiha explicou. A Yamanaka seguia boquiaberta. — Não tenha medo.

Após dizer tais palavras, ativou a técnica e cumpriu com o que anunciou que faria: colocou-a em uma ilusão. Essa ilusão se tratava de algo com o qual Ino sonhou por muito tempo... Casar-se e constituir com ele uma família.

Ela vislumbrou imagens bastante realistas sobre como seria a vida a dois — e a três, após o nascimento de uma filha — entre eles. As cenas emanavam muito amor.

Mesmo ciente de que se tratava apenas de um Genjutsu, Ino por um instante desejou que fosse real e se permitiu vivenciar as emoções.

O rapaz demonstrava cuidados a ela e a filha. Um sorriso não brotava com muita facilidade nos lábios dele, mas quando surgia, era capaz de iluminá-la. Aliás, iluminá-las. A criança parecia ser grande fã do pai. 

Ele claramente não sabia ao certo como tratá-las adequadamente, como lidar com uma relação familiar e ser um pai e um marido presente. Ino, pacientemente — as vezes um pouco impaciente — o ensinava de alguma forma.

Ainda que se tratasse de uma ilusão, guardaria sempre na memória uma imagem dela mesma junto a ele e a hipotética filha, todos vestindo yukatas. Sasuke ajeitando o cabelo da pequena e Ino, toda emocionada, fotografando-os.

Ao voltar para a o mundo real, quase se decepcionou. Todavia, tal atitude despertou nela reflexões que a levaram a tomar uma decisão sobre quem seria o escolhido por ela aquela noite.

Então, um tanto quanto impulsivamente, para se certificar de que estava segura sobre sua resposta, Ino se aproximou mais de Sasuke. Colou os lábios aos dele, que tinha inesperado frescor, semelhante ao que sentia nas flores em seu dia a dia na floricultura.