Flamboyant Vermelho escrita por kicaBh


Capítulo 2
Cap 2




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O casamento do irmão de Teresa se mostrou um momento muito agradável. O lugar que eles escolheram era lindo e Lisbon me disse que era onde ela e a família passavam os feriados quando eles eram crianças, um parque na entrada da cidade. Havia uma tenda montada e mesas com flores brancas enfeitavam o local. Não éramos muitos, a família dos noivos apenas. James e Lucy estavam juntos desde que eu e Teresa nos casamos e eles pareciam felizes, mesmo tendo pouca noção de responsabilidade. Mas eles seguiam a vida e agora seriam pais, por isso oficializaram a união.

Eu já conhecia os irmãos de Teresa e nos dávamos bem, para eles eu era um tipo de salvador da irma, eles não percebiam que era justamente o contrário. Para eles ninguém suportaria o jeito durão da irma mais velha, por isso ela jamais teria filhos e família, mas eu apareci como uma boa opção. A verdade não poderia ser mais diferente, mas nem eu , nem Teresa, ligávamos para isso. Stan e Jimmy moravam próximos e cuidavam um do outro, Tommy ainda era caçador de recompensas, mas andava mais próximo agora que a filha mais velha, Any, estava na academia da policia. Ela não brincava quando dizia que queria ser como a Tia Teresa. E meu coração se encheu de orgulho quando Any nos mandou um email dizendo de sua aprovação para a Academia de Policia e dizendo que além da Lisbon , eu também era importante naquele momento da vida dela.

Charlie se dava muito bem com os primos, várias vezes os irmãos de Teresa quiseram trazer meu filho para passar uns dias aqui com eles, mas eu nunca consegui deixar. No entanto, hoje eu segui as instruções da minha mulher e deixei que meu filho ficasse independente com os primos. O irmão mais velho de Teresa havia contratado um animador de festa. Um destes caras que propõem brincadeiras idiotas e sujas para as crianças, mas que aparentemente elas adoram. Eu não participei de nenhuma.

Eu via Charles correndo ,sorrindo e participando da brincadeira e não podia deixar de me emocionar.

Meu filho crescendo seguro e independente.

Eles gritavam enquanto jogavam bolas de gelatina uns nos outros e Charlie parecia achar tudo aquilo muito divertido.

Senti Teresa me abraçando e me puxando para um lugar longe da festa, nós sempre gostávamos disso, observar de longe a interação das pessoas. Era algo nosso. Sentamos num banco do outro lado do parque onde víamos a tenda, as crianças brincando, as famílias comemorando. Deixei a emoção fluir. Parte desta minha entrega a Teresa vinha nestes momentos. Eu chorava sem  vergonha quando algumas emoções me atingiam. E ela raramente me perguntava o que acontecia e quando eu queria, eu contava. Hoje era um destes dias em que eu queria dividir com ela o que me emocionava.  

Ele tem a idade de Charlote quando ...quando ela...

Eu sei. Eu olhei confuso para ela que continuou falando comigo. Você está naturalmente mais emotivo este ano com o Charlie. Não foi só por deixá-lo na Escola, eu notei que muitas noites você fica velando o sono dele e também notei a fita métrica. Eu media o Charlie como brincadeira, mas ele atingiu 1,20m essa semana. A última altura da Charlote, coisas que não se esquecem.

Daqui a pouco serei completamente previsível para você. Eu brinquei, mas minha esposa não caiu na piadinha que a irritava. Ela nunca gostou muito dessa história de ser transparente pra mim, ela nunca entendia.

Fale dela. Teresa pediu e eu respirei fundo.

Ainda não consigo muito. Eu fiz uma longa pausa, buscando as memórias. Ela era uma garotinha linda e adorável, doce e um pouquinho arrogante, como eu. Estava aprendendo a tocar piano, era o sonho da Ângela. É uma das ultimas memórias que tenho delas, eu cheguei um dia mais cedo e as fiquei observando. Charlote não levava jeito para o piano, acho que ela gostava de fazer sons naquele objeto que mal combinava com a decoração da casa, mas era importante para a Angela. A Charlote amava as bonecas, tinha milhões delas, mas uma em especial, com cheiro e cara de Morango, era a favorita. Era uma boneca muito feia por sinal, mas ela adorava e por isso eu comprei o shampoo que lembrava o cheiro da boneca. Morango com chantily. Eu fiz uma pausa pensando se continuava ou não, mas Lisbon segurou minha mão novamente sabendo que esse cheiro era importante para mim, mesmo que Red John o tenha destruído. Mas agora eu quis seguir em frente. Semana passada seria aniversário dela, Teresa. Ela seria uma adulta agora, praticamente da idade da Any. Eu fiz outra pausa observando meu filho se levantar após cair um tombo. Ele não chorou, o que me encheu de orgulho. Ver o Charlie viver daqui pra frente vai ser uma experiência nova para mim. Eu não sei se você entende, mas eu sou tão feliz por ele seguir adiante. E eu deixei minhas lágrimas caírem enquanto ouvia as risadas das crianças ao longe e era abraçado pela minha mulher.

Ele vai. Ouvi Teresa me dizer.  E eu acho que entendo. E sei que por isso você aceita o trabalho na escolinha, embora perceba que você tem gostado cada vez mais de lá do que do FBI.  Ela ainda não engolia muito bem este meu trabalho, ela acreditava que na verdade eu não deixaria Charlie crescer e viver as próprias experiências.

Eu tenho pensado nisso. E esta semana recebi uma proposta inTeresante da diretora Jones. Minha esposa olhou pra mim surpresa. A escola está recebendo cinco alunos autistas, um programa novo e experimental. Eles me querem trabalhando com eles depois que eu consegui interagir com um deles de forma satisfatória. O garoto não olhou para ninguém na entrevista, mas pareceu ficar bastante aborrecido comigo. E eu sorri genuinamente, porque eu causava esse efeito nas pessoas.

Jane, isso é maravilhoso. Maravilhoso. Eu acho que será um grande passo para você. Então eu vi os olhos da minha esposa ficarem marejados e essa era uma das coisas que mais me agradava no nosso relacionamento. Realmente ficávamos felizes pela realização do outro, ainda que não concordássemos com as escolhas. O Cho ficará surpreso, ele vive apostando que um dia você voltará para o FBI, no dia em que o Charles te mande embora para sair com os amigos.

Nunca, eu disse a ela. Eu não sentia saudade de lidar com morte, cada vez mais eu pensava em trabalhar com vida.

Todas as crianças estavam no mesmo quarto de hotel e eu fiz o irmão da Teresa me garantir que um adulto seria responsável por eles. Mesmo abrindo mão de manter o Charles conosco no mesmo quarto, segurança era algo serio para mim, todos entendiam. E quando a cunhada dela foi dormir com as crianças eu relaxei um pouco. Reservei um restaurante bacana de Chicago para que eu e Teresa tivéssemos bons momentos a sós. Eu estava sentindo vontade de falar com ela sobre coisas que nunca havia espaço na nossa vida.

Vinho, massa, guardanapo de pano, música ambiente ao vivo. O que estamos comemorando? Teresa sorria abertamente para mim, impressionada com o lugar. Era lindo, romântico e discreto, como o momento exigia. Nossa mesa era no fundo e nos permitia uma vista bonita da cidade de Chicago, a terra natal da minha esposa. Um lugar que ela tenta apagar da existência, mas que a molda mais do que ela é capaz de distinguir.

A vida, Lisbon. A felicidade do seu irmão. A nossa felicidade. Confessa que você duvidou que eu conseguiria, vai? Eu sorri sedutoramente para ela. Quando começamos nosso relacionamento, apesar da bolha de felicidade, havia sempre o medo se eu conseguiria seguir adiante.

Nunca, eu sempre soube que você seria capaz de me fazer feliz, se quisesse. Mas algumas vezes duvidei de mim, se eu poderia fazê-lo feliz.

— É mesmo ? Porque nunca me contou ?

Achei que soubesse. Você sempre sabe o que eu sinto.

Nem sempre. Eu respondi para ela.

Ah, não precisa me agradar. Você soube todas as vezes que estive brava com você, a ponto de te bater, quando achava que você estava sendo louco, ou pegando pesado. Até quando eu me apaixonei. Ela sorriu tímida.

— Bem, não o exato momento, Teresa, mas quando sentiu ciúmes da Lorelei eu não pude deixar de notar. Não era preciso ser vidente.

— Não era ciúme, era preocupação com o que você poderia fazer. Ela falou brava e eu sorri. Lorelei sempre foi um ponto tenso entre nós, ou era, eu acho, porque não vejo problema em falar dela agora. Nem Teresa parece se importar. Assunto superado, amém !  

Eu me assustei quando percebi que você se inTeresava por mim, Lisbon, de uma forma diferente de chefe e funcionário.

— Se assustou? .

Claro ! Não me entenda mal, mas você é honesta para qualquer um que te olhe. Essa é uma das coisas que mais gosto em você e que me dá conforto. E embora você ache que a torna menos inTeresante, na verdade, te torna adorável. Mas eu, naquela época, tinha minha vingança para conseguir e quando notava o interesse de uma mulher eu fugia, mostrava a aliança e seguia em frente. Ou então vivia o momento. Eu não poderia criar um vinculo. A Lorelei, ela se conectou comigo, talvez por sermos quebrados da mesma forma, mas eu não exercia sobre ela o controle que ela precisava para viver. Não era um grande vínculo. Então no meio daquilo tudo, percebi o seu interesse. Você seria uma distração que eu não pude permitir, então joguei a descoberta num canto do meu palácio de memória, mas era tarde para me proteger. 

— Se proteger ?

Sim, parte de focar na vingança exigia que ninguém se aproximasse de mim. Mas eu passei a gostar de estar com você. Lorelei , Barlow , qualquer pessoa com boa leitura era capaz de perceber o nosso “cuidado”.Mas eu precisava resolver as coisas com Red John. Acho que nunca te contei isso, mas minha ideia ao terminar com ele, era também terminar comigo. Mas eu não consegui, então eu fiz um plano. Nós não falávamos mais sobre Red John, eu não precisava, era assunto encerrado na minha vida.  

Como assim, terminar com você ? Como assim, plano?

— Sim, eu matei o Xerife e em breves instantes apontei a arma para mim, mas não consegui puxar o gatilho. Graças a você e toda a parcela de vida que você havia me devolvido. Então a solução foi fugir para entender, é meu padrão, você sabe bem. Quando eu voltei daquela ilha, Teresa,  eu estava sentindo tanto a sua falta, mas eu sabia que você merecia alguém melhor do que um fugitivo. Então o meu plano era ficar ao seu lado como um amigo, tomar conta de você ate que eu encontrasse alguém bom o suficiente para te fazer feliz. Ela realmente sorriu, gargalhou na verdade. Que coisa maravilhosa é o tempo, se eu tivesse dito isso a Teresa quando realmente voltei da ilha ela possivelmente teria atirado em mim.

Aí o Pike atrapalhou seu plano. Ela fez a conclusão que eu esperava, previsível e adorável.

Ao contrário, ele foi perfeito. Eu não teria pensado em alguém melhor. Embora ele tenha chegado rápido demais, tudo se encaixava perfeitamente bem e eu iria entregá-la para ele.

Jane, você realmente não pode achar que me controlava tanto assim, não é ? Me entregar para ele, como se eu fosse uma oferenda.

Como se você fosse minha oferenda para a vida. Eu entregaria você a um homem bom, tão honesto quanto você, que a faria feliz e que você parecia gostar. Não haveria culpa e eu poderia concluir meu plano pessoal, eu partiria desta vida.

Oh meu Deus, você não teria coragem..Teria ?

— Eu não achava que merecia viver, Lisbon. Você mais do que ninguém sabe disso e das inúmeras vezes em que eu me culpo. Mas eu não tive coragem, eu não consegui entregar você nem para alguém legal como o Pike. E você também não ajudava, sempre parecia que estava esperando que eu dissesse alguma coisa.

— E aí você fez aquele plano idiota , a carta, a pousada.  

Não foi uma das minhas ideias mais brilhantes, mas você se declararia a mim e eu diria a mim mesmo que não poderia te fazer sofrer. Que você me amava a muitos anos, esteve ao meu lado e que por isso não havia como dizer não a você, estaria justificado para a vida a ideia de ficar ao seu lado.

Que absurdo, Jane, até mesmo para você. Teresa me fitou com olhos firmes, bravos.

Parecia um plano ótimo, mas você quebrou seu padrão de comportamento e teria ido embora se eu não tivesse agido a tempo. Você me deixou com um medo absurdo te perder, então eu invadi o avião e falei o que eu sentia. Um tornozelo quebrado, 15 dias de suspensão que Abbott curiosamente fez coincidir com as férias de Teresa e um romance florescido. Realmente não foi a ideia mais inteligente que tive, mas o resultado foi maravilhoso. Quando eu fui liberado e cheguei em Austin passei dias descobrindo as delicias de ser parceiro, na cama e na vida, de Teresa Lisbon. Apesar de sermos amigos por tanto tempo, e talvez por isso, gastamos um tempo ainda nos conhecendo como homem e mulher. Mas foram descobertas maravilhosas saber que a toda durona Teresa Lisbon era uma tremenda mulherzinha num relacionamento, gostava de dormir abraçada a mim, amava ser completamente beijada antes de fazer amor e não escondia quando algo a agradava. E eu me deixei ser completamente seduzido por esta mulher forte que respirava descompassadamente quando eu falava bobagens em seu ouvido me pedindo para realizar cada uma delas.

Foi lindo. E você achando que não conseguiria me fazer feliz.

— Mas você também tinha dúvidas. Era assustador,não era?

Totalmente ! Mas foi tão bom não viver mais de mentiras, mesmo com todo o medo de não ser a melhor escolha, de ser apenas uma confusão de nossa parte. Sem contar que eu nunca fui seu tipo, não é ? Cristina, Erica, Lorelei, todas lindas e femininas. Ângela?. Teresa perguntou com jeito, ela sabia que eu nunca falava de Ângela.

Eu sorri, porque a noite era pra ser leve e romântica e aqui estávamos nós desenterrando o passado. Eu não falava de Red John, porque as contas estavam acertadas. Pelo menos na minha cabeça. Eu paguei o preço por isso, a vida que perdi antes e depois de sufocá-lo. Mas Ângela e Charlote eram diferentes, era uma lembrança intocada da minha cabeça. Eu era incapaz de falar delas, sempre parecia ofensa , eu sentia vergonha de estar feliz enquanto elas perderam a vida.

No entanto, eu estava diante da mulher que escolhi amar novamente. Que me revelo. Uma hora essa conversa chegaria, talvez fosse agora. Estávamos em território neutro, longe de casa, Charlie seguro com seus primos, nós confortáveis com nós mesmos. Era hora.

Você e Ângela me amaram, apesar do que sou, de como sou. Esse é o meu tipo de mulher, a que não quer se aproveitar do que sei fazer. Ela também era durona comigo, de uma outra forma. Como vínhamos do mesmo mundo, ela não se importava com meus golpes, aquilo era natural para ela. Embora quando eu fui para a tv e envolver a policia ela tenha pedido para que eu parasse. Mas quanto ao resto, ela não exigia menos. Assim como você, não havia manipulação, jogo. Eu tinha que estar inteiro.

Ainda... Ainda... ainda...

Falta dela? Sim, talvez sinta para sempre. Eu gostaria que ela estivesse respirando, ao meu lado ou não. Por isso as vezes ainda não parece certo ter uma chance, mas eu já me perdoei bastante. Eu não tirei a vida delas, foi ele. Fui o instrumento e sempre sentirei por isso, mas ação foi dele. E ele pagou. Eu não sou o mesmo Patrick, Teresa. Eu não sei se você sente ciúme da Ângela ou coisa parecida, mas o que eu preciso te dizer é que o Patrick Jane que era marido de Ângela Riskin morreu com ela e a Charlote. Ufa, era isso. Era como tirar toneladas dos meus ombros novamente. Esse Patrick Jane que está aqui com você é outro homem, um que Ângela não reconheceria.

Se ela ainda estivesse aqui, jamais teríamos nos conhecido. Ela falou cabisbaixa. Esse era um dos motivos de evitar esta conversa, a comparação.

— Eu não sei, você possivelmente teria me prendido, eu não era um homem muito virtuoso. Com certeza você não gostaria nada daquele Patrick Jane. Eu sorri e ela também, sabendo que o exercício que fazíamos era inútil. Eu não sei se caso Ângela fosse viva teria ficado com a Teresa, eu não sei se ainda seriamos felizes, eu e Ângela. Eu não controlo o destino, não é assim que a vida funciona. Mas eu tive uma segunda chance e tenho muito a agradecer por vivê-la.

Por isso fiz o brinde da noite.

A você, que é minha segunda chance, Teresa. Eu ofereci o brinde e ela encostou sua taça na minha.

A nós, que vencemos muita coisa para estarmos aqui e agora, juntos.

Naquela noite fazer amor com Teresa foi uma comemoração diferente. Nós terminamos nosso jantar, o sorvete de sobremesa e seguimos tranquilos para nosso quarto confortável de hotel. Cama grande, lençóis macios, balas no travesseiro. Tudo como Teresa gosta e como eu também voltei a apreciar. Nossa casa era confortável para ambos, apesar de ser a cabana rústica que eu imaginara outrora. Era rústica e confortável, eu fiz um trabalho extraordinário lá. Mas havia os toques da Teresa, lençóis de milhões de fios, muitos travesseiros, flores na mesa, enfeites de sua infância. Valeu a pena.

Eu resisti a tentação de ver se estava tudo bem com o Charles, me permitindo deixar a vida seguir seu rumo, não me preocupar, a não ser pela mulher que estava comigo. Ela se aninhava a mim enquanto abríamos a porta do quarto e quando entramos não houve muita preocupação onde jogaríamos nossas roupas.

Eu deitei Teresa naquele colchão e fiquei por cima dela, beijando seu pescoço e colo como ela tanto gostava, apreciando o perfume novo que ela comprara e que ela juraria que eu não havia percebido. Era amadeirado, embora suave. E enquanto ela desabotoava os botões do meu colete eu permitia que ela tivesse acesso a todo meu peito eu me perdi na fragrância pessoal dela, que estava quase escondida naquele perfume bom que ela escolheu. Era gostoso sentir as unhas da Teresa passeando pela minha carne, era um carinho firme, mas nunca dolorido e me excitava em instantes.

É muito bom estar com você, Teresa. Eu te amo ! Eu consegui dizer antes que penetrá-la se tornasse meu único objetivo.

Eu também amo você. Ouvi ela dizendo enquanto me guiava para onde eu mais gostava, as mãos passeando nas minhas costas, a respiração rápida. Havia dias em que Teresa comandava essa atividade, mas hoje não, hoje eu queria ser o senhor de todo esse momento. Hoje eu queria fazer com que ela ficasse satisfeita e exausta, mesmo que para isso eu tivesse também que perder toda a noção de privacidade. Entrega. Nunca é uma via de mão única.

E nada mais importou a não ser nós dois.

Só falamos algum tempo depois.

Acha que o Jimmy vai ser feliz com a Lucy ? Eles me parecem inconsequentes e agora com uma criança a caminho. Foi a frase que ouvi depois do cochilo que tirei, era madrugada, a cidade estava quieta e nós estávamos nus e aconchegados na cama grande quarto.

Como saber ? Só o tempo dirá, nós mesmos não tínhamos certeza de que poderia dar certo. É a busca, Lisbon, que torna a vida muito prazeirosa. Eu ia começar a beijá-la de novo e dizer para esquecermos o Jimmy e a Lucy quando uma batida na porta cortou nosso clima.

Mamae? Eu ouvi a voz do Charlie do outro lado da porta, meu coração disparado, fiquei petrificado por um momento e então Teresa foi mais rápida e vestiu um robe enquanto eu buscava um short e ela abria a porta.

Meu bem, o que houve? Eu a vi olhando para nosso filho enquanto sua cunhada sorria atrás dele.

Eu senti saudade de você e do papai. Tem problema eu dormir aqui com vocês ? Ouvi Charlie e a Karen dizer que ele achou que tínhamos ido embora, então resolveu trazê-lo.

É claro que não, venha cá. Eu disse enquanto o puxava para dentro e Teresa conversava com Karen do lado de fora do quarto. Mas estranhamento meu filho não falou mais nada, simplesmente me abraçou e disse que gostava de dormir perto da gente.

Teresa entrou logo depois e me olhou tranquila enquanto Charles já estava praticamente dormindo.

Karen disse que ele ficou bem, mas como ela sabe que ele nunca ficou longe de nós, resolveu trazê-lo para que ele se sentisse seguro e protegido por ela.

Nada com ser mãe de quatro filhos, hein? Ela é boa, sabe criar confiança com uma criança. Embora eu quisesse mais um round com você, ou dois.

— Vamos ter outra oportunidade.

— Eu conto com isso. E nós nos deitamos com Charlie entre nós, felizes e satisfeitos.


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