Quando a noite chegou e estavam todos dormindo, desci do meu poleiro e sai para a rua. Estava tudo silencioso. Noah estava no portão e Daryl na torre. Sinalizei para Noah ficar em silêncio que eu ia subir depois sinalizei para se manter ligado nas coisas.

Ele assentiu depois sorriu.

Segui para a torre. Abri a porta e subi as escadas depois empurrei o alçapão.

— O que está fazendo aqui?

— Achei que não tinha ninguém guardando a torre hoje.

— Me ofereci.

— Bom. - Observei de cima as coisas. - Legal aqui. Mas é frio.

— Antes era fechado, mas o Governador arrebentou com tudo.

— Mas não impede Glenn e Maggie. - Apontei para os travesseiros e um cobertor.

Ele riu olhando para a floresta.

— Maggie me disse que estaria aqui hoje. - Me encarou surpreso. - Não vou mentir. Não sou mulher de enrolação. O que você quer Daryl? Algo sério ou só uma transa?

— Nunca tive algo sério... Mas aqui é diferente. Não tem como ser só uma transa.

— Por quê?

— Por que nunca vou conviver só com uma transa. Daphne, você é linda, gostosa e muito sexy. No começo... Me senti atraído e isso me deixou com raiva por que vivi muito bem, mas de repente aparece uma ruiva que faz todo o meu corpo acender. Você disse que era o fogo e tinha toda a razão. Sinto muito se vai se ofender, mas realmente quando olho para você só consigo pensar em você nua entregue a mim. Não sou santo.

— E isso te incomoda por que não pode fingir que nada aconteceu depois?

— Me incomoda por que acho que não sou o tipo de cara que você mereça. E duvido que queira algo comigo.

— Não se menospreze, por favor. Eu mereço ser feliz. Só isso que quero. Se pode me dar isso, ótimo. Se não pode, eu desço e volto para o meu poleiro. - Sorriu.

— Não gosta de celas?

— Não. Estou aqui por que quero você Daryl. Não sei explicar, somente quero você. Quero ficar com você, mas sei que não vai assumir nada sério comigo.

— Não consigo ser como Glenn que anda de mãos dadas, distribui carinho em Maggie na frente de todos. Não sou esse cara.

— Não estou cobrando isso. Estou cobrando que não quero ser só uma pessoa que você transa. Um objeto sexual... - Olhei para a floresta. - Já fui isso uma vez. Mas eu tenho amor próprio agora. - Encarei Daryl. - Quero você comigo, mas você tem que querer também.

Ele segurou meus cabelos e puxou meu corpo para o dele me beijando.

— Vai ter que ter muita paciência comigo.

— E você comigo. - Voltei a beija-lo.

Mesmo com frio o corpo de Daryl esquentou o meu quando ficamos sem roupa. Nos deitamos no colchão que havia no chão, naquelas preliminares gostosas.

De caricias e beijos. Mãos deixando um rastro de fogo por onde passava. Seu membro pulsando em minha mão.

Não aguentei quando o deitei na cama e subi por cima o deixando primeiramente surpreso depois mais excitado ainda.

Quando amanheceu o sol invadiu meu rosto, me escondi no pescoço de Daryl.

— Temos que levantar. - Sussurrou.

— Vai na frente. Se descermos juntos, vão todos saber o que fizemos. E você não vai gostar dos olhares.

— Já você não vai se importar. - Dei de ombros deitada enquanto observava ele se vestindo.

— Estou acostumada com olhares.

— Tem mais esse probleminha, não vou gostar muito dos homens olhando para você.

— Fala como se uma mulher nunca tenha te olhado.

— Não. - Sorri.

— Daryl, você não presta atenção por que não se sente seguro de si sobre isso. Se eu te achei um gostoso, muitas vão achar.

— Da para vestir uma roupa.

— Minha nudez te incomoda?

— Claro que não, mas desse jeito vou tirar a roupa e voltar para ai. - Sorri. - E eu tenho muitas coisas para fazer.

— Que pena. - Levantei já catando minhas roupas.

— Vamos?

— Vai querer descer junto comigo?

— Uma hora ou outra todos ficaram sabendo. Tenho que aprender a lidar com os olhares já que pretendo passar muitas noites na torre com você. E quero que se mude para a minha cela. - Lancei um olhar surpreso a ele.

— Quer mesmo isso?

— Sim. Tenho certeza do que quero, ruiva. Não quero sair mostrando intimidade para todos, mas quero que todos saibam que estamos juntos.

— Estamos juntos?

— Achei que me quisesse com você. - Ficou indeciso e eu sorri antes de beija-lo.

— Fisguei Daryl Dixon gente. - Riu antes de me beijar. - Claro que quero.

— Ótimo. Vamos.

Descemos as escadas e saímos para o pátio. Vários olhares de surpresa, alguns de inveja e outros maliciosos acompanhados de sorrisinhos.

Daryl se manteve sério como sempre, mas eu sorri por que estava feliz.

Cada um seguiu para seu grupo na hora do café, me joguei ao lado de Noah.

— Espero que ele tenha sido legal com você.

— Noah, não tenho mais 15 anos. - Resmunguei e ele riu. - Foi maravilhoso se é isso que quer saber.

— Fico feliz por você. - Beijou meus cabelos. - Vou dormir.

Se afastou bocejando. Maggie e Beth vieram sentar comigo. Conversaram bastante. Maggie fez várias piadas, mas não me deixou desconfortável. Somente sorri.

— Acho que podemos sair semana que vem. - Glenn avisou abrindo um mapa na mesa onde eu estava tomando café.

Afastei minha xicara de café gelado e encarei o mapa.

— Aquele dia do shopping não pegamos tudo que tinha lá. - Maggie lembrou. - Podemos pegar mais algumas coisas de lá e depois verificar as ruas. Tinha poucos zumbis aquele dia.

— O inverno vai chegar em breve. - Daryl falou. - Vai ser mais difícil sairmos quando começar a nevar. Vamos ter que estocar o que pudermos. Matar os porcos. Colher tudo da horta. E fazer durar.

— Pegar roupas. Cobertores. - Glenn falou.

— Principalmente para a Judith. - Falei. - Está crescendo rápido. Daqui uns dias suas roupas ficam pequenas. Temos que conseguir muitas roupas para ela. Fórmula. Deixar tudo para passarmos o inverno bem com ela. Remédios. Chás. Eles são mais frágeis.

— Só por que está com Daryl não pode achar que vai ficar dando ordens. - Carol resmungou.

— Não estou dando ordens. Estou dando um conselho. É para isso que temos um concelho, para as pessoas darem suas opiniões. Até ontem você parecia a favor de tudo que eu falava. O que aconteceu? Dor de cotovelo?

Ela fechou ainda mais a cara.

Lancei a Daryl um olhar acusatório.

— Acho que já acabamos por aqui. - Hershel falou.

Todos se afastaram. Virei e caminhei em direção a porta, mas Daryl me alcançou.

— Esta brava comigo ou com Carol?

— Com os dois. Teve algo com ela?

— Claro que não. Somos só amigos.

— Ela parece querer ser mais que tua amiga.

— O importante é o que eu quero. E eu quero você. Os outros tem que se acostumar com isso.

Olhei para trás dele e a vi nos olhando. Tinha no rosto satisfação. Nos queria brigando.

Sorri antes de puxa-lo para um beijo na frente de todos. Ele ficou todo sem jeito, mas correspondeu. Quando me afastei olhei para ela que parecia irritada. Mostrei meu dedo do meio para ela depois virei para Daryl.

— E eu quero você. - Falei antes de me afastar.

E eu não abriria mão disso por nada no mundo.

Tinha demorado tempo demais para encontrar alguém. E quando encontrei não iria desistir fácil.

Nunca fui covarde, não era agora que ia ser.

Daryl era meu. E nada iria mudar isso.