Web - Namoro escrita por Chibi Lele


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Bom, eu to vivendo de web-namoro por causa da quarentena kkkkkkk então pensei, pq não criar uma fic na temática hahahaha. Esse primeiro cap é só pra situar, como Darcy, alguém que não curte redes sociais, pode acabar namorando por elas.



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Na concepção de Darcy o pior dia da semana era o domingo. Era ocioso, praticamente inútil.

O comércio mal abria e a maioria das pessoas não sentiam ânimo para fazer nada. Era pior ainda então quando chovia. 

Normalmente ele poderia arrumar o que fazer sozinho, mas a chuva era como um aviso dos céus "Não saia de sua cama, hoje o dia está perfeito para dormir, comer e assistir séries". E cá entre nós, não existe nada pior para uma pessoa agitada. 

Talvez esse não fosse o melhor sinônimo para Darcy, ele não era agitado, talvez inquieto, mas o homem não suportava estar desocupado.

Com tais constatações em mente Darcy, resignado, olhava carrancudo para grande janela da casa dos Bingley, pela qual ele podia observar os jardins, agora, enlameados. 

Usando um moletom, uma bermuda de tactel e seus tênis de corrida ele pretendia circundar toda propriedade antes do café. Depois ele nadaria um pouco e por fim almoçaria com seus amigos na cidade.  

Para a tarde ele pretendia ir à uma livraria, o que era perfeito já que não lia a muito tempo, e provavelmente Caroline preferiria alguma loja de roupas ao invés de acompanhá-lo, e a noite iria buscar sua irmã no aeroporto. Às férias da faculdade dela acabariam no dia seguinte, assim como o recesso em seu escritório. 

— Há, que dia maravilhoso. - a voz sonolenta de Caroline soou, usando um robe de seda a irmã de seu melhor amigo se pôs ao seu lado admirando a paisagem. - Os dias chuvosos são os meus favoritos, não precisamos fazer nada e ninguém irá nos culpar por isso, não é mesmo? - ela dizia procurando a aprovação do homem ao seu lado. 

Se não fosse pelo autocontrole que Darcy tanto admirava em si mesmo, ele teria revirado os olhos, e mesmo sem paciência, por seu amigo Charles, e sabendo que de qualquer forma teria de aguentar as investidas de Caroline durante todo o dia, se limitou a grunhir, com raiva por ter seus planos destruídos.

— Eu os odeio! - e saiu andando em direção a sala de jantar, deixando sua companheira estática. 

O café não foi muito melhor, talvez tentando contornar sua gafe Caroline não parava de reclamar sobre como a chuva havia destruído seus planos para o dia e como o clima frio daquela manhã era péssimo. 

Charles que comia com um olho nos pães e outro em seu celular, procurando atormentar ainda mais a irmã, se limitou a contribuir com a conversa dizendo o quanto Darcy gostava daquele clima.

— Se bem me lembro meu amigo - Charles começou com um brilho nos olhos, esperando tirar alguma reação de Darcy além da de decepção que insistia em perseguir seus olhos - Esse é seu clima favorito, chocolate-quente, biscoitos caseiros, a lareira! Pemberley deve estar perfeita nessa época do ano.

Caroline que mantinha quase um monólogo se calou de repente, esperando a resposta de Darcy. Este em questão não era ingênuo e já havia percebido as intenções de seu amigo, com um pequeno sorriso nos lábios finalmente tomou seu café e logo tratou de responder. 

— Exatamente, exceto pela chuva. Além de ser um tormento costuma acabar com meus planos.

— Tsc, Tsc. - Charles falsamente se mostrava triste, enquanto balançava a cabeça em uma negação - Você e Caroline realmente não se parecem em nada. 

E rindo juntos, ambos continuaram a tomar seus cafés enquanto Caroline ralhava os irmão, que se limitava a responder algumas mensagens. 

— E pelo amor dos céus Charles - a mulher dizia parecendo finalmente chegar ao fim de seu sermão - O dia mal começou, será que pode sair um pouco da frente dessa tela?! 

Darcy, que estava absorto até o momento pareceu finalmente voltar a si, como num estalo. 

— Nisso tenho que concordar com sua irmã. - ele dizia sério, com seus olhos expressivos encarando Charles, enquanto Caroline se vangloriava de sua pequena vitória - Não faz bem ficar tanto tempo na frente do celular. 

— Ora, ora, o senhor pode até ter tentado me recriminar - Charles dizia enquanto apontava um dedo para Darcy que ria com a atuação do amigo - Mas acidentalmente me abriu brecha para um assunto que quero tratar a muito tempo contigo. Quando vai comprar um celular decente? 

Ao invés de responder Darcy riu e cruzou os braços, como se aquela fosse uma pergunta ridícula. 

— E não ouse agir como se fosse superior a mim só por não ser um "dependente" da tecnologia, como gosta de me chamar. Não ter um celular hoje em dia faz muita falta sabia. 

— Arg Charles - Darcy revirava os olhos ignorando tudo que o amigo lhe dizia - Eu tenho um celular, só não tenho necessidade de todos esses aplicativos que você usa. 

— Olha, só pra começar - Charles dizia interrompendo o amigo - O que você usa não pode nem mais ser chamado de celular, aquela velharia só telefona e envia sms. Ninguém mais faz isso hoje em dia. As pessoas se comunicam pela internet, e quem não tem internet não se conecta com ninguém.

— As pessoas que me interessam falar não se importam em me telefonar ou mandar sms. - Darcy respondia com um olhar zombeteiro dando a discussão por encerrada. 

— Eu me importo, sabe que odeio falar ao telefone e nunca tenho pacotes suficientes para sms. As pessoas estão na era do WhatsApp. 

— E quem disse que você é a uma das pessoas com quem me interesso a falar. - Darcy respondia extremamente satisfeito com a expressão de choque em seu melhor amigo.

— Que seja - Charles respondia levemente ofendido, obtendo mais risos de Darcy. - Mesmo que isso fosse verdade, você também pode perder muitas oportunidades de trabalho por não ter perfis em redes sociais. 

— Isso é ridículo - Darcy se vangloriou levantando as sobrancelhas - Está ficando sem argumentos. O site da firma tem um catálogo completo com as informações dos advogados. Mesmo que eu não tenha redes sociais ainda saberão tudo o que precisam saber sobre mim.

— Aí é que está. - Charles sorria como se tivesse feito a mais perfeita jogada de xadrez - Você está se escorando à uma mísera plataforma, as pessoas hoje em dia precisam mais do isso. Se elas vão confiar sua vida a um advogado, elas desejam reciprocidade. Elas querem poder saber quais causas você apoia, quais locais você já visitou, como é sua vida pessoal, ou pelo menos a parcela que você se orgulha em exibir. - o brilho nos olhos do homem agora eram como o de um advogado que finalmente tem a prova decisiva para um caso. 

— Eles precisam saber que você é uma pessoa de verdade, como eles. 

 

Não que Darcy tivesse muito o que fazer, depois da frustração do início do dia sobrou-lhe muito tempo vago. E cabeça vazia, como gostava de dizer, eram ocupadas pelas ideias bizarras de seu melhor amigo, Charles Bingley. 

Darcy odiava admitir que alguém poderia ter razão por cima de seus ideais, mas depois de tanto pensar sobre o que seu amigo havia lhe dito, não parecia mais tão absurdo assim. 

Pessoas têm necessidades a serem cumpridas, e as vezes uma falsa sensação de proximidade supre essas necessidades. 

Não foram apenas 3 vezes que Darcy demorou mais do que gostaria para se aproximar decentemente de seus clientes, e entender perfeitamente com o que lidava, e talvez, se "conectar" não fosse um preço tão grande a se pagar por isso. 

Já eram 16:00 horas, havia falado com sua irmã às 11:00, confirmando que seu vôo chegaria às 18:00. Era hora de ir para o aeroporto. 

 

Já passavam das 21:00 horas e Darcy não sabia como ainda não havia tido um piripaque. Não tinha notícias da irmã desde a última vez que se falaram, e ninguém parecia ter algo de interessante para lhe informar sobre o vôo que deveria ter chegado à três horas. 

Às 22:00 Darcy andava em círculos por toda a sala de espera. Com cara de poucos amigos e praguejando maldições com uma carranca que ilustrava seu cabelo completamente bagunçado ele ameaçou um outro funcionário que ousou se aproximar para lhe oferecer algo. 

Às 23:30 respirou aliviado. 

Os olhos fundos e o cabelo bagunçado o faziam parecer alguém que não dormia a dias, não alguém que tivera uma crise de estresse, pareciam ter sido no mínimo cinco. 

O vôo que havia atrasado por conta de uma turbulência e por ter tido que parar em São Paulo para reabastecer antes de chegar ao Rio, finalmente aterrissou. 

Não demorou muito para que irmão e irmã se abraçassem apertado. 

E com uma cara totalmente despreocupada Georgiana ria da situação em que o irmão se encontrava. 

— Podia ter me ligado ou mandado ao menos uma mensagem. Estava morrendo de preocupação. 

— Eu até poderia ter feito isso se ‘alguém’ tivesse um celular com internet. Os aviões proporcionam wi-fi, não sinal de satélite. - Georgiana revirou os olhos imitando o costume do irmão e soltando outro riso em seguida.

Enquanto colocava as malas da irmã no carro pode ver se reflexo no vidro.

Era deplorável.

Talvez realmente não fosse uma má ideia arrumar um celular mais atual, poderia poupá-lo de uma ou outra situação similar. 

 


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?? O que esperam? Mandem teorias, elas podem me inspirar.



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