Amor Perfeito XIV - Versão Arthur escrita por Lola


Capítulo 29
Ciúme compartilhado


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



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Kevin Narrando

Estava deitado em minha cama com Rafael e ficava admirando cada detalhe dele, contornava os meus dedos pelas linhas do seu rosto quadrado que tinha as retas tão bem marcadas. Eu nunca deixaria de achar Rafael perfeito. Ele tinha o tipo de rosto no qual a testa e a linha do maxilar são aproximadamente da mesma largura, isso não existia com tanta facilidade.

— O que foi, está reparando o quanto a minha mandíbula é larga? – dei uma risada.

— Você é lindo. E sabe disso. - sorri continuando fazendo carinho nele.

— Achei que eu nunca mais estaria aqui. – ele comentou olhando para o teto.

— Também achei. E sofri por isso. – ele me olhou e deu uma risadinha. – Não estou mentindo Rafael. Você não acreditou no que eu disse né?

— Que está apaixonado? – seu olhar dizia a resposta. – Vai passar. A gente sabe quem você ama. Paixão acontece não se explica. Agora amor é uma decisão, você escolhe amar uma pessoa.

— Exatamente. E se eu escolher amar você? – ele virou o rosto, encarando o teto novamente.

— Você não escolheria isso. Ninguém escolheria.

— Acho que eu ainda não te amo porque você não sabe se amar.

— Nem a minha própria mãe me ama. Como você queria que fosse?

— Com certeza ela te ama, ela deve ter tido os motivos dela para ter ido embora. E sabe... Você tem tudo para ser um machista igual o seu pai e até agia assim, mas na primeira vez que sentiu atração por um cara você se entregou. Isso me faz te admirar tanto. Poucos em seu lugar fariam a mesma coisa.

— Era você, não tinha como não me entregar. – ele disse e deu uma risadinha. – Por que você tá me colocando nisso? A gente sabe que eu não tenho chance nenhuma contra ele.

— Isso eu decido.

— Ah, para. O doce, alegre, amigável e lindo Murilo. Sei que ele usa quase como um mantra, mas a boca dele realmente é muito perfeita. E você nunca vai esquecê-la. 

— A sua também não é nada mal.

— E aquele sorriso com covinhas? Os olhos pequenos como se ele estivesse sempre chapado. É todo o encanto dele.

— Você está apaixonado pelo Murilo?  - perguntei tentando não rir.

— Dá pra levar a sério? – sentei me encostando a cabeceira.

— Você nos viu juntos não viu Rafael? – ele concordou. – O que tinha que acontecer já aconteceu. Agora é um novo caminho.

— Ele me ligou. – ele me olhou querendo ver minha reação. – Cobrando por minha consideração, não achou certo eu pegar o ex namorado dele. Mas antes que você se anime por achar que ele está com ciúme de você, ele até me deu “dicas” de como conseguir conviver com você. Ele parece querer que dê certo entre a gente. - nos olhamos.

— Algo que temos em comum. Porque eu também quero. – o beijei antes que ele falasse mais alguma coisa. – É uma pena que logo agora vamos ficar longe um do outro.

— Vai ser bom. Quando voltarmos se isso tudo aqui existir ainda então eu paro de ter medo.

— Sabe que vou pensar em você cada segundo assim como pensei nesses dias que você me deu um gelo né?

— Se comporta que esse gelo pode voltar.

— Ah então vou aproveitar enquanto tá bem quente. – subi em cima dele e passamos o resto daquele dia juntos. Ele perdeu uma prova e no outro dia passei na faculdade dizendo que era o irmão dele e justifiquei sua falta, paguei sua reposição o deixando surpreso, começando a fazer o que eu havia dito a ele anteriormente que não faria, as coisas que antes eu não podia, mas que agora eu queria fazer cada vez mais. Sentia por ele um sentimento de proteção muito grande. A dor que ele tinha por ter sido abandonado pela mãe o levou até a achar que não era correspondido por Alícia. Isso o afetou demais. E eu só queria cuidar dele. Essa era a minha missão e eu não me desviaria dela.

Isso me fez lembrar do dia que Murilo bebeu e eu cuidei dele. Esse era o meu instinto. O meu jeito. A forma como eu gostava de tratar a pessoa que tinha toda a minha atenção. Apenas os personagens mudaram. E eu esperava que esse vazio que ainda restava dentro de mim logo passasse e Rafael o preenchesse completamente.

Amanhã era o meu aniversário. Normalmente isso me deixava triste, eu não gostava de ficar mais velho. Esse não seria diferente. As aulas acabaram. Eu arrumava as minhas malas. Resolvi ir para a casa do meu avô um dia antes, já que o meu primo estava nesse instante pegando o avião a caminho de Torres.

— Se vier pra cima de mim como há uns três dias atrás eu vou revidar de novo. – avisei ao ver Arthur na porta do meu quarto.

— Não quero mais sujar minhas mãos com você. Na verdade você me fez um favor, era o certo ela saber. – o olhei incrédulo.

— Até quando te traem você agradece. Esse é o exemplar Arthur.

— Vejo que já está indo para a capital. Algum motivo especial para ir tão rápido? – ele queria sorrir, eu tinha certeza.

— Eu gosto disso, você pisando em ovos perto de mim porque acha que vou explodir... Cheio de suspense... Alice está preocupada? Aposto que estou em todas as conversas. – falei chegando perto dele. Se ele queria me provocar, seria provocado.

— É incrível como você perde totalmente a linha quando apenas sugiro algo que tem a ver com ele. – o encarei ainda mais enfurecido. – Estou aqui por causa de Rafael. Você não pode brincar com ele. Ele não é sua marionete!

— Acho que ele já tem um pai. Não é você.

— Tem outra coisa que eu quero dizer. – ele avisou quando fechei a minha mala. – Os irmãos vão passar o natal na cidade. Minha mãe convidou a família deles para a ceia. Diana descaradamente chegou perto de mim e ameaçou simular que o Ravi ou Vinicius a assediou. Você sabe o que isso pode gerar?

— Vou deixar ela por sua conta porque eu tenho coisas mais importantes pra fazer como... Sumir. – peguei minhas coisas e sai, o deixando desamparado. Murilo estava vindo, nenhum problema seria maior que esse pra mim.

Arthur Narrando

Era manhã e completavam três dias desde que Alice terminou comigo. Não a procurei mais. Decidi seguir o conselho de Murilo e dar um tempo a ela. Isso não mudava o fato de que estava muito difícil suportar ficar longe dela.

Após ser ameaçado por Diana, procurei Kevin antes de ele ir para a capital e lógico, como eu imaginei, não obtive êxito. Amanhã Rafael iria pra casa dele e hoje o Murilo chegava. Eu estava com o pai dele e a irmã no aeroporto, mesmo que com certeza Alice não me quisesse ali.

Assim que ela o viu correu para abraça-lo. Reparei no namorado dele, que me olhava parecendo não gostar muito de mim.

— Idiota. – ele falou ao me ver e depois nos abraçamos. – Ele tá na cidade? – ele perguntou baixo. Dei uma risada.

— Não Murilo. – respondi baixo. – Respira.

— Vamos! Tá todo mundo morrendo de saudade de você. – Alice falou e guiou o irmão.

— Ela não muda. Que ciumenta. Calma, quero conversar com meu melhor amigo.

— É, mas você sabe que ele já tem outro melhor amigo né? – ela questionou enquanto andávamos até o estacionamento.

— Hum... Ele é no mínimo um estepe. – olhei Murilo descrente.

— Você não muda. – falei dando uma risada. – Vejo vocês em casa. – entrei em meu carro. Quando cheguei eles ainda não haviam chegado, entrei e vi que estava todo mundo esperando.

— Como é o namorado dele? – Rafael perguntou curioso.

— Não reparei muito, mas parece bem calado e reservado, apenas nos cumprimentamos de longe. Alice estava muito eufórica com Murilo.

— Imagino. – eles entraram e todos o abraçaram. Ficaram conversando com ele um tempo e conhecendo o namorado dele.

— Kevin. – Fael falou pegando seu celular que vibrava. O sorriso dele me irritava. Meu irmão tinha o total controle no humor do meu amigo. – Acredita que ele já chegou há duas horas? – Murilo chegou perto da gente ouvindo a pergunta e entendendo de primeira de quem se tratava. Rafael continuava olhando o aparelho e digitando e sorrindo. Olhei Murilo que o encarava. Fael foi colocar o celular perto do ouvido para ouvir um áudio e viu meu primo ao levantar o rosto.

— E aê. – ele falou e eles se cumprimentaram. Que clima chato. – A gente pode conversar Arthur? – concordei e saímos de perto de Rafael.

— Sobre Alice eu segui seu conselho... – comecei a falar antes que ele dissesse o que queria.

— Você não me contou que eles estavam namorando.

— Não sou mais amigo do Kevin, te disse isso.

— Mas é do Rafael.

— Ele sabe que eu não concordo. Se tiverem mesmo namorando não vai me contar. Mas acho que não é o caso.

— Você viu que Kevin tá dando satisfações a ele? – ele ficou me olhando. - É melhor você me falar. – respirei fundo. Não sabia até onde podia ir tendo em vista o problema de Murilo.

— Você namora. Não devia estar preocupado com isso.

— Parece que se eles não namoram vão acabar namorando né?

— Murilo, é sério. Sua irmã está com saudade. Seus amigos também. E você tá aqui querendo saber sobre a vida do seu ex namorado.

— Só quero saber. Odeio que as pessoas mintam pra mim.

— Rafael. – o chamei e ele veio rapidamente até a gente. – Você e o Kevin estão namorando?

— Não. – ele respondeu e riu. Depois ele olhou para Murilo. – A gente voltou a se falar... Mas não namoramos não. Isso é ridículo.

— Ah tá, são só amigos né Rafael? – ele perguntou duvidando.

— Também não. – ele foi sincero e deu um sorriso malicioso. – Ele é bom de cama né? – encarei Fael. – Não precisa ficar nervoso Arthur, se ele quer tanto saber se eu namoro Kevin, ele deve estar preparado pra falar sobre a minha intimidade.

— Vocês dois estão com ciúme um do outro. – conclui. – E nenhum dos dois deveria.

— O que vocês estão conversando aqui no canto? – Alice chegou perguntando. – Sobre o Kevin? – ela olhou o irmão.

— Respondi a sua dúvida? – Rafael perguntou para Murilo. – Não se preocupe, agora ele tem a minha filosofia de vida. Sem vínculos, sem sentimentos.

— Claro. Depois de tantos meses ainda é só Murilo. – Alice afirmou e revirou os olhos. – Você vai mesmo deixar seu namorado de lado pra saber sobre a vida do escroto do Kevin? – ela questionou o irmão demonstrando estar inconformada com sua atitude.

— Não. – ele saiu com ela.

— Nunca mais faz isso. – olhei bem sério para Rafael. – Você nunca vai conseguir apagar o lugar que Murilo teve na vida de Kevin. Então não tente provoca-lo. E lembre-se que ele tem um problema sério, não o deixe mais ansioso do que ele já é.

— Que bom que amanhã estou indo pra casa.

— Achei que seria infantil e ameaçaria não voltar.

— Não tenho escolha Arthur. Preciso terminar os meus estudos.

— Se você não voltar eu te busco. Não vivo sem você Rafael. E agora parece que alguém também não. – olhei para o bolso dele. – O seu celular não para de vibrar.

— Fiquei mal. – o tom da sua voz era baixo e triste. – Tá na cara que Murilo quer ele. Agora que a gente estava começando a ter uma coisa tão legal... – me posicionei em sua frente.

— Para com isso. Não vou te falar que um não quer o outro, não vou mentir pra você. Mas posso afirmar com toda certeza que Kevin tá louco por você. E ele não quer encarar Murilo. Então não fica mal. Agora vem, vamos nos juntar ao pessoal.

Já era fim de tarde e rapidamente anoiteceu, Murilo foi com os pais deixar suas malas em casa e descansar um pouco. Essa noite eles iriam ter um jantar em família, apenas eles. No dia seguinte assim que ele acordasse já desceria pra cá. Combinamos todo mundo de irmos a uma boate em Alela. Menos Rafael que iria embora amanhã cedo. Faltavam quatro dias para o natal e até lá eu esperava que o meu primo não falasse mais do meu irmão.


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Notas finais do capítulo

peeerdão se houver erros, revisei correndo e comendo kkkk
Até amanhã ♥



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