Amor Perfeito XIV - Versão Arthur escrita por Lola


Capítulo 28
Apaixonado


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/789213/chapter/28

"Esse monstro criado em mim não há como removê-lo."

Kevin Narrando

Estava na escola no intervalo um dia após ajudar Arthur com o trabalho de Rafael e passar quase a noite toda pensando no olhar do loiro. Notei que Alexandre comemorava por ter ido bem na penúltima prova da semana.

— Caralho viado tu é foda. – falei o zoando.

— Eu não sou viado Kevin. – ele respondeu se irritando.

— Otáviaaaaaa. – chamei com bastante escárnio.

— Não, eu desisti de colocar alguma coisa na cabeça de vocês.

— Acho que na verdade eu estou aliviado. – respondi e pisquei.

Ao chegar em casa o chefe dos demônios estava almoçando, o que me causou bastante surpresa.

— O que devo a honra da sua presença? – perguntei o encarando com os olhos semicerrados.

— Nada. Tive tempo. – ele continuou me olhando. – Estou curioso para saber o motivo de você ter desistido de me afrontar com toda aquela purpurina e atitude.

— Você se tornou... Alguém que não me importo tanto a ponto até de conseguir te ignorar.

— É uma pena que as minhas ações irão te acompanhar para o resto da vida. – ele parecia bastante satisfeito com isso.

— Continuo não me importando. Se eu acabar morrendo por sua causa eu volto para te assombrar. Pode ter certeza disso. – fui para o meu quarto, eu não podia gastar a minha energia com ele.

— Nossa você já era gostosinho, agora... Tá irresistível. – ouvi a voz assim que abri meu carro ao sair da academia.

— Kemeron? – fiquei olhando um pouco atordoado. Não esperava vê-lo nem tão cedo.

— Você praticamente me deixou sem chão, mas eu o reconstruí. Aqui estou.

— O que você quer, seja direto. – cruzei os braços e comecei a tentar decifra-lo.

— Vim em paz. Pela consideração que ainda tenho por você eu precisava te procurar e te dar bons avisos. Tem um tempo?

— Espera no hotel. Vou passar em casa e tomar um banho.

— Ok. – ele me analisou por inteiro. – Você realmente tá lindo.

— Até daqui a pouco Kemeron. – entrei e dei partida indo rápido pra casa.

Acho que eu me arrumei de forma tão veloz, não lembrava a última vez que estive tão apreensivo. Queria saber logo o que ele queria. Parei em frente ao hotel e mandei uma mensagem e ele logo apareceu.

— Aonde vamos? – o olhei e ele sorriu.

— Em algum lugar que o seu pai não possa nos ver. – minha preocupação ficou ainda maior. Acabei indo para o bar em Alela.

— Diz logo Kemeron.

— Você sabe que o meu pai não é o único que quer a cabeça do seu pai né?

— Lógico. Ele fode com cada pessoa que passa pelo caminho dele.

— Pois é. Um cara fez um investimento inicial com ele algo relacionado ao chefão das drogas... – ele falou mais baixo. – Mas parece que as coisas não acabaram muito bem. O seu pai tá jurado de morte.

— Maldita hora que não deixei o seu pai mata-lo.

— Tá, mas... Você sabe o que esses caras fazem?  - é, eu sabia. – Eles primeiro matam a esposa e os filhos. Eu estou preocupado com você Kevin.

— Puta merda. – respirei fundo.

— Você pode se achar esperto, mas vai ser pego uma hora ou outra. Imagino que seus dois irmãos vão ser atingidos antes de você. Eles sabem que você vai dar trabalho.

— Ele é tão sujo, eu queria ir estudar na capital e ele não deixa.

— Ele não vai deixar você sair daqui agora. Vai te usar de escudo. Ele tá atolado na merda Kevin.

— Você fingia que era sonso? Como ficou tão esperto?

— Depois que você me contou sobre os dois eu fiquei por dentro de tudo. Já fazem alguns meses que a gente não se vê. – ele desviou o olhar. – Inclusive se quiser matar a saudade. - ele deu um sorriso malicioso.

— Acha que eu estou no clima? Mesmo?

— Nossa! Nunca imaginei que você ficaria assim. Você tá bem diferente, mais... emotivo. Descontrolado. Você é tão inabalável.

— Deve ser influência de uma garota irritante que vive atrás de mim. – falei lembrando Alice.

— Gosto do Kevin durão. Não se transforma nisso.

— Eu estou pouco me fodendo para o que você gosta.

— Isso. – ele falou e riu. – É bom te ver. Ainda que o motivo não seja bom.

— Foi legal da sua parte se preocupar comigo. – sorri. Depois voltei a ficar sério. – Agora eu e ele mal nos falamos, não sei muito do que ele tá tramando.

— Ele deve te enfiar em algum plano de saída de emergência.

— Não vou ajuda-lo. Dessa vez não. Prefiro correr risco de vida.

— Esse ódio por ele é pelo lance do fim do seu namoro né? – desviei o olhar. – Caralho você ainda ama esse cara.

— Passaram apenas quatro meses. Não quatro anos.

— Ele tem sorte. – ele ficou me olhando. – Algo me diz que quando alguém como você ama é pra valer.

— Vamos embora? – decidi cortar aquele clima. Quando chegamos a Torres ele pediu que eu o deixasse no centro porque ele queria comprar um remédio em uma farmácia. Quando ele desceu o Rafael passou no carro do Arthur, devia estar indo para a faculdade e ele ficou nos olhando. Bastante. 

Depois disso fui para a casa das gêmeas onde o pessoal já havia acabado de estudar. E Alice contou que Vinicius aceitou que ela e Arthur namorassem. Então era por isso que ele estava tão feliz quando o vi de tarde e agora ela também estava do mesmo jeito. E eu nem precisei de ninguém aceitar meu namoro para transbordar essa felicidade toda. Queria socar alguma coisa. Por que as coisas davam certo pra eles e não davam pra mim? Por que Alice era tão compreensiva e amorosa e o Murilo tão precipitado e inflexível? Tudo o que eu mais queria era estar no lugar dos dois. Estar com quem eu amo, receber o seu carinho, olhar em seus olhos...

Kemeron estava certo, eu estava me tornando alguém bem diferente. Não podia me deixar ser vulnerável. Sempre precisei ser forte a minha vida toda, não seria diferente agora. E nesse momento de indignação eu iria agir com a raiva.

E foi assim que eu fiz. Em um novo dia que nasceu eu destruí a harmonia do casalzinho. E não me sentia mal por isso. Particularmente era a minha defesa.

Quando sai do carro vi que Rafael parecia me esperar na porta da academia. Aquilo seria interessante.

— Podemos conversar? – ele perguntou quando me aproximei.

— Se for para dizer o quanto sou horrível por destruir uma relação tão linda não perde tempo. Eu já sei. – falei e dei um sorriso de lado.

— Você acabou com Arthur.

— E ele acabaria comigo se eu não tivesse me defendido. É sério Rafael, a gente nem se fala mais e você me procura em uma missão de fazer com que eu tenha um pouco de compaixão?

— O pior de tudo é que eu nem vim falar dos dois.

— Quer mentir pra mim? Estão tentando me sensibilizar usando você?

— Acha mesmo que eles se preocupariam com você depois disso?

— Que ótimo. Nunca gostei de ser um fardo.

— Tentei relutantemente não vim falar com você. – ele me olhou e deu um sorrisinho.  - Como você está?

— Pelos últimos acontecimentos você viu que eu pareço um atirador de elite. Então eu estou ótimo. – respondi de forma sarcástica.

— Estou falando sério Kevin, quero saber como você está. – o olhei e vi que ele se preocupava comigo. Isso fodia tudo.

— Eu baixei a guarda pra você, me abri, te contei coisas que ninguém sabia, fiz de você alguém diferente pra mim e mesmo assim te afastei. Como você acha que estou?

— Acho que está magoado.

— Não. Eu não fico magoado Rafael.

— Não, você não admite que se magoa. Geralmente você prefere disfarçar e fazer algo ruim depois. – fiquei calado. - Você tá com medo. Acha que Murilo vai te mandar para o fundo do poço, mas você não precisa dele pra isso.

— Você tem razão. Nas duas afirmações. Mas me diz uma coisa... Por que eu estou achando fortemente que ainda tem algo entre a gente?

— Não devia achar isso. Ele tem muito poder sobre você... Chegou a ponto de desfazer tudo que você tem de bom assim que soube que ele tem um namorado.

— Então me ajuda a acabar com esse poder. – pedi absolutamente entregue. Ele ficou me olhando aparentando não acreditar naquilo.

— O que você estava fazendo com o seu ex namorado ontem? – dei um sorriso. A sensação de que ele se importava causava alguma coisa dentro de mim.

— Foi isso que te fez vim? Você ficou com medo de outra pessoa tomar o seu lugar?

— Eu tenho algum lugar? – ele quase riu. – Podia jurar que a única coisa que pensava sobre mim é que cada vez que a gente transava parecia que era mais gostoso.

— E era mesmo. E eu estou com saudade. – ficamos nos olhando. – Kemeron veio por causa do meu pai. Não rolou nada. A única pessoa que eu ficaria hoje é você, sabe disso. E você ainda não respondeu ao meu pedido.

— Como eu posso te ajudar?

— Ficando ao meu lado. Não me abandonando. Segurando a minha mão quando eu não merecer, você sabe que vai ser quando eu mais precisar.

— E sofrer com as suas merdas Kevin?

— Isso faz parte de quem eu sou. Mas eu sei que eu posso melhorar. Não quero te fazer sofrer Rafael.

— Não sei se posso fazer isso.

— Já está quase no dia da minha viagem e da sua... Mas, se isso ajuda um pouco, eu acerto as coisas entre Arthur e Alice quando eu voltar.

— Esse é o problema Kevin. Você sempre acha que tem conserto. Não é assim que funciona. – ele desviou o olhar.

— Mas eles não podem também dar as mãoszinhas e fingir que nada está acontecendo. Ela precisa saber que o namorado dela tá louco pra transar.

— Ela sabe disso. Mas ela não está pronta. E Arthur jamais vai pressiona-la e nem fazer isso com outra pessoa.

— Caralho você lambe mais o saco do Arthur que o meu. – ele deu uma risada me fazendo sorrir. – Vem passar a tarde comigo.

— Você tem que treinar.

— Prefiro você. Muito mais que qualquer coisa eu prefiro você.

— Você viu que eu posso manter distância. Esse lance que a gente tem não me afeta tanto quanto você acha. Então cuidado com a forma como vai me machucar da próxima vez. Você também tem que ter um pouco de receio antes de sair dizendo ou fazendo as coisas.

— Não vou te machucar. Eu te prometo. E eu costumo cumprir minhas promessas. Odeio meu pai por tudo o que ele fez, mas sabe por que eu não escolho o caminho mais fácil e volto a estar ao lado dele depois de tudo que aconteceu? – ele questionou com o olhar. – Por que eu sei que se eu fizer isso eu perco a minha humanidade. E eu prometi ao Murilo que não deixaria isso acontecer. E mesmo ele seguindo a vida dele eu mantenho o que eu prometi.

— Separar a irmã dele do namorado está no pacote da sua humanidade?

— Não, mas me apaixonar por você sim. – ele ficou me olhando sem acreditar no que tinha escutado. Escolhi mais uma vez o caminho mais difícil, ser sincero, verdadeiro, vulnerável. Isso tudo parecia que já não importava mais.

"Juro que você não vai querer sair do meu lado depois que entender que lugar do passado é passado."


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

WTF ;O
até amanhãa ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amor Perfeito XIV - Versão Arthur" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.