A garota do guarda chuva amarelo escrita por Priy Taisho


Capítulo 2
Capítulo 1 - A primeira vista


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Mais um capítulo!
Espero que gostem, boa leitura!



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Sakura, a garota do guarda chuva ridículo e amarelo, tinha o dom esquisito de tirar Sasuke do sério todas as vezes em que eles se encontravam.

E ele jurava que nunca mais a veria todas as vezes depois disso.

Tudo começou quando ele saiu do banho, no mesmo dia em que a encontrou pela primeira vez.

— Querido, o que aconteceu? – Sasuke ergueu a cabeça, escondendo o alívio por ter se vestido dentro do banheiro. Tinha acabado de voltar para o quarto, os pés descalços, uma blusa de mangas cumpridas preta e uma calça de moletom velha. Secava o cabelo com uma toalha azul distraidamente, até dar de cara com a mãe, sentada confortavelmente em sua cama. – Podia ter me ligado, nós iríamos buscá-lo no colégio. – Acrescentou Mikoto sem aguardar uma resposta do filho mais novo.

— Eu já estava no meio do caminho quando começou a chover. – Sasuke respondeu dando ombros. A chuva não o incomodada, afinal.

A mentira de Sasuke, dessa vez, não tinha sido rastreada pela mulher de cabelos negros e sorriso amigável, que ele chamava de mãe e em tempos remotos, de mamãe.

Ele sequer tinha saído do colégio quando os primeiros chuviscos começaram.

— Vou preparar um chá para você antes que fique doente. – Mikoto anunciou erguendo-se da cama com uma súbita determinação. Ela usava uma calça branca, com bolinhas lilás e um hobbie branco. – Talvez eu peça alguma dica para Mebuki... – Murmurou pensativa.

— Se sair nessa chuva, a senhora que vai ficar doente. – Sasuke avisou, recebendo um olhar entediado da progenitora. – Não precisa se preocupar.

— Que seja. – Resmungou irritada, antes de sair do quarto.

Sasuke riu baixo, lembrando de todas as vezes em que a mãe dissera que ele era irredutível quando decidia algo. Mikoto era igual à ele.

Quando o jantar ficou pronto, a família Uchiha reuniu-se. Uma família comum. O pai, Fugaku, ocupava o lugar na cabeceira da mesa, estava sem o blazer e a camisa social branca tinha as mangas erguidas até os cotovelos. A gravata estava jogada no sofá, junto com a maleta. Apesar da aparência severa, Fugaku era apenas reservado. Mikoto sentava-se à sua direita e tagarelava sobre alguma coisa de extraordinária em seu dia, o marido, ouvia tudo com atenção e em alguns momentos, ria de alguns dos desastres causados pela mulher.

— Como foi a prova, Itachi? – Questionou o pai para o filho mais velho.

Itachi, que estava entretido em um pequeno debate sobre as fases de um jogo que ele e Sasuke tinham comprado, desviou os olhos negros para o pai. Ele era mais semelhante fisicamente ao pai do que Sasuke, porém, extremamente falante como Mikoto. O cabelo negro, quando solto, batia um pouco abaixo de seus ombros e ele sempre o mantinha preso em um rabo de cavalo baixo.

— Acho que fui bem. – Respondeu erguendo os ombros despretensioso. – Devo ter errado uma ou duas questões.

— Não seja humilde, maninho. – Sasuke interveio com uma expressão irônica que só o irmão entenderia. – Nós sabemos que você estudou muito para essa prova.

— Você com certeza deve ter ido muito bem, querido. – Mikoto colocou a mão sobre o ombro do filho. – Você se esforçou muito.

— Obrigado mãe.

Mentira.

Uma vez, durante as duas semanas que Itachi se isolou do mundo para estudar, Sasuke o encontrou estudando anatomia com uma colega na sala de estar. Os pais deles não estavam em casa, em uma sexta à noite.

As aulas, pelo que Sasuke viu, eram práticas.

E Itachi cursava Direito.

Outra vez, na semana seguinte, Sasuke entrou no quarto do irmão, o motivo ele não recordava, mas eram quase meia noite e o irmão mais velho, que devia estar com a cabeça enfiada nos livros e que “Não podia ser incomodado”, sequer estava no quarto.

Sasuke viu Itachi assistir filmes, jogar vídeo game, sair com outra garota (através da janela do quarto) e no único dia, em que o viu com um livro para estudo, ele estava dormindo com a cabeça grudada na escrivaninha.

— Você devia seguir o exemplo do seu irmão, Sasuke. – Fugaku mencionou despretensioso. – Pode pedir algumas dicas para ele. – O senhor Uchiha tomou um gole generoso de seu suco.

E por um momento, um único momento, ambos os irmãos acharam que ele sabia de tudo.

O restante do jantar ocorreu de maneira tranquila, sem demais acontecimentos que chamassem a atenção de Sasuke. A mãe voltou a falar sobre coisas aleatórias e ele deixou de prestar atenção quando ela comentou sobre a filha da vizinha que havia retornado.

Certamente, ele teria se atentado nisso, caso soubesse de quem se tratava.

Pouco antes dele dormir, Mikoto adentrou o quarto e entregou para Sasuke, uma xícara de chá fumegante. Ele agradeceu o gesto da mãe, deixando de lado o fato de que tinha dito para ela não se preocupar.

— Sai do banheiro, Itachi!

A resposta vinda de dentro do banheiro era incompreensível. Eram quase dez da manhã e Sasuke começou seu dia pulando em frente à porta do banheiro, lutando para não fazer xixi nas próprias calças.

— Inferno, sai daí! – Bateu o punho novamente contra a porta e quase arrancou Itachi de dentro do banheiro quando a cara branca e molhada do irmão surgiu de trás da porta.

— EMO DESGRAÇADO, eu não terminei! – Itachi, que tinha uma toalha amarrada na cintura, outra no cabelo e o rosto repleto de creme para barbear. – Sasuke! Estou me barbeando!

— Esses dois pentelhos que você tem na cara não podem ser chamados de barba! – Sasuke rebateu de dentro do banheiro.

Itachi insistiu duas ou três vezes, antes de seguir para o quarto. Olhou para o próprio reflexo no espelho que havia no guarda roupa e inconformado, tirou o creme de barbear com o auxílio de uma camiseta (ele tinha certeza de que ela era do irmão), jogando-a no cesto de roupas sujas.

Sasuke ainda estava no banheiro quando Itachi desceu para tomar café com os pais. Ainda estava colocando a camisa, quando viu a garota passando pela sala apressada atrás de sua mãe.

Itachi parou no penúltimo degrau da escada e desconfiado, seguiu as duas mulheres até a cozinha. Mikoto estava de costas, pegando alguma coisa no armário e contava algo, parecendo entusiasmada.

A outra, uma garota de cabelo rosado preso em um rabo de cavalo, calça de moletom e uma blusa, que parecia ser de pijama, ouvia o que a matriarca Uchiha dizia com atenção.

— Minha mãe é impossível. – Disse a garota sem perceber a presença de Itachi. – Eu me ofereci para ir até o mercado, mas ela deu um jeito de me convencer a vir até aqui incomoda-la.

— De alguma maneira, ela sempre consegue o que quer. – Mikoto respondeu risonha, entregando uma xícara para a garota. – Bom dia, querido.

Itachi, que tentou agir naturalmente diante dos olhos da mãe e da estranha, falhou miseravelmente em sua missão. Por mais despojada que fosse sua postura, a senhora Uchiha sabia que ele estava ali há mais tempo do que queria demonstrar.

— Itachi, esta é a Sakura, a filha da Mebuki. – Mikoto falou colocando a mão no ombro da garota. Quando ela se virou, Itachi deparou-se com um par de orbes verdes que demonstraram surpresa em vê-lo. – Talvez você não se lembre, mas ela...

— Você cresceu, pirralha. – A expressão surpresa de Sakura, transformou-se em indignação.

— Eu não sou pirralha.

O apelido de infância tinha sido um dos que Sakura mais detestou por toda sua vida. Era impossível não lembrar do Uchiha mais velho, que bagunçava seu cabelo e a chamava de pirralha todas as vezes em que se encontravam.

Na época, Sakura era loira, a cara rechonchuda e parecia amigável. Hoje, a adolescente em sua frente tinha cabelo cor de chiclete e crescera bem mais do que ele imaginava.

— Você cresceu. – Afirmou o Uchiha colocando as mãos no bolso da bermuda. – Mas sempre continuará a ser uma pirralha, menina.

Sakura revirou os olhos, não existia maneiras dela entrar em uma disputa com Itachi e sair vitoriosa.

— Vou indo, muito obrigada tia Mikoto. – Velhos vícios nunca morriam, disso, ela sabia. – Foi bom te ver, Itachi. – Mikoto a acompanhou até a saída. – Muito obrigada, de verdade, foi muito bom...

Sakura estava de costas para a rua. A garoa persistia e a brisa gelada fazia com que alguns respingos fossem de encontro ao braço da garota, mesmo que ela estivesse protegida pela casa dos Uchihas.

Mikoto estava dizendo que ela deveria retornar, dessa vez, com mais tempo, para que pudessem colocar o papo em dia. Faltava muito pouco para que Sakura fosse para a própria casa.

O barulho de pés batendo contra o piso do segundo andar e depois contra a escada, chamou a atenção das duas, tanto quanto o grito indignado chamaram a atenção das duas que conversavam na soleira da porta.

— Itachi, desgraçado, onde você escondeu os meus... – Sasuke olhou para a mãe e baixou o tom de voz. Ele estava com uma camiseta azul, calças de moletom e descalço, o cabelo pingava sobre a toalha branca que estava pendurada em seus ombros. – O que você tá fazendo aqui? – Exclamou ele com indignação ao reconhecer a garota na soleira da porta.

Ele não se lembrava de nenhuma Sakura naquele momento.

Os olhos de Sasuke foram de encontro aos da Haruno e se fixaram no cabelo cor de rosa.

Tudo o que ele via, era a maluca que tinha arremessado um pobre guarda chuva ridículo e amarelo contra uma lixeira e que depois, esbarrara nele como se não lhe devesse desculpas depois do ocorrido.


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Notas finais do capítulo

Continua.. Mereço reviews?
Até a próxima!
Beijão!



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