Equinócio escrita por Isa Devaylli


Capítulo 13
Esconderijo


Notas iniciais do capítulo

Ei, oi pessoal, tudo bem com vocês? Este cap. está recheado de momento Jake e Nessie, bem do jeito que vocês amam. Anes de mais nada, bem vindo aos novos acompanhando e oi e obriga pelos antigos que não perdem uma cap. do meu casal. Quero dizer também que senti falta de comentário de alguma das minhas leitoras que sempre comentam, vocês não gostaram? Ram, não me abandonem ok?
Boa leitura.
PS: espero vocês nas notas finais.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/787892/chapter/13

O barulho insistente de buzina arruinava meu sono, abro meus olhos protestante e me levanto indo até a janela, eu já sabia o dono do barulho de buzina insistente, pois estava atrasada para a surpresa de Jacob. Passei a madrugada toda tentando descobrir o que é, e quando peguei no sono meu cansaço me abraçou de tal forma, que eu não consegui me levantar no horário, por isso estava meia hora atrasada.  

Chego na janela e Jake está com os braços cruzados sobre o peito, uma sobrancelha arqueada, e um sorriso de lado paira em seu rosto perfeito, rio e nego, ele ameaça ir até a buzina novamente e eu faço cara feia para ele que gargalha, e aperta a buzina ignorando meus protestos.  

—Bom dia dorminhoca. – deseja e eu abro um sorriso negando.  

—Bom dia, vou me arrumar e já desço. – digo, ele concorda. 

—É bom mesmo, porque se o cachorro buzinar mais uma vez, eu vou lá e arranco o volante do carro. – Rose ameaça, aparecendo do meu lado e sorrindo sádica para Jake. Ele gargalha e buzina de novo, nego tentando não rir e Rose fecha os olhos respirando fundo, para segurar sua irritação.  

Me guio até o banheiro para fazer minha higiene matinal, e depois vou até o closet pensando onde Jacob me levaria, e qual possível roupa eu usaria, não penso em nada muito arrumado, mas e se ele me levasse em um local público? Mas e se não fosse? Também não queria parecer desleixada, só por não ser em um local público. Bufo negando, que surpresa era essa?  

—Vai sair fumaça da sua cabeça daqui a pouco. – Alice fala rindo na porta do closet, e eu rolo os olhos.  

—Não sei que roupa usar, não sei onde Jacob vai me levar nessa surpresa, estou com medo de ir arrumada ou desarrumada demais. – declaro por fim e ela sorri concordando, vasculha o closet e me entrega o look completo. A encaro de olhos semicerrados – Você sabe o que é, não sabe? – pergunto retoricamente, ela concorda. Ergo as sobrancelhas – Me conta por favor? – peço suplicante e ela nega sorrindo.  

—Está doida, eu amo uma surpresa. – ela admite e eu nego.  

—Mas eu não. – rebato e ela suspira.  

—É eu sei, genética de Bella. Mas tenho certeza que essa você vai amar. Eu amei, Jacob dessa vez. Poxa, já vou cobrar Jasper uma surpresa dessas. — reflete com a mão no queixo pensativa e sai saltitante me deixando sozinha no closet.  

Suspiro e olho as peças que ela me entregou, nada muito, muito, então não podia ser um local público, pelo contrário, Alice me deixou um tênis, o que não era muito normal para ela, que sempre vinha com saltos bem altos. Uma calça jeans escura e uma blusa de manga bordo. Roupas simples, o que será que Jacob estava aprontando? Me visto rápido e prendo meu cabelo em um coque bagunçado, desço e encontro na sala Emmett, Jasper e Alice tagarelando do seu lado.  

—Meus pais estão.. – começo, mas Emmett me interrompe.  

—No chalé é claro, o ninho de amor deles. – faço careta e ele ri.  

—Ok, eu já vou. — aponto para a porta e ele concorda.  

—Se divirta. — Rose deseja entrando na sala e eu ergo uma sobrancelha, será que ela também sabia de alguma coisa?  

Me dirijo até a porta vendo Esme próxima a Jake, ela entrega para ele uma cesta, e um envelope consideravelmente grosso, acho estranho ela entregar um envelope para ele. Quando chego perto ele sorri, guarda o envelope no porta luvas do carro e pega a cesta da mão de Esme.  

—Olha a dorminhoca aí. – Esme fala terna e eu sorrio beijando seu rosto.  

—Bom dia vó. Onde está vô Carlisle? – pergunto ela sorri.  

—Bom dia querida, teve uma cirurgia de emergência em Seattle, chamaram ele. – explica e eu sorrio concordando.  

—Bom dia Jake. – desejo indo até ele, e me aninhando eu seu dorso quente, ele sorri e envolve o braço livre em torno de mim, beija minha testa e chega a boca em meu ouvido.  

—Bom dia namorada. – fala e eu nego rindo, beija meus lábios rápido e se vira para Esme – Obrigada Esme, te devo mais essa, prometo que pago com juros. — Jake gesticula para ela que sorri gentil.  

 –Não me deve nada, só de ver esse sorriso no rosto dela já é um pagamento. – Esme aponta para mim e eu sorrio feliz – Bom, se divirtam e faça essa menina comer alguma coisa. –  pede carinhosa e sai nos deixando.  

Jake abre a porta do carro para mim e eu entro, então ele dá a volta e entra no carro, coloca a cesta no banco traseiro e me olha.  

—Que envelope é aquele que Esme te entregou? Tem a ver com a surpresa? Vamos fazer um piquenique de novo? – o bombardeio de perguntas e ele apenas sorri.  

—Muito curiosa primavera, em alguns minutos você já vai descobrir. — Jake sorri enquanto fala e eu reviro os olhos.  

Então ele liga o carro e dá a partida. Jake faz um trajeto que já conheço, estávamos indo para o lugar novo que ele descobriu a alguns quilômetros da reserva, lembro a beleza do lugar e não consigo deixar de sorrir, mas que surpresa Jake me daria lá? Me pergunto e quando estamos próximos ele para o carro. E me olha suspirando.  

—Vou precisar vendar você. – avisa e pega um tecido no bolso, parecendo um cachecol e eu faço um muxoxo em protesto – Seja boazinha, estamos a cinco minutos da surpresa. – pede e eu sorrio concordando.  

—Tá ok, mas só porque estou muito curiosa. — digo e ele ri no meu ouvido, quando amarra o tecido vendando meus olhos. O cheiro característico dali é de camomila, então Seth também tinha dedo na surpresa. 

—Eu espero que goste. – Jake sibila sincero e me encosta no banco, passando o cinto de segurança em mim, se eu estivesse de olhos abertos os revirava. Então ele dá a partida e segura minha mão, brincando com meus dedos, Jake estava nervoso. Começo a ficar ansiosa também.  

O carro fica em linha reta por uns minutos, e logo depois vira, entrando na estreita estrada do nosso pequeno paraíso. E depois ele para.  

—Vou descer, dar a volta e te pegar, não tire a venda. – Jake pede e eu concordo com a cabeça, mordendo o lábio inferior.  

O ouço abrir a porta do carro, bater e depois seus passos ritmados logo estão do meu lado da porta, o nervosismo aumenta e Jake abre a porta do carro, alcança o cinto de segurança e o destrava, me liberando, então ele passa as mãos por debaixo das minhas pernas e pelas minhas costas, me erguendo. Coloco a testa em seu peito e suspiro.  

—Você está tão misterioso, estou com medo. – declaro por fim e Jake ri, me coloca no chão e suspira.  

—Investi alto, espero que você goste mesmo. — ele diz e eu ergo uma sobrancelha, eu não fazia ideia do que seria – Fica aqui só mais um minuto. – pede próximo ao meu ouvido, e eu sinto um leve arrepiar na nuca, então escuto seus passos apressados, ele vai até o carro, abre a porta e fecha logo depois.  

Bato o pé nervosa no chão e ele para atrás de mim novamente. Tento me concentrar no barulho do mar batendo nas rochas, próximo a encosta e o cheiro do mar misturado com o da floresta e de Jake, para ficar mais calma.  

—Pronta? – pergunta e eu concordo rápido. Ele ri no meu ouvido e beija minha nuca, desfazendo o laço da venda. Quando meus olhos estão libertos, vejo várias ripas de madeira, empilhadas, de vários tamanhos, larguras e formas e ao lado uma maleta de ferro fechada. Fico em silêncio por uns minitos tentando enteder o que é e por fim desisto pesarosa. 

—Jake eu não... – começo a falar meio envergonhada, não queria estragar a surpresa dele, ele ri.  

—Não se lembra Nessie, o que você me pediu? Quando viemos aqui a primeira vez? – Jake ergue as sobrancelhas e eu reviro nossa conversa na cabeça, eu estava triste aquele dia, confusa e pensar em deixar Jacob dilacera meu coração, também conversamos de morar ali, eu o pedi para... Fico seria e levo as duas mãos a boca, meus olhos ficam marejados e Jake enlaça minha cintura, provavelmente prevendo que eu podia desmaiar a qualquer momento.  

—Jake eu não acredito, você não... – ele concorda sorrindo.  

—Isso tudo é a casa que pediu. – Jake aponta para as madeiras e as lagrimas escorrem por meus olhos – Quer dizer não uma casa, vai ser meio que um cômodo, até porque, por agora, acho que seu pai não vai deixar você morar comigo, não sem casamento e essas coisas. Mas vai ser o nosso canto para sempre que quiser vir para cá, ou quando quisermos privacidade. – explica de modo tranquilo, minhas lágrimas aumentam com a possibilidade e de repente, não estou chorando de felicidade mais.  

Jake era perfeito, eu nunca o mereceria, estava indo embora sem nem dar a chance de ele saber ou protestar, e estava mentindo inúmeras vezes para ele, mas ele só me fazia feliz o tempo todo, só me deixava mais feliz. Tremo em seus braços pelo choro e ele limpa minhas lágrimas.  

—Amor, pode me falar se é de felicidade ou desespero esse choro? – pede temeroso e forço uma risada. Eu estava chorando totalmente de desespero e tristeza. Meu Deus, como eu ainda podia continuar mentindo? Mas minto de novo.  

—De felicidade é claro, eu não mereço você. — afirmo tentando controlar as lagrimas e Jake beija algumas delas, eu estava mentindo, mas não como um todo, eu estava feliz, Jake era mais do que eu podia pedir ou esperar e estava radiante por isso, mas depois eu iria arrancar toda a felicidade de nos, sem aviso algum.  

Ele pega o envelope, tira os papeis lá de dentro e começa a me mostrar a planta da pequena casa. Esse era um daqueles pequenos chalés de madeira, comprado inteiro, pronto para montagem, igual a um lego. Olho para Jake séria e limpo minhas lagrimas.  

—Jake, não estamos invadindo propriedade? E isso não custou caro? Não queria que gastasse suas economias comigo. — digo e ele bufa.  

—Tenho juntado dinheiro desde o seu nascimento primavera, já reformei a casa de Billy, troquei de carro e fiz uma pequena reforma na oficina, e bem o dinheiro que estava entrando depois disso tudo não tinha onde empregar, então nada melhor do que investir em um canto nosso. – explica e suspira – E não estamos invadindo propriedade, é basicamente meu, quer dizer, nosso agora. – finaliza simples e paraliso sem entender.  

—Como assim nosso? – pergunto e ele me devolve a pergunta com um sorriso.  

—Bem, depois que você me falou aquilo, para fugirmos e morarmos aqui, vi que realmente tinha amado o lugar e fiquei com essa ideia fixa na minha cabeça, então fui atrás de Esme, para saber como ela fez em relação ao chalé dos seus pais e ela me informou que tinha sido a mauito tempo, mas Jasper mexeu uns pauzinhos aqui e outro ali, porque lá não era de ninguém. E com aqui não foi diferente, claro que deve um pouco mais de burocracia, mas "voilá", é nosso. – finaliza colocando uns papeis na minha mão, onde continha a assinatura dele e nossos nomes. Eu estava boquiaberta, Jake tinha pensado em absolutamente tudo e agora nosso pequeno paraíso era literalmente nosso, quer dizer, de Jacob, porque eu ia precisar deixar isso tudo para trás. Choro novamente e Jake me puxa para a beira do gramado e me senta lá, ele se abaixa na minha frente e eu não consigo encara-lo.  

Minha língua coça, quero contar a verdade, toda a verdade, mas a visão de Alice vem a minha cabeça, e eu nego limpando as lágrimas. 

—Nessie, primavera estou começando a ficar preocupado com seu choro. Não me parece muito feliz. — ele fala, eu o encaro e depois olho para as madeiras empilhadas atrás dele, envolvo meus braços em seu pescoço e o puxo para um beijo, tentando mostrar tudo o que estou sentindo no momento. E transmito para ele através do meu dom, toda a felicidade que está em mim. Quando nos separamos ele sorri, sorri lindamente. Colamos nossas testas e a respiração quente dele alcança meu rosto, fecho os olhos e absorvo cada sensação, cada palavra, cada momento que Jake tem me proporcionado, essa felicidade que só ele conseguia me proporcionar. Seu calor convidativo, inebriante e entorpecente. 

Abro meus olhos e encontro suas íris negras brilhantes, vidradas em mim, seguro seu rosto e sorrio.  

—Jake, independentemente de qualquer coisa, nunca se esqueça que eu amo você. Eu sempre vou amar você! Por toda a eternidade. – digo do fundo do meu coração quebrado, e ele sorri. Limpa minhas lagrimas.  

—Eu também amo você, eu te amo desde o momento em que coloquei meus olhos em você, e não seria diferente se o imprinting não tivesse envolvido, porque eu não consigo não amar você. – ele declara e eu sorrio. Suspiro e tento me alegrar um pouco, por ele, pelo que fez, por amor e gratidão.  

Pego os papeis que estão levemente amassados ao nosso lado, e olho a escritura do nosso pequeno paraíso em nossos nomes e a compra do pequeno chalé, com a assinatura de Jacob. 

—Vocês pensaram em tudo. – sorrio folheando os papeis e logo na próxima página vejo a pequena casinha na folha de papel, nos traços perfeitos de Esme, era mais perfeita do que eu podia sequer cogitar, provavelmente era um quarto e um banheiro, mas tinha uma pequena chaminé, o que significava que tinha uma lareira, na frente uma janela de vidro quadriculada  e a porta ao lado, uma pequena varanda com um balanço de dois lugares na frente, quase consigo visualizar Jake ali, encostado na varanda, com sua calça de moletom, descalços e com os cabelos atrapalhados, mordo o lábio inferior por isso.  

—Uma casa pelos seus pensamentos. – ele fala e eu rolo os olhos.  

—Nada demais. – mordo o labio envergonhada e ele semicerra os olhos – Você e Esme estão formando uma bela dupla, com esse pequeno complô. – digo e ele sorri concordando.  

—Somos diferentes e claro nossa casa não poderia ser diferente, quando procurei pelo anuncio, eles basicamente vendiam casas iguais, pedi a Esme um esboço e levei para o dono do local perguntando da possibilidade, e ele concordou. — Jake dá de ombros ao final da explicação.  

—Vamos começar logo então. – me levantando dando um pulo, mas encaro Jake com dúvidas – Você já construiu uma casa? – ele gargalha.  

—Não, mas não deve ser difícil, as instruções vêm junto. – da de ombros me entregando, folheio o manual e concordo.  

—É, não pode ser tão difícil. Espero que seja como construir um carro. – penso otimista e ele concorda.  

—Eu também. – Jake franze o cenho e eu sorrio.  

Dou um passo na sua direção e fico na ponta dos pés para alcançar sua boca, dentre seus dois metros de altura, Jake se abaixa tomando meus labios e enlaça minha cintura me prendendo ali, minhas mãos espalmam seu peito e começo a passar pelo meu dom o que sinto, e como se uma chama tivesse reacendido em Jacob ele aprofunda mais o beijo, pedindo passagem com sua língua e castigando minha cintura com suas mãos, passeio minhas mãos por seu corpo sem reserva e alcanço suas costas, passo minhas mãos por debaixo da sua blusa e arranho ali. Jake geme em meus lábios e para o beijo de forma carinhosa, protesto em silêncio.  

—Melhor começarmos. – ele fala e se separa indo até as ferramentas, fico o olhando se afastar e suspiro, Jake estava se controlando, e eu estava tirando sua sanidade aos poucos.  

Quando o alcanço ele está vendo por ordem qual madeira vai usar primeiro. Nosso pequeno esconderijo seria construído do lado direito a estrada, de frente para o mar, claro que havia espaço ali para uma mansão, e nossa casinha literalmente sumiria no meio das árvores, mas seria perfeito, para chegar ao mar atravessaríamos a estrada e chegaríamos ao gramado, para logo a areia de pedras da praia de La Push. Era perfeito demais, bom demais para ser verdade, eu tinha um pedaço da praia de La Push em meu nome, meu nome e de Jake. Nosso pequeno paraíso.  

Jake começa a separar as ripas pegando as maiores primeiro, que seriam a nossa base e colocando perto de onde decidimos que a casa ficaria, e eu o ajudo, carregando algumas também. Geralmente para construir uma casa daquelas, um humano levaria em média uns dois meses e meio, porém era mais fácil para nós, tínhamos a força sobre humana para nos ajudar, claro que a de Jacob é duas vezes maior que a minha e também tinha a rapidez e agilidade. Só que tínhamos a parte de Jacob ter que ir todas as tardes para a oficina e os horários de rondas, que dobaram com a presença de Alec, então seria uma construção de mais ou menos um mês e depois teríamos apenas uma semana e seis dias para o casamento de Charlie, para a minha partida.  

Quando finalizamos a leva das madeiras Jake começa a enumerá-las, claro que levaria tempo e hoje não diria para montar nada, tinha também a enorme quantidade de pregos, dos mais variados tipos, que eu comecei a separar para iniciar a montagem da base da casa, pois para nossa infelicidade, os pregos tinham se misturado. E quando assustamos, já era hora do “almoço”. Esme tinha feito um banquete.  

Jake estende o cobertor no chão, sobre o gramado, de frente para a praia e nos sentamos sobre ele, pego um sanduíche a contra gosto e forço meu paladar a aceitar o que eu estava oferecendo, mas na verdade eu precisava caçar. Como o sanduíche contrariada, vendo Jacob devorar dois com gosto, quase rio de seu desespero. Quando finalizo, escoro sobre meus cotovelos e fico olhando o mar quebrar sobre a encosta, era lindo demais e meu agora, nosso. Meu e de Jacob, levo meus olhos até ele, e Jacob também está olhando o mar distraído. Observo seu rosto sereno, como se a paz do mundo estivesse sobre ele, depois percorro seu corpo, seu dorso sem camisa, que ele tirou em alguma parte no processo de montagem, me fazendo perder a linha de raciocínio algumas vezes durante a separação dos parafusos, suas cochas grossas e musculosas por debaixo do jeans e o tênis surrado.  

Subo meus olhos novamente e encontro os seus cravados em mim, enrubesço de forma violenta instantaneamente e Jacob gargalha da minha cara de desconcertada, reviro os olhos. Olho para o mar de novo o ignorando e escuto a leve movimentação ao meu lado, mas não olho para ele, de repente sinto seu calor do meu lado, e meus olhos me traem, encontrados os seus que estão em mim, calorosos e apaixonados. É involuntário não corar de novo, ele ri, e acaricia minhas maçãs do rosto com a ponta dos dedos.  

—Meu Deus, como eu amo isso em você. – ele fala e eu sorrio – Isso também. – aponta para meu sorriso e eu rolo os olhos negando – Também amo isso. – o empurro levemente e ele ri.  

—Você ama minha parte teimosa? – pergunto rindo, ele concorda fazendo uma careta engraçada.  

—Totalmente, sua parte teimosa, sua parte arisca, sua parte brava. Eu amo, acho sexy. – Jake fala no meu ouvido, semicerro os olhos, sentindo o arrepio subir da base da minha coluna e chegar na ponta do meu último fio de cabelo. Ele passa o braço por minha cintura e eu deito no chão encarando seu rosto.  

Traço com a ponta dos dedos uma linha reta, começando na sua mão e subindo até sua tatuagem e quando chego lá, traço o desenho com a ponta dos dedos e passo para ele através do meu dom “eu amo isso em você". Depois levo a ponta dos dedos por seu rosto e passo o polegar por seus lábios, olhos, sua sobrancelha grossa e expressiva, sobre seus olhos e pelas maçãs de seu rosto, coradas naturalmente, “eu amo isso em você". Depois traço os dedos por sua pele castanho avermelhada e mostro para ele como sua pele fica mais bonita em contato com o sol, como se um completasse o outro e transmito de novo, “eu amo isso em você”. Percorro a mão por seu pescoço e mostro para ele como eu me sinto em relação a seu perfume único e amadeirado “eu amo isso em você". E por fim traço uma linha fina até o seu peitoral desnudo e pouso minha mão ali, do lado esquerdo sentindo sua batida acelerada e ritmada sobre minha palma, e primacialmente “amo isso em você”.  

E então ele sorri, o meu sorriso, com todos os seus dentes perfeitos e alinhados. Ele pousa sua mão na minha e leva até sua nuca, me puxando para um beijo. Sorrio sobre seus lábios e digo.  

—Também amo isso em você. – rio quando ele ergue uma sobrancelha.  

—Está andando muito com Emmett. Não sei se aprovo, ele está tirando sua virtude. – Jake debochada e eu faço cara brava.  

—Jake eu não sou mais.. – começo, mas ele me interrompe.  

—Criança, eu sei, sei muito bem.. – suspira – Sei mais do que eu gostaria. - completa levemente pesaroso, olhando para o mar, e quase posso ouvir sua cabeça pensar alto, em um conflito interno.  

—Obrigada. - digo e ele me olha de novo sorrindo, seus olhos vãovpara as madeiras do que será nosso esconderijo, o tinha apelidado assim e depois para o mar, a grama, a areia, a montanha do outro lado da encosta e depois para mim. E suspira. O puxo para um beijo e já uso um poder eficaz contra ele, meu dom, mostrar o que eu me sentia nessas horas, transmitir para ele, mas Jake segura minhas mãos suspirando.  

—Você está sendo muito má. - ele acusa e eu finjo de desentendida, ele suspira de novo – Acho que preciso de um banho de mar, e depois o escudo da sua mãe. - gargalho por isso e ele ergue as sobrancelhas – Vamos ver quem vai rir, quando eu te levar para dar um mergulho. - ele fala presunçoso e eu nego.  

—A não Jake nem vem, a água deve estar um gelo. - ele sorri.  

—Eu te esquento. - ergue as sobrancelhas insinuativo, com um sorriso safado nos lábios, coro e ele ri.  

—Tentador, mas não trouxe roupas. - digo dando de ombros e ele beija meu pescoço.  

—Secamos no caminho para casa. - rebate e já se levanta rápido, comigo em seu colo. E então ele faz o que eu mais temia, me joga por seu ombro.  

—Jacob Black, me coloca no chão. - peço mandona e ele gargalha.  

—Se você falar dessa forma de novo eu me apaixono mais, sabe disso. - bufo ja imaginando o sorriso presunçoso em seu rosto, e me debato em seus braços.  

—Jake. - peço protestante, quando vejo ele tirar os tênis com os próprios pés e pisar na água. É claro que nas suas costas eu estava consideravelmente longe do chão, mas era questão de tempo, desisto de lutar e ele ri e novo.  

—Cansou? - pergunta, solto um grunhido de descontentamento, mas não me aguento e rio junto com ele, então Jake me traz para seu colo, e tira meus sapatos sem me soltar. Mas vejo a oportunidade perfeita e saio de seu colo, correndo até base da praia, só que seus braços me alcançam com agilidade - Não, não espertinha. - ele fala e me pega no colo e novo, faço bico, ele beija rindo e continua entrando cada vez mais no mar, quando sinto meus pés tocar a água, sinto o gelo que ela está.  

—Meu Deus Jake, posso ter uma hipotermia. - faço drama e ele ri jogando a cabeça para trás, ri com vontade.  

—Não sei não, é você que insiste em dizer que sua metade vampira domina nessas horas. - reviro os olhos e me culpo por isso.  

—Mas Jake eu não.. - começo, mas não completo a frase, pois uma onda quebra sobre nós, nos encharcando, endureço no colo de Jake e aperto mais os braços em seu pescoço, ele ri de novo. Fecho a cara e me solto de seu colo – Vou te mostrar seu lobo convencido. - digo rindo e jogo água sobre ele que me olha surpreso, rio e tento correr para longe, mas o mesmo me segura e me molha mais, o puxo para mim e o beijo, mas aproveito que ele abaixou a guarda e o afundo a água. Quando ele volta a superfície tem uma expressão de poucos amigos na face, mas ri, e nega.  

—Vou ensinar você, vem cá. - gargalho e tento correr e seus braços, mas é impossível.  

Passamos mais algum tempo, entre brincadeiras e beijos, mas logo Jake informa que temos que ir, porque Seth tinha que ir para a faculdade a tarde, e ele o renderia na oficina. Quando entramos no carro estou encharcada e batendo o queixo, mas Jacob me embrulha com o cobertor que deitamos e eu colo nele, absorvendo seu calor, e assim deixamos nosso esconderijo para trás. Jake faz o caminho de volta para a reserva e segura minha mão durante o trajeto, percorremos o caminho conversando sobre os dias de montagem da nossa casa, Jacob estava tão animado com a possibilidade de toda a coisa que eu ficava cada vez mais dilacerada com o assunto, quer dizer eu estava feliz, e era feliz demais para ser verdade. 

Se fossemos humanos, eu queria ser humana neste momento, não saber da existência de vampiros e Jacob podia ser meu lobo, eu seria como Emily, ou Kim, Rachel, Claire ou Clarissa, eu poderia viver com Jacob tranquilamente sem a interferia de Volturi ou qualquer coisa irreal demais para desfazer nossa felicidade. Eu poderia viver com meu Jacob como uma pessoa normal, seriamos felizes, namoraríamos, noivaríamos e casaríamos.  

Teríamos filhos, nossa casa, no nosso pequeno paraíso e ficaríamos velhinhos juntos, agora eu entendo Rose, eu entendo o peso da imortalidade, da coisa toda. Claro que agora a imortalidade para ela era bem vinda, ela tinha tio Emm, a metade perfeita para ela. E ela sempre diz que se tinha alguma coisa realmente maior acima de nós, como Deus, ela estava grata por ele ter me dado a eles, todos eles. Mas para mim a imortalidade começava a se tornar um fardo diferente, eu não conseguia enxergar uma possibilidade no meio disso tudo, não sem perder alguém no processo e eu não queria perder ninguém, estava colocando minha felicidade a jogo por isso. O problema e que eu não colocava só a minha, Jacob também não seria mais uma pessoa feliz, mesmo que eu pedisse, mesmo que o imprinting tivesse isso, de você ser feliz, por seu alvo imprinting estar feliz independente da escolha dele.  

Mas eu não estava feliz com a minha escolha, estava sendo obrigada a ir embora, apenas pela possibilidade de procriar, claro que tudo desculpa dos Volturi, eu nem sabia se era compatível com Jake, ele um lobo e eu meia vampira, eu não sabia se aquilo podia ser possível. Os Volturi só me queriam na mão deles, só queriam ter o poder sobre minha família de volta, tudo por isso mesmo, por poder, para nos ver por baixo.  

Jake para em frente a mansão e eu sorrio para ele. Me pergunto se Carlisle está em casa, precisava tirar umas duvidas e Alice, precisava falar com ela também.  

—Não sei se consigo vir hoje à noite, as rondas dobraram então. – Jake informa de forma carinhosa e eu concordo.  

—Sabe que não tem problema, apenas tome cuidado.

—Por favor, não saia sozinha. 

—Sim senhor. – debocho, batendo continência e ele sorri.  

—Amanhã no mesmo horário? – ergue as sobrnacelhas, sorrio. Ele me beija rápido e olha para porta. Não preciso me virar para saber que meus pais estão lá – Sogrão, boa tarde, sogrinha. – Jake os cumprimenta sabendo que eles vão ouvir. Nego rindo e olho para os dois, Edward faz cara de poucos amigos e Bella nega.  

—Ok, tchau. – dou outro beijo em seus lábios convidativos e saio do carro, indo em direção a porta e alcanço meus pais.  

—Por favor Nessie, não quero saber de seus beijos com Jacob. – Edward fala e eu ergo uma sobrancelha.  

—Agora resolveu ler minha mente. – pergunto irônica, ele revira os olhos.  

—Depois que minha filha fugiu, para ir atrás de um lobo irresponsável, não tive outra escolha. — fala contrariado e é minha vez de revirar os olhos.  

—Então terá que aguentar meus pensamentos. — digo sorrindo e ele olha para Bella pedindo ajuda.  

—Amor seja boazinha. – ela pede tentando apaziguar e eu a olho desacreditada.  

—Mãe, ser boazinha? Isso se chama invasão de privacidade, queria ver se fosse Charlie na sua cabeça. — argumento indignada e ela faz a boca em uma linha, olhando para Edward.  

—Ela não está errada. – Bella aponta para mim e ele rola os olhos nos deixando a sós, rimos juntas da cara que ele faz.  

—Ele é muito enxerido. – acuso, ela não diz nada – Carlisle está? – pergunto, ela concorda e tampa o nariz.  

—No sala dele, mas antes vá tomar um banho. Jacob que me desculpe, mas você está cheirando a cachorro molhado. – abana a mão, fazendo uma careta e eu dou de ombros.  

—O cheiro é incrível para mim. - digo rindo e beijo o rosto dela e quando vou sair ela segura minha mão chamando, minha atenção.  

—Espera aí, gostou da surpresa? — pergunta e eu mostro algumas coisas para ela que aconteceram. Ela sorri e fica seria em algumas partes, e depois me abraça.  

—A meu amor, eu queria tanto que fosse diferente, que você não precisasse abrir mão dessa felicidade depois. Jacob também merece ser feliz, vocês dois merecem e me sinto impotente de não poder fazer nada, além de ficar olhando isso tudo acontecer. — Bella informa paracendo cansada e mordo o labio triste, eu estava vendo tudo de feliz que construir até agora correr para longe de mim, desaparecer como fumaça e não parecia ser real, não parecia ser verdade que eu precisarei fazer isso, mas Alec estava lá, como um lembrete ambulante, para não me deixar esquecer.  

—É, eu sinto tanto. – falo e Bella concorda, limpando minhas lagrimas, que não vi que horas caíram.  

—Eu também meu amor. – me consola e suspiro tentando me recompor.  

—Vou ficar bem. – a conforto e ela sorri compadecida.  

—Estamos todos aqui por você. — sorri, começamos a subir juntas os degraus do hall para entrar na casa – Foi difícil convencer seu pai dessa surpresa de Jacob. – muda de assunto tentando amenizar o clima, sorrio.  

—E como conseguiu? – pergunto curiosa e ela sorri quando chegamos a sala, olha meu pai e ele ergue uma sobrancelha, não podendo ler o que ela estava pensando.  

—Bem eu tenho minhas artimanhas. - da de ombros e eu faço a boca em uma linha.  

—Ok mãe, não quero nem pensar nisso. – digo e ela gargalha – Você está andando muito com Emmett. – me lembro da fala de Jacob e o imito, ela dá de ombros e vai até meu pai. Nego não querendo imaginar as artimanhas que ela usa olhando para os dois, e nego tentando tirar a imagem da minha cabeça. 

—É assim que me sinto. — Edward fala quando estou subindo as escadas, penso, "é só não ficar na minha cabeça". Ele bufa e eu rio. Quando chego ao corredor, faço o caminho da biblioteca, e quando entro Carlisle está lá lendo alguma coisa muito concentrado, ele tira os olhos do livro por um segundo e me olha sorrindo.  

—Oi querida. Espero que tenha gostado da surpresa de Jacob. – me olha sorrindo carinhoso e eu sorrio surpresa. Todos sabiam?

—Sim, gostei muito, obrigada. – caminho até ele, que tem nas mãos um livro de anatomia, não era o que eu queria, vou até a prateleira e pego um livro de biologia, mais especificamente DNA, quando volto de novo procuro a parte de cromossomos e mostro para ele.  

—O que você tem dúvidas? – ele pergunta me olhando, Carlisle era um ótimo professor, um dos melhores claro, se não o melhor. Eu desde meu um ano de vida, vinha sempre tendo aulas com ele e Edward até antes de nossa viagem para Volterra, e eu tinha ótimas notas, referente as provas aplicadas por eles, mas eu não entendia de gene lobo.  

—Vô, o medo dos Volturi é de uma suposta procriação entre mim e Jacob, mas somos de “espécies” diferentes. – digo envergonhada, ele me fita e eu continuo – Você acha que isso é possível? – suspiro e sinto minhas bochechas esquentarem – Quer dizer eu e Jacob, bem você sabe. — finalizo e ele concorda, fecha o livro que está nas mãos e sorri terno.  

—Também pensamos nessa possibilidade, claro que você é fértil, e como tem um ciclo menstrual pode sim ter filhos, e Jacob é um garoto saudável ele também é humanamente capaz de gerar. Mas esse ponto que você tem dúvidas não é explicado pela ciência e sim magia, talvez. – ele fala e eu ergo uma sobrancelha não entendendo – Bom eu sempre quis uma explicação cientifica para isso, a atração do imprinting e a procriação dos lobos, e claro que com os outros lobos seria mais fácil, a parceira deles são humanas, por isso não vemos nenhum empecilho, é uma atração forte e o gene lobo é passado de pai para filho, ou filha. Mas você e Jacob, como você mesmo disse são de “espécie” diferentes. – concordo.  

—Sim, por isso é tudo loucura e não podemos ter filhos. — afirmo e ele nega.  

—A controvérsias e é ai que entra a magia, Nessie, não e atoa que pela ironia você e Jacob sejam mais compatíveis, do que você e Nahuel, que você é uma humana hibrida, sem veneno correndo por seu sangue, veneno esse que pode matar Jacob. A magia explica, que a parceira alvo do imprinting de um lobo, é perfeita para ele porque, além de tudo ela é compatível com o lobo guerreiro para gerar lobos mais fortes, dando continuidade para a linhagem. Então sim pela magia vocês podem sim ter filhos. – ele fala e eu fico em silêncio absorvendo tudo – Mas pela ciência pode ser que nao. Mas aceitei que não dá para explicar isso com ciência, não com ciencia baseada em humanos, e também sei que é muito louco tentar entender, porque é como tentar cruzar porco com galinha. - suspira e sorri - Mas olha so para nós, não somos e nunca seremos normais, você é a prova disso. Nunca acham que fosse possível, mas você é o nosso pequeno milagre. — ele finaliza sorrindo e eu suspiro.  

—Mas então o fato de termos 24 cromossomos, também influência em alguma coisa? – pergunto e ele concorda.  

—Bem de maneira cientifica sim, acho que explica o fato de o bebê que pode vir, ser mais compatível com o seu corpo, diferente de você quando estava no corpo humano de Bella, você era mais forte. Agora você é mais forte que ela era quando humana e acho que pode ser capaz de gerar um bebê que vira de vocês dois. Apesar de não sabermos o que está por vir, se vir. – ele fala e eu suspiro tentando assimilar tudo, então eu também era compatível com Jacob, pela procriação.  

—Ainda tem dúvidas sobre alguma coisa? – ele pergunta e eu nego suspirando.  

—Então isso significa que ainda teremos que ir embora, porque eu e Jacob podemos sim fazer o que os Volturi tem medo. – afirmo  e ele concorda.  

—Sim. – ele fala e eu me sento na cadeira fechando o livro – Mas Nessie, não se martirize por isso, a sua possível gravides de um filho de Jacob é apenas uma desculpa de Aro, não se sinta culpada por isso. Além de tudo, isso não significa que não pensaremos em alguma coisa. Vamos resolver juntos. – Carlisle me ampara, e eu sorrio para ele concordando.  

—Alice está? – pergunto já sabendo a resposta e o vejo negar.  

—Está resolvendo as coisas do casamento de Charlie. – confirma minhas suspeitas e eu concordo relutante. Vou até ele e coloco a mão em seu rosto, “obrigada vô” – Não a de que. – abana a cabeça sorrindo e aponta para a fita métrica na parede, olho para ela e parece que tem mil anos luz que não vamos ali, parece que tem anos e não algumas semanas que Nahuel se foi, e parece que tem anos que fomos até os Volturi e não a duas semanas atrás – Será se eu posso? – ele pergunta e eu sorrio me encaminhando para la.  

Me coloco na frente da fita em silêncio e ele começa a me medir minuciosamente, me perco em pensamentos lembrando da última vez em que eu estive ali, onde Carlisle explicava por cima a dúvida que eu tinha hoje, porque ele não podia se aprofundar no assunto, pelo imprinting, fico me perguntando se Nahuel também sabia do imprinting, e me pergunto como ele está. Eu queria acreditar que bem e feliz longe de mim. Quando Carlisle finaliza ele sorri. 

—É, não tem nenhuma mudança, acho que a fase do amadurecimento está mesmo concluída. – conclui sorrindo – Tem tentado aprimorar seu dom? – pergunta e eu nego mordendo o lábio.  

—Nem tenho me lembrado. – suspiro culpada e ele concorda.  

—É compreensível, mas sempre que puder treine, quero ver até onde seu dom vai. – pede – Pronto está livre. – diz.  

—Obrigada mais uma vez vô. - ele sorri e saio da sala indo para meu quarto, já era fim de tarde quando entro no banho, a roupa molhada pela praia já tinha secado em meu corpo e a noite caia mais fria, um crepúsculo cinza escuro com umas nuances em vermelho irrompia o céu, denunciando que o frio aumentaria.  

Me encaminho para o chuveiro repassando todo o meu dia na cabeça, e não podia ser possível que agora tínhamos um lugar nosso, além da clareira é claro, tínhamos nosso pequeno esconderijo, um lugar agora graças a Jake e minha família, literalmente nosso. Eu tinha um pedaço de La Push para mim e ele, mas não seria assim por muito tempo e daqui a pouco aquele pequeno pedaço, seria apenas de Jacob.  

Eu tinha muito o que pensar, Jacob podia estar nesse momento na floresta caçando Alec e Alec onde ele estaria? Eu não podia mais continuar fazendo isso com Jacob, eu tinha que contar para ele, era o certo a se fazer, ele tinha o direito. Suspiro no final de tudo, depois de ter tomado essa decisão e fico no chuveiro por mais uns minutos, deixando toda a culpa escorrer por mim e ir direto para o ralo, eu tinha tomado a decisão, mas e o medo de que tudo desse errado era pior.  

Me enrolo na toalha e saio do banheiro com outra enrolando meu cabelo. E quando alcanço o quarto Alice está sentada na minha cama, as pernas cruzadas, os dedos mexendo nervosamente e uma expressão de culpa no rosto, e eu já sabia o que aquilo significava. Sem dizer nada vou até ela e suspiro antes de tocar seu braço, e quando tomo coragem imagens de sua visão irrompem minha cabeça.  

Claro que a maioria das coisas são um borrão, eu, Jacob e toda a matilha estávamos envolvidos naquilo até o pescoço, e Alice não podia ver muito além disso, mas ela tinha tomado um certo domínio em tentar ver além de nós, e lá estava os corpos da minha família, Claire, Clarissa, Emily, Rachel, Billy, Sue, chorando compulsivamente, provavelmente pelos seus lobos, Charlei morto também e Alec estava la, seus cabelos bagunçados como eu nunca vira antes e seus olhos mais vermelhos do que o sangue que pingava de sua mão, pronto para matar mais quem tivesse no caminho dele. Tiro a mão do braço de Ali entorpecida, Alec mataria todos nós se eu contasse, nem Charlie sairia ileso, e não posso encarar essa possibilidade, ver Jacob sendo morto por um descuido, ele a matilha e minha família.  

Começo a chorar compulsivamente e fico com raiva de Alec por estar ali, as coisas só se complicavam. E meu Deus eu teria que continuar enganando Jacob. A vida de todos estava em jogo por isso. E entre a minha felicidade e a vida de todos, eu coloco a minha felicidade a cheque eu dou de bom grado para os Volturi, para que todos sobrevivam.  

—Nessie, me desculpe. – Alice pede e eu nego.  

—Está tudo bem Alice, vai ficar tudo bem. – digo me agarrando as minhas palavras, eu precisava continuar agora mais do que nunca a acreditar que iria ficar tudo bem, minha lista de prós e contras em relação a deixar Jacob, já deixou os contras no chinelo e eu já não tenho mais uma saída para como fazer isso, a não ser em um dia estar aqui e no outro simplesmente ir embora.  

—Eu queria te dar uma boa noticia e.. – ela fala e eu concordo sorrindo.  

—Eu sei Ali. Mas está tudo bem, eu já sabia que isso poderia acontecer. – digo sorrindo e ela se levanta me deixando sozinha, vou para o closet no modo automático e me troco, jeans e blusa de frio fina, calço um tênis e penteio meus cabelos o prendendo em um rabo de cavalo alto. Quando finalizo, abro a janela do quarto já esperando a rajada de vento gelada me lamber, e ela o faz, sem reservas, o frio me abraça e eu me sento ali no beiral da janela, sentindo ser congelada aos poucos.  

E como era bom, como era bom ter essa sensação de torpor dominar cada músculos do meu corpo, como se cada parte estivesse dormente, e por último minha cabeça, ela para de pensar em tudo, porque está tão frio que não consigo mais pensar em nada, apenas em ficar ali por uns minutos, e é bom, como é bom não pensar, poderia estar fazendo uns sete graus lá fora, nunca seria o suficiente para me congelar, mas apenas para me desligar e por isso eu queria que cada vez mais a temperatura fosse caindo, porque o frio naquele momento se tornou meu melhor amigo.  

Onde mais eu conseguia aquele estado latente de torpor se não fosse com Jacob, mas o calor sem ele não era a mesma coisa, então eu queria o frio, eu precisava do frio para não me lembrar dele, para não pensar, e estava ajudando.  Venho reparado nisso a alguns dias, que o frio tem se tornado um ótimo analgésico para meu coração partido, meus pensamentos castigastes e minhas dores internas, e com sorte iriamos embora para um lugar mais frio que Forks. Porque se eu não tivesse o calor de Jacob comigo, então eu não queria calor algum.  


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai o que acharam? o momento deles? Fiz para agradar vocês, espero que tenham gostado, vão vir mais momentos deles assim por ai, aguardem, e comentem me contando tudoooo.. Comentem, favorite e recomendem.
Bejú
By Isa Devaylli



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Equinócio" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.