Ao Tempo escrita por Leticiaeverllark


Capítulo 1
A Colheita...A Viagem


Notas iniciais do capítulo

Bem vindos... Bem vindos...
Essa é uma obra alternativa, posto mais no Wattpad mas resolvi postar pra vocês aqui também ♥

Espero que gostem.

PS: Deixem a opinião de vocês, ok?

Mellarkisses



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/787573/chapter/1

" E que a sorte esteja sempre ao seu favor"

                    POV KATNISS

" O prefeito termina a assustadora leitura do Tratado da Traição e faz um gesto para que Peeta e eu apertemos as mãos. As mãos dele são tão sólidas e quentes quanto aqueles pães. Peeta olha bem em meus olhos e aperta minha mão com o que parece ser uma confiança absoluta. Talvez seja apenas um espalmo nervoso."

Num longo suspiro acompanhado de uma sensação de leveza, abro os olhos dando de cara com o escuro.
Estranho o fato de abrir os olhos, eu estava perfeitamente acordada em pé no palco na frente de todos.

Um calor demasiado e bom, acolhe meu corpo.

Certo, algo de muito errado está acontecendo aqui.

Levo meus dedos até os olhos, esfrego desembaçando a visão.
Tento apoiar as duas mãos no colchão, macio demais, mas algo me impede.

É quente, macio e com pelos.

So falta ser Buttercup, eu mato esse gato.

Aperto os olhos, tentando reconhecer algo mesmo na penumbra.

Ai!

Alguém exclama, tão perto que dou um pulo sentando. Algo se mexe na coberta, impulsiono meu corpo pra trás e acabo batendo num abajur.

Mas eu não tenho nenhum abajur ao lado da cama que geralmente divido com Primrose.

Inclino o corpo, pego deslizando meu dedão pelo botão, uma luz incendeia o quarto.

Um outro corpo esta sentado ao meu lado, não demoro a saber quem é, os fios loiros o denuciam.

—Peeta Mellark?

Ele me encara, passa as mãos no rosto duas vezes antes de voltar a me encarar.

—Katniss?

Num salto pulo tateando as paredes, trombo em tudo no caminho. Seja uma poltrona, guarda roupa e até um criado mudo. 
Por fim acho o interruptor e acendo a luz, revelando um cômodo deslumbrante e desconhecido.

Que brincadeira é essa?
Tive algum surto de falta de memória? 
Estou na Capital?
Por que diabos o filho do padeiro esta deitado na mesma cama que eu?

Saio dos devaneios quando uma imagem me deixa desconsertada, Peeta levanta vindo na minha direção.

Não. É impossível ele ter 16 anos.

Não com sua altura, corpo e rosto.

Corro ate uma porta anexada ao outro lado do quarto, um banheiro.
Me encontro na frente do espelho, avalio minha feição e não aceito o que encontro.

Não sou uma adolescente. 
No mínimo uma mulher de 30 anos, chutando bem alto.

Abaixo o rosto encontrando um corpo diferente, estou com uns quilos a mais, seios e quadril maiores.
Aproximo avaliando cada traço de minha face, há cicatrizes que não haviam antes.
Ergo as mãos encontrando um anel dourado no dedo anelar da mão esquerda.

Sou casada.

Solto um grito recuando até bater na parede, o frio me traz de volta a realidade.

—Katniss?

Encosto na moldura da porta, vendo-o sentado na cama. 
O peito nu, suas pernas cobertas por uma calça de moletom cinza.

—O que esta acontecendo?

—Eu não faço ideia.
Apertei sua mão na colheita e acordo...- suas mãos giram mostrando nosso redor. -Encontrando isso... e você.

—Então não foi só comigo.

Cruzo os braços, sentindo meus pêlos arrepiarem ao movimentar os olhos e parar justamente dentro do seu azul.

Nunca havia estado tão perto dele, a única vez que nos tocamos foi a minutos, ou anos, não sei bem.
Peeta Mellark é o cara que me deu o pão, salvou a vida da minha família. 
O dente de leão.

Seus cotovelos estão apoiados nos joelhos, as mãos unidas sob seu queixo anguloso. 
Consigo ver uma barba rala, provando que estamos alguns anos a frente.

—Onde esta Primrose?

Vou sair do quarto, mas uma surpresa aparece.
Uma não, duas.

Mamãe! Papai!

Algo amargo me sobe a boca, tão sufocador que preciso pigarrear para puxar o ar novamente.

Há duas crianças passando pela soleira da porta.

A menina parece mais velha, chuto uns 4 anos. Os cabelos pretos soltos e bem emaranhados, o corpo pequeno num pijama comprido decorado com flores amarelas e azuis, carrega um urso nos braços enquanto caminha ate Peeta.

O menino deve ter 1 ou 2 anos.
Tem fios loiros idênticos aos do filho do padeiro, tropeça nos próprios pés enquanto puxa uma coberta pequena cinza.

—Papai, o Rye me acordou.

—Blinca, Wi.

—Agora não, estou com sono, Rye!

Atônita, é assim que me encontro ao deparar com duas crianças que teoricamente são meus filhos.

Não, impossível.
Eu nunca terei filhos. Não mesmo.
Ainda mais com Peeta Mellark.

O garoto que foi sorteado para ser meu companheiro tributo, o que provavelmente vai me matar para sobreviver a arena. 
Mas não estamos anos a frente?

—Mamãe, você esta bem?

Minha camisa é puxada, dobro os joelhos caindo a sua frente.
Tanto pela choque quanto pela curiosidade.

Ela tira a chupeta da boca, pisca umidecendo os olhos do azul tão intenso como os dele.

—Sim.

—Por que esta me olhando assim?

—Nada. Eu só...

—Estava tendo um pesadelo?

—Não. Por que teria pesadelo?

—Você e o papai ficam estranhos depois de um ou quando o papai segura em uma cadeira e você diz palavras boas no ouvido dele.

É informação demais, sinto que vou vomitar a qualquer momento.

É um sonho, um bem estranho que acabará a qualquer momento.

—Mamãe, abre os olhos. Estou falando com você!

Encontro um bico em seus lábios perfeitamente desenhados, ela cruzas os braços apertando o pescoço do urso em forma de gato.

—Estou ouvindo.

Tento agir normalmente, afinal essas crianças podem ser um sonho, mas não merecem ser tratadas de forma ruim.

—Faz minha mamadeira?

—Estou indo.

Ela ergue os braços, demoro ate entender.
Lembro de Prim fazendo esse mesmo gesto quando queria vim pro meu colo, eu a rodopiava pela sala, arrancando risadas da minha irmã caçula.

Prendo minhas mãos na cintura da menina e ergo seu corpo, sua cabeça pende pro lado deitando na curva entre meu pescoço e ombro.

Não sei onde ir, lanço uma última olhada pra ele e saio.
Sigo ate o final do corredor, desço os degraus chegando a cozinha.

Há várias mamadeiras no escorredor, deixo a menina sentada sobre a mesa limpa. 
Acho a geladeira, as portas decoradas com desenhos típicos de crianças, as pessoas em forma de palitos, formas incompreendidas por mim, letras aleatórias.

Abro pegando um jarro de leite, há tanta comida que meu estômago afunda de fome.
Que realidade é essa?

—Quero quente, mamãe.
E coloca canela, igual ao papai faz.

Assinto com a cabeça, pego um canecão derramando um bocado de leite.
Deixo esquentar enquanto revisto o ambiente em busca de canela, acho numa prateleira cheia de potinhos de tempero.
Jogo um pouco no leite e antes de ferver ja coloco na mamadeira.
Tampo derramando um pouco na mão pra medir a temperatura.

Lhe entrego, ela corre pra sala.

De quem é essa casa?

Chego no corredor, revisto todo o ambiente achando fotos de uma família feliz.
Eu, Peeta e duas crianças.

Um bebê lindo que suspeito ser a menina, em outra foto. Sentada na grama, um sorriso com poucos dentes, mas que é muito encantador.

—Katniss?

Viro, achando Peeta bem perto.
O bebê em seus braços, tão distraído com o anel brilhante no dedo do pai.

Minha garganta esta seca, a mente conturbada trabalha processando os recentes acontecimentos.

Eu sou, era, uma adolescente de 16 anos do Distrito 12. Estava na colheita, prestes a ir para os Jogos Vorazes no lugar de Prim.

Agora sou mãe e casada com Peeta Mellark.

Como isso aconteceu?

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Ao Tempo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.