Planos em Ação escrita por Denise Reis


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Quero continuar agradecendo aos lindos comentários! Obrigada!! Amei todos e ainda não consegui responder aos últimos porque fiquei debruçada no computador para tentar terminar este capítulo. Então, o mais rápido que eu puder, eu vou reler os comentários e responder aqueles que ainda estão sem resposta, ok?

Uma agradecimento especial para minha querida "Adriana Tatsch" pela belíssima Recomendação que me presenteou. Nossa Senhora!!! Eu amei cada palavra, viu e me senti comovida. Obrigada, de coração!!!

Bem, foi difícil organizar e concluir este capítulo, mas espero que vocês gostem.

Boa leitura!!!



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Uma hora antes (no loft do Castle)...

Enquanto estava sob o chuveiro logo após o jantar, Castle ficara a refletir sobre todos os encontros às escuras escritos e montados por Martha Rodgeres, já que ela estava farta de vê-lo sofrer por não ter correspondido o amor da detetive Kate Beckett.

Ora, desde o início Castle detestou se ver envolvido nestes encontros constrangedores e agora decidiu pôr um ponto final nisso. Precisava bolar algo para acabar de vez com estes planos esquisitos de sua mãe.

A mente do Castle fervilhava, cheia de ideias e passou a refletir sobre cenas isoladas... – Bem, eu vejo a Beckett quase que diariamente e, considerando o tipo de relacionamento que tenho com ela, posso jurar que em muitos momentos até percebo o olhar amoroso dela com relação a mim de um modo mais suave, quase doce, e outras vezes, quente e eletrizante... um olhar de cobiça... Algumas vezes até vejo nitidamente um olhar de desejo, não apenas de amiga para amigo, mas de uma mulher apaixonada.

Enquanto se enxugava, não parava de pensar nestes olhares e, como a amava, ele ponderava que talvez essa percepção ‘romântica’ fosse fruto de sua imaginação que, aliás, sempre fora muito fértil, então, por conta disso, procurava descartar essa hipótese.

Ele era cuidadoso e não podia agir por impulso ou mesmo ser imprudente e colocar em risco a amizade de Kate e, respeitando esta cautela, nunca tivera chance ou mesmo coragem de se declarar para ela. Mas hoje, depois desta última armação teatral surpreendente, para não dizer grotesca, ele tomaria uma atitude, pois, precisava fazer com que sua mãe parasse com esses encontros às escuras e, mais do que tudo, precisava ter a Kate Beckett. Ele queria unir o útil ao agradável.

Com todas estas questões envolvidas, ele arquitetou um plano para namorar com ela, usando como desculpa, o desejo de se livrar dos planos ridículos da grande Martha Rodgers.

Ele bolou um plano para fazer com que sua mãe desistisse de arquitetar planos para unir suas alunas e ele. Ao pensar sobre isso, ele até riu sozinho, pois parecia um tanto quanto contraditório, já que montaria uma encenação para acabar com outra encenação.

Como um bom estrategista, ele deveria ser sutil ao sugerir esse plano à Kate e, para atingir seu objetivo, ele não poderia, neste momento, declarar seu amor a ela. Sua tática era usar prudência na execução do seu plano.

Só que ele não era bobo e sabia que uma coisa era planejar e outra era executar.

Mas não iria desistir.

Caso Kate aceitasse participar do plano, Castle iria avaliar o jeito dela se comportar com ele, já que, com certeza, ficariam mais próximos do que o normal, posto que agiriam como um casal de namorados... pelo menos na frente de Martha e Alexis.

Bem, essa era a ideia.

Ele iria embarcar nessa jornada.

Uma jornada de amor e, assim, colocaria seu plano em ação.

 

ೋ ✿ • ♡ •✿ ೋ

 

No apartamento de Kate Beckett...

Beckett sempre fora muito obstinada e forte em todos os momentos da sua vida, no entanto, neste exato momento, se sentiu sobressaltada com um fato tão simplório como o vinho derramado sobre sua camiseta logo após ouvir aquele inesperado pedido de namoro do Castle.

Ela estava verdadeiramente assustada.

Por mais que ela tentasse enxergar as coisas sob o lado bom, tudo aquilo parecia muito esquisito.

Então, se deparar com aquela pequena mancha avermelhada na sua camiseta e ter o Castle ali, ajoelhado à sua frente, não com a finalidade de pedi-la em namoro, mas sim, para segurar a taça de vidro com o objetivo de evitar que a mesma quebrasse, trouxe Kate de volta à realidade. 

Enquanto olhava para o Castle, Kate meditava sobre o que ele falara. Se ela o ouviu bem, ele estava ali para pedi-la em namoro? Será que, finalmente, ela teria o amor dele? Só que havia algo muito estranho no ar... Ela não sentia ali um clima de romance... O tom do pedido foi muito seco e o olhar dele não estava condizente com o assunto.

Ela ainda não sabia se diria "sim" ou "não", contudo, não tomaria nenhuma decisão antes de ele falar alguma coisa romântica ou fazer-lhe algum carinho, situação natural em casos desta natureza.

Pondo a taça vazia de Kate sobre a mesinha de centro, Castle voltou a se sentar no sofá.

Ao ver o Castle voltar a se sentar no sofá, Kate ficou alarmada. Será que entendera bem aquela pergunta? Será que ele falara mesmo em “namorar” com ela? Ninguém pede outro para namorar e depois se senta distante, sem, nem mesmo, esperar a resposta ou tentar fazer um carinho ou trocar um beijo... ou mesmo um selinho.

— Castle, não entendi o que você me perguntou... – Kate indagou, tentando manter a calma que estava longe de sentir.

— Você não ouviu?

— Não, Castle. Eu ouvi, só que não entendi.

— Vejo que você se assustou, Kate, mas garanto que não tive a intenção de ofendê-la.

Castle não falava com ironia. Muito pelo contrário. Ele parecia preocupado com ela e estava mais respeitoso do que costumava ser e sequer fez uma piadinha ou uma provocação e esse comportamento deixou Kate de sobreaviso.

— Você não me ofendeu, Castle... É que... – Kate ainda estava pálida e sem graça – Eu... Eu ouvi a pergunta, mas estou te achando estranho... Muito estranho. Estou sentindo muita formalidade para um assunto tão delicado e...

— Eu vou te explicar melhor, Kate...

— Explicar? Nunca vi um pedido de namoro ser seguido de explicação formal... – Kate ficou confusa – É, Castle, não estou entendendo... Pelo visto, melhor mesmo você esclarecer... – ela falava baixo e fixou seus olhos nos dele a espera da tal explicação.

— Bem, você já sabe que não é de hoje que minha mãe começou a me apresentar suas alunas de teatro, marcando encontros casuais com elas, sempre achando que seriam os tipos ideais para mim, não levando em conta o meu gosto ou a minha vontade, muito menos meus sentimentos. Minha mãe age como se eu fosse um adolescente ansioso por um encontro às escuras. E eu já estou cansado de ser surpreendido com uma moça nova a cada encontro e eu não suporto mais isso. Como sou sempre surpreendido, sinto que faço o papel de bobo e isso é constrangedor. E o pior é que a Alexis, ora fica do lado da avó, quando a moça é bonita e simpática e ora fica do meu lado, quando a candidata não faz o gosto dela.

— Você nunca havia me dito que a Alexis sabe desses encontros arrumados por sua mãe. Como é que a Alexis encontra estas moças? Não entendo como ela pode opinar mesmo sem presenciar as cenas...

— É que minha mãe pede a ajuda da Alexis e as apresenta antes do dia em que elas vão se encontrar comigo, entendeu?

— Entendi... É, Castle, pelo visto a Martha e a Alexis querem mesmo te ver em um relacionamento sério... – Kate comenta – Mas ainda não entendi o que isso tem a ver com o pedido de namoro que você fez para mim...

— Pois é. Para evitar que minha mãe continue com essa loucura de me apresentar suas alunas de teatro com a intenção de eu namorar com uma delas, eu te proponho que você seja a minha namorada de fachada, entende? Nós fingiríamos que somos namorados e minha mãe ficaria satisfeita, então, ela iria parar de vez com essa loucura de me apresentar suas alunas, entendeu, Kate, até porque minha mãe te adora. A Alexis também te adora e...

Diante da tentativa de explicação àquela estranha proposta dele, Kate se levantou e se dirigiu até a porta e estendeu a mão para ele, pedindo a chave que ele guardara no bolso.

— Devolva-me a chave, por favor, Castle. Eu quero abrir a porta e você deverá ir embora. Eu não quero ouvir mais nada. Para mim já deu!

Castle devolveu-lhe a chave da porta e tentou argumentar a fim de fazê-la mudar de ideia – Que tal um café, Kate?

— Que tal um “nunca”? – ela responde de modo ácido.

— Eu prefiro um café. – ele debochou, de modo divertido, da recusa dela.

— Já eu prefiro que você não zombe de mim com propostas ridículas, sem pé nem cabeça e com justificativas que não me convencem.

— Ah, Kate, será só um café para conversarmos e fazermos as pazes.

— Eu recuso. Prefiro um chá, um banho quente relaxante e depois, cama...

— Hummm!!! “... banho quente relaxante e cama...”. Parece um pouquinho avançado para o nosso relacionamento. – Castle a provocou.

— Nossa! – Kate usa de sarcasmo – Como você é hilário, Castle. Assim eu vou morrer de rir. – e fez uma cara de raiva.

— Ah, Kate... Só café! Eu só pensei que já que vamos continuar trabalhando juntos, nada mais normal que tomar um café, até porque, eu sei que você adora. Podemos, então, fazer isso num local neutro... Poderíamos ir à nossa cafeteria.

— Em primeiro lugar, Castle, depois desta sua proposta absurda, acho que não devemos mais trabalhar juntos e em segundo lugar, não existe essa de “nossa” cafeteria.

— Uauu! – Castle dá um sorriso de espanto diante da reação exagerada da Kate, porém, ele não fica chateado, muito pelo contrário, ele até gostou de vê-la assim, inflamada. Prova que existia muita paixão naquele coração.

— Ah, vamos lá, Kate... Acho que mereço uma chance... Acho que um café vai ser ótimo para conversarmos melhor... Deixe-me explicar direito minha proposta.

— Bem, eu já falei “não” e também já te disse tudo o que eu queria dizer, Castle, então, se me der licença.

Com a fisionomia chateada, Kate o olha nos olhos e tenta fechar a porta, pretendendo deixá-lo do lado de fora, só que Castle põe seu sapato, impedindo o fechamento e isso a irritou.

— Sério, Castle!?

— Dê-me mais uma chance de explicar, Kate. Somente uma chance. Prometo que se você não gostar da minha justificativa, eu nunca mais toco no assunto e...

— Você nunca mais aparece no Distrito e muito menos na minha vida? – ela complementa o que ele falara, só que da maneira dela, fazendo-o rir.

Franzindo a testa diante da tentativa dela de completar o que ele tencionara falar, Castle nega – Não era bem o que eu tinha em mente, mas se você prefere assim... Hey, Kate, deixe-me entrar e explicar. Eu juro que ficarei comportado. – ele fez cara de criança carente

Diante do jeito que ele fizera aquela súplica e da expressão que fizera no rosto, Kate meditou rapidamente sobre o assunto e rapidamente refletiu se o deixaria entrar e qual a resposta que daria ao pedido de namoro que ele fizera.

Torcendo a boca demonstrando resignação, Kate abre a porta e o convida a entrar a contragosto – Vai, Castle... Pode entrar.

— Um café? – ele a provoca, mas ao ver a expressão de fúria nos olhos de Kate, ele logo se arrepende de ter sugerido o café. – Ok! Sem café...

Diante do jeito quase assustado que ele próprio se corrigira, Kate não se aguenta e dá um leve sorriso, pois ele era mesmo muito divertido. Mas logo fica séria e ambos seguem até o sofá e, depois que se acomodam, ele retoma ao assunto do pedido de namoro.

— Bem, Kate, sendo bastante direto, eu pedi para você namorar comigo, mas você não precisa ficar com receio de aceitar porque não será um namoro de verdade... Seria um namoro de mentirinha, mas antes eu queria te explicar algo...

— Antes de mais nada, Castle, você precisa esclarecer uma coisinha porque tudo isso está muito complicado na minha cabeça. Existem muitas contradições. Veja bem, para se livrar das tais encenações de sua mãe, você quer combater, nada mais nada menos, com um teatrinho que nós dois iremos fazer... Seria isso?

— Sim! – ele respondeu.

— Ou seja, Castle, você quer combater encenações criadas por sua mãe com outras encenações criadas por você...

— Sim!

— Você há de concordar comigo que isso soa muito estranho, Castle.

Castle a ouve e aperta os lábios, como quem concorda com ela, mas em seguida, antes mesmo dele tentar argumentar, Kate continua expondo suas ideias.

— Na hipótese de eu aceitar, como você sabe se Martha não iria descobrir que o nosso namoro é fake?

— Ah, a gente agiria com cuidado, como se realmente fossemos namorados.

— Mas até onde eu sei, Castle, namorados trocam afagos e palavras doces, carícias, beijos... Isto está me parecendo complicado... Eu diria muito complicado.

Castle não responde nada e prende seus olhos nos dela e percebe um brilho diferente que ele já vira outras vezes. Brilho de afeto e paixão e isso o deixa animado.

Interrompendo os pensamentos dele, Kate continua suas argumentações – Caso eu aceite, Castle, neste período de namoro fake, eu e você não poderíamos namorar com outras pessoas... Seria isso?

— Sim, Kate... Nem eu sairia com outra mulher nem você sairia com outro homem.

— Celibato durante esse namoro fake...

— É, Kate, até a gente ver quanto tempo pode durar essa situação... Esse namoro fake.

— Sem querer ser implicante, mas já sendo, Castle, toda essa armação de sua parte está me parecendo muito estranho.

Mais uma vez Castle não responde nada e prende seus olhos nos dela e, novamente, percebe o mesmo brilho que ele já vira outras vezes e isso o deixa mais animado.

— Sabe de uma coisa, Castle, pela minha experiência em investigação, percebo que tem mesmo alguma coisa por trás disso, viu... Só não consegui captar o que é...

— Então, Kate, você aceita ser minha namorada?

— Namorada “fake”? – ela olha bem nos olhos dele ao fazer a pergunta ao acrescentar a palavra “fake”.

— Sim, Kate. Namorada “fake”.

— Acho que essa situação é muito delicada e preciso de um tempo para pensar... Acho que ao fingir um namoro, estaríamos envolvendo os sentimentos de sua mãe, de sua filha e talvez até do meu pai, caso a Martha decida telefonar para ele a fim de contar a novidade,... Isso sem falar dos nossos próprios sentimentos. Poderemos nos machucar. E acho que alguma coisa poderia fugir do nosso controle...

— Não vejo por este ângulo, Kate, até porque poderíamos estipular um prazo... Digamos... Até minha mãe se convencer que não precisa me apresentar mais a nenhuma aluna de teatro...

— Óbvio que ela não continuaria com esses absurdos se eu estiver namorando com você, Castle. Eu não gostaria de ver isso... Jamais! – Kate saiu da personagem e demonstrou estar com ciúmes e isso não passou despercebido de Castle – E você acabou de me dizer que não sairia com nenhuma outra mulher enquanto eu fosse a sua namorada, mesmo que “fake”...

— Concordo! Eu jamais te trairia, Kate.

Kate não fala nada, apenas enviou para ele um olhar sereno, cheio de dúvidas.

— Então, Kate, você aceita ser minha namorada?

— Namorada “fake”? – ela salientou a palavra “fake”.

— Sim... Você aceita ser minha namorada “fake”?

— Como já te disse, Castle, preciso de um tempo para pensar. Existem muitas questões para analisar.

— Acho que não precisa, mas se você insiste...

Kate se levanta, vai até a janela e ao olhar a paisagem, medita – Na hipótese de eu aceitar, Castle, não quero que o nosso namoro chegue aos ouvidos da Delegacia, inclusive e principalmente da Lanie, do Esposito e do Ryan.

— Mas eles são nossos amigos, Kate...

— É pegar ou largar, Escritor. – Kate gira o corpo e, de costas para a janela, fica de frente para o Castle ao ratificar a contraproposta.

Castle se levanta e vai ao encontro de Kate, parando em frente a ela – Ok, namorada! – ele deu uma piscadinha marota para Kate.

— Ok, namorado! – ela devolveu a piscadinha e deu um sorriso tímido, cheio de incertezas, sonhos e preocupações, mas logo se corrigiu – Namorado “fake”!

Percebendo aquele olhar que se repetia a todo momento, Castle ergueu lentamente sua mão direita e afaga uma mecha de cabelo de Kate, em forma de carinho, deixando-a arrepiada e com o coração acelerado e assustado.

— Namoro “fake”, Castle. – ela sussurra, na tentativa de fazê-lo se recordar da proposta dele.

— Sim... Eu só estava ajeitando seu cabelo... – quase sussurrando, Castle justifica seu ato.

— Ok!

— Acho que este é o momento em que os namorados selam o namoro com um beijo, Kate... – Castle sugere, ainda sussurrando.

Ao sentir seu coração bater forte e acelerado no peito, quase saindo pela boca, Kate percebe que aquela situação estava difícil de sustentar, ela também sussurra – Não, Castle... Acho que este é o momento em que o namorado “fake” se despede e vai embora.

De frente um para o outro, os olhares tornaram-se elétricos, como, aliás, aconteceu inúmeras vezes durante os últimos três anos, inclusive em alguns casos em que trabalharam juntos, em momentos delicados, emocionantes e íntimos, como, por exemplo, no dia em que ficaram presos no container frigorífico e quase morreram congelados e abraçados.

A química entre Kate Beckett e Richard Castle sempre fora algo muito forte e naquele exato momento a emoção que os unia era palpável.

— Então, boa noite, Castle... – sem quebrar o olhar, Kate se despede do seu namorado “fake”.

Tentando aparentar tranquilidade, mas tremendo de ansiedade e nervoso mesmo diante daquele novo status que os unia, Kate vai até a porta da rua.

Ela é seguida pelo Castle.

Ela abre a porta e, mais uma vez, seus olhares se encontram.

— Boa noite, namorada! – Castle passa pela porta, mas num gesto rápido e apaixonado, ele retorna para dentro do apartamento de Kate, e sem pensar duas vezes, a abraça apertado e a beija com muita paixão.

Surpresa com o beijo inesperado, Kate fica inicialmente sem ação, mas a paixão e o amor que sentia pelo Castle, faz com que ela correspondesse aquele gesto tão cheio de fogo e desejo reprimido, mas alguns segundos depois ela busca forças para se afastar, já que precisava se preservar para não sofrer depois.

Kate respira fundo, fecha os olhos ao afastar o homem que é o amor de sua vida, mas que, naquele momento, era seu namorado “fake”.

— Não me faça pedir desculpas, Kate. – ele a olhava com ternura ao sussurrar e o tom que usou não era de zombaria, muito menos de grosseria. Longe disso. 

— Não precisa, Castle... – ela falava bem baixinho, quase inaudível – Estamos nessa missão para tentar te salvar dos encontros às escuras idealizados pela Martha, mas precisamos nos preservar... Não devemos nos machucar...

— Não vou machucar você, Kate... Eu prometo! Tenha certeza que este não é o meu objetivo. – ele ergueu suas mãos e desta vez procurou a mão direita dela e a tomou entre as suas, fazendo um suave carinho no dorso da mão dela, provocando arrepio em ambos. – Vou cuidar de você e te proteger como nenhum homem jamais fez, Kate.

— Então, proteja-me de você, Castle. – ela sussurrou, tensa e assustada.

— Estou falando sério, Kate.

— Eu também, Castle.

Kate não conseguia articular mais nenhuma palavra e também não foi capaz de desviar do olhar dele.

Num arrepio mais forte, como se fosse um choque, Beckett retirou sua mão das mãos de Castle e, assustada, deu um passo para trás, deixando claro que ele deveria ir embora, em que pese isso não fosse o que ela realmente queria.

— Amanhã eu te telefono, Kate. Vou fazer um almoço lá no loft e anunciaremos a Alexis e minha mãe acerca do nosso namoro. Esteja lá às onze e meia... – ele deu um sorriso e foi embora.

Assim que Castle saiu do campo de visão de Kate, ela fechou a porta, trancou-a e correu para o sofá.

Ao se sentar, Beckett encolheu as pernas, abraçando os joelhos, assustada.

— Que beijo maravilhoso, meu Deus! Que delícia! Que vontade de não deixar o Castle ir embora! Não sei como encontrei forças para interromper aquele beijo... – ela falava para si mesma mais para tentar entender o que acontecia.

Ainda abraçada aos joelhos, Kate meditava sobre tudo que acontecera naquela noite. Aquela proposta estranha... O modo como ela aceitara tão rapidamente em participar do namoro “fake”... Não tinha noção de onde estava se metendo... Só sabia que em menos de duas horas sua vida já tinha modificado muito e seu corpo e seu coração já esquentaram como há muito tempo não acontecia. 

— De uma coisa eu tenho certeza... Eu amo o Castle e, mesmo sabendo que a intenção dele é ganhar tempo com Martha, eu senti que ele se entregou neste beijo de uma forma muito intensa, igual como nos outros beijos que trocamos no dia em que tentamos disfarçar diante do Segurança durante o caso de homicídio... 

Na tentativa de acalmar suas emoções, Kate se levantou e bebeu água e depois, com o objetivo de mudar os pensamentos, pegou de volta o novo livro do Castle e retornou à leitura.

Contudo, percebeu que lia e relia mais de três vezes cada trecho da página, haja vista que sua atenção não estava no livro. Ela não conseguiu mergulhar no enredo, pois não parava de pensar na proposta bizarra que ele lhe fizera e na resposta absurda que ela dera. 

 Meu Deus! – ela ficou pensativa – Será que o Castle tem algum sentimento por mim? Será que ele gosta pelo menos um pouquinho de mim? Como não sei se terei outra chance tão boa quanto esta, vou tirar proveito deste namoro “fake”... Lógico que não vou me aproveitar do Castle, pois seria errado, mas vou tentar identificar mais de perto o real sentimento dele com relação a mim e saber também se ele mudou verdadeiramente ou se ele ainda continua aquele mulherengo de sempre que eu abomino. Que Deus me ajude! Que Deus nos ajude!

 

✿ • ♡ •

 

No percurso até o loft, Castle dirigia alegre como há muito tempo não fazia.

Ele acionou sua playlist no painel do carro e cantarolou cada uma das músicas, como se fizesse parte do grupo musical.

Entusiasmado com seu novo status, mesmo que “fake” e animado que seu plano começara da melhor forma possível, passou a cantar uma letra inventada naquele momento por cima da melodia que tocava, não se importando se desafinava.

 

"Kate, você é o amor da minha vida!

Você é a mulher com quem eu quero passar o resto da minha vida!

Eu quero que você seja a mãe dos meus filhos.

Eu te amo, oh, Kate!

Eu te amo, oh, Kate!

Eu te amo, oh, Kate!"

 

 

 

✿ • ♡ •

 

Naquela noite, Kate e Castle sonharam um com o outro e, coincidentemente, filhos e casamento foram temas recorrentes.

 

 

Continua...


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