Planos em Ação escrita por Denise Reis


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Quero agradecer a minha querida leitora "Bethlopes" que escreveu uma Recomendação que me emocionou muito e me fez pular de alegria. Como eu já te disse, Beth, eu amei!! Obrigada por suas palavras. Você me deu uma injeção de ânimo incrível.

Quero agradecer também a outras leitoras lindas que favoritaram esta fic: "Aline Freitas", "Adriana Tatsch" e "Jansenizia Brasil", pois ao favoritarem, vocês também estão me estimulando a escrever esta fanfiction. Obrigada, garotas.

Então, leitoras e leitores, vocês são muito importantes para mim e continuo a escrever esta história com muito amor CASKETT no meu coração.

Boa leitura.



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Passava um pouquinho das dezenove horas e Katherine Beckett se encontrava descalça e confortavelmente recostada no sofá de sua casa, usando uma larga e antiga camiseta cor de cinza com o emblema da NYDP sobre uma bermuda fitness preta em elastano. Esta camiseta já tivera seus áureos tempos, pois fora seu uniforme de treino na Academia de Polícia, mas agora, um tanto quanto envelhecida, embora bem conservada, era macia e aconchegante o bastante para ficar em casa.

O trabalho daquele dia fora desgastante e, naquele momento, ela sorvia um vinho tinto enquanto lia o mais novo livro do seu escritor favorito, Richard Castle, cujo lançamento ainda não acontecera, mas que já recebera dele, de presente, com uma linda dedicatória.

Kate manuseou o livro e deu uma nova analisada na capa e falava consigo mesma – Ainda bem que amanhã é sábado e não estarei de plantão. Não vou dormir enquanto não terminar este livro. Está maravilhoso!

Fez uma pausa, deu um longo suspiro e com os dedos da mão direita, acariciou a fotografia do escritor estampada na contracapa do livro e, com o coração aos pulos, pensou alto – Realmente, viu, o Castle é mesmo muito bonito! Lindo demais, além de ser um escritor maravilhoso! Adoro! – Kate comentou para si mesma e logo fechou os olhos e ficou se recordando dele, mas logo voltou à realidade.

— Acorda, Kate! – ela deu uma risadinha e, sem se separar do livro, foi até a geladeira para se servir da segunda dose do vinho tinto.

Novamente recostada no sofá e, com um olhar sonhador, ela acrescentou num tom de lamento – Ah, meu Deus! O Castle é um homem maravilhoso, pena que nunca poderei abraça-lo, enchê-lo de beijos, de abraços e carinhos. Ah, como eu queria fazer parte da vida dele como parceira de verdade, ser sua namorada, sua mulher e ter infinitas noites de amor com ele e dormir de conchinha, abraçadinha a ele. Como eu queria vivenciar esse amor que eu sinto por ele. Pena que sou muito realista e medrosa. Mas fazer o que, né, não consigo ser diferente. Porque, na minha opinião, uma vez mulherengo, sempre mulherengo... – ela fez um bico e uma careta, como quem quer se livrar das reflexões sobre o comportamento sedutor do Castle e principalmente sobre os pensamentos lascivos que tivera, mas logo abrandou sua avaliação para conceder um indulto ao Escritor – De vez em quando até penso que ele mudou, pois vejo que tem se comportado melhor e não o vejo mais com mil mulheres penduradas no seu pescoço e as revistas de celeridade nem falam mais desse lado mulherengo dele, mas logo caio na realidade, já que não acredito na recuperação de um playboy.

Tentando afastar esse assunto de sua mente, Kate reabriu o livro e, muito facilmente passou a devorar as palavras do enredo e se concentrava na história muito bem elaborada. Um capítulo era mais interessante que o outro e tudo lhe chamava atenção. Ela arregalou os olhos e prendeu a respiração quando atingiu uma parte de tensão no enredo, com muitos tiros, crimes, barulhos e perseguições.

A leitura estava muito angustiante e Kate viajava na aflição das personagens e seu coração ficou acelerado e sobressaltado quando o assassino, ao perseguir Nikky Heat, tentava invadir o apartamento dela com batidas fortes à porta que tiraram o fôlego da protagonista e Kate sentiu na pele esta sensação, pois, estava tão envolvida na leitura que até parecia que aquela situação acontecia com ela.

— Que susto! – Kate falou esbaforida e arregalou os olhos ao perceber que as batidas à porta não eram somente no livro.

Alguém também estava ansioso para entrar no seu apartamento e dava fortes batidas à porta.

Mesmo acostumada com os crimes e perigos do seu trabalho, Kate se sentiu amedrontada com as batidas à porta, mas logo sorriu, aliviada, pois percebeu que havia mergulhado tanto na ansiedade da história do livro do Castle que transportou o mistério e o suspense do enredo para a vida real.

Beckett franziu a testa, fechou o livro, fixando um cartão como marcador para indicar a página onde interrompera a leitura.

Apertando o livro entre as mãos, ela olhou seu relógio de pulso e viu que lera por quase duas horas sem parar. Já não era assim tão cedo e achou estranho receber visitas àquela hora... e mais estranho ainda saber que uma pessoa passara direto pela portaria do prédio sem que o Porteiro lhe comunicasse. Com certeza deveria ser alguém conhecido que tinha costume de visita-la. Mas quem seria naquele horário?

A dúvida pairou no ar.

Novas batidas à porta a fizeram se levantar e consultar o olho mágico. Ao fazê-lo, ela deu um longo suspiro de resignação ao identificar o visitante e contou até três, não somente para não ficar irritada, mas também para seu coração desacelerar, tendo em vista que era inevitável ficar assim diante da presença dele, Richard Castle, o amor da sua vida.

Nunca deixaria que Castle percebesse seus reais sentimentos com relação a ele. Jamais! Este seria um segredo que levaria para o túmulo. Nem mesmo sua grande amiga Lanie receberia tal confirmação... Sim, “confirmação”, já que a médica insistia que existia tensão sexual e paixão entre os dois e que Beckett deveria abrir a guarda para o Escritor, que, segundo ela, jogava charme e se insinuava para a detetive, pois gostava dela. Claro que Kate não acreditava e sempre recriminava a médica de estar imaginando coisa onde não existia.

Certa vez Kate até acusara a Lanie, injustamente, de ter inalado excesso de formaldeído no seu laboratório, já que a médica vivia repetindo que a Detetive e o Escritor se gostavam.

Com esse pensamento na cabeça, Kate sentiu-se tremer um pouco, mas logo respirou fundo e tentou ao máximo parecer tranquila, sensação que estava longe de sentir.

A voz máscula do Castle chegou até Kate e isso a deixou arrepiada.

— Beckett, eu já vi que você olhou pelo olho mágico, então abra logo a porta, por favor. – De um jeito brincalhão tão peculiar do Castle, ele provocou a detetive e, mais uma vez, deu mais três batidas fortes à porta, não com brutalidade, mas decidido  – Eu quero entrar!

Kate riu do jeitão todo próprio dele, mas ao entreabrir a porta fez um esforço para manter sua fisionomia séria – Não me lembro de ter agendado nada com você, Castle! Já está tarde. Então, até segunda-feira e tenha uma boa noite. – ela foi dura ao falar e demonstrou que não o queria ali.

Como forma de proteger seu próprio coração, Kate procurava sempre ser mais dura com ele do que ele merecia. Seu objetivo era não deixar transparecer o amor que sentia por ele. Lanie sempre a repreendia por se comportar deste jeito com o Castle. A médica falava que ele não merecia ser tratado com desprezo.

Só que o Castle era persistente e nunca se deixava intimidar pelas palavras cortantes da detetive. Ele a amava e percebia que ela exagerava naquele modo rude ao se dirigir a ele. Ainda não sabia o motivo daquele comportamento dela, mas um dia descobriria. Contudo, antes disso, ele precisava provar que havia mudado seu modo de ser e que não era mais aquele playboy de antes e que a amava e queria ter uma vida de amor e harmonia com ela, para sempre. Ele queria ser feliz ao lado dela e formar uma família. Só que ele ainda não sabia como falar ou demonstrar isso a ela. Ele buscava um modo de quebrar as barreiras dela.

Não dando atenção a repreensão que recebeu da moça, ele afastou a porta sem o menor esforço e passou por Kate, adentrando no apartamento, mesmo sem ser convidado, o que, aliás, já estava acostumado a fazer.

— Cada dia que passa você fica mais atrevido, Castle!

Após entrar no pequeno apartamento e como se não tivesse feito nada de errado, ele ironiza, não dando atenção à reprimenda dela – Bom te ver também, Kate.

Ainda sem fechar a porta, Kate girou o corpo para encarar o amigo.

Após cumprimenta-la de modo divertido, Castle a olhou de cima a baixo, conferiu o jeito como ela estava vestida e não conseguiu evitar o elogio – Você fica linda de qualquer jeito, Kate... Seja de roupa formal na delegacia, seja nos eventos sofisticados e até em casa. Com todo respeito eu te digo, viu... Belíssima!

Tentando não demonstrar o tremor que sentiu ao ouvir os galanteios refinados dele, ela o repreendeu – Você já viu que horas são, Castle?

— Ops! Cheguei atrasado? – ele a provocou.

Kate revira os olhos e cruza os braços, impaciente e, neste momento, Castle vê que ela tinha seu último livro nas mãos.

Animado por descobrir que interrompera a leitura do seu livro, ele vai até Kate e fecha a porta, deixando-a atônita.

— Castle, cada dia que passa você fica mais atrevido! – ela o repreende.

— Você está sendo repetitiva, detetive! – ele deu um sorriso, com o intuito de provoca-la.

— E mesmo assim você não se conserta.

— Tudo bem! Tudo bem! Tudo bem! – ele parecia reconhecer a invasão de privacidade, deixando Kate abismada e até sensibilizada e tomou aquilo como um pedido de desculpas, mas ela logo vê que se enganou e, obviamente, ficou mais pasma ainda quando ele se sentou no sofá e a convidou, fazendo um sinal para ela fosse se sentar ao seu lado – Venha cá, detetive. Venha ficar juntinho de mim... Vamos conversar sobre esse livro que você está lendo e já vou logo te pedindo desculpas por ter interrompido sua leitura. Eu sei que este livro é maravilhoso e que você tem o Autor como seu favorito e, obviamente, deve estar muito envolvida no enredo. Você está em qual parte do livro, eihm? — ele não se cansava de provoca-la e deu uma risada gostosa, deixando-a irritada – Eu sei que você é minha fã, Kate! Por falar nisso... Quer um autógrafo ou uma self?

— Ah!? Não acredito nisso! Só faltava essa, agora! – ela ficou vermelha não somente de raiva pela intromissão e ousadia dele, mas também por timidez, por ter sido flagrada lendo seu mais novo livro – Aí você extrapolou, Castle... Já passou dos limites! Você não tem o que fazer, é?

— Posso te garantir, Beckett que estou no lugar que eu queria estar... Ou seja, aqui!

— Só que você se esqueceu de me perguntar se eu o queria aqui, Castle. – ela retrucou, destemida, e isso o fez rir.

— Mas isso é um mero detalhe...

— “Detalhe”?

Castle se divertia em ver a Beckett irritada e achava hilário a cara que ela fazia ao pensar rápido em algo mais para reclamar dele.

Eles faziam esse joguinho de provocações há três anos e a amizade deles crescia a cada dia, como se não soubessem viver sem essas discussões que chegavam a ser hilárias.

— Castle, lá na delegacia você me disse que hoje à noite você teria um jantar com sua mãe... – Kate passou a analisar o modo elegante como ele estava arrumado – Chegou aí todo arrumado, cheio de charme, bonito, cheiroso..., mas, pelo visto, parece que vai para um encontro romântico... – Kate sentiu vontade de morder a própria língua ao perceber que falara demais.

Ele passou a mão pelo cabelo e depois pelo blazer, simulando conferir o traje e deu uma girada básica, como se fosse um modelo de passarela e isso a irritou ainda mais – Obrigada pelos elogios, Kate! Sim, Kate, eu jantei com a minha mãe, mas quanto ao encontro romântico, podemos dar um jeito nisso. – ele fica animado – Isso mesmo! Você me deu uma excelente ideia! Nós dois podemos ter um encontro romântico... – Castle a olhou de modo sensual e deu uma piscada de olho, flertando com ela.

— Socorro! – ela usou de sarcasmo, mas, muito secretamente, adorou aquela ideia, mas fingiu estar indignada – Só faltava essa agora...

Então, não falta mais. – ele avisou e sorriu, maroto.

Kate abriu novamente a porta e, com o braço direito, indicou a saída para o Castle – Vá embora, Castle. Agora! Chega de me importunar! Não temos nada para conversar. O caso de homicídio já foi finalizado, não temos outro em andamento e amanhã é meu dia de folga, portanto... – ela novamente fez o sinal indicando que ele deveria ir embora – Fora!

Mais uma vez ele foi até a porta e a fechou, só que desta vez, ele a trancou e retirou a chave, guardando-a no bolso do blazer, deixando Kate furiosa.

Mesmo sabendo que não corria nenhum tipo de perigo físico ou moral com ele, pois eram amigos e ele nunca faria mal a ela, Kate ficou irritada com o atrevimento dele – Você sabe que eu tenho uma arma aqui em casa, não sabe, Castle. Sabe também que posso matar você, alegar invasão de domicílio e cárcere privado, não sabe? – ela o ameaçou, mesmo tendo conhecimento que nada daquilo era verdade, pois ela o conhecia há três anos e ele não tinha má índole e nunca, nem de leve, fez algo que atacasse a moral dela. Ele não era violento. Apenas gostava de provoca-la.

Castle nem se deixou afetar pela raiva dela, muito menos pelas ameaças. Com carinho, ele a pegou pela mão e a levou até o sofá, mesmo contra vontade dela e começou a acalmá-la – Você não vai pegar a arma e muito menos me matar, até porque não é isso que você realmente quer, até porque sabe que eu nunca faria mal a você. Acho também que você não me mataria porque não suportaria viver sem mim. – ele afirmou ao provoca-la – Beckett, vamos conversar sobre esse livro que você está lendo. Como todo Escritor, eu adoro ouvir comentários, pois eles me estimulam a escrever outros livros. – ele deu um sorriso maroto ao ver a Kate enraivecida.

— Não quero falar sobre esse livro, Castle. Aliás, ele está horrível! Nunca li nada pior! – ela jogou o livro sobre a mesinha de centro, simulando irritação.

Castle torceu a boca e franziu a testa indicando que não acreditava no que ela falara – Não acredito em uma só palavra que você disse, mas tudo bem. Imagino que você tenha ficado chateada com a minha interrupção e até nem tiro sua razão, viu... Você não queria parar de ler, pois a leitura estava ótima!

— Então, pode ir embora, Castle e me devolva a chave do meu apartamento.

— Não, Kate, eu vim aqui para ter uma conversa muito séria com você. Eu vim me desabafar.

— Não quero ter essa tal conversa séria com você nem quero ouvir desabafo... Não sou sua terapeuta, Castle. Aliás, tenho pena da sua terapeuta. – Kate falou irritada e deu um riso sardônico com a intenção de irritá-lo, mas logo viu que não obteve êxito, pois ele não deu a mínima para seu sarcasmo.

— Tente outra vez, Kate, porque não acreditei em nada que você disse. Sua boca diz uma coisa e seus olhos dizem outra... Sinais contraditórios.

Aquela informação a deixou tensa, mas tentou disfarçar.

— Ah, quer dizer que agora você interpreta meus sinais, é? Então, você lê meus olhos... – ela falou em tom provocador, mas, na verdade, estava assustada, pois tinha receio que ele descobrisse seus reais sentimentos com relação a ele.

Pensando nisso, ela desviou o olhar, decidiu abaixar a guarda e abrandar os ânimos, pois, se ficasse calma, acreditava que ficaria mais segura.

Ela se sentou no sofá e cruzou os braços, demonstrando que ficaria quieta.

— Resolveu me ouvir?

— Sim.

— Quem é você? O que fez com a Beckett? – ele brincou, como se estivesse sugerindo que um espírito pacato tivesse incorporado no corpo físico da Kate.

— Ah, meu Deus!!! O que foi que eu fiz para merecer isso a esta hora, eihm? – Beckett se lamentou, esforçando-se para não rir do jeito brincalhão dele, mas não conseguiu e exibiu um sorriso – Castle, eu já disse que vou te ouvir, portanto comece logo, ok, antes que eu me arrependa.

— Bem, então... – Castle olhou para a taça de vinho tinto que ela bebia e logo se levantou – Também vou tomar vinho.

— Esse é o Castle que eu conheço... Cara de pau!! – ela deu um sorriso ácido.

— E também destemido, corajoso, amigo, inteligente, bonitão... – ele passou a listar suas próprias qualidades.

— E nada modesto! – Kate completou, fazendo-os rir.

— Vá em frente, Castle! Sirva-se! Você sabe onde fica a geladeira.

 Após pegar uma taça e se servir do vinho, foi até Kate e provocou um brinde que ela não tinha como evitar – Saúde, detetive!

— Hummm! – ela resmungou, mas logo se corrigiu, afinal de contas, eram amigos – Saúde, Castle!

Após sentir a fragrância floral do vinho e sorver um gole, ele começou a falar – Bem, Kate, saiba que eu até relutei antes de vim aqui, mas logo segui em frente porque sei que por mais que você seja birrenta, você gosta de mim e quer a minha felicidade.

Kate revirou os olhos e torceu a boca indicando que não concordava muito com o discurso dele – Você que está dizendo... Não ponha palavras em minha boca.

— Eh, Kate! Deixe de ser chata e concorde comigo que você quer a minha felicidade!

— Vai, Castle, diz logo o que você quer... Chega de lengalenga...

— Diga que você quer a minha felicidade, diga.

Relutante, ela assentiu – Ok! Admito! Eu quero a sua felicidade! Satisfeito?

Ele deu um sorriso de satisfação e começou a falar – Bem, como você sabe, eu tinha um jantar com minha mãe...

— Sim, eu sei...

— Só que era uma armadilha!

— Uma armadilha? Como assim, uma armadilha, Castle?

— Minha mãe contratou um Cheff francês para fazer um jantar maravilhoso lá em casa e, pasme... Ela ensaiou uma aluna de teatro para se insinuar para mim e me esperar toda bela com o objetivo de ficarmos juntos... Quando eu cheguei ao loft ela estava lá, sozinha me esperando... Uma armadilha!

Meio sem graça e tentando ao máximo esconder o ciúme de uma possível conquista do Castle, Kate fez um comentário cuidadoso – Novamente isso, Castle? A Martha quer mesmo que você tenha uma namorada, né...

— Pois é, Kate. Mais uma vez minha mãe aprontou comigo. E desta vez não foi em um restaurante ou em outro local público, como das outras vezes que eu te contei... Ela deixou a moça lá no loft me esperando, acredita? E minha mãe ficou lá de cima assistindo tudo de longe e ao final, depois que eu despachei a pobre coitada, como sempre faço, ela teceu comentários depreciativos com relação a atuação teatral da aluna, desqualificando-a, tipo, “péssima atriz!”, etc, etc, etc...  Pobre moça!

— Você sempre fica com pena destas moças...Então, porque não fica com elas? Porque você nunca janta com elas, eihm?

— Ah, Kate, sem chance disso acontecer, até porque eu fico constrangido... Que papelão minha mãe faz elas passarem... E em que situação ridícula minha própria mãe me coloca.

— É... Eu sei... Mas você sempre fica com peninha delas... – Kate insistiu ao falar com desdém, mas com um tom de lamento.

— Hummm! Esse tom de voz... Quem ouve você falar assim, até parece que você está com ciúmes de mim, Kate... – Castle não cansava de provoca-la.

Kate tossiu levemente e tentou desconversar – Eu, ciúme de você, Castle? Fala sério... Mais fácil um boi voar... Anda, Castle, termina logo de contar essas coisas... Você disse que queria desabafar...

— Pois é, Kate, a gente briga muito, mas se gosta... Somos amigos e temos liberdade para falarmos muitas coisas um para o outro, inclusive seus maus tratos... – Ele riu para Kate e ela devolveu o sorriso.

— Você bem que merece meus insultos. – Kate zombou.

— Errado! – ele afirmou e ambos riram – Nem tente negar, Kate,  pois sei que você quer a minha felicidade. Portanto, depois de passar mais um constrangimento ao ver minha mãe querendo, a todo custo, que eu arrume uma namorada, eu vim aqui pedir para você namorar comigo, Kate.

O choque daquele pedido deixou Kate boquiaberta e sem fala.

Pasma e trêmula, ela ficou sem ação e, descuidada, derramou o restinho de vinho tinto na sua camisa, provocando uma pequena mancha rubra.

 

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

Vejo vocês nos comentários!!



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