Dramione | Seis anos depois escrita por MStilinski


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

oioi gente!

em homenagem ao aniversário de nossa queridissima Emma, trouxe o cap hoje :)
espero que gostem!



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Na tarde de sexta-feira, Hermione recebeu um recado, em um pequeno papel branco, dobrado cuidadosamente que estava sobre sua mesa. Era de Joe e quando ela reparou isso, deu um longo suspiro, lembrando dessa parte totalmente complicada de sua vida.

O bilhete dizia que ele estava animado para encontrá-la a noite em Bristol e foi quando ela terminou de ler aquilo que notou que havia se esquecido totalmente. Ela tinha um trabalho com Draco... Talvez pudesse adiantá-lo e chegar em Bristol mais tarde.

É, definitivamente faria isso. Respondeu o recado de Joe dizendo que chegaria mais tarde que de costume pois ficaria ocupada com algumas coisas do Ministério e logo depois mandou um recado para Draco de que chegaria mais cedo.

Depois de mais de meia hora recebeu um recado de Draco, dizendo:

“Tudo bem. Tente algo com Davies.”

Hermione fechou os olhos e respirou fundo. Tinha até mesmo esquecido de que seu chefe estava envolvido em toda aquela maluquice.

Mas, pelo jeito que as coisas andavam, realmente teria que tentar descobrir algo com Davies mais cedo ou mais tarde – no livro que havia levado para casa não havia absolutamente nada relacionado a Marca, não sabia o que Draco havia encontrado e Davies era a pessoa mais próxima para um possível contato.

Hermione organizou os pergaminhos sobre a sua mesa e ficou de pé, andando pelo salão com as diversas mesas ocupadas por outros advogados bruxos distraidamente. Foi até a antessala de Davies e deu de cara com Patricia Potts, a secretária dele, alguém que Hermione raramente via trabalhando.

— Ah! Oi, Patricia. Como vai? – Hermione falou, com seu melhor sorriso.

— Hermione Granger, a que devo a honra? – Patricia disse, também forçando, porque aquela mulher que era estranhamente parecida com uma versão mais jovem de Dolores Umbridge não gostava de Hermione nem um pouco e ambas sabiam disso.

— Davies está? Queria pegar o caso das varinhas Woodster de volta.

— Hoje é a reunião mensal de todos os departamentos com o Ministro. Além disso, pensei que estava no caso de Draco Malfoy. – ela arqueou as sobrancelhas, inquisitiva.

— Ah, era uma coisa simples. Mas eu realmente queria o caso Woodster de volta, será que não posso pegar os documentos na sala dele?

— Ah, não, o caso Woodster já está com outra pessoa. Sinto muito. – ela sorriu.

Hermione sorriu de volta, com raiva da falsidade da mulher, mas não disse nada e apenas saiu da antessala frustrada. Definitivamente hoje não estava sendo um dia produtivo para ela e esperava que para Draco o contrário estivesse acontecendo.

Terminou todo o seu trabalho o mais rápido que conseguiu e saiu dez minutos antes do final de seu expediente. Logo chegou em casa, tomou banho e arrumou uma pequena mala para Bristol – enquanto colocava suas lingeries, reconsiderou.

Ele era casado. Tinha uma família, uma vida além dela. E ela? Não tinha nada, nem mesmo um relacionamento assumido e nem a perspectiva futura de uma família. Então por que continuava? Porque ela o amava e talvez ele fosse uma das poucas coisas boas em sua vida.

Será mesmo?

Balançou a cabeça, parou de se afundar em pensamentos e fechou a bolsa. Então comeu um pouco de macarrão do dia anterior e quase quarenta minutos mais cedo do que o dia anterior, ela apareceu na lareira de Draco Malfoy.

Ele estava no sofá, encolhido, com calça e moletom cinzas. E meias. Hermione franziu o cenho.

— Não vai beber hoje? – ela perguntou, achando Draco estranho demais.

— Só vamos direto ao assunto. – ele disse e ficou de pé, indo em direção ao porão.

Hermione achou isso ainda mais estranho, mas não disse nada, apenas o seguiu até o andar mais baixo da casa.

Chegando lá, Draco acendeu o fogo e praticamente se empoleirou na cadeira mais perto das chamas.

— Bom, vamos ao que eu soube naquele livro. Deixei as páginas marcadas caso queira dar uma olhada depois. – ele começou e apontou para o livro ao lado do caldeirão – Voldemort usava a Marca desde a primeira vez que apareceu e antes, como iniciação para um Comensal, eles precisavam tomar uma poção, algo que os deixava fraco, talvez enfraquecendo as propriedades sanguíneas e havia uma oferta de sangue. Uma coisa bem macabra. Ele aprimorou quando voltou, pois, comigo e com tantos outros não teve nada disso. Então, sim, definitivamente a Marca tem a ver com o sangue. Mas achei algo mais: essa poção usada no início tinha veneno de cobra, algo relacionado a hemotoxinas, uma toxina que ataca as células vermelhas do sangue e até mesmo as veias. Deve haver algum bloqueador que impeça a morte por hemorragia, mas uma das torturas de Voldemort através da Marca Negra era uma perda extensiva de sangue, o que agora eu entendo que é causado por essa toxina. Talvez a morte das células vermelhas somada a esse bloqueador tenham sido o que deixaram o meu sangue preto, mas a ação é local, como sabemos, afinal, se esse veneno corresse por todo o meu corpo eu estaria morto.

Hermione assentiu, absorvendo todas as informações. Ele definitivamente havia tido um dia mais produtivo que ela.

— Isso é muito bom. – ela disse. – Só precisamos descobrir um modo de analisar seu sangue agora, chegar a uma conclusão de que tipo de hemotoxina é esta. Pensei em colher mais de uma amostra de sangue hoje, tem problema?

Draco negou com a cabeça, mas não se moveu. Então Hermione foi até o gaveteiro, pegou o kit para retirar o sangue dele e então voltou para o seu lado e estendeu a mão e Draco lhe deu o braço, após subir a manga do moletom.

— A Marca escureceu mais? – Hermione perguntou, pois estava em dúvida.

— Não.

Hermione então começou a retirar o sangue preto de Draco. Tirou um frasco, depois o segundo, o terceiro e quando estava indo para o quarto reparou que Draco tremia. Ela tirou os olhos da agulha e olhou para ele. Ele suava como nunca.

— O que está acontecendo com você? – Hermione perguntou, soando mais preocupada do que era a intenção.

— Nada.

— Draco! – ela exclamou e então ele olhou para ela, o peso do primeiro nome entre eles.

Draco suspirou com dificuldade.

— Eu acho... – ele começou – Não tenho certeza, mas... Acho que retirar o sangue ontem fez algo comigo. Talvez também exista algo nessa droga de Marca que impeça isso e talvez agora essa maldita toxina esteja sendo liberada por todo o meu corpo, mas... Esse sangue fez algo comigo.

— E por que você me deixou tirar mais?! – Hermione exclamou, assustada.

Draco deu de ombros.

Hermione encostou a mão sobre a testa dele e depois no pescoço.

— Você está ardendo em febre. – ela falou, definitivamente preocupada – Por Merlin, por que me deixou tirar esse sangue, Malfoy!

Ele riu com dificuldade, tremendo.

— Você só me chama de Malfoy se está com raiva. – falou.

— Eu estou com raiva! Você tem alguma poção para isso?

Draco assentiu e Hermione foi até o armário. As poções para febre eram sensacionais, simplesmente diminuíam a temperatura em segundos. Hermione achou a poção e a deu à Draco, que bebeu tudo em um gole. Ela esperou.

— Como se sente? – ela perguntou, ansiosa.

Draco então, como resposta, vomitou ao lado dela.

— É, não está dando certo. – ela disse, nervosa – Vamos subir. Onde é o seu quarto?

— Segundo andar.

— Tudo bem, nós vamos subir. Só vou pegar umas coisas. Fique aqui.

— Acredite, não vou a lugar nenhum. – Draco falou, com a voz fraca.

Hermione correu até os armários e o gaveteiro ao fundo do cômodo e pegou o maior número de poções para febre que conseguiu segurar e então colocou o maior número de raízes, folhas e as mais diversas plantas nos bolsos da calça.

— É... Hermione? – Draco falou, de trás dela e Hermione se virou para atender ao chamado. Draco apontava para o pescoço, onde uma queimadura começava a se formar e tomar cada vez mais pele, formando bolhas horrendas.

Hermione arregalou os olhos, ficando totalmente aterrorizada. Ela havia feito aquilo com ele?

— Vamos para o St. Mungus agora! – ela disse, andando até ele.

— Não, péssima ideia. Teremos que explicar o motivo disso tudo e isso não pode ser de conhecimento de muitas pessoas.

— Draco, eu não tenho a mínima ideia do que está acontecendo com você e não vou conseguir ajudá-lo. Quer morrer? – ela realmente falava sério.

— Hermione, você já me disse uma vez que queria ser curandeira, se lembra? Tenho certeza de que lia muitas coisas antes da guerra. Tem um cérebro brilhante e eu vou te ajudar. – Draco falava tudo muito rápido e parecia desesperado. – Mas poderíamos ser mais rápidos, porque isso está realmente doendo.

Hermione respirou fundo e viu que tremia. Mas então assentiu e foi até Draco. Ajudou-o a ficar de pé, colocando um de seus braços ao redor da cintura dele e segurando na mão de Draco, que estava sobre seu ombro.

— Tudo bem, vamos subir. – ela disse, a voz tensa.

— É uma boa ideia. Estou começando a me sentir fraco.

— Consegue aparatar?

— Posso tentar.

Eles desaparataram e então surgiram no quarto de Draco – um cômodo largo, com uma cama gigantesca, a porta para a varanda aberta com o vento gélido entrando, apesar de ser verão, um pequeno bar ao canto, poltronas brancas de frente para uma lareira gigantesca e a entrada para um grande closet e um banheiro – e em menos de meio segundo, Draco já vomitou.

Hermione fez um gesto com a varinha para limpar o vômito – se o cheiro daquilo impregnasse ela definitivamente não conseguiria fazer nada – e colocou Draco na cama.

— Tire a roupa. – Hermione falou – Pelo menos o moletom.

Draco obedeceu, enquanto Hermione tirava as meias do pé dele. Draco, então, estava sem camisa, com o corpo suando frio e somente com a calça. Hermione sentia sua cabeça explodir, porque tinha medo de não saber o que fazer. E se ela não soubesse o que fazer, o que aconteceria com ele?

— Tudo bem, tudo bem, raciocine... – Hermione sussurrou para si mesma. – Febre, queimaduras, perda de sangue, hemotoxinas...

— Hemorragia. – Draco falou e virou a cabeça para fora da cama, cuspindo sangue totalmente preto.

— Por Merlin... Draco, é sério, precisamos ir para o hospital.

— Não, não... – Draco deitou a cabeça no travesseiro, os olhos fechados e ela reparou que a queimadura percorria todo o seu pescoço. – Você é incrível. Só precisa acreditar em si mesma.

Hermione franziu o cenho. Incrível?

— Você já está delirando... – ela disse e então foi até Draco e abriu mais uma poção de febre. – Tome.

Ele só abriu a boca, os olhos ainda fechados e Hermione entornou o líquido em sua garganta. Draco tremeu um pouco, provavelmente um calafrio e Hermione se levantou.

Hermione pegou as folhas de babosa que trouxe em seu bolso, arrancando a base da planta e deixando o sebo escorrer sobre as queimaduras no pescoço de Draco e logo depois espalhou-as por todo o local em que as bolhas surgiam. Draco começou a gritar como nunca à medida que ela espalhava o sebo pelo pescoço e Hermione sentiu vontade de chorar ao ver a dor dele. Ela continuou espalhando apesar de ele se contorcer e gritar de um jeito assustador e por fim ela segurou na mão dele, surpreendentemente conseguindo se acalmar – ela queria chorar como uma criancinha – e aparentemente acalmou Draco um pouco, porque ele começou a se contorcer menos.

Depois de espalhar o sebo por toda a queimadura, ela ficou apenas o observando, segurando a mão dele mais forte enquanto Draco ainda gritava. Somente quando ele parou com os gritos, mas ainda gemendo de dor, foi quando Hermione reparou na Marca Negra, notando que o símbolo estava avermelhado, com sangue preto jorrando de pequenas feridas.

As hemotoxinas destruíam as células vermelhas locais, causando hemorragia... Então tudo girava ao redor da Marca, em manter o sangue ali.

Olhou as poções que trouxe, mas não havia nada de útil ali, além de mais poção para febre e algumas para dor de cabeça que ela não tinha ideia do porquê as havia trazido. Precisava fazer algo para a hemorragia, mas... Pensando agora, não fazia sentido a febre e as queimaduras se o problema fosse apenas a hemorragia.

Olhou novamente para a Marca Negra. Estava... inflamada? Definitivamente havia vermelhidão e inchaço... Iria nessa possibilidade. E havia alcaçuz no porão de Draco, ela sabia disso e a planta era um ótimo anti-inflamatório.

— Draco, me escute. – ela disse.

Ele só murmurou algo, ainda com os olhos fechados.

— Preciso ir até o porão, acredito que já sei como resolver tudo.

Ele não disse nada. O desespero tomou conta dela e Hermione se sentou na cama e segurou o rosto de Draco com as duas mãos.

— Olhe para mim, por favor... – ela sacudiu a cabeça dele de leve e Draco abriu os olhos devagar. – Vou até o porão e quando eu voltar você vai ficar bem, entendeu? – ele não moveu um músculo. Hermione colocou a testa dele contra a sua, mais próximos do que nunca – Por favor, não morra. Por favor, por favor, por favor...

Draco só piscou e Hermione decidiu levar esse gesto como a confirmação de que ele faria o possível. Ela se afastou e então desaparatou.

Assim que seus pés se firmaram no porão, Hermione foi até o gaveteiro, pegou o alcaçuz seco e o cortou em pequenos pedaços e jogou a planta dentro da água quente do caldeirão. Agora precisava de algo que induzisse uma coagulação para a hemorragia... Nunca tinha lido nada sobre aquilo. Provavelmente não era algo que os curiosos de plantão quisessem saber, somente os curandeiros de verdade.

Hermione começou a se desesperar, revirando o cérebro a procura de algo que induzisse a coagulação. Coagulação, coagulação, coa... Ditamno. Era usado para estrunchamento, mas basicamente servia para restauração, certo? Teria que bastar... Precisava bastar.

Hermione pegou a essência de Ditamno de um dos armários, junto com um frasco vazio onde colocou a poção feita com o alcaçuz e desaparatou, aparecendo em um clique no quarto.

Draco continuava imóvel na cama e por um momento o coração de Hermione pareceu parar, pensando que ele tivesse morrido e por sua culpa, mas então Draco deu um gemido longo de dor e isso a aliviou e a tirou de seu transe.

Hermione foi até ele, segurou seu rosto e fez com que Draco bebesse toda a essência de Ditamno – ele quis vomitar, mas ela evitou, porque precisava acreditar que o Ditamno iria adiantar – e então começou a espalhar o líquido verde espesso do alcaçuz sobre a Marca.

A Marca diminuiu a vermelhidão quase que instantaneamente. O coração de Hermione ainda estava em mil por hora e então olhou para as queimaduras, que também haviam sumido. Ela deixou o frasco de lado e ficou olhando para o corpo pálido de Draco sobre a cama, esperando algo.

Foram os dois minutos mais angustiantes de toda a sua vida, ela acreditava. Então, de repente, Draco deu um salto, sentando-se na cama, e começou a tossir como nunca. O corpo dele veio na direção dela e Hermione o segurou, praticamente o abraçando, enquanto Draco tossia, com a cabeça apoiada em seu ombro. Hermione o observou assustada e depois de vários segundos, ele parou de tossir e caiu sobre o corpo de Hermione, ainda fraco.

Hermione olhou para sua roupa e a roupa de cama e não havia sangue ali – Draco não havia tossido sangue. Teria funcionado? Ela olhou para a Marca e, apesar da cor esverdeada, não havia mais os resquícios de sangue e a inflamação. Realmente estava dando certo.

— Draco... – Hermione sussurrou, passando levemente a mão no rosto dele. Ele continuava quente; talvez Voldemort quisesse um efeito colateral e tivesse escolhido a febre. – Por favor, não esteja morto.

Ele simplesmente segurou o braço dela e foi o suficiente para Hermione ficar calma.

Eles ficaram mais algum tempo assim. Draco sobre o colo dela, o rosto para baixo, respirando longamente e segurando seu braço, enquanto Hermione passava os dedos pelo cabelo dele, tentando fazer seu corpo e mente se acalmarem.

— Está frio. – Draco murmurou e tremeu.

A porta para a varanda estava aberta, mas Hermione tinha a sensação de que aquilo ainda se tratava da febre.

— Vamos tomar banho. – ela disse, baixinho.

Demorou algum tempo para fazer Draco se levantar e levá-lo ao banheiro – totalmente gigantesco, com duas duchas e uma banheira ao lado de uma grande janela de vidro. Hermione colocou-o sentado sobre a privada e puxou suas calças, deixando-o só de cuecas e então praticamente segurou Draco embaixo da ducha por vários minutos.

Ele respirava mais calmo e com ritmo. De vez em quando ria de algo e Hermione só poderia atribuir isso ao delírio febril. Tirou Draco do banho – já estava com as roupas totalmente molhadas nesse momento – e começou a secá-lo rapidamente.

— Tire a cueca. Está ensopada. – ela disse, porque definitivamente não faria isso e lhe entregou a calça de antes.

Ela o ajudou a voltar para a cama, porque acreditava que a febre estava baixando, mas Draco ainda parecia muito fraco e delirante – provavelmente a consequência do que tudo aquilo havia feito ao seu corpo.

Ele se deitou e Hermione fechou a porta da varanda. Quando olhou para Draco novamente, ele estava enrolado em uma fina coberta e a encarava. Parecia uma criança.

— Está melhor? – foi tudo o que ela conseguiu perguntar. O olhar dele era intenso.

— Você pode ficar?

Ela não esperava por isso. Já havia pensado que ficaria - por cuidado, é claro -, mas não esperava um pedido.

Ela se aproximou devagar e se sentou na cama, olhando para ele.

— Está com medo de ficar sozinho? – ela perguntou, dando um sorriso irônico.

Draco riu, mas não disse nada por um tempo. Então, com uma certa dificuldade, sentou-se na cama e se aproximou dela.

— Eu nunca esqueci você.

Foi tudo o que ele disse. Só quatro palavras, mas foram suficientes para Hermione não saber como reagir e nem mesmo como respirar.

Draco colocou um fio de cabelo dela para trás da orelha, olhou uma última vez para os olhos castanhos, antes de praticamente desabar de fragilidade e cansaço.

Ele já dormia, mas ela não conseguia tirar os olhos dele.

Ele quase havia morrido ali e, apesar de tê-lo salvado e acreditar que agora ele ficaria bem, não sabia expressar quanto medo sentiu de não saber o que fazer. De deixar que ele morresse. Era horrível de se pensar.

E agora essas malditas quatro palavras e tudo parecia de cabeça para baixo de novo. Foi assim que ela se sentiu quando ele foi embora e, depois dos primeiros meses, não voltou mais para vê-la, nem mesmo procurou saber se ela havia sobrevivido a Batalha de Hogwarts... E só quatro palavras traziam tudo isso de volta. Ela não sabia como isso era possível, não sabia como ele conseguia fazer isso com alguém que sempre manteve tudo tão firme e restrito nas mãos.

Um arrepio a percorreu, mas foi apenas frio. Suas roupas estavam molhadas, mas ela não iria embora. Mas também não dormiria com roupas encharcadas para ficar resfriada logo depois... Olhou na direção da entrada do closet de Draco e foi até lá. Era um cômodo estreito e escuro, devido a quase nula variação de cor do guarda roupa dele. Hermione olhou uma última vez para o quarto e ele continuava dormindo, então tirou suas roupas e colocou um moletom preto que cobriu praticamente todo o seu corpo – ele ainda cheirava a mesma coisa: uma mistura forte de perfume com um cheiro agradável de canela, mas ela logo deixou esse pensamento de lado, afinal, não queria se lembrar de nada dele mais - e então voltou para o quarto. Com um gesto da varinha moveu a poltrona até ao lado da cama de Draco, pegou uma coberta que sobrava na cama e se encolheu ali.

Continuou olhando para Draco, com medo de que a qualquer minuto ele começasse a sangrar ou coisa do tipo. Só não queria que nada de ruim acontecesse a ele, afinal... Afinal o que? Não queria perdê-lo? Você não pode perder algo que nunca lhe pertenceu, Hermione.

Além disso, apesar das quatro palavras que se recusavam a sair de sua mente, a mágoa por ele era maior a ponto de ainda lhe sufocar.

Nada de deixar seu mundo virar de cabeça para baixo outra vez.


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Notas finais do capítulo

e aí, o que acharam dessa experiência tensa de sexta a noite? haha
e o orgulho de hermione granger? :o

me contem se gostarem, significa mt!! :)



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