Click! et Brille escrita por Biax, EsterNW


Capítulo 20
Níveis


Notas iniciais do capítulo

Bia:
Oie!
Será que teremos uns surtinhos hoje? :B
Boa leitura!



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— A gente precisa ir, Jú! Por favor! — pedia Marimar, quase ajoelhando no chão.

— Eu não sei... Você sabe que eu não sou fã de shows... — ponderei, arrumando minha mochila para a aula do dia.

— Eu sei que você não gosta de lugares barulhentos, que isso atrapalha sua vibe zen, mas eu não tenho outra pessoa pra ir comigo, e também, só consigo me imaginar indo com você.

Parei o que estava fazendo para encarar minha amiga. Seus olhos brilhosos e suas sobrancelhas franzidas tentavam me convencer, fora as mãos juntas em frente ao peito. Suspirei, pensando que seriam só algumas horas. Ela queria muito ir, e não custaria nada ir junto.

— Tá bom.

— AH! — Marimar berrou, agarrando meu braço enquanto pulava no lugar. — Obrigada, obrigada!

Sorri, até ficando animada para a ocasião. — De nada. Agora preciso ir pra aula.

— O que você quiser, monamour.

— Engraçadinha. — Belisquei a ponta do seu nariz antes de colocar a mochila nas costas.

— Eu ainda tô bem curiosa sobre o Castiel e o Lysandre. Os dois estavam de conversinha hoje, foi assim que eu fiquei sabendo da banda do Castiel e do show.

— Já passou pela sua cabeça que eles devem ser muito amigos?

— Claro que já, mas sei lá, às vezes eles trocam uns olhares meio... — Marimar me olhou, abrindo um sorrisinho malicioso, erguendo levemente o ombro. Parecia aquelas personagens de desenho animado antigo quando paqueravam alguém.

Dei risada. — Você tá vendo demais, isso sim. Se o Castiel fosse gay, você acha que ele ia se aproximar de você?

— Não sei, vai que ele quer me pedir uns conselhos sobre hidratação de pele. Modéstia à parte, minha pele é bem hidratada. Ou então, ele pode ser bi.

— Eu não acho que o Lysandre tenha cara de quem aceitaria um relacionamento aberto — considerei, analisando a situação.

— Desse jeito você me deixa sem opções do que pensar! — Mari resmungou, fazendo um bico, me acompanhando para a cozinha. — Bom, enquanto você vai pra aula, eu fico encarregada de escolher a nossa roupa pro show!

— Tá bom, dona ansiosa, conto com você. — Peguei minhas chaves e calcei os tênis. — Até mais tarde.

— Até. Vai com cuidado.

E mais uma vez, fiz o mesmo trajeto de todos os dias de bicicleta. Eu estava começando a me acostumar, já não ficava tão cansada e as pernas respondiam mais rápido, fora que não ficava mais toda dolorida. Talvez eu até tivesse perdido um quilo ou dois.

Após deixar a bicicleta no estacionamento, comprei um capuccino e fui para a sala, já aberta e contendo alguns alunos. Mal tinha percebido que estava “atrasada”, graças ao falatório não tão incomum da Marimar.

Como a matéria era Tratamento de Imagem Documental, teríamos aula no laboratório, e eu tratei de pegar a mesa de sempre, a primeira da fileira próximo à porta. Liguei o computador e esperei, enquanto mexia no celular. Após mais alguns minutos, o restante dos alunos chegou, mas nada do professor.

— Pessoal, o professor acabou de me mandar um email dizendo que não poderá vir — anunciou Rebecca, a representante da sala. — Ele pediu desculpas, mas teve uma emergência.

Alguns alunos resmungaram. Os que não tinham nem ligado o computador, pegaram suas coisas e saíram rapidamente, reclamando da falta de consideração do professor em não avisar antes. Os que ligaram o computador, assim como eu, tiveram que esperar a boa vontade das máquinas em desligar.

— Boa noite, pessoal. — Um homem parou na porta, e deu dois passos para dentro. — O professor Duval não poderá vir, pois teve uma emergência na família, mas o professor Zaidi está vindo para substituí-lo.

— Algumas pessoas já foram embora — Rebecca comentou.

— É uma pena, mas por favor, fiquem para a aula. Logo o senhor Zaidi virá. — E ele foi embora.

Com outros resmungos, novamente ligamos os computadores.

Não demorou muito para que víssemos o professor Rayan chegando, apressado, com o cabelo desarrumado. Mesmo assim, ele sorriu ao entrar na sala.

— Boa noite, pessoal. Desculpe a demora. — Ele colocou sua bolsa na mesa e ficou mais à frente, apoiando o braço na minha “cabine”. — Bom, vocês já estão sabendo do professor Duval, imagino. Ele deixou alguma atividade?

— Não que a gente saiba — respondeu uma menina, lá no fundo.

— Então estamos todos perdidos, pelo jeito. Eu vou lá perguntar.

Ao olhar para trás, notei que devia ter uns quinze alunos, no máximo, quase metade do que costumava ter.

— O professor não deixou nenhuma atividade. — Rayan voltou, parando no mesmo lugar de antes. —  Mas falou que deixou algumas imagens no Classroom da turma e que vocês podem treinar o que já aprenderam. Eu não sou grande conhecedor de programas de edição de imagens, mas talvez possa ajudar caso surja alguma dúvida, então não hesitem em me chamar se precisarem.

Enquanto eu abria o Photoshop, abri a mensagem que recebi de Kim.

“ARMIN ME CHAMOU PARA SAIR!”

Abri a boca em uma reação automática, completamente surpresa e animada. Comecei a digitar de volta.

“AI QUE LEGAL. PARA ONDE?!”

Abri o navegador e loguei na minha conta, logo abrindo o Classroom.

“ELE QUER IR NO CINEMA. E JANTAR DEPOIS. NÃO TÔ ACREDITANDO NISSO!”

Comecei a rir sem fazer barulho.

“Que incrível, Kim! Quero saber todos os detalhes”

Me senti tremendamente feliz pelo meu papel de cupido ter dado certo.

Deixei o celular na mesa e resolvi começar a trabalhar. Ao erguer a cabeça, meu olhar foi para a tela e para o lado, em um movimento automático. Percebi que Rayan me observava, talvez achando graça pela minha reação doida, e eu desviei o olhar, só sentindo o calor começar a subir do pescoço para cima.

Afundei um pouquinho mais na cadeira, afim de me esconder atrás da divisória da mesa e arregalei os olhos para mim mesma, abrindo as fotografias para escolher uma.

Um colega do fundo chamou o professor, e ele foi até lá.

Abri a imagem no programa e comecei a trabalhar, tentando esquecer aquele momento vergonhoso. Nem mexeria mais no celular, ou capaz do Rayan pensar que eu não estou sendo produtiva. Detestaria ficar com essa “fama” com ele.

Após alguns minutos, já editando a fotografia, fitei o teclado, tentando lembrar qual era o atalho para abrir a caixa de níveis de entrada e saída, que modificava os níveis de luz e sombra. Não conseguia lembrar de jeito nenhum, e nenhum dos atalhos abria o que eu precisava.

— Precisa de ajuda?

Ouvi a voz de Rayan ao meu lado e demorei um segundo para olhá-lo, pelo acontecimento vergonhoso de minutos atrás.

— Eu tô tentando lembrar um atalho.

— De qual função?

— Níveis.

Rayan chegou mais perto e olhou o teclado. — Não é ctrl mais “N”, né?

— Não. Ele abre um novo arquivo.

Ele pensou mais um segundo. — Ah.

Esticando o braço, quase tocando em meu queixo, apertou as teclas ctrl mais “L”, e a caixa de níveis abriu.

Levels — disse em inglês, e eu liguei os pontinhos.

— Ah, é mesmo. Esqueci disso. — Dei uma risadinha sem graça. — Obrigada.

— Por nada. — E abaixou o tom de voz. — Desculpe por ter te envergonhado, eu não queria ser invasivo. Eu te achei... Achei engraçado.

Minhas bochechas responderam àquilo. — Ah, tudo bem, eu... Estava falando com uma amiga enquanto esperava o Photoshop abrir...

— Não precisa se justificar. E além do mais, sabe que eu não ligo que mexam no celular, desde que sejam produtivos. Estou vendo que você está trabalhando. Não se preocupe.

Sorri timidamente e voltei a encarar o monitor, e aí ele voltou para sua mesa.

Claro que eu dava umas olhadinhas para ele, já que era só eu sentar reta na cadeira que era possível vê-lo direitinho, e em algumas vezes quase fui pega.

Finalizada a aula, voltei para casa e encontrei Marimar na frente do guarda-roupa, com todas as portas abertas, ainda escolhendo as roupas. Pelo menos ela tinha feito o jantar. Prometi que depois que eu comesse, a ajudaria com as escolhas.

Pelo menos aquela noite, ela não conseguiu ter cem por cento de certeza do que usaria. Não seria tão difícil para mim, qualquer coisa estava bom, mas não, nossas roupas precisavam combinar, então não adiantaria escolher nada enquanto ela não tivesse escolhido cada mínimo detalhe.

O fim da semana seguiu assim, a cada momento ela me perguntava o que eu achava de tal peça. Até chegou a comprar um par de botas pretas básicas, que combinariam com qualquer conjunto de roupas.

Sexta passou rápido, com direito a olhares fixos para o professor Zaidi, já que era aula teórica, e eu poderia encará-lo o quanto eu quisesse, dentro do período das explicações.

Marimar mal se aguentava de nervoso, e eu duvido que tenha dormido mais de quatro horas durante a noite. Até sábado de manhã, ela ainda estava escolhendo as roupas, só para ter certeza, e nós pudemos escolher as minhas, que não saiu muito do estilo que eu já usava.

Já ela...


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Notas finais do capítulo

Bia:
Ai, Rayan, assim você mexe com o nosso coraçãozinho ♥
Até mais o/

Ester:
Mais um dia de Rayan e Júlia sendo fofos sob o sol :3
E apostas pra esse show? Só garanto que apesar do nome Storm Riders, o Castiel não tem banda de power metal não -q
Até mais, povo o/



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