Click! et Brille escrita por Biax, EsterNW


Capítulo 13
Júlia derruba meu forninho


Notas iniciais do capítulo

Ester:
Olha só quem voltou mais cedo dessa vez! E dessa vez temos novidades além do capítulo novo: vamos postar duas vezes por semana, quarta e sexta *solta fogos*
Então preparem seus forninhos, porque garanto que hoje vão cair todos xD
Boa leitura ;)



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— Que sabor é esse que você pegou? — Kentin questionou quando os pedidos de todos chegaram à mesa, o meu se destacando por uma cor verde berrante e coberto por uma calda de caramelo, com direito a todo tipo de acompanhamento possível. Novamente, como minha irmã sempre dizia: sorte que eu não engordava de ruim.

— Maçã verde com manjericão — respondi, metendo uma colherada na boca e sentindo o doce se derreter. Era engraçado porque misturava um gostinho doce e ligeiramente ácido com o de manjericão.

— Ela deve ter descoberto esse sabor quando veio aqui com o Castiel, não é, dona Mari? — Micalina provocou, colocando uma colherada do banana-split dela na boca e sorrindo pra mim com provocação. Bati no ombro dela, rindo junto.

Micalina Gonzalez era a única latina na agência, além de mim. Coisa que iria mudar nos próximos meses, ela dizia. De que jeito Mica sabia dessas coisas, eu nunca iria saber. 

— Você saiu com o Castiel? — Kentin perguntou surpreso, faltando pouco pra se engasgar com o sorvete napolitano que pediu. A colherada misturada de chocolate com morango quase caiu de volta pra taça.

— Não precisa ficar com invejinha, querido — a mexicana soprou para o russo. 

— Eu não tenho inveja dele! — ele exclamou ofendido, com as bochechas ardendo, sabe-se lá de raiva, constrangimento ou o que.

— Ah é? Então por que essa cara toda vez que falam do Castiel? — Micalina continuou provocando e eu só provando mais colheradas do meu sorvete, assistindo aquele bate e volta à minha frente.

— Eu só não gosto daquele nariz empinado — Kentin explicou, pegando um guardanapo e passando pelos lábios. — Ele é muito arrogante, se acha demais — ele finalizou, tomando mais uma colherada do sabor que eu nunca sabia se era creme ou baunilha.

— Ele não é arrogante — sai em defesa do Castiel. — Ele só é bem na dele.

— Sou obrigada a concordar com o Kentin, Mari — Mica pontuou. — Agora você — Ela apontou pra mim com a colher, — você tá gerando um bafafá e tanto por aí. Poucas pessoas conseguiram socializar com o Castiel por mais de cinco minutos e você ainda saiu com ele pra um encontro. Pra um encontro, garota!

— Não era bem bem um encontro — corrigi. Tá, minha vontade era de admitir sim que era um encontro e que fiquei surtada por horas depois que nos despedimos aquela tarde. Mas eu estava tentando maneirar meu modo fangirl depois do esporro que levei nessa mesma sorveteria.

— Ei, meninas, vocês ficaram sabendo que a HGloss vai fazer um casting na agência em breve? — Kentin mudou de assunto de repente, mexendo no celular dele com a mão livre. — O Alexy acabou de me avisar por mensagem e disse pra gente ficar esperto nas próximas semanas...

Micalina nem deixou o russo terminar de anunciar e logo soltou um gritinho, chamando atenção de mãe e filha na mesa ao lado.

— Eu a-m-o as roupas dessa marca! — ela soltou mais um gritinho de empolgação, levando as mãos ao rosto e praticamente esquecendo do seu banana-split. — Eu tenho que começar a preparar minha roupa pra esse casting já! Que tipo de modelo será que eles vão querer pra coleção da próxima estação?

Se achavam que Marimar Garcia era sinônimo de empolgação na agência, é porque não tinham conhecido Micalina Gonzalez ainda.

...

Para nossa alegria e comemoração geral dos franceses, o calor aquela semana não estava mais no nível de fritar um ovo na calçada. Na próxima semana começaria o outono e as temperaturas iam baixando lentamente. Porém, é claro que eu ainda morri abafada no metrô durante a volta pra casa. Odeio metrôs.

Abri a porta destrancada, indicação de que Júlia estava em casa. Talvez ela não tivesse trabalho nenhum naquela tarde e resolveu ficar descansar e fazer algum trabalho da faculdade. 

E realmente acertei a primeira parte, quando vi a nossa sala de estar e a minha amiga deitada largada no sofá, com um pacote de chocolate caído no chão e a televisão passando um daqueles filmes chatos do Nicholas Sparks.

— Você já não viu esse filme na semana passada? — perguntei e sentei no braço do sofá, deixando a alça da minha bolsa escorregar pelo ombro.

— Não tem nada melhor passando na televisão — ela respondeu, escorando o rosto sobre a palma da mão. 

Júlia estava a total definição do tédio naquele momento. Coisa que não era normal para a minha amiga. Aliás, Júlia estava bem estranha e não era coisa só daquele dia. Certo que eu normalmente falava por nós duas, mas ela quase não conversava à mesa e pouco comentava sobre a faculdade ou o trabalho. Estava aérea demais.

Algo estava errado.

— Júlia Machado Borges. — Entrei na frente da TV e cruzei os braços, impedindo-a de continuar assistindo o filme, justamente na parte em que o pai da personagem da Miley Cyrus morria. — Você está convocada a sair desse apartamento, já!

— Que?! — ela exclamou, não entendendo nada.

— Jú, eu sei que você tá meio mal nesses últimos dias e que alguma coisa aconteceu. Tudo bem se você não quiser contar o que foi. — Minha amiga se sentou e aproveitei o lugar vazio ao lado dela, caçando o controle remoto e desligando a TV. — Mas não fica assim, ficar deprê em casa só piora as coisas. — Deitei a cabeça sobre o ombro dela, tentando dar piscadas meigas de convencimento. — Por que você não vai comigo no Fulano? Tá quase na hora de eu ir lá e depois a gente pode fazer compras na loja da Fabi. Ou sei lá, qualquer outra coisa que você quiser.

— Você não vai se encontrar com o seu amigo lá? — ela questionou, só me observando e provavelmente achando ridículo todo o meu jeito de convencê-la a sair.

— O Nathaniel? Sim. — Olhei para cima, percebendo que Júlia franziu as sobrancelhas, estranhando alguma coisa.

— Não quero ficar segurando vela pra vocês — ela reclamou com manha, levantando-se do sofá e me fazendo perceber que estava aquele tempo todo ainda de pijama.

— Júlia Machado Borges — repeti o nome completo dela, como se fosse uma intimação. — E você vai ficar aqui na bad, sofrendo com esse filme que você já viu umas trocentas vezes? — Cruzei os braços. — Não tem por que você ficar segurando vela, Jú. E o Nath vai adorar te conhecer.

Encarei-a com um olhar que faria inveja a um gatinho e ficamos naquela queda de braço, até que...

— Tá bom, vai — ela soltou com um suspiro e eu comemorei. — Só vou lavar o rosto e tirar esse meu ninho de mafagafos da cabeça — disse, entrando no banheiro e sumindo das minhas vistas. 

— E vê se troca de roupa!

— Eu não vou sair de pijama na rua, Mari. — Ouvi a voz dela vinda do banheiro e me ocupei em recolher o pacote de chocolate do chão enquanto isso.

Guardei a bolsa, eu mesma lavei um pouco o rosto pra tirar a derrota da cara e esperei a Jú se arrumar. Saímos do nosso prédio, com minha amiga tendo uma aparência bem mais radiante do que quando a encontrei, e fomos conversando ao longo do caminho. Como Júlia conhecia a nossa rua melhor do que eu, ela foi falando sobre os estabelecimentos até chegarmos no café do Fulano.

— Não é estranho um lugar chamado Fulano? — Acenei para Hyun, enquanto falava com Júlia, e tomamos assento na minha mesa de sempre com Nathaniel. 

— E o cara é argentino, não é como se fosse um francês usando esse nome. Provavelmente deve existir essa palavra em espanhol — Júlia continuou, entrando na minha onda.

— É, então. — Vi quando minha amiga pegou o cardápio de sobre a mesa e começou a procurar algo para pedir. — Será que é pra passar desconhecido? Tipo, ele é um foragido da polícia e resolveu não usar o próprio nome.

— E pra que ele abriria um restaurante, se é foragido da polícia? — Júlia rebateu, não acreditando na minha teoria de última hora.

— Ué, se ele cozinha bem... E com o nome de Fulano dá pra passar despercebido... — Dei de ombros e vi que Júlia ainda procurava algo no cardápio. — Tipo fulano, ciclano, beltrano... 

Apoiei o rosto sobre a mão, encarando a rua pelo vidro do restaurante. Vi quando um carro parou no meio fio e logo sorri, sabendo que Nathaniel ia descer daquele veículo que custava mais do que o apartamento que eu dividia com Júlia.

— O Nath acabou de chegar, Jú! — anunciei para ela, que parou de analisar os nomes do cardápio e voltou o olhar para a entrada do estabelecimento.

Logo, um sujeito alto, loiro e com cara de galã de filmes de comédia romântica cruzou a porta. Acenei para ele, porém, não fui retribuída. Estranhei quando vi um olhar de confusão passar pelo seu rosto à distância. Estranhei ainda mais quando Júlia se virou para mim e vi o mesmo olhar nela.

— Que foi? — questionei e percebi de canto de olho que Nathaniel começava a se aproximar da nossa mesa, mesmo que estivesse com um ponto de interrogação praticamente estampado na cara.

— Não me diga que esse é o seu amigo? — Confirmei com a cabeça e momento pausa dramática, enquanto Nathaniel quase chegava à mesa. — Mari, o Nathaniel é o nosso chefe.

— O QUÊ?!


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Notas finais do capítulo

Ester:
Aquele momento digno de congelamento Avenida Brasil ~oioioi Alguém esperava por essa ou tão todos igual a dona Marimar?
Até sábado, povo o/

Bia:
GENTE: Chocada que o Nathaniel é o Bonnet e vice e versa -nn
Ficaram surpresos ou suspeitavam de algo? xD
Até mais o/



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