Hajime Hanami escrita por Aislyn


Capítulo 2
Only love


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Como prometido, Katsuya tirou o último dia da semana de folga para aproveitar com Mikaru, enfim descobrindo qual era o compromisso que ele comentou durante o almoço com a família. Shiroyama o convidou para um piquenique no parque Ueno para ver as sakuras que estavam na época de desabrochar.

 

Mikaru revelou que, a princípio ia negar o convite, por não querer nada que envolvesse o namorado de Shiroyama e um programa piegas no mesmo local, mas depois de saber sobre suas inseguranças, achou que um encontro seria bom para os dois.

 

Enquanto Takeo e Mikaru foram pegar bebidas e petiscos num mercado próximo, Katsuya aproveitou para colocar Izumi à par dos recentes acontecimentos. Era sempre bom ouvir conselhos de alguém com mais experiência, principalmente amorosa.

 

Quando a dupla voltou com os lanches, Hayato não conseguiu disfarçar o olhar na direção de Mikaru, satisfeito por saber que o empresário havia confortado o namorado. Por várias vezes imaginou que eles andassem em ritmos diferentes, que Katsuya era o cara carinhoso enquanto Mikaru era distante, mas aos poucos, conforme ouvia as novidades e os observava, notou que se entendiam bem, do jeito deles. Eram detalhes difíceis de perceber, já que Mikaru evitava demonstrar a qualquer custo, mas as trocas de olhares e os pequenos toques estavam presentes, assim como alguns sorrisos.

 

— Que sorrisinho suspeito é esse? – Shiroyama questionou ao sentar do lado de Hayato, entregando-lhe a bebida – O que vocês dois estavam conversando?

 

— Ah, que bom que você perguntou! – Izumi sorriu de canto, encarando o namorado, curioso – Estamos falando sobre primeiro amor. Quem foi o seu?

 

Takeo abriu a boca para responder, mas precisou parar um instante, pensativo.

 

— Boa pergunta…

 

— Você não lembra? Talvez o primeiro namorado ou algo assim? – Hayato encarou-o incrédulo, cogitando que o namorado estivesse desconversando para não responder.

 

— O primeiro namoro foi com uma menina no colegial, mas não acho que estivesse morrendo de amores por ela. – deu de ombros, despreocupado – Se tivesse que apontar alguém… talvez a professora do primário? – o comentário foi acompanhado de uma risada divertida – Lembro da minha mãe comentar que chorei a semana inteira quando eu descobri que após as férias iria para outra turma e teria professores novos.

 

— Sério? – Izumi não pareceu acreditar muito, mesmo depois de receber um aceno afirmativo. Ele queria saber sobre amores de verdade e não uma paixonite por professora na infância. Era melhor deixar de lado. Talvez Takeo não quisesse falar a respeito, mas ia perguntar novamente em casa, quando estivessem sozinhos – O primeiro do Katsu foi o Mikaru, não é? – outro olhar lançado na direção do empresário, esperando ver sua reação, mas não obteve nada, nem um comentário ácido ou olhar de desgosto.

 

— O seu foi um colega da banda que fazia parte antes de entrar pra P”Saiko, não é? – Kurosaki tentou mudar o foco da conversa para não ficar mais envergonhado do que já estava e nem deixar Mikaru incomodado, mas acabou atingindo a pessoa errada.

 

— E aquilo pode ser considerado primeiro amor? – Takeo comentou em tom de zombaria, sua expressão demonstrando total desgosto – Muito legal aquele cara te usar na festinha particular de despedida de solteiro e sem avisar que estava noivo. Você e aquela menina deviam ter se juntado contra ele.

 

— Eu não tenho rancor dele, Takeo. Tivemos momentos bons…

 

— Se você diz… – mas era óbvio que Shiroyama estava com ciúmes. Não gostava do ex de Hayato e do que ele fez ao namorado. Por sorte, só se encontraram uma vez e era bem possível que não lembrasse mais da cara do infeliz.

 

Hayato não se deixou abalar por aquilo e nem mudou de assunto. Ainda queria implicar com Mikaru.

 

— O primeiro do Mikaru nem tem graça perguntar, não é? Todo mundo sabe que foi o Takeo.

 

— Eu? – Takeo se intrometeu na tentativa de troca de farpas, negando veemente – Não mesmo! Eu fui o primeiro namorado, o primeiro amor fo-

 

— Cala a boca. – Mikaru o interrompeu, tentando soar calmo, mas conseguiu atrair todos os olhares.

 

Aquilo era uma novidade, já que eles sabiam dos esforços que Mikaru empregou para tentar voltar a namorar com Takeo um tempo atrás, mas daí o guitarrista não ser o primeiro amor era uma surpresa. Tanto Katsuya quanto Hayato ficaram chocados, esperando que mais alguma informação fosse dita.

 

— Qual o problema deles saberem? – Shiroyama questionou despreocupado – Prefere que os dois continuem pensando que ainda morre de amores por mim?

 

— Prefiro evitar perguntas desnecessárias. – contudo, bastava olhar para Katsuya para ver que ele faria todas as perguntas possíveis quando estivessem sozinhos. Izumi também estava com cara de quem iria interrogar Takeo quando voltassem pra casa.

 

— O capitão do time de vôlei! – Shiroyama soltou de uma vez só, sorrindo travesso, depois parou pensativo – Qual era o nome dele mesmo?

 

— Eu mandei você calar a boca! – Mikaru estendeu a mão, pegando o primeiro objeto que alcançou, lançando na direção do amigo, sentindo o rosto arder de vergonha. Por que ele tinha que fazer essas coisas?

 

Por sorte, Mikaru não tinha uma mira muito boa e um onigiri não era uma real ameaça, mas Takeo achou melhor desviar, só por precaução.

 

— O que? Não tem problema nenhum! Eles nem conhecem o cara!

 

— Eu não quero falar disso!

 

— Não precisa falar, só estamos comentando quem foi!

 

Contudo, aquilo foi o suficiente para estragar o passeio para Mikaru, que ignorou Takeo pelo resto do dia. Katsuya tentou animá-lo, mudando de assunto, mas também se sentia culpado pela situação. Ele quem trouxe o tema para discutir com o grupo.

 

Queria saber mais a respeito de Mikaru, sua vida, infância, entre outras épocas. Eles raramente discutiam sobre o passado do empresário, que se mostrava desconfortável quando algo vinha à tona. Katsuya não achava que era motivo para se envergonhar, mas Mikaru tinha suas razões, experiências e traumas, devia respeitar o tempo dele e esperar que se sentisse à vontade para então contar.

 

Mesmo com várias dúvidas em sua mente, o retorno para casa foi tranquilo e Katsuya percebeu que Mikaru não parecia mais chateado. Pelo menos a expressão rancorosa havia se suavizado, o que indicava que o mau humor do empresário foi voltado apenas para Takeo, o que não era preocupante. Os dois eram amigos de longa data e logo voltariam a se falar, já que não ficavam chateados um com o outro por muito tempo.

 

— Está cansado? Por conta do passeio? – Mikaru questionou assim que chegaram em casa, recebendo um aceno negativo.

 

— Não, foi divertido. – Katsuya sorriu satisfeito – A gente devia fazer isso mais vezes.

 

— A ideia era sair pra você descansar do trabalho, achei que tivesse se incomodado por um momento.

 

— Me incomodar? – a pergunta não fez muito sentido a princípio, até se lembrar de suas dúvidas iniciais – Acho que foi mais pra curiosidade, mas eu posso lidar com isso. Não quero te deixar chateado.

 

— Não vai, você não seria capaz disso. – parando no alto da escada, Mikaru se virou de frente para Katsuya e, mesmo estando um degrau acima, ainda era menor que o namorado – Quer sair pra jantar? Talvez eu responda uma pergunta ou duas…

 

E, mais uma vez, Katsuya se pegou com um sorriso bobo, mal acreditando nas palavras de Mikaru, que se oferecia para contar um pouco do seu passado. Era um voto de confiança, de cumplicidade, que fez todas as dificuldades do começo do namoro valerem a pena.

 

* * *

 

Takeo retirou os coturnos na entrada, deitando e se espreguiçando no chão, enquanto Hayato o imitava retirando os sapatos, mas preferiu caminhar para dentro do apartamento, se jogando no sofá macio, logo tendo um dos gatos acomodado em seu colo.

 

O guitarrista estranhou o silêncio durante o percurso de volta para casa, mas sabia que não ia durar muito. O namorado podia ser paranóico e curioso num nível bem alto e, se tratando de Mikaru, Hayato ia dar um jeito de descobrir, fosse para implicar com o colega ou simplesmente para ter algo novo para fofocar com Katsuya.

 

— Vou tomar banho. – Takeo avisou após sair do chão, enquanto passava pela sala, recebendo um resmungo de Hayato que não parecia ter encontrado a coragem necessária para levantar. Era um preguiçoso… nem haviam andado muito! Mas comeram e conversaram bastante. O que o lembrava de conversar com Mikaru depois para se desculpar pela implicância. Às vezes não conseguia se conter, mas ele ia entender.

 

Separou uma muda de roupa e pegou a toalha, ouvindo passos se aproximando e o namorado entrou em seu campo de visão, abraçando-o e murmurando que ia junto pro banho, antes que não conseguisse se levantar mais do sofá.

 

— Aí você aproveita e me conta mais daquela história…

 

O pedido em tom inocente não escondia as reais intenções de Hayato. Takeo sabia que seria interrogado.

 

— História? Qual? – Takeo sorriu de canto, indo na frente para encher a banheira, ouvindo um muxoxo – Quem sabe eu não lembro dos detalhes se ganhar uma massagem…

 

— Combinado! – Hayato não perdeu tempo em pegar um dos sais de banho, jogando na água da banheira – Como Mikaru conheceu o cara? Ele entrou pro time pra ficar mais perto? Quem se confessou primeiro?

 

Takeo riu baixinho, murmurando um ‘ponto pra mim’, pois acertou que seria interrogado. Aquele seria um longo banho…


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Notas finais do capítulo

Sou suspeita pra falar... gosto demais dos meus personagens. Gosto de uma treta entre eles, mas também gosto desses momentos fofos.

Até a próxima!



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