Skirts vs Ties escrita por Fanfictioner


Capítulo 3
Let me hear the ties


Notas iniciais do capítulo

Opa, opa rapaziada!
Tudo bem por aqui? Alguém ainda acompanhando Skirts and Ties?
Sumi provisoriamente por conta da faculdade e depois o coronavírus me desanimou a ponto de gerar um bloquei criativo...

Sem enrolar mais, aí está o capítulo, espero que gostem!



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— Será que vocês podem enrolar menos? Eu já pedi um Uber e ele deve estar quase aqui na porta!

— Mas por acaso você tá irritada, Dorquinhas? – Emmeline debochou, pegando seu casaco no aparador ao lado da porta

— Só quero chegar logo lá, ué! Detesto me atrasar, e vocês sabem! – devolveu, destrancando a porta e ignorando solenemente o fato de que Lily ainda estava se calçando

Marlene contornou as amigas e esperou na entrada, pelo lado de fora, junto com Dorcas. O Uber dobrando a esquina, três quadras adiante.

— Pois para mim parece que alguém ficou animadinha depois que descobriu que Héstia Jones vai a festa... – Lene implicou, arrancando risinhos e provocações de Lily e Emme, e fez Dorcas enrubescer violentamente

Fazia pouco tempo que Dorcas assumira sua bissexualidade para as amigas, logo depois que Lily a vira aos beijos com uma menina num canto de Hogwarts, bem escondido de qualquer um de seus conhecidos. Fora um pouco desconfortável para Dorcas ter que admitir que escondera a sexualidade por medo do julgamento das amigas, mas todas a acolheram, bem como os amigos Marotos, e o assunto era trivial, como devia ser, entre todos.

— Ah, não enche, Marlene! – fazendo as amigas rirem

A casa de Sirius Black era conhecida por ser o lugar que todos adoravam frequentar. Um luxuoso sobrado de três andares, com uma respeitável área de festas, afinal, os Black não eram lá famosos por sua modéstia e simplicidade. Não.

Os Black eram famosos por serem uma rica família com gerações de membros no parlamento e uma leve inclinação para a manipulação política. Mas Sirius Black era a ovelha negra desse clã de ambiciosos homens, e desde que não estivesse sujando o “bom e puro nome da casa dos Black”, sua mãe, Walpurga, não estava genuinamente se importando com o que ele fazia de seu tempo livre e, principalmente, do dinheiro e da casa da família.

Talvez fosse por isso que as festas dos alunos de Hogwarts sempre aconteciam no casarão Black, regadas de comidas de ótimos buffets, drinks não alcoólicos preparados pelos melhores bartenders (os alcoólicos eram preparados por Sirius e James mesmo, inadvertidamente usando os riquíssimos uísques e vodcas dos Sr. Órion Black, que fazia vista grossa daquelas lambanças) e, vez ou outra, a depender do público convidado, DJs renomados vinham animar o lugar.

Mas, via de regra, só comida e bebida. Sirius gostava de deixar a diversão por conta dele e dos amigos.

Por isso, quando o Uber de Lily, Marlene, Dorcas e Emmeline estacionou na entrada da casa de Sirius, a música não estava ensurdecedora, aliás, nem se ouvia porta afora.

“Claro, a diversão seremos nós e essa competição de dança que a maluca da Marlene inventou.” – pensava Lily, enquanto descia do carro e tocava a campainha, esperando as amigas.

O mordomo de Sirius, Alfred Monster, ou Monstro, como os amigos carinhosamente o chamavam, atendeu a porta e avisou às meninas que a festa, desta vez, estava acontecendo no piso inferior, aonde todos já estavam, inclusive, aproveitando a piscina interna aquecida.

A casa de Sirius aproveitava um desnível do terreno e, por isso possuía um nível subsolo, aonde ficava o salão de festas, as piscinas interna e externa e a área de churrasco; um nível térreo, aonde ficavam as salas sociais, o escritório do Sr. e Sra. Black, cozinha e tudo mais de serviços, além dos exuberantes jardins; enquanto o 1º andar ficava para os quartos, que não eram poucos.

— Olha só quem chegou! As atrações da noite! – Sirius virou-se para recebê-las, já com um drinque na mão.  – Pensei em deixar tudo ainda mais interessante e pedi para o Monstro marcar um espaço definido para a gente dançar, aí fica mesmo como um palco de batalha. Está bom assim ou você precisa de mais espaço para soltar a franga, Lenezinha?

Enquanto abraçava e recebia as amigas, e debochava de Marlene, Sirius indicava um quadrado de uns 5m2 de área no piso, definido por fita neon laranja, bem ao lado da piscina, aonde James, Peter e mais alguns adolescentes jogavam uma versão esquisita de polo aquático.

— Por mim tá perfeito! Não sei se o seu ego cabe nesse espaço sem sufocar Remo, James e Peter, mas podemos testar... – sorriu, entre maquiavélica e inocente

— Você sabe que tá muito gata, não sabe? – ele sussurrou mais perto, maliciosamente, quando Lily, Emmeline e Dorcas saíram para cumprimentar os demais.

— Cuidado para não babar demais enquanto eu estiver dançando, ou eu vou acabar escorregando, Black. – ela não perderia a oportunidade de atiçar ainda mais a tensão sexual com ele.

Então ela simplesmente saiu e pegou um copo de refrigerante, aproveitando sua noite.

Lily e James passaram um bom tempo da noite conversando, vez ou outra com a presença de algum dos marotos. Em alguns momentos, James simplesmente voltava à piscina e dava alguns mergulhos, para então voltar à companhia de Lily, que certamente não estava reclamando de poder ver James desfilando de sunga e toalha pela borda da piscina.

Emmeline, Remo e Peter brincaram de sinuca e baralho com outros convidados, enquanto Marlene passara um pouco de tempo com cada um dos colegas de Hogwarts, se adaptando a qualquer jogo ou tema de conversa. Até mesmo aceitou quando Sirius lhe ofereceu uma caipirinha muito bem preparada por ele, negando, no entanto, a tentativa dele de fazê-la desistir do desafio de dança.

— Eu estou sentindo um cheirinho de medo, Sirius Black? – provocou, escondendo o riso

— Óbvio que não! Estou tentando te preservar de uma humilhação! Ou você esquece que temos o Remo dançando do nosso lado? – não parecia um pingo hesitante, o que abalou parte da coragem de Marlene, não que ela fosse demonstrar

— Você realmente não me conhece se achou que eu ia desistir por causa do ballet do Remo.

— Eu farei questão de sentar bem na frente para assistir você dançando para mim, Lenezinha. – ele insistiu, inclinando-se perto o suficiente para que Marlene pudesse sentir seu perfume. Ele poderia beijá-la naquele instante.

— Ótimo. Porque eu faço questão que você assista de camarote sua humilhação. – sorriu de volta, tentando ficar imune a todo o efeito de Sirius sobre ela.

Pouco depois Sirius estava com o microfone em mãos, anunciando que iriam começar a tal batalha de dança que ele e Marlene tinham inventado. Já passava das 20h, e era perceptível que havia muitos convidados que tinham tido acesso às bebidas de do pai de Sirius.

— A gente precisa de regras, se não fica injusto. – Marlene insistiu, enquanto as amigas se aproximavam dela, claramente querendo acabar com aquela situação.

— Claro, Lenezinha do meu coração... o que você quer de regras? – Sirius provocou, fazendo alguns convidados assobiarem, com certo tom de malícia.

— Precisamos dançar na pista que o Monstro fez. Cada time tem direito de escolher uma música, e pode dançar um pedaço e o outro time deve dançar naquela mesma música... o apoio do pessoal pode ajudar a definir quem ganhou qual rodada, que tal? E precisamos definir um prêmio para quem ganhar.

— Por mim parece bom... quem ganhar pode jogar o outro time na piscina, de roupa e tudo. – James concordou, ao lado de Sirius.

Lily e Emmeline protestaram, mas não houve lá como fugir. Tiraram “Cara ou Coroa” para saber quem iria começar, e para o azar (ou seria sorte) de Marlene, ela e as amigas seriam as primeiras.

— Ei! Sobre a música, o meu time que escolhe todas, né? – naturalmente Sirius não deixaria passar a oportunidade de implicar com Lene.

— Ah, vai ver se eu tô fazendo Pole dance no seu quarto, Sirius! Óbvio que não! – ela estava irritada, para não dizer nervosa e ansiosa. Houve uma explosão de risadinhas quando Lene devolveu sua resposta atravessada, ao que Sirius aproveitou a deixa

— Bem que podia, eim? Será que a gente não pode recombinar o prêmio de quem vencer? – sorria com malicia, ao que os demais convidados entravam na brincadeira de trocar elogios dele com Marlene

Ela lhe mostrou o dedo do meio e selecionou a música que ela e as amigas iriam começar a batalha em um vídeo no Youtube, levando o controle da TV consigo para a mini pista de dança.

— Todo mundo aqu... Cadê a Dorcas? – foi Lily quem notou a ausência da amiga

— Faz mais de uma hora que eu não a vejo. – Emmeline respondeu com casualidade

— Merda! Alguém viu a Héstia? – a maioria dos convidados começou a negar. Lene pegou o celular e ligou imediatamente para a amiga, já bem incomodada. Demorou até que Dorcas a atendesse.

— Alô? Lene?

— Você pode aparecer, por favor? Estamos te esperando para começar a dançar! – respondeu de bate pronto

— Ahn... Lene, eu meio que não estou no Sirius, não agora. Mas vou estar, logo. – Dorcas parecia rir de nervoso do outro lado da linha

— O QUÊ? – ela berrou

— Sinto muito, Lene. Meu pai ficou furioso quando minha mãe disse a ele que eu tinha saído hoje e apareceu para me levar para casa, que eu deveria estar estudando... estou furiosa com ele. Estou esperando ele e minha madrasta saírem para jantar e vou tentar voltar a tempo

— DORCAS MEADOWES, A GENTE VAI DANÇAR  AGORA!.

— Merda! Tenta enrolar, eu vou chegar logo. Até!

Lene desligou o telefone, começando a entrar em desespero. Contou às amigas da situação e, aquela altura, todo mundo já percebera que alguma coisa estava acontecendo.

— Você vai dançar, Lenezinha? – Sirius provocou, rindo-se à toa da confusão

— Ah, vai se danar, Sirius. A Dorcas teve uns problemas técnicos, estamos esperando ela voltar. – retrucou, mordendo as unhas

— Ah, não... tem que começar, Lene. Começa, começa... – ele começou, médio tom, ao que foi acompanhado pelos colegas de escola, e logo havia um coro de “começa, começa!” que ficava cada segundo mais estridente

— Tá bom, tá bom! Vamos começar sem ela, bosta!

—  Lene, eu acho que vou vomitar de nervoso.. – Lily parecia meio verde, e em vias de genuinamente passar mal.

Lene lhe deu um copo com água e um docinho qualquer que Monstro lhe entregara. De repente, toda essa ideia de batalha de dança parecia ridícula e só ficava mais humilhante. Sirius se fartava de rir, acompanhado dos amigos.

Não havia bem como fugir então Marlene decidiu que seria menos doloroso começar logo. Ela, Lily e Emmeline se posicionaram em um dos lados da “pista de dança”, enquanto os marotos ficaram de pé no lado oposto, um pouco mais afastados, aguardando sua vez de dançar.

De início, Lene tinha sugerido que elas dançassem uma música da Beyoncé ou Britney Spears, pois seria mais difícil de os meninos acompanharem. Dorcas, porém, sabiamente lembrou que Sirius estaria esperando por isso. Então, seguindo as raízes latinas da família de Emmeline, as meninas escolheram uma música animada, e até sexy, de Shakira e Rihanna. Antes que Sirius ou qualquer outra pessoa pudesse estar pronto, começou a tocar Can´t remember to forget you.

Lene saiu à frente, dando uma reboladinha e seguida de uns passos diferentes que ninguém saberia explicar bem. Lily e Emmeline estavam pouco mais atrás, uma de cada lado, com passos simétricos que destacavam Marlene. Houve descidas até o chão e jogadas de cabelo (as quais fizeram Sirius, James e todos os demais assobiarem com certa malicia), além de voltas e rolagens pelo chão, no melhor estilo dança contemporânea, que Emmeline tinha feito todas aprenderem na noite anterior. O refrão acabou com as três em uma pose particularmente bonita, com Marlene dando um sorrisinho pouco inocente.

Surpreso, mas não derrotado, Sirius puxou os amigos para a pista na transição para a segunda parte, que deveria ser cantada pela Rihanna. De início, James entrou à frente, fazendo como que uma apresentação, abrindo os braços em exagero, e atraindo muitos gritinhos e assobios de aprovação. Peter juntou-se a ele e, de parzinho, ambos encostaram as costas e fizeram uns passos arriscados e exagerados com os braços, parecendo uma dança indiana que não combinava. Parecia que não estavam lá arrasando.

Saíram para os lados e deixaram Sirius assumir o meio, dançando uma espécie de tango com salsa, que brilhantemente terminava com um giro para fora da pista na entrada do refrão.

E foi aí que Remo pode humilhar as amigas.

Com uma sequência de seis piruetas, Remo dominou a plateia. Houve uma chuva de berros e aplausos instantâneos quando, em seguida, ele saltou com as pernas formando 180º no ar e caiu pronto para mais seis piruetas em outra perna. Seus passos de ballet continuaram, com echappés para frente e para os lados antes de emendar outros vários giros no lugar, o fazendo parecer um patinador no gelo.

Houve um momento em que Remo abriu a boca e torceu uma careta, mas então ele não levou meio segundo para sair da pista com uma expressividade que fez Lily ficar boquiaberta, e todo mundo ir à loucura com o sorriso sexy que ele deixou no ar para Emmeline.

Sem reação, as meninas levaram uns cinco a dez segundos para se recomporem. Marlene tomou a frente e decidiu que iria acabar a primeira rodada de dança sozinha. Entrou de volta no quadrado como que desfilando. Usou todos os passos de jazz que ela e Emme tinham ficado a madrugada treinando, sentou-se no chão, cruzou as pernas de jeitos que Lily jurou que travariam sua coluna e levantou sacudindo os cabelos, fazendo surgir gritinhos com a ousadia dela. Então ela correu até uma ponta e fez parecer que alguém a puxava por uma corda imaginária.

Ela deu saltos que nem sabia que sabia dar, girou e, sacudindo os cabelos copiou um passo que uma vez dançara no Just Dance, torcendo para não passar vergonha, o que claramente não aconteceu, porque pode ouvir os risinhos. Tentou continuar concentrada e simplesmente manteve os passos de jazz. Quando a música estava por acabar, ela simplesmente desfilou pela pista até chegar na frente de Sirius, rebolar até o chão e levantar, com uma cara inocente, sacudindo o cabelo e parando com um sorriso de lado.

 Era bom que elas ganhassem aquela competição, porque Marlene acabara de se dar conta que voluntariamente seduzira Sirius na frente de boa parte da escola e não era como se ninguém estivesse filmando aquela performance...

— Você ainda quer continuar? - provocou, ofegante e com um sorriso leve (e malicioso, Marlene! - conforme Lily acrescentou depois) brincando no rosto.


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Notas finais do capítulo

Para Voldemort não puxar seu pé com muita satisfação, deixe aqui seu comentário, review ou recomendação!

Rima fofa para pedir feedback de vocês... Vou postar o final como presente de páscoa para vocês! Até loguinho!
Malfeito feito!