Skirts vs Ties escrita por Fanfictioner


Capítulo 2
Let me hear the skirts




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Fazia dois dias que aquela loucura tinha começado, durante uma aula de estudos sociais. Deveria ser um debate saudável e construtivo sobre identidades de gênero e papeis sociais, no entanto, era óbvio que nenhuma aula com todos os marotos reunidos seria séria como deveria.

— ... e bem, é por isso que eu concordo quando Simone de Beauvoir diz que “torna-se mulher”. – foi o singelo comentário de Lily após mencionar a pensadora francesa.

Professora Minerva Mcgonagall pareceu satisfeita, assim como boa parte da turma. Houve burburinhos de concordância, e aparentemente, a discussão daquele tópico estaria encerrada para aquela aula. Após alguns minutos, pouco antes que Minerva pudesse indicar o tópico da aula seguinte, Sirius Black abriu a boca.

Se naquele segundo um Sniper tivesse invadido a sala e sequestrado Sirius, ou talvez se James tivesse coberto a boca de Sirius com a mão, impedindo que o melhor amigo falasse, ou mesmo se Marlene tivesse levantado-se e beijado Sirius como todos sabiam que ambos desejavam, toda essa confusão teria sido evitada, e as meninas poderiam passar a sexta-feira a noite vendo um filme de romance clichê.

Mas não.

Sirius abriu a boca.

— Eu discordo. Acho que todos nós nascemos como somos. Quer dizer, com tendências e habilidades. Por isso tem atividades especificas que cada sexo pode ou não fazer. Pensa bem, homens não podem parir. – a turma explodiu em risadinhas.

— Isso não tem a ver com papeis sociais, Sirius, mas sim com questões biológicas. – Marlene revirou os olhos, não estava com paciência para as gracinhas dele, não quando o assunto era o que ela mais gostava

— Sim, eu sei. Mas pensa bem, existem outras infinitas coisas que são coisas de mulher, e outras infinitas que são coisas para homem. – a revirada de olhos de Lily e Lene foi a maior possível. – É comprovado que as mulheres são mais delicadas e tem mais habilidades emocionais, enquanto os homens tem mais habilidades físicas. Eu não pediria para você carregar sacos de cimento.

— Ué, e por que não? Isso não existe, Sirius! É uma coisa que falam para acentuar essas diferenças de gênero. – Lene já estava com a voz monótona. Não era possível que ele queria apenas chamar atenção com todo esse sexismo

A turma já assistia a discussão atenta, olhando de um lado para o outro, interessados no que aquela aula estava prestes a se transformar.

— Ah, por favor. Você não acha que homens são mais fortes? Que aguentamos mais peso?

— Não!

Minerva começou a pedir que eles se acalmassem, mas, ao contrário, os ânimos se acentuavam cada vez mais. Marlene foi se irritando, se alterando, retrucando e, principalmente, levando para o lado pessoal.

— Você tá sendo misógino! É óbvio que homens e mulheres podem fazer tudo igualmente bem!

— Ah é, Lene? Eu não acho! Tenho certeza que você deve ser incrível na cozinha, muito melhor que eu. Mas também acho que seria capaz de te humilhar... dançando por exemplo. Tenho certeza que homens dançam melhor que mulheres!

— Você não pode estar falando sério! – Lene estava fora de si, de tanta raiva de Sirius.

— Falo muito sério! Homens dançam melhor e eu provaria isso para você a qualquer hora.

— É mesmo? Então por que não faz uma competição de dança? – Lily puxou Marlene pelo braço, pedindo que ela se acalmasse, mas a amiga ignorou

— Eu faço mesmo! E te provo que nós, homens, somos melhores! – Marlene riu

— Nem se você fizesse aula você me ganharia numa pista de dança. Nem você nem qualquer um dos meninos.

Ninguém parecia realmente levar aquilo à sério, ou para o lado pessoal, tirando Lene e Sirius, de modo que ele a rebateu.

— Ah, é mesmo? Então eu e os marotos desafiamos você para uma batalha de dança! – Sirius soltou, extremamente irritado, sem nem pensar.

James, Remo e Peter protestaram imediatamente, mas como a turma dava gritinhos de histeria e como Marlene falava ainda mais alto, não foram ouvidos.

— Ótimo! Porque eu sei que Lily, Dorcas e Emmeline vão adorar me ajudar a te provar quão machista você é, Black!

Foi a vez de as meninas protestaram. Claro que era impossível aceitar uma loucura daquelas. Lily tinha treino do time de vôlei junto com a própria Marlene, que não parecia lembrar-se. Dorcas precisava estudar para a Olimpíada de Nacional de Física, que teria as provas finais em apenas um mês, enquanto que Emmeline... bem, Emmeline tinha a vida escolar regular e as vezes precisava cuidar dos irmãos pequenos. Okay, talvez Emmeline fosse a única que toparia aquela invenção de Marlene.

Professora Minerva interviu na discussão acalorada de Sirius e Marlene e simplesmente pediu que planos extracurriculares fosse deixados para após a aula, mas a sineta tocou e não houve tempo de retomar o conteúdo.

Antes que a turma pudesse sair, cada um para suas aulas, Sirius anunciou em alto e bom som para quem quisesse ouvir.

— Ei! Pessoal, atenção aqui! – olhares viraram-se em sua direção. -  Sexta-feira, a partir das 19h vocês podem aparecer lá em casa, vai rolar uma festa. Todo mundo convidado. Lá a gente vai ver quem é melhor nessa batalha de dança, a menos que a Lene tenha mudado de ideia. – Sirius sorriu em desafio, esperando que Marlene hesitasse

— Só se for nos seus sonhos. Por que, mesmo, você ainda não está ensaiando, Sirius? Ou será que você pretende me deixar humilhá-lo assim? – Marlene devolveu a provocação, pegando a mochila e apoiando nos ombros. – Estamos ansiosas para sexta-feira, Six. E é bom ter um lanche para nós, digo, para quem ganhar...

**

— VOCÊ PERDEU COMPLETAMENTE O JUÍZO, NÉ MARLENE? – Dorcas berrou, assim que elas alcançaram o vestiário, para a aula de educação física

— Você esqueceu que a gente tem treino? Que horas espera que a gente tenha tempo de ensaiar, Lene? – Lily reclamou, sem, no entanto, perder a compostura. Por dentro, estava em pânico.

— Ah gente, por favor! Dois dias... a gente se vira. Não vai ser tão difícil, afinal, são só os marotos! – Lene respondeu, vestindo o uniforme

— É. E por acaso você lembrou que o Remo faz ballet há só... hum, deixa eu ver... DOZE FUCKING ANOS? – Dorcas ralhou, desesperada

Marlene desviou o olhar, entregando que realmente não lembrara.

— Okay, talvez eu tenha deixado esse detalhe passar no calor do momento.

— Esquece, Marlene. Não tem a menor condição disso acontecer.

— Ah, Lily, por favor! Não é como se eu pudesse chegar agora e voltar atrás. – Lene choramingou

— Claro que pode! É só avisar o Sirius que lembrou de um compromisso e pronto, fim de conversa. – Dorcas deu a solução, furiosa

— E dar a ele o gostinho de ganhar aquela discussão sendo um machista babaca? NUNCA!

— Você sabe que ele falou o que falou só para provocar, não sabe? Que ele disse exatamente para te irritar e fazer você ficar dando atenção para ele... – Lily perguntou à amiga enquanto calçava os tênis de corrida

Houve um silêncio constrangedor, em que Marlene percebeu que caíra no joguinho bobo de atenção que Sirius insistia em jogar com ela.

— Bom, de qualquer maneira, eu acho que seria uma boa oportunidade de ele rever o ego dele, sabe? Sirius se acha por qualquer coisa... não é como se ele fosse bom em tudo! – tentou negociar

— Então você derrube o ego dele sozinha! Eu tô fora! Tenho muita coisa para estudar para a Olimpíada!

— Ah, Dorc, por favor! Por favor!

— Não, Marlene! É loucura! Aliás, eu nem mesmo sei dançar! Nem eu, nem Lily, nem...

— Ah, gente, não sei. Podia ser legal... pensa, uma chance a gente relaxar um pouco, se divertir e depois voltar à rotina. – Emmeline comentou pela primeira vez desde o começo da conversa. As amigas até se viraram para ouvi-la. – Pensa quão legal ia ser a gente ficar ensaiando, tipo quando inventávamos coreografia para as músicas da Katy Perry, lembra? A gente tinha o que, uns 9 anos?

— Isso! Isso mesmo, Em! Vamos relembrar os velhos tempo, por favor, meninas! – Lene choramingou

Dorcas estava irredutível, enquanto Lily parecia ponderar o sim e o não. Emmeline e Marlene começaram a listar infinitas vezes em que as quatro brincaram juntas de coreografar danças malucas e isso pareceu pesar no emocional de Lily, que acabou cedendo.

— Okay, okay! Eu vou participar dessa loucura sua, Marlene! – decidiu, rindo e virando os olhos. – Mas só se a Dorcas concordar...

Marlene se ajoelhou aos pés de Dorcas e implorou por quase cinco minutos inteiros antes que a amiga cedesse, já irritada.

— Tá bom, Marlene, tá bom! Mas que droga! Eu faço essa idiotice dessa batalha de dança sua com o Sirius! E fica preparada para passar vergonha viu? Será que a gente pode ir logo para a aula, por favor?

As quatro saíram, em direção à aula, com Marlene jurando que não ia deixar ninguém passar vergonha, e que elas iriam fazer Sirius engolir seus argumentos machistas.


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Notas finais do capítulo

Para Tio Voldy não puxar o pé de ninguém, deixe seu comentário também! :)))
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