O Canto da Sereia escrita por Moonkiss


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Ei, honeys! Como o título já sugere, este será apenas um prólogo da shortfic. Aviso que a história abordará sobre temas sérios e que o caráter de alguns personagens será diferente do que é originalmente, logo, não se espantem. As cenas que apresentam ações "pesadas" dos personagens não serão tão detalhadas, só terão leves insinuações sobre o que está se passando. Hoje veremos um acontecimento no futuro da história, o restante dos capítulos (que serão no máximo até 6) vão narrar os fatos passados até a chegada dessa cena presente no prólogo.
Enfim, boa leitura! ❤️



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O Canto da Sereia – Prólogo 

Escrito por @Moonkiss 

 

Há sempre uma sereia te cantando para o naufrágioDesvie dessas rochas ou vamos causar um desastre. 

— There There, Radiohead.

• • •

 

Então este é o fim. Sem esperança, sem glória. Sem um fio de luz no final do túnel. Sem nenhuma escapatória. Sem nada. O nada é tudo que me restou. É tudo que eu vejo, que eu sinto, que eu ouço. Eu me tornei um nada. Aqui, bem aqui nesta mesma praia onde tudo começou, assinei a minha sentença de morte com tinta de sangue. Estava vivo, desfrutava esta sensação há poucos minutos, a qual nunca havia experimentado. Como isso pôde acontecer? 

Seria este o preço do nosso pecado? 

Seria esta a consequência do nosso erro? Do MEU erro?! 

Por que conosco?! 

Logo ela e eu, perdidamente apaixonados; será essa uma das ironias da vida? Ser finalmente amado e de repente acabar desta maneira? Ser baleado no peito sem mais nem menos? 

É isto então morrer por amor? 

Ela, alguém que jamais imaginei entregando-se às lágrimas, deita sobre o meu corpo estendido na areia, que por hora era tão dourada quanto os raios de Sol. Não se importa em sujar as vestes brancas que traja comigo, completamente ensanguentado. Seu vestido longo de alças finas, em algumas partes rasgado por minha causa, a faz parecer um anjo. Um anjo que viera me buscar, me levar ao paraíso como já tinha feito nestes últimos dias. Mas não. Realmente possui o semblante de um anjo, contudo, só o semblante. Não consigo entender como essa moça, que despertava em mim os mais belos sentimentos, poderia me trazer tanto desgosto. É ela a culpada. A dona de lindas cordas vocais que, quando emitidas, nascia uma perfeita melodia capaz de amolecer até o mais duro dos corações.

— Por que você fez isso, Sasuke?! — grita em desespero, virando-se para seu noivo. A voz, embargada tal qual a de uma criança com o joelho ralado, já quase desaparece. Ela me olha nos olhos outra vez e agarra meu rosto — Gaara, fale comigo! Gaara! Gaara!!

Eu não tenho a capacidade de falar, nem me contorcer eu posso. Sakura volta a encostar a cabeça em meu tórax, chorando como se não houvesse um amanhã e puxando a minha camisa desabotoada. Devido ao grande rasgo no decote dela, tem o seio esquerdo à mostra. Sinto-o roçar em minha pele assim que ela se deitara sobre mim, fazendo-me recordar das noites que passamos juntos. Das nossas noites de paixão. De vez em quando seus olhos, verdes como a pedra de esmeralda, procuram algum vestígio de sobrevivência em mim. Me tateia, me beija, me abraça, ignorando totalmente a presença de Sasuke Uchiha. 

Ainda segurando o mesmo revólver que usou para atirar em mim, o homem a xinga de todos os nomes inimagináveis, lhe puxa impiedosamente os longos cabelos, lhe diz aos gritos para que se soltasse de mim. Uma verdadeira humilhação. Emana fúria de seu olhar, é bizarro o quanto as veias de sua fronte transparecem de tamanha ira. Apesar dos apesares, eu quero defendê-la. Dói-me tanto vê-la neste estado, tão triste e tão rebaixada. Sakura, mesmo com sua malícia de mulher, é frágil bem como uma garotinha. Eu não sou forte o bastante para presenciar essa atrocidade.

Abaixo de uma Lua cheia, sinto os últimos toques da brisa marinha contra os meus músculos enquanto observo atentamente os lábios dela se moverem para proferirem o meu nome. Mesmo que ela ainda tenha poder sobre mim, eu a condeno mentalmente. Tudo que estamos vivendo nesse exato instante é resultado do adultério de Sakura. Estou ciente de que parte da culpa tinha sido minha também. Mas, afinal, como resistiria aos atrativos dela? Essa mulher possui estratégias a fim de me envolver em seu mundo particular, de me encantar através de mínimos detalhes. Perto dela eu tenho a sensação esquisita de estar sob efeito de uma maldição. 

Numa tentativa eficaz de se desvencilhar do próprio noivo, Sakura joga-se novamente em mim. A trança embutida que fizera na cabeleira agora estava desfeita por conta das agressões, tornando um penteado desajeitado. As madeixas soltas fazem cócegas em minha face assim que ela retornou a se aproximar. E mais ainda suas lágrimas cálidas que gotejam sobre mim, realçando as pálpebras inferiores em carne viva. Entrelaça os dedos em meus cabelos e me encara fixamente, vez ou outra rangendo os dentes pela angústia. 

Com a respiração falhando pouco a pouco, eu me esforço para erguer a mão trêmula a fim de acariciá-la. Por um milagre consigo. Aliso a bochecha alva e macia de Sakura lentamente, imaginando se ela me ama ou se eu sirvo somente para satisfazer seus prazeres carnais. Tal qual num filme revivo o momento em que a conhecera ao olhá-la nos olhos, como nunca havia feito antes, enquanto gradativamente meu coração entra em processo de congelamento.


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Notas finais do capítulo

Então, sentiram a treta? xD Se gostaram e querem que eu continue atualizando, por favor, me falem! Espero que tenham curtido, foi escrito com carinho. E aceito críticas construtivas, hein?
Desde já agradeço de coração a atenção de todos! Beijo, amores, até mais. ❤️



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