—Mãe, cheguei! - Emmett anunciou entrando na cozinha, seguido por Edward. 

—Senti a sua falta. - Bella abriu os braços e o filho a ergueu. 

—Também senti a sua falta. 

—Como foi o casamento? - Finalizou as panquecas e colocou o prato em cima da mesa. 

—Mãe, esqueceu do Edward. - Apontou para o amigo que estava parado no batente da porta sem saber como reagir. 

—Não precisa. - Gaguejou sem olhar para nenhum dos dois. 

—Deixa de bobeira. Você foi me buscar. Tomar um café é o mínimo que podemos fazer por você. - Empurrou uma cadeira para ele. – Senta aí, cara. Por que não atendeu o telefone? - Perguntou a mãe e Bella suspirou. Tinha que se atear ao máximo a verdade. Ela não era boa em mentir. 

—Estava dormindo e não ouvi tocar. Achei que fosse chegar à noite. 

—Ah, cansei daquele lugar. Edward, senta logo. - Apontou exasperado para a cadeira e Edward se sentou. - Você está tão estranho hoje. 

—Só estou com um pouco de dor de cabeça. - Murmurou, envergonhado. Toda a coragem dele tinha sido gasta na noite passada. 

—Por que não falou antes? Mãe, tem alguma coisa que possa dar ao Edward? - Ele se levantou num pulo da cadeira. 

—É melhor eu ir. - Avisou saindo apressado da cozinha. 

—O que deu nele? - Bella deu de ombros e Emmett atacou o prato com panquecas. - Deve estar com muita dor mesmo. Mais tarde dou uma passada na casa dele. 

—Não deve ser nada demais. - Ela sabia bem qual era o problema de Edward. - O casamento, como foi? 

—Horrível. Comida péssima, música brega e o vestido era ridículo. E olha que eu nem entendo de moda. Vovó e eu rimos muito. 

—Se divertiu? - Ela odiava o ex-marido, mas não queria que o filho sentisse o mesmo. 

—O casamento foi um circo, então me divertir bastante. 

—Emmett! - O repreendeu. 

—É a verdade, mãe. Ele disse que não pode ajudar com a faculdade, mas fez uma festa gigante. 

—A questão da faculdade já está acertada. Posso muito bem pagar sozinha. - Bella era arquiteta e tinha muitos projetos em andamento. Não eram ricos, mas conseguia arcar com todas as despesas sem grandes problemas e tinha economizado para pagar a faculdade do filho e o mochilão dele para a Europa. Quando o pai saiu de casa, Emmett começou a fazer pequenos serviços para poder ajudar a mãe. 

—Não é porque pode que deveria. Assim que voltar de viagem vou procurar um emprego. Pelo menos para bancar as minhas coisas. 

—Quero que você foque apenas nos estudos, pelo menos do começo. Nossa situação financeira está tranquila. 

—Já está na hora de eu ser o provedor dessa casa. - Bella riu e bagunçou os cabelos dele. - Já sou um homem, mãe. 

—Ainda é o meu bebê. - Declarou emocionada. 

—Ah, não, mãe. Sabe que se você chora eu também choro. - Ele a abraçou. 

—Só estou um pouco sentimental esses dias.

—A vovó te mandou um grande abraço. - Mudou de assunto e Bella sorriu, ela gostava da ex-sogra. - Ela disse que lamenta você ter casado com o filho errado dela. 

—Ela não tem outro filho. - Apontou e Emmett gargalhou. 

—Ela disse que lamenta ainda mais por isso. O que vai ter para o almoço? 

—O que a sua avó conseguir cozinhar. - Ele fez uma careta. Renée tinha muitas qualidades, mas saber cozinhar não era uma delas. - Fiz uma lasanha para levar por garantia. 

—Já disse que você é a melhor mãe do mundo? 

[...]

—Chegando agora? - Edward estava prestes a subir para o quarto. Ele só queria cair na cama e recuperar o sono perdido. 

—Sai para buscar o Emmett no aeroporto. - Explicou e viu o sorriso malicioso do pai. 

—Achei que tivesse passado a noite fora. 

—Com quem ele passaria? - Esme olhou para o marido sem entender. 

—Só estou brincando, amor. Edward saiu com a Bella e não a abandonaria para procurar uma namorada. Não é? - Edward pigarreou. 

—E vocês? - Ele passou em casa para trocar de roupa e não viu os pais. 

—Resolvemos passar a noite fora. Espero que não tenha ficado com medo de dormir sozinho. 

—Já sou bem grandinho para isso, pai. - Edward teria que fugir das insinuações do pai. Carlisle gostava de o constranger e sempre fazia piadinhas que para o filho não tinham a menor graça. - Estou com dor de cabeça, vou subir e descansar um pouco. 

—Tome um comprimido, querido. - Esme avisou e ele assentiu. - Tem que parar de implicar com ele. - Cutucou o marido. 

—Só estava brincando. - Deu de ombros. - Edward é muito sério. Ele tem que aproveitar mais. Ainda é jovem e tem toda uma vida pela frente. 

—É o jeito dele. E se ele é feliz assim, por que nos incomodar? Ele é um menino de ouro. 

—Sei disso, meu amor. Fizemos um excelente trabalho. Só quero que ele viva mais antes de se prender a alguém. 

—Do que está falando? - Ela levou as mãos a cintura o encarando. 

—Ele vai para a Europa e depois para a universidade. Quando se envolver alguém vai ser para sempre. Ele é assim. 

—Nós estaremos ao lado dele. – Garantiu segurando a mão dele.

[...]

Emmett estava explicando a Edward os planos para a viagem, quando foi interrompido por Rosalie que se jogou nos braços dele. 

—Amorzão. 

—Amorzinho. - Edward revirou os olhos. Os amigos eram tão melosos e ele sempre acabava segurando vela. Como naquele momento em que eles estavam aos beijos no meio do corredor da escola. 

—Fala sério, arrumem um quarto logo. - Reclamou. 

—Você deveria arrumar uma namorada para deixar de ser tão ranzinza. - Rosalie deu um abraço nele. 

—Não sou ranzinza. - Os três começaram a andar em direção a sala. 

—Falei para ele convidar a Angela para ir à festa, mas ele não quer. - Emmett passou o braço em volta do ombro da namorada. 

—Ele precisa de ajuda. Urgente! 

—Ele está aqui. - Edward os lembrou, mas foi ignorado. 

—Agora já é tarde. Ben convidou a Angela. Não sobrou ninguém para o Edward. A não ser a Jessica, mas eu me recuso a andar com ela. - Apontou o dedo para o amigo. 

—Até parece que eu a convidaria para ir comigo. - Fez uma careta e Rosalie aprovou o bom senso dele. - Achei que ela fosse com o Mike. 

—Ela ainda tem esperança de que você a convide. Tomara que o Mike arrume outra para ela ir sozinha. 

—Achei que não tivesse sobrado ninguém. - Emmett tentou repassar os nomes de todas as meninas da turma deles. 

—Dizem que ele vai levar a prima dele. Ela está no segundo ano. Deu até o final da semana para Jessica dar uma resposta. Então se mantenha longe dela. - Avisou e Edward bateu continência. 

—Ei, Emmett, quando precisar de alguém para consolar a sua mãe é só me avisar que vou com o maior prazer. - Os três, mal colocaram o pé na sala e as piadinhas começaram. - Edward é seu novo papai? - Mike debochou e os amigos riram. 

—Eu ficaria feliz em ser seu pai. - Eric também se juntou as piadas. 

—Tenham mais respeitos seus idiotas. - Edward aproximou de Mike. - Queria ver se fosse com a sua mãe se estaria fazendo piadas. - Mike deu um passo para trás. 

—Calma, cara. Só estamos brincando. Sabemos que você nunca desrespeitaria a mãe do Grandão. Só estamos zuando porque vocês dois foram juntos ao karaokê.

—Isso não é motivo para brincadeiras estúpidas. Respeitem a senhora Swan.

—Eles são idiotas, não se estresse com isso. - Emmett puxou o amigo para longe de Mike.  

—Ei, Emm. - Tyler o chamou. - Estamos precisando de ajuda lá na cafeteria. Está interessado? 

—Lógico. Preciso de grana. 

—Está tudo bem? - Edward perguntou preocupado. 

—Sim. É só que não quero ficar pedindo dinheiro para minha mãe. Ela vai bancar a faculdade e a viagem. O combinado era o meu pai também pagar, mas sabe como ele é. 

—Seu pai é um idiota. - Tyler deu um tapinha no ombro do amigo. - Se quiser posso te arrumar para ficar fixo lá. 

—Faltam algumas semanas para a viagem, se eu puder trabalhar lá até o dia da viagem, vai ser ótimo. 

—Não se esqueça da nossa viagem. - Rosalie o lembrou. 

—Me fala os dias que pode ir que aviso o meu pai. - Emmett o agradeceu e se sentou ao lado de Edward. 

—Pode me fazer um favor? - Ele assentiu arrumando os materiais em cima da mesa. - Prometi a minha mãe que iria até o escritório dela para levar uns documentos para um cliente. - Edward engoliu em seco. - Mas eu tenho que ir trabalhar na cafeteria. Se não estiver muito ocupado pode ir no meu lugar? 

—É claro. - Ele não precisava pensar duas vezes no pedido do amigo. Faria qualquer coisa para ficar a sós com Bella.  

—Você é o melhor amigo do mundo.  

[...]

—Aqui em cima, meu anjo. - Bella gritou ao ouvir a porta do escritório ser aberta. Como ela estava sozinha, imaginou que fosse o filho a entrar. 

—Não sabia que já tínhamos apelidos carinhosos. - Edward subiu as escadas e Bella deixou o copo de café cair na mesa. 

—Merda! - Xingou pegando papel para limpar a bagunça. 

—Se machucou? - Ela balançou a cabeça negando. - Não quis te assustar. 

—O que faz aqui? - Perguntou com rispidez. 

—Emmett foi trabalhar na cafeteria e me pediu para levar os documentos para você. - Bella começou a procurar sem o olhar. - Estamos bem? 

—O que você acha, Edward? Nós dormimos juntos. 

—E foi ótimo. - Ele sorriu com a lembrança. 

—Não. Foi péssimo e errado. 

—Não sei como isso pode ter sido errado. - Bella cobriu o rosto com as mãos. 

—Você é o melhor amigo do meu filho. Como isso não pode ter sido um erro? 

—Não consigo ver nada errado. Amor nunca é errado. 

—Você acha que me ama e eu só me aproveitei de você. Estava carente e me diverti às suas custas. - Edward aproximou e a encurralou entre a mesa.

—Pelo que me lembro, também me divertir bastante. Pode não ter sido amor, mas também não foi algo do que devemos nos envergonhar.

—Ah não? Você contou aos seus pais onde passou a noite? - Ele negou. Jamais contaria aos pais. - Percebe agora que ninguém aceitaria isso? Foi divertido, mas foi só isso. 

—Se foi só isso, por que está pedindo por mais? - Ele não deixou de notar a língua dela umedecer os lábios e muito menos a respiração acelerada dela. - Você não se aproveitou de mim Sra. Swan. - A ergueu a colocando sentada na mesa e se colocou entre as pernas dela. - Você gostou de cada momento e quer repetir, agora mesmo. - Era arriscado, mas ele tinha que insistir e a fazer ceder. - Diz que estou errado. - Exigiu e Bella o agarrou. Ela o beijou com sofreguidão. Edward sorriu vitorioso e a colocou deitada na mesa. -Vamos ver quem vai se aproveitar de quem. - Ergueu a saia dela e afastou a pequena peça que o impedia de alcançar o alvo dele por completo. Ele beijou e explorou aquela parte do corpo dela com determinação. Segurou as pernas dela em volta dos ombros dele e não a deixou se afastar.

Bella tinha certeza de que Edward seria a perdição dela e a colocaria em sérios apuros. Mas no momento ela não conseguia pensar em nada. Se perdeu no toque dele e aproveitou cada segundo. Ele podia ser inexperiente, mas no momento sabia exatamente o que fazer. Com um grito sufocado na mão, ela chegou ao limite e Edward levantou se sentindo o homem mais poderoso do mundo. 

—Onde estão os documentos? - Bella o olhou meio perdida. 

—Não vai continuar? - Apoiou nos cotovelos e ele negou. 

—Não quero que a senhora se aproveite de mim. - Falou com sarcasmo e ela bufou. 

—Em cima da mesinha. - Respondeu se ajeitando. 

—Tenha um bom dia, senhora Swan. - Ele acenou e Bella riu. Ele tinha a levado ao limite e a feito ansiar por mais.