Christmas Week 2: Olicity Version escrita por Ciin Smoak, Regina Rhodes Merlyn, Buhh Smoak, Thaís Romes, Ellen Freitas, SweetBegonia, MylleC


Capítulo 3
So, this is Christmas - Regina Rhodes Merlyn


Notas iniciais do capítulo

Olá flores! Bem vidas a Segunda Semana Natalina – Versão Olicity.

Aqui é Regina Rhodes Merlin, autora de Valkyrjas, Survivos, Perfect e outras fanfictions do Arrowverse e One Chicago, o Med mais especificamente.

A maioria de vocês não me conhece, acredito, porque mesmo tendo fics no Arrowverse (como já falei), Snow Merlin é meu casal protagonista de praticamente todas elas, salvo Valkyrjas onde as meninas é quem mandam ver no melhor estilo Girls Power!

Ano passado estava ai, do outro lado, como leitora. Me emocionei, ri e chorei com cada uma das sete histórias postadas as quais releio de vez em quando.

E qual não foi minha surpresa e alegria quando a Cinn me convidou a participar do projeto este ano!!

Pulei, gritei, me emocionei, igual gol do Flamengo! E lógico que aceitei.
Mas ai bateu a bad! A dúvida. A insegurança.
Será que conseguria criar uma história totalmente Olicity, minha primeira, com a mesma propriedade e beleza que estas deusas fazem?

Pensei em desitir, não nego, mas as meninas me deram tanta força e apoio que me senti pronta a encarar mais este desafio.

O resultado é está One que me deixou muito orgulhosa e feliz em realizar. Amei cada faze da criação e espero conseguir trazer sorrisos e emoção a vocês, queridas e amadas leitores, flores de nosso jardim!



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Starling High School (sexta, 23/12/22 – 19:00)

Então... é Natal!!  

Época do ano em que as pessoas ficam mais alegres, emotivas, românticas, bondosas, atenciosas, altruístas .... Carentes, exageradas, drámaticas, esbanjadoras, e por que não dizer, um pouco loucas!!

Não me entendam mal. Adoro o Natal!  Melhor época do ano. Férias escolares, pais menos rigorosos, o que siginifica nada de problemas caso repita de série, pelo menos até o começo do ano seguinte e se não tiver avôs “ligados” e exigentes (como os meus). Ganhamos mais presentes do que em aniversários por conta de a família estar reunida.

Para a minha, está época costuma vir com um aditivo a mais: confusão! Diria que já se tornou uma espécie de tradição Natalina. Ou seria maldição, não sei. O fato é que se repete todos os anos, sem falha, por mais que tudo seja planejado com antecedência, tipo para onde iríamos, como iríamos ou se ficaríamos na cidade mesmo. Independente do caso, basta que estejamos todos reunidos para as coisas meio que sairem do controle, como no ano em que papai transferiu o que seria sua tarefa para tio Tommy, encarregado-o de providenciar tudo, desde passagens a reservas de hotel, para todos. Mamãe e tia Cait bem que avisaram não daria certo, mas papai justificou dizendo estar muito atarefado e que elas precisavam confiar mais no tio.

As coisas até deram certo no começo, correu tudo bem com as passagens, o voo foi tranquilo, nenhuma bagagem perdida. Parecia que a tradição/maldição seria quebrada.... até chegarmos ao hotel!!

Por um engano no setor de reservas do hotel, nossos quartos estavam ocupados no dia em que não deveriam, ou seja, quando chegamos. O resultado? Tivemos de dividir, todas as quinze pessoas de nosso grupo, por dois dias, um único quarto com duas camas de solteiro, uma poltrona e uma rede.

Por sorte, como pretendiamos acampar, levarámos sacos de dormir, logo nos viramos bem. Deu pra suportar o excesso de gente dormindo num mesmo espaço, graças ao ar condicionado, apesar do mau humor de nossas avós e do ronco de tio Barry. Acabou sendo divertido.

Ou da vez em que vô Queen e  vô Merlin escolheram nossa viagem. Acabamos em um bairro esquisito em Taiwan, sem um guia para nos ajudar! O tradutor da internet atrapalhou mais do que ajudou. Vô Merlin quase apanhou por ter xingado (sem saber, evidente) um cara ao qual pedia informações, fazendo o que restava de paciência da vó Moira ir pro espaço!!

Depois disto, meus avôs deram um jeito de resolver a confusão num piscar de olhos!

Encontraram um americano que falava o idioma local em meio a multidão e este fez a gentileza de nos socorrer antes que fossêmos espancados ou presos. Cá para nós, quem não resolveria diante das ameaças da vó Moira?? (ela sabe ser bastante assustadora quando quer!).

Tirando a parte (quase) trágica, até que foi engraçado, especialmente quando a fome começou apertar e nenhum de nós tinha coragem de experimentar os quitutes locais. Vovó Donna fazia questão de lembrar sua origem Judaíca e como isto limitava suas escolhas para comer, muito embora ela e mamãe não fossem praticantes. A única tradição que mantinham era a de não comemorar o Natal. Isto mudou quando meus pais começaram namorar.

Já a família Queen, especialmente tia Thea, amava a data. Todos os anos realizavam uma imensa festa na mansão mesmo quando tinham intenção de viajar. Vó Moira não gosta de quebrar tradições familiares. Depois que meus pais começaram a namorar pra valer, mamãe e vó Donna passaram a comemorar, discretamente a príncipio, com eles. Mas como discrição é uma palavra que minha avó materna desconhece, logo ela mergulhou de cabeça passando até ajudar na organização, para desespero de vó Moira.

Digo pra valer porque foram tantas idas e vindas desde que meus pais tinham se conhecido, que muitas das pessoas próximas a eles juravam e até apostavam que os dois não se entenderiam. Nunca. Bom, eles se entenderam. Contra todas as expectativas, se entenderam. Superando as mais negras previsões, indo contra tudo e todos, se entenderam e finalmente subiram ao altar e hoje, quinze anos depois, podem comemorar mais um ano juntos e sim, cometeram a insanidade máxima de casar no periódo Natalino!  E não o fizeram sozinhos. Tio Tommy e tia Thea também se casaram na mesma época e igreja. Minha tia se separou um ano e meio depois e se casou de novo, oito meses mais tarde.

Tio Tommy, miraculosamente (diziam que ele conseguia ser mais galinha do que meu pai, informação que passei a contestar depois de pesquisar o passado deles, e sim eu fiz isso porque sou dessas!!) seguiu o exemplo de meu pai. Casou-se apenas uma vez com a mulher pela qual se apaixonou, tia Cait, não por coincidência, uma das melhores amigas de minha mãe.

Outra de nossas tias (esta de coração), Sara Lance resiste bravamente, até hoje, em subir ao altar. Esteve bem perto uma vez ou duas, mas sempre escapa na última hora. Quando alguém se atreve questioná-la se pretende envelhecer sozinha, responde na lata: “Lógico. Ninguém pode envelhecer por mim!”, resposta essa que geralmente irrita quem ousa questioná-la. Mas, vamos combinar, ela não está errada. Ninguém pode envelhecer por você!  Cada pessoa envelhece no seu tempo e ritmo, afinal, como ela diz (e convido quem duvidar consultar um especialista) é genético!!

Agora, se a pessoa irá envelhecer solitária é outra história. Quanto a isto, ela não precisa se preocupar pois tem Kayla e Tayler, seus filhos, frutos de sua relação com um agente do FBI com quem quase casou.

—E aí, chegaram? – ouço, erguendo o olhar para o garoto de olhos azuis, cabelos negros e sorriso devastador. Uma miniatura do pai.

—Atrasados, para variar – respondo, girando as baquetas tranquilamente, rindo ao vê-lo bufar – Relaxa, eles vão chegar a tempo. Sempre chegam! – minimizo.

—Nem sempre, Mia, nem sempre – contesta, e arqueio a sobrancelha – Esqueceu da vez em nos deixaram plantados, esperando nos buscarem no acampamento de férias de verão?!  Ou quando quase nos fizeram perder aquela excursão a Nova York por terem esquecido dia e hora, mesmo estando tudo anotado em suas agendas? – relembra, recostando-se a parede na qual estou apoiada, cruzando os braços, minha irmã gêmea surgindo naquele momento, parando ao lado dele.

—Exceções meu caro, exceções – digo, girando as baquetas novamente – Ninguém está livre de um imprevisto ou esquecimento – os defendo – E se me lembro bem, tio Dig foi o culpado pelo atraso no lance do acampamento – relembro, apontando uma baqueta na direção dele.

—Verdade– Megan me apoia, abraçando Scoth (começaram a namorar recentemente, o que causou certa polêmica na família já que Scoth parecia ter herdado a mesma, digamos, vocação de paquerador do tio Tommy. Megan também herdara o charme de papai, mas óbvio, ninguém admitiria. A culpa de qualquer coisa seria sempre dele) – E lembre que tio Dig falou ter sido culpa de seu pai o atraso – lembra, tocando a ponta do nariz dele.

—Outra verdade – Scoth corrobora, apertando-a, lhe dando dois selinhos.

—Querem que eu saia para ficarem mais à vontade? – não resisto provocá-los, rindo da careta de Megan.

—Chata! – me xinga, estirando língua - O atraso deve ser por conta da reunião na empresa – argumenta – Ou podem ter tido problema com o carro – supõe.

—Ou com alguém. Tio Barry ia participar da reunião? – Scoth inquere e confirmo com um aceno – Então tá explicado! – exclama e rolo os olhos - Se tem alguém especialista em atrasos é ele! É simplesmente insuperavel! – brinca, retorcendo-se e fazendo uma careta de dor de repente – Ai, ai, ai!! – reclama, encolhendo-se todo, a explicação surgindo por detrás dos dois.

—Isso é para você aprender a não falar mal de meu pai! –Nora reclama, franzindo o nariz numa careta gozada – Muito embora tio Ramon diga o mesmo– confidencia, nos fazendo rir.

Nora é filha única e completamente apaixonada pelo pai. Justificavel já que tio Barry é um fofo. O mesmo não se pode dizer de sua mãe, Íris. Bem que tento gostar dela, mas o máximo que consegui até hoje foi simpatizar. Sei que ela o ama, mas tio Barry merecia alguém melhor, mais no estilo dele, sabe: bem-humorado, brincalhão, sempre pronto a ajudar um amigo. A Íris consegue ser o oposto na maior parte do tempo.

—Pessoal, Leonard e Connor estão querendo ensaiar – Danielle, irmão do Scoth, se aproxima – Leo tá com medo de fazer feio!! – explica, sorrindo, gesto que a deixa incrivelmente parecida com tia Cait, quase uma cópia, não fossem os cachos negros e os olhos azuis. Dani é tão doce e delicada que dá vontade de pô-la em um potinho e pôr no alto de um armário!

—Tomara que cheguem ou Leo vai surtar!!  Tem ensaiado até mais do que nós todos juntos – Nora comenta, suspirando.

—Imagino o quanto isto tem deixado tia Helena e tio Ray felizes!! – digo, me divertindo ao imaginar os dois tendo de aturar os solos de baixo do filho mais velho.

Todos os anos, a escola na qual estudamos, realiza um show de talentos antes das férias de final de ano para familiares dos alunos e alguns convidados. Depois que crescemos, eu não quis mais participar, mas Megan ama este tipo de coisa. Este ano ela, nossos primos e amigos quiseram paticipar juntos e me pediram para tomar parte.

A príncipio não queria, mas acabei concordando. Escolhemos duas músicas (não conseguimos chegar a um concenso) e começamos a ensaiar, quase todos os dias, após as aulas, durante três meses, lá em casa, a príncipio, mas tivemos de mudar o local depois que alguns vizinhos começaram a chiar com o barulho (e olha que tocamos bem!).  

Passamos então a ensaiar na casa da vó Moira (pergunta se ela amou?). Tia Thea nos ajudou bastante, quando não estava enjoada (esperava seu primeiro filho, ou filha, não sabemos já que ela não quer saber o sexo do bebê) do segundo casamento, apoiando e opinando em tudo, desde a forma como cantavámos até as roupas que usaríamos. Foi dela a sugestão de uma versão mais rock and roll de ambas canções bem como dos trajes que estamos usando, vencendo com louvor (graças a Deus) as vestimentas toscas que nossas avós e XatÍris queriam nos fazer engolir (jamais subiria em um palco vestida de duende ou qualquer outra imagem natalina. Nada contra, mas não era meu estilo mesmo!).

—Na boa, tantos dias para fazer essa reunião, por que tinha de ser marcada justamente para hoje?? – Scoth resmunga e rio, estendendo a mão em direção a ele num pedido mudo de ajuda o qual prontamente atende.

—Vó Moira quer deixar tudo organizado na empresa antes do feriado, assim podemos comemorar o Natal em paz, quem sabe – explico, ele rindo divertido.

—Tá, eu conto ou vocês contam? – brinca e rimos.

Lógico, que comemorar o Natal em casa não era, em absoluto, garantia de não ocorrer a já citada tradição/maldição de Natal, mas por que não a deixar na doce ilusão?? Esteve tão feliz nos preparativos da ceia junto com vó Donna (mesmo que a duras penas de vez em quando), que ninguém teve coragem de sequer lembrar tal fato.

—Vamos deixá-la curtir o momento – digo, Megan rolando os olhos.

Sabíamos que o Natal deste ano era sério candidato ao posto de maior confusão de todos os tempos já que vó Donna estava de rolo com ninguém menos do que o capitão Quentin Lance, pai das tias Sara e Laurel, e o ex dela, Damien Darhk, estava de rolo com a ex do Quentin e mãe das citadas tias, Dinah Lance. Ambos casais confirmaram presença, nos levando a um sério questionamento: será que sobreviveremos???

—E aí? Vamos ensaiar? – a pergunta de Dani me traz de volta.

—Por mim tudo bem. Assim o tempo passa mais rápido – Scoth anui, pondo o braço sobre os ombros de minha irmã.

—Concordo – Megan corrobora, sorridente.

—Estranho seria se não concordasse!! – não resisto provocá-la outra vez, rindo do bico que faz – Vamos nessa – convido, meu riso morrendo ao visualizar Susan Chase saindo da sala de música, onde o restante de nosso grupo, incluindo Connor, estava, ela estancando ao ver eu me aproximando.

—Tchauzinho baby! – despede-se, melosa, com a clara intenção de me provocar, vindo em nossa direção com um sorriso falso naquela cara de coruja seca.

Essa garota não tem um pingo de vergonha mesmo!!! .... penso, pondo um sorriso igualmente falso no rosto, sustentando seu olhar enquanto se aproxima. Tá, Connor e eu não assumimos estar namorando nem nada, mas estava implícito nas entrelinhas que estavámos ficando e ela, de propósito, já que o ignorava sumariamente antes de saber disso, passou a dar em cima dele sem qualquer cerimônia. Chegava a dar pena. Não. Raiva.

—Licencinha– pede, esbarrando em Danielle ao passar – Oi Scoth – cumprimenta, comendo o namorado de minha irmã com os olhos sem nenhum pudor– Megan ....Mia – nos cumprimenta de má vontade - Feliz Natal – deseja, resvalando em mim ao passar– Connor beija tão bem!! – sussurra em meu ouvido e preciso fazer uso de todo meu auto-controle para não quebrar o nariz dela uma segunda vez, se afastando sem esperar resposta.

—Feliz Natal... vaca!!! – rosno, Scoth rindo enquanto minha irmã me dá uma bronca.

—Mia, sabe que mamãe não gosta que tratemos as pessoas desta maneira. Especialmente no Natal – ralha.

—Pois é. Além de ser um baita desrespeito com as pobres vaquinhas!!! Cadê seu espírito natalino, prima?? – pergunta, piscando antes girar, caminhando de volta para a sala, Scoth e Megan a seguindo enquanto permaneço parada, os pensamentos que ocupavam minha mente antes de me interromperem voltando e com eles, a lembrança de uma história contada e recontada por nossas famílias nesta época do ano, a qual, devo admitir, ainda não cansei de ouvir pois sempre há algo novo a ser acrescentado. Algo que estava perdido na mente de alguém que viveu os fatos e esqueceu de contar. Algo que torna tudo ainda mais mágico e especial, que deixava tudo muito mais interessante e até engraçado.

A hístoria de um Natal vivido anos atrás e que mudou o rumo das vidas de nossos pais de uma vez por todas. A noite em que, provavelmente, Megan e eu, Scoth e Danielle, fomos concebidos. Um Natal diferente de todos os outros já vividos, até então, por eles.

Um Natal aonde a magia da época fez o que costuma fazer a corações machucados, relacionamentos quebrados e pessoas solitárias: curar, concertar e unir

A história de como uma confusão nos computadores de uma companhia aérea contribuiu para que romances saissem da estaca zero e tomassem um novo e maravilhoso rumo!

—Você não vem? –Megan chama e aceno afirmativamente, caminhando sem pressa ao encontro deles.

Tudo começou em uma fria noite de ante vespéra de Natal, exatamente como a de hoje. A mais fria experimentada pela cidade de Starling da qual se tem conhecimento em todos os tempos.

A noite em que minha mãe resolvera que passaria o feriado bem longe de meu pai e levaria sua melhor amiga junto.

Ela só esqueceu um pequeno detalhe: combinar com o universo!

Ficou curioso? Quer saber que história é essa? Então se senta aí e relaxa que vou te contar enquanto preparamos os instrumentos para o ensaio.

****** Aeroporto de Starling City – quinze anos atrás *******

Quinta-feira, 23 de Dezembro, 22:39 p.m

Como disse, era uma fria ante vespéra de Natal e metade da cidade decidira comemorar o feriado fora. Com isto o aeroporto fervilhava de gente. Nem mesmo a neve, que começara a cair logo cedo, ainda com pouca intensidade, os fizera mudar de planos, indo até o local, entre eles, meus pais.

—Não, não, não! Não pode ser! Olhe de novo. Eu comprei as passagens quatro dias atrás, numa promoção pela internet. Paguei no cartão. Tenho tudo aqui documentado para provar – Felicity ordena, batendo o pé com firmeza, encarando a joven atendente por detrás do balcão da compainha aérea - Pode ver, estamos neste vôo sim! – insiste.

—Entendo senhorita, no entanto não há mais vagas no vôo – a garota responde pacientemente, olhando-a de volta.

—Como assim? As passagens estão aí na sua frente. Como pode dizer que nossa vaga neste bendito vôo não existe!? Confere de novo porque nós vamos entrar naquele avião e passar o melhor Natal de nossas vidas ou não me chamo Felicity Megan Smoak!! – decreta, batendo o dedo no tampo do balcão - Tá esperando o quê? Anda, mexe os dedos aí. Checa de novo por que não quero e não vou perder aquele vôo! – aponta o avião do lado de fora.

—Felicity, talvez seja melhor deixarmos isto para lá. Depois você vê junto a operadora do cartão uma forma de ter seu dinheiro ressarcido – Caitlin sugere, olhando para o lado, encabulada, fazendo-a voltar-se para ela.

—Mas de jeito nenhum! Nós vamos passar o melhor feriado de nossas vidas e tenho dito!! – sustenta a loira, impaciente, dando atenção a ruiva a sua frente outra vez.

—Suas passagens foram, de fato, reservadas e pagas, como disse, mas não poderão embarcar, infelizmente – repete - Parece que houve um pequeno probleminha com nosso sistema e foram vendidas passagens além das disponíveis para este vôo – explica a ruiva, sorrindo de maneira automática.

—Probleminha com seu sistema??? Sério? inquere a nerd, fuzilando a outra com o olhar -  Quer dizer que algum funcionário de seu departamento comercial, não se atentou ao fato de que todas as poltronas da aeronave já haviam sido vendidas e ofereceu outras tantas pela internet e a culpa é do sistema? Tem certeza disto? – contesta.

—Não tenho como confirmar senhorita, mas posso reloca-las para outro vôo com o mesmo destino que sai daqui quuinze horas. Pode ser? – oferece, sustentando o sorriso, o que serve para irritar mais a loira.

— Óbvio que não tem como não é? Bem mais fácil pôr a culpa nos computadores – acusa, ela, suspirando - Em quinze horas teremos perdido as reservas do hotel. Vamos nos hospedar aonde? No aeroporto? Nas ruas?? Na areia da praia? -Temos outra escolha? – interroga-a.

—Infelizmente não, senhorita. Isto é o melhor que posso fazer – responde a jovem.

—Que seja então rende-se a nerd, notando a drástica mudança no riso da garota - Epa, que sorriso bobo é este em seu rosto? Ah, droga! Sempre que vejo uma mulher sorrir deste jeito é porque o...

—Ora, ora, mas que coincidência! Vai viajar Smoak? – Oliver pergunta, parando a alguns passos dela, sorrindo -Para onde vai, posso saber? - inquere

—Não, não pode já que tenho a intenção de passar as festas bem longe justamente de você!! – exclama ela, ao voltar-se para encará-lo - Mas parece que o universo e essa bendita companhia aérea, elaboraram um maldito complô contra mim!! – resmunga, cruzando os braços a frente do peito – O que faz aqui Queen? Tá me seguindo por acaso?? – quer saber.

O que se faz em um aeroport, Smoak? Vou viajar, é lógico! – responde, atrevido, mantendo o riso- Então, para onde vai? Quem sabe não podemos ser companheiros de viagem – pondera - Ou ia, já que parece estar desistindo – observa ao ver as passagens em suas mãos.

—Não é da sua conta Queen!  Não desisti, apenas adiei, contra a vontade, para daqui quinze horas e se isto me fizer NÃO IR EM UM VOO COM VOCÊ, já terá valido a pena – diz – E agradeço se tirar esse risinho debochado da sua cara – exige.

—Não estou debochando Smoak. Apenas pensando que, quem sabe, poderiamos aproveitar estarmos aqui, coincidentemente ao mesmo tempo, e que seu vôo vai atrasar, para fazermos as pazes, aproveitando o espiríto natalino, o que acha? – sugere o loiro, apoiando uma mão no balcão.

—Sou Judia, não comemoro o Natal, esqueceu?? Além do mais, não há espírito Natalino suficiente que me faça te perdoar por mais essa furada Queen – assegura, estreitando os olhos ao olhar de lado - Poderia fazer o imenso favor de pedir ao seu dignissimo amigo pra parar de babar em cima da minha amiga? Está incomodando ela – pede, apontando-os, fazendo Oliver se voltar.

—Não está não – Caitlin garante, corando levemente.

—Cait, não precisa fingir que não a está incomodando. Não estamos no trabalho. Pode ser sincera! – Felicity aconselha, aplicando um beliscão nada discreto no braço da amiga.

Mas eu não trabalho para ele!! Nem com ele. Sequer trabalho em Starling! – Caitlin lembra-a, esfregando o localNão tenho por que fingir coisa alguma! – completa.

—Não trabalha mesmo, mas se estiver precisando de emprego é só dizer. Consigo num estalar de dedos e bem pertinho de mim! – oferece o moreno, sorrindo de maneira charmosa.

—Já tenho trabalho, obrigada, e amo o que faço – responde a médica, indignada com a insinuação. - Afinal vamos ou não vamos embarcar Lissy? – questiona-a.

—Vamos, se você não se importar em aguardar quinze horas, o que nos impõe um outro problema a resolver: hospedagem – revela a loira, bufando – Essa companhia ridícul tinha de estragar nosso feriado – reclama.

—Aconteceu a vocês também? – Thea Queen surge, parando ao lado de Tommy, olhando-os um a um – Oi – cumprimenta de forma genérica.

—Como assim vocês ambém? Por acaso não vão mais viajar? Qual era seu vôo mesmo?? – Felicity pergunta, desconfiada.

—Aquele ali, taxiando na pista – responde, indicando a aeronave que começava percorrer a pista, levantando vôo segundos depois - Overbook. Ficamos de fora.Papai e mamãe estão furiosos – completa a garota, suspirando.

—Olha, não é que existe gente com coragem de barrar os Queen?? – ironiza a loira – E pretendem manter a viagem ou vão desistir? – quer saber, esperançosa.

—Pretendemos, se papai conseguir convencer mamãe a relevar o acontecido e aceitar embarcarmos no próximo vôo oferecido pela companhia aérea daqui umas quinze horas mais ou menos – revela a garota, franzindo o cenho antes o gesticular de Oliver por detrás de Felicity.

—Que coincidência, ofereceram o mesmo para nós – Cait conta - Só que se aceitarmos não teremos onde nos hospedar pois perderemos as reservas do hotel – lamenta-se.

Para onde estão indo? Quem sabe podemos ficar todos juntos – Tommy sugere, Oliver fechando os olhos e apertando sua ponte nasal enquanto balança a cabeça negativamente.

—Cancun – Caitlin responde.

—Sério? – Tommy inquere, surpreendendo Oliver ao puxá-lo pelo braço para um canto após a médica confirmar -Cara, temos que dar um jeito de viajar e levá-las consosco. Eu preciso muito ver a Caitlin dentro de um biquini!! É questão de vida ou morte - exagera

— A sua, com certeza, se disser mais alguma bobagem! – ameaça o loiro, olhando-o feio - E como exatamente sugere que façamos isso, gênio? No trenó do papai Noel?- ironiza.

—Evidente que não! – exclama, ignorando a irônia do amigo - Quem sabe podemos alugar um jatinho, ou helicoptéro, balão, qualquer coisa que voe e nos leve para Cancun. Sério cara, preciso, de verdade, ver essa gata em um biquini!! – reforça, unindo as mãos de forma dramática.

—Para de drama Tommy! E pensei que iria tentar conquistar Laurel. Desistiu tão fácil assim? – provoca-o, o moreno rolando os olhos.

—Laurel não me quer, sabe disso! – rebate ele - Não vou ficar dando murro em ponta de faca quando tenho alguém bem mais interesante e disponível ao alcance de minhas mãos, ou quase – afirma, olhando de soslaio para a médica - Cara, nunca te pedi nada...

—Como é?? – corta-o o loiro, cruzando os braços ao encará-lo.

—Recentemente. Não te pedi nada recentemente – corrige-se Tommy, erguendo o indicador -Mas temos de fazer essa viagem, para nosso bem. Como você mesmo disse ao me convencer a vir junto, é sua chance de fazer a Felicity te perdoar... além do bônus que é poder ver aquele corpão dentro....

—Não pense em completar essa frase ou juro que terá sérios problemas de saúde! – Oliver ameaça novamente, erguendo o punho direito.

—Ousch!! Só estou argumentando aqui – Tommy afirma, recuando um passo - Não vou paquerar sua garota, muito embora esta seja uma tarefa muito difícil. Já reparou o quanto é gata??.... Porque eu não, já que estou de olho na amiga dela e não pretendo estragar minhas chances ou nossa amizade dando em cima da Felicitycorrige-se ligeiro - Agora me diz que daremos um jeito de ir para Cancun, por favor!!

—Tommy, eu não....

—Me diz que é pura coincidência estarmos indo passar o feriado no mesmo lugar Queen, ou juro que vai perder esse seu sorriso lindo e perfeito!! – Felicity corta-o, interpondo-se entre os dois, mãos na cintura, batendo o pé.

—É a mais pura coincidência estarmos indo passar o feriado no mesmo lugar Smoak – repete o loiro, abrindo um sorriso sedutor.

—Mentiroso, sem vergonha, cafajeste!! – Felicity o xinga com o dedo em riste - Sua irmã acaba de me contar que seus pais e ela planejavam ir para o Havaí quando você surgiu com a idéia de Cancun e nem mesmo pretendia viajar com eles!!!  - exclama, fuzilando-o com o olhar - Quem foi o bandido traiçoeiro que me entregou? Sabe a quanto tempo planejo essa viagem? Quanto tive de economizar, correr atrás de passagens e de um hotel a preços decentes? – indaga.

—Pensei que tinha comprado as passagens em uma promoção pela internet logo após sua mãe oferecer as reservas que tinha no hotel já que o namorado dela adoeceu e não poderiam viajar – Caitlin entrega, recebendo o mesmo olhar antes destinado a Oliver– Hã, eu...acho que vou procurar algo para comer já que não jantamos direito. Me liga quando estiver menos brava – pede, fazendo menção se afastar.

—Espera, vou com você antes que sobre para mim! – Tommy pede, segurando o extensor das duas malas, dele e de Cait mesmo sem ela pedir.

—Esperem que vou junto. Esqueci meu colete a prova de balas em casa!! – Thea exclama, olhando de Oliver para Felicity - Não se matem nem matem ninguém, por favor. Lembrem: é Natal, tempo de amor e principalmente paz!!- lembra-os, sacudindo os dedos – Vamos – convida, tomando a dianteira, Tommy e Cait a seguindo.

—Quem é o mentiroso agora Smoak? – Oliver inquere, encarando a loira com um sorriso divertido, não a deixando responder - Ok, admito ter mudado de idéia quanto a viajar no feriado ao saber que o faria e que, de fato, influencei minha família a mudar o roteiro ao descobrir o seu – confessa -  Mas o fiz porque queria a chance de conversarmos longe de Helena e toda a confusão que ela armou entre nós – declara.

—Ela armou?? Tem certeza disto? – Felicity rebate - Ao que me consta foi você quem a procurou se dizendo magoado e precisando de colo e eu não menti! Planejava viajar a Cancun.... nas minhas férias – admite, torcendo o nariz- Decidi adiantar as coisas depois que brigamos e por sorte minha mãe tinha estas reservas que não iria usar. Só precisei comprar as passagens, porque infelizmente ela já havia trocado as dela por outras, e convencer Cait a me acompanhar – confessa, dando de ombros – Mas já nem sei se quero ir agora que você também vai. O que houve? Por acaso sua queridinha, Helena Bertinelli, te deu um pé na bunda? Ou será que já perdeu o interesse nela também e resolveu investir em outra pessoa mais, digamos, dócil? A Laurel, por exemplo – inquere ao ver a morena ao longe, conversando com os pais dele - Pensando bem não responda, não quero saber. Tenho coisas mais importantes para fazer do que saber quem é a foda da vez!! Contanto que não seja eu – diz, agitando as mãos, caminhando de volta ao balcão da companhia aérea ante a sinalização da atendente, Oliver em seu encalço – Sim?? – pergunta.

—Posso confirmar suas reservas para o vôo seguinte senhorita? – quer saber a jovem – Aconselho-a fazer a pré reserva ao menos, para o caso de decicir ir – aconselha, prestativa.

—No momento o que mais queria era o poder de me teletransportar para bem longe daqui!! – sopra a loira, desanimada - Preciso responder agora? Tenho que tentar conseguir hotel antes e ver se minha amiga ainda quer ir – justifica-se.

—Entendo senhorita. De qualquer forma, guardarei suas vagas. Caso decidam não ir, avise-me por favor – pede a ruiva, sorrindo polidamente.

—Ok e por favor, desculpe o mau jeito de agora a pouco – pede a loira, sem graça.

—Sem problemas senhorita. Caso decidam viajar, basta que compareçam ao guichê com meia hora de antecedência – orienta.

—Obrigada e mais uma vez desculpa meu surto – reitera, erguendo o extensor de sua mala, Oliver sendo mais rápido, segurando-o.

—Felicity, será que pode, ao menos uma vez, me ouvir antes sair por aí tirando conclusões? – questiona, não a deixando pegar a mala quando tenta - Não sei o que lhe disseram, ou o que viu exatamente, mas estava apenas...

—Oliver, pare! – ordena ela, suspirando, olhando-o atentamente - Não diga que entendi errado, que não era nada do que parecia, que são apenas bons amigos, ok? Sei o que vi e Laurel apenas confirmou o que já suspeitava. Nada do que disser vai mudar isto- afirma, fazendo nova tentativa de pegar sua mala de volta - Chega de desculpas, meias verdades ou mentiras. Reparou que desde que nos envolvemos passa a maior parte do tempo fazendo isto?? – inquere, mãos na cintura -Não sei você, mas não é este o tipo de relacionamento que quero para mim – diz, suspirando mais uma vez - Agora me dê licença, vou tentar evitar que minha amiga caia na lábia do seu amigo Merlin e decidir o que faremos – avisa, desistindo, deixando-o levar sua bagagem, começando caminhar na direção tomada por Caitlin.

—Fe. Li. Ci. Ty!!! – Oliver “recita”, apressando o passo a fim de alcança-la - Também não quero ter de ficar me justificando o tempo inteiro....

—Olha, algo em que concordamos!!  - exclama a loira de forma ácida, abrindo caminho por entre as pessoas.

—Nem me sentir pisando em ovos cada vez que abro a boca para falar com você temendo que entenda errado minhas palavras....

—Mais uma coisa na qual concordamos. Já são duas agora, mas quem tá contando? – corta-o uma segunda vez, parando junto ao elevador.

—Mas igualmente não quero e não vou desisitir de você, de nós tão rapidamente – declara, ignorando os comentários dela - Quer seja na empresa, quer fora dela, somos bons juntos. Em diversos sentidos e não quero perder isto. Não quero perder você por causa de um tremendo mal-entendido ou algo que Laurel disse. Reconheço que fiz muita besteira, principalmente no começo de nossa relação, que não fui totalmente sincero, que menti uma ou duas vezes...- argumenta, Felicity o interrompendo novamente.

—Um pouquinho mais que isso!! -diz, apertando o botão de chamada insistentemente.

—Ok, reconheço que errei bastante, por medo, principalmente, mas não desta vez. Posso jurar se você quiser – prontifica-se, entrando no elevador depois que ela o faz - Helena foi a empresa aquele dia como amiga. A chamei porque precisava desabafar e pedir conselhos em como agir com você. Confio nela. Nossa amizade não acabou com o fim de nosso caso, porque ao contrário do que andaram lhe dizendo, terminamos – reafirma, sincero - Precisa entender, Felicity, eu nunca me senti assim antes. Com ninguém – garante - Nunca, ninguém havia mexido comigo como você mexe. Ou jamais dei tanta importância ao que alguém, homem ou mulher, pensava ou deixava de pensar a meu respeito. Sempre fiz e disse o que quis, como bem quis, na hora que quis, sem me importar com o que iriam dizer e reconheço ter magoado algumas pessoas, mulheres em especial, com esta forma de agir – admite, fazendo-a olha-lo de soslaio enquanto deixam o elevador - Mas tudo mudou naquela manhã que fui a sua sala em busca de ajuda. Estava distraida em um monologo divertido. Algo sobre ....

—Um diretor idiota que vivia questionando minha capacidade – completa a frase por ele, rindo torto, olhando em volta, localizando a amiga em uma mesa mais a frente - Aí escutei alguém limpar a garganta e me virei dando de cara com ninguém menos do que o filho mimado do patrão!! Fiquei tão surpesa que sequer lembrei de parar de morder....

—Sua caneta vermelha! ele completa dessa vez, sorridente, acompanhando-a em direção aos amigos - Você me encarou alguns segundos e tudo que conseguia pensar era o quanto aquela caneta era sortuda por estar tocando seus lábios! – exclama o loiro, Felicity corando levemente - E quando finalmente consegui falar, você inclinou a cabeça de lado e sorriu, fazendo meu coração falhar uma batida, algo que nunca havia me acontecido até então – revela, olhando-a com adoração.

—Eu me atrapalhei toda, admito, por estar ali, tão perto de mim já que mal aparecia na empresa a não ser para pegar os cheques que seu pai te dava, em branco algumas vezes, o que sempre considerei uma impudência, mas isto não vem ao caso aqui por isso vou me calar em três, dois , um! – comenta a nerd, desviando o olhar.

—Sei que provavelmente irá duvidar, mas achei lindo quando ficou atrapalhada àquele dia – diz ele - Ainda acho, para ser sincero – admite, ambos parando próximo a mesa ocupada por Tommy, Thea e Caitlin.

—E aí casal, quais as novidades?? – pergunta o moreno de forma provocativa, mas antes que qualquer dos dois pudesse responder, têm sua atenção chamada pela televisão ali perto – Pde aumentar o volume, por favor – Tommy pede, o rapaz da lanchonete atendo-o de pronto.

“A pior e mais rigorosa nevasca que se tem notícia na história recente, atinge, neste exato momento, Starling e redondezas, mudando a paisagem, cobrindo tudo com uma densa camada de neve, trazendo além de beleza, transtornos” – comunica a jornalista – “Milhares de motoristas inadvertidos precisaram ser resgatados pelo corpo de bombeiros. Saídas e chegadas de trens, ônibus interestaduais, vôos domésticos e internacionais estão sendo cancelados sistemáticamente na medida em que a tempestade aumenta. Rajadas de vento cada vez mais fortes e frias atingem a cidade acompanhadas por intensa nevasca – alerta, fazendo o grupo se entreolhar – “Os departamentos de Polícia e dos Bombeiros recomendam que ninguém tente sair de casa e àqueles que se encontram, por alguma razão, fora de suas residências, a buscar abrigo o mais rapidamente possível em locais seguros, como escolas e prédios, pois a tempestade atingirá seu ápice dentro de poucos minutos, colocando em perigo de morte quem porventura seja pego ao relento. Voluntários de entidades e instituições se uniram aos orgãos oficiais na busca para retirar pessoas e animais das ruas e os conduzirem a abrigos apropriados. O tenente-coronel Brian Lopez, chefe da corporação de Bombeiros da cidade, pede a todos.... não deixem crianças.... o tempo...” – o sinal cai ao mesmo tempo em que o vento assobia forte e pesados flocos de neve começam se aglomerar na beirada das janelas. Logo em seguida, o sistema de som do aeroporto anuncia o que todos previam intimamente.

—Atenção senhores e senhoras! Todas as partidas programadas para as próximas vinte e quatro horas, estão canceladas. As chegadas serão redirecionadas as cidades vizinhas ainda não atingidas pela nevasca. Pedimos a todos que permaneçam nas dependências do aeroporto atendendo a orientação das autoridades locais. Informamos que nosso gerador entrará imediatamente em funcionamento caso se faça necessário. Neste momento, para poupar energia, estaremos reduzindo nossas atividades. Elevadores e escadas rolantes passarão a funcionar parcialmente em pontos estratégicos devidamente sinalizados. Informamos também que disponibilizaremos, dentro de mais alguns minutos, acomodações em nossa recém finalizada expansão para aqueles que desejem ou necessitem de repouso adequado. Algumas camas e sofás serão colocadas a disposição de todos bem como nossos restaurantes e lanchonetes oferecerão refeições de forma gartuita nas próximas horas. Pedimos desculpas pelo inconveniente e agradecemos antecipadamente a compreensão de todos _ finaliza o comunicado, dando início a um burburinho em volta deles, o mesmo diminuindo ante o oscilar das luzes.

—Alguém por favor diga que não escutei direito!! Estou maluca ou acabaram de anunciar que teremos de passar a véspera de Natal aqui??? – Thea pede, unindo as mãos, tensa.

—É o que parece, Speedy – Oliver declara - Acho que teremos tempo para aquela conversa, afinal Smoak – diz, sorridente.

—Só porque estamos presos no mesmo prédio não significa, necessariamente, que teremos de ficar juntos o tempo inteiro muito menos que continuarei te escutando, Queen – rebate, tranquila, pegando o cardápio, lendo-o distraidamente.

—Fe. Li. Ci. Ty!! – soletra ele outra vez, levando as mãos à cabeça;

—O. Li. Ver!! – imita-o tranquila, Tommy e Thea espremendo os lábios a fim de conter o riso.

—Ok querida, se não quer me ouvir, respeitarei sua vontade por hora – rende-se o loiro, sinalizando ao atendente - Mas saiba que continuaremos a conversa que estavámos tendo e antes do final do dia de amanhã faremos as pazes ou não me chamo Oliver Jonas Queen. Venceu uma batalha, mas não a guerra meu bem!! – assegura, convencido, lendo o menu também.

—Por hora coisa nenhuma! Não vai me obrigar a continuar te ouvindo a menos que me amarre e isto não foi uma sugestão. Pode ir tirando esse risinho safado da cara antes que eu o arranque a unhadas! – ameaça a loira, fazendo o jovem atendente estancar, olhando-a temeroso.

—Ela ladra mais do que morde de fato! – Caitlin tranquiliza o rapaz, sem graça.

—Não entendi como sendo Smoak, embora a idéia me agrade – retruca ele, rindo mais -Tire essa sua mente linda e genial da sarjeta!! – provoca-a, erguendo o olhar para o rapaz - Um capuccino, uma fatia de torta de limão e um copo com água por favor – pede, pondo o menu de lado.

—Se minha mente linda e genial anda passeando pela sarjeta, a culpa é toda sua Queen!! Um dos efeitos colaterais por ter me deixado envolver por sua lábia – rebate a loira - Café puro, com adoçante, uma fatia de torta de limão e um copo de água – faz seu pedido, entrelaçando os dedos – Eu em seu lugar, não perderia meu tempo – declara, calmamente, Thea, Tommy e Cait olhando dela para Oliver.

—Se de fato estivesse assim tão envolvida por minha lábia, como afirma, não estaria se negando a me escutar, muito menos tentando me evitando, Smoak – devolve o loiro, fazendo o trio se voltar para a loira.

—Acontece que ter me deixado envolver não significa ter meu QI reduzido, muito menos me tornado uma lesada sem vontade própria a ponto de fazer tudo que pede ou tenta ordenar, como umas e outras fazem, graças a Deus!! – Felicity alfineta, os três olhando Oliver novamente, aguardando-o responder.

—De fato, graças a Deus pois foi justamente seu QI que me prendeu Smoak, embora não acredite – garante ele, tranquilo, mordiscando um petisco do prato de Tommy, rindo do espanto evidente no rosto do amigo - Claro que seus outros atributos, que vieram de bônus, tornam o conjunto ainda mais atraente e perfeito! – elogia, satisfeito ao vê-la corar intensamente, Thea, Tommy e Cait dirigindo seus olhares a loira outra vez, segurando o riso.

—Sério? Quer dizer que se começar a usar Burca para trabalhar ao invés de meus vestidos e conjutos saia e blusa, não terá problema Queen? – provoca-o, soltando o petisco que pegara - Posso saber o que os engraçadinhos estão fazendo? – bufa, olhando de Cait para Thea e Tommy.

—Me fazia a mesma pergunta. O que pensam estar fazendo? Assistindo alguma partida de tênis por acaso? – interroga o loiro, irritando-se levemente com a resposta do amigo.

—Tênis não. Algo mais interessante. Uma modalidade de luta, tipo MMA! – responde o moreno, rindo divertido – Resta saber quem vai ganhar. Aposto na loira baixinha! – provoca.

—Eu, na verdade, estou tentando entender por que raios discutem tanto quando na verdade queriam estar se pegando!! – solta a Queen caçula, o atendente, que se aproximara sem ser notado, quase deixando o pedido cair.

—Verdade! – Tommy anui, animado – Para que disperdiçar tempo e energia em brigas quando poderiam estar transando em algum lu... Ai, ai, ai, ai, ai!! Isso doí – protesta, voltando-se para Cait, esfregando o braço, indignado.

—A intenção era essa mesmo – responde a médica, dando atenção a Felicity e Oliver - Acredito que o senhor Merlin aqui tenha tentado dizer, de forma pouco adequada, é que não faz sentido ficarem brigando quando está claro que se amam – afirma, tranquila - Sério Lissy, deveriam sentar-se e conversar, esclarecer logo as questões pendentes entre vocês e recomeçar do ze....

—Ah, ai estão vocês!! – Laurel Lance aparece de repente - Estive a sua procura por todo aeroporto, Ollie. Escutaram o aviso? Evidente que escutaram!! – responde a si mesma, tocando a fronte com a mão, apoiando-a no encosto da cadeira ocupada por Oliver -  Seus pais estão providenciando as tais acomodações para nós e assim que pudermos vamos embora. Desistiram de viajar – comunica - Liguei para papai a pouco e ele ficou de mandar uma viatura tão logo a nevasca diminua. A propósito, Felicity, sua mãe ligou para Moira. Pediu a você que retornasse pois está preocupada – avisa, acrescendo de forma maliciosa - Ah, sabia que seu namorado também está preso aqui?

—A qual namorado se refere? - devolve a loira, arqueando a sobrancelha.

—Raymond Palmer. Por acaso tem mais de um?? – insinua, recebendo um olhar de desprezo em resposta.

—Ray e eu somos apenas amigos e até onde lembro não lhe dei liberdade para fazer insinuações sobre minha vida pessoal, doutora Lance!! – Felicity declara, sorvendo um gole generoso de café antes de voltar a falar -Porque, ao contrário de uns e outros, ele consegue manter um relacionamento com uma mulher que não seja apenas na horizontal!! - alfineta

—Eita que essa doeu até em mim!! – Tommy exclama, evitando novo beliscão.

—Cuide da sua vida Merlin! – Laurel retruca, azeda.

—Me dêem licença. Vou ao banheiro vomitar parte das asneiras que escutei nos últimos minutos antes de ligar para minha mãe. Olha minha mala Cait, por favor – Felicity pede, levantando-se, saindo apressada.

—O que eu disse de errado?? – pergunta a advogada com fingida inocência.

—De uma próxima, guarde seus comentários mordazes para você Laurel – Oliver sugere ao levantar-se, irritado.

—Nossa, quanta sensibilidade!! Quando namoravámos você não era assim– insinua, fazendo bico, Thea rolando os olhos.

—Talvez por não me importar ou valorizar o que dizia, quem sabe – rebate, agressivo, voltando-se para a irmã – Thea, olha minha mala por favor – pede, dando atenção a Laurel antes de sair – Mais uma coisa: Palmer não é nem nunca será namorado da Felicity – decreta, indo embora, deixando-a surpresa.

—Laurel, quando vai aceitar que Ollie não te quer há muito tempo? Antes de Felicity surgir na vida dele – Tommy faz questão de lembra-la.

—Esta é sua a opinião, a qual, aliás, não lembro de haver pedido Thomas – responde, mal-humorada Me dêem licença. Vou verificar se as acomodações já estão prontas – despede-se, dando as costas ao trio.

—Algo me diz que esta será uma longa noite e amanhã, um longo dia, caso as coisas não melhorem – Caitlin pondera, observando-a.

—Esquece a noite ou o dia. O que me preocupa é ficarmos presos aqui com aqueles dois brigados e a cobra da Laurel por perto tentando melar qualquer tentativa de entendimento entre eles além de Helena e Raymond na área para piorar a situação, mesmo sem intenção – Thea comenta, suspirando.

—Helena? Aqui? Quando ela chegou? Não lembro de tê-la visto – Tommy pergunta, enrugando o cenho.

—A vi entrando quando estavámos subindo pelo elevador e evidente que não viu já que só tinha olhos para a Caitlin – conta a Queen caçula, deixando a médica completamente sem graça - Vai ser um verdadeiro inferno a menos que façamos algo. Não vou permitir que esse entojo estrague a vida de meu irmão de jeito nenhum! – exclama, pensativa - Mas para isto precisarei de ajuda.

—Entenda aí cumplices, ou seja, nós! – Tommy aponta de si para Cait - Mas desta vez não me oponho ajudar em suas maluquices Speedy. Faço qualquer coisa para evitar o Ollie de cair nas garras da Laurel novamente. E para melhorar o humor dele, que anda pior que o do Grinch!! – afirma.

—Felicity também anda num mal humor de doer. Ela não é assim – Cait comenta – Digo o mesmo em relação a ela. Faço qualquer coisa, dentro do sensato, para trazer o sorriso de volta ao rosto dela – condiciona.

—Já que estamos de acordo, vamos planejar a Operação Olicity de Natal!! – anima-se a garota, batendo palmas - Até já sei quem pode nos ajudar – diz, um brilho no olhar.

—Devo ficar preocupada?? – Cait cochicha, preocupada.

—Apenas faça o que ela mandar e todos ficaremos bem.... Espero!!- Tommy declara - E sempre podemos encarar a tempestade. É bem mais seguro!! – brinca, arrancando um sorriso timida da médica – Então, o que pretende fazer baixinha? Trancá-los em algum lugar e soltá-los só quando se entenderem? Um elevador talvez? – sugere, fazendo Cait olha-lo, pasma.

—Acho que não é apenas com Thea que devo me preocupar!! – exclama a médica.

—Nada tão drástico... a menos que seja necessário, claro – Thea responde, sacando seu celular - Por hora vou requisitar a ajuda de uma pessoa muito influente a qual Felicity não ousará desobedecer – avisa, teclando.

—Acho que sua mãe ainda prefere a Laurel, Thea – Tommy comenta.

—E quem disse que estou falando da minha mãe?- rebate, sorrindente

< Olá lindona, como está? > Donna cumprimenta ao atender, fazendo-a rir.

—Presa no aeroporto com metadeda cidade, salvo alguns poucos sortudos cujos vôos conseguiram decolar antes de o aeroporto ser fechado, Donna – responde.

< Como assim presa no aeroporto? Então vocês não embarcaram para Cancun? Estão todos aí, no aeroporto? > quer saber.

Se o Todos a que se refere são Oliver e Felicity a resposta é sim – Thea conclui, pondo o aperelho na viva voz – Está no viva voz Donna, Tommy e Cait estão aqui, comigo. Não conseguimos embarcar e nem dá pra culpar a neve. Nosso vôo teve overbook. Aliás, como sabia para onde minha família iria? – pergunta, respondendo a si mesma - Espera! Foi você!! Você que contou pro Ollie aonde a Felicity iria no feriado! Por isto ele mudou de idéia quanto a viagem e praticamente nos obrigou mudar o destino em cima da hora – conclui, o riso melodico da mulher do outro lado da linha confirmando suas suspeitas antes mesmo de ela responder.

< Contei, incentivei, passei número de vôo e até o nome do hotel onde Cait e ela ficariam. Sacrifiquei com prazer meu feriado em prol da felicidade de meu bebê! Não aguentava mais vê-la arrastando corrente dia e noite por pura teimosia!>, declara a mãe de Felicity < Quando vi na tv sobre a nevasca, rezei para que tivesse dado tempo para o vôo de vocês decolar, mas não deu > lamenta.

—Pois é, não deu. E para piorar, encontramos com Felicity e Cait e agora os dois turrões estão fazendo o que melhor sabem: teimando um com o outro – conta.

A mim pareceu ser Felicity quem está dificultando as coisas desta vez— Tommy opina.

—Concordo em parte – Cait diz - Oliver provocou toda esta situação ao procurar conselho justo com a ex – lembra - Se não fosse tão imaturo ou menos galinha, já poderiam ter se entendido. Fica difícil confiar em alguém que sai para a farra a cada briga, seja ela grande ou não, pegando geral – argumenta.

—Em defesa do Ollie, apesar de reconhecer que errou fazendo o que disse, ele só tem olhos para Felicity desde que a conheceu – garante Tommy - Verdade que quando discutiam e ia pra balada, mas era só pegação que rolava. Beijos e alguns amassos, quero dizer, nada mais. Nada de sexo, posso garantir – assegura, erguendo dois dedos.

—Evidente se é justamente você quem o incentiva fazer tal coisa, correto senhor Melrin? – inquere a médica, estreitando os olhos ao encará-lo.

—Incentivava. Passado – sustenta - Quando percebi que estava sendo sincero ao dizer que ama Felicity, parei, juro – diz, baixando os dedos cruzados - Mas não podia deixá-lo na noite, sozinho e zangado. Conheço Ollie o suficiente para saber que faria alguma merda que o faria perdê-la de vez e se arrepender para o resto da vida então o acompanhava – justifica-se.

—Lindo de sua parte e acredito que esteja sendo sincero Tommy e até ganhou uns pontinhos com a Cait que te fizeram subir no conceito dela, estou certa, mas vamos focar aqui, ok? Precisamos dar um jeito de aqueles dois se sentarem para conversarem e se acertarem de uma vez por todas – pede Thea - .Aceito sugestões Donna.

< Além de trancá-los em algum local e soltar apenas quando admitirem que se amam? > questiona, deixando Cait de boca aberta.

—Além disto. Tommy e eu concordamos em este ser o último recurso se tudo mais falhar – informa a Queen caçula.

—Ou se não tivermos outra idéia – Tommy condiciona.

—Sério?  - questiona a médica, olhando de um para outro - Nao podemos sair por aí prendendo pessoas em salas ou elevadores...

—Por que não? – Thea pergunta, interrompendo-a com a maior cara de inocente.

—Para começar porque deve ser ilegal e se não for, é no minimo imoral obrigar alguém a se entender desta maneira – argumenta Cait, abrindo os braços.

—Mesmo em se tratando de dois teimosos? – Tommy inquere.

— Ainda mais sendo dois teimosos! – enfatiza ela - Já pararam para pensar que um pode culpar o outro e piorar as coisas? – questiona-os.

< Devo concordar com o argumento de Caitlin>  Donna opina < Escute lindinha, quando seu irmão me procurou pedindo ajuda para convencer Felicity de sua inocência, além de me provar por A mais B que falava a verdade ou o colocaria para fora a pontapés, me falou que daria a ela uma prova de que mudara e está querendo algo sério com meu bebê. Só não consegui descobrir qual seria tal prova já que ele estava fazendo suspense, ele apenas reforçou que tudo dependeria de ela o escutar > revela.

—Desembucha Tommy! Que prova Ollie dará a Felicity? – Thea interroga, cutucando-o.

—Oi??? Quem disse que sei de algo?- devolve o moreno, arqueando a sobrancelha.

—Fala logo ou ligo para seu pai e conto como as informações do último projeto da Global foram parar na mesa de Isabruxa! – ameaça, fazendo Caitlin olha-lo, intrigada.

—Em minha defesa, fui ludibriado, ok? – defende-se ligeiro, tenso - Olha só, Ollie também não me falou o que pretende, mas pelo que conheço do seu irmão, deve ser algo radical, tipo pedi-la em casamento....

—O QUE!?!? – gritam as três mulheres, assustando não apenas Tommy, mas algumas pessoas a volta deles.

—Como assim pedir a Felicity? Eles mal conseguem se entender por mais de uma semana, como podem pensar em se casar? -pondera a médica – É insano!

< Pode até ser Cait, confesso que adorei a idéia! > Donna declara fazendo-a revirar os olhos.

—Surpresa seria e não adorasse! – exclama a médica – Thea, uma ajudinha aqui seria bem vinda – pede, gesticulando.

—Sinto muito Caitlin, mas por mim to de boa – declara a garota, dando de ombros -Adoro a Fefe e ficarei feliz em tê-la como cunhada – reforça, sorridente.

—E quem falou em casamento? – Tommy questiona-as.

—Você acabou de dizer que Ollie pensou em fazer isto. Tá ficando maluco maninho número dois?! – Thea devolve.

—Não. Eu disse que essa era uma possibilidade, não uma realidade!- corrige-a, dedo em riste - Escutem, tudo que Ollie me disse foi que pretendia provar a Felicity que estava sendo sincero com ela. Que não a via como mais um caso, por isto eu pensei que pretendia pedi-la, nada mais – garante o moreno, fazendo as três bufarem – Hei, não me culpem por terem tirado conclusões precipitadas – pede, erguendo as mãos - Além do mais, tudo vai depender de ela o escutar. Fica difícil propor seja lá o que tiver em mente sem ao menos sentarem para conversar – pondera.

< O bonitão está certo, portanto cabe a nós garantirmos que minha bebê o escute mesmo que a viagem não aconteça > Donna incita-os, animada.

—E fazemos isso como mesmo?? – Thea inquere – Confesso que estou sem idéias, além de trancá-los, evidente – diz, Cait a olhando severamente – Último recurso doutora, último recurso – reitera a Queen caçula.

< Façam com que Felicity acredite que Oliver está doente. Nada fatal, óbvio > sugere a loira, prosseguindo  < Digam que está com a saúde fragilizada por causa da tal bactéria a que foi exposto quando aquele caminhão virou na frente da QC mês passado > relembra o incidente < Como os dois haviam discutido pouco antes e ela o deixou plantado, por isto ele estava lá quando o caminhão virou, Felicity vai se sentir culpada > raciocina.

—Como sabe sobre isto Donna? Até onde sei você nem estava na cidade – Thea quer saber, curiosa.  

Tenho meus meios lindona, tenho meus meios > responde, enigmática O importante é fazê-la pensar que seu irmão sente-se fragilizado e que por essa razão está tentando se entender com ela > completa.

—Hum, sei não Donna. Felicity tá muito brava com o Ollie. No momento acho mais fácil ela ajudar a matá-lo do que ficar penalizada – observa a garota, pensativa- E ela já sabe que Ollie nos convenceu a mudar o roteiro por causa dela, o que aliás a irritou bastante – conta.

—Pois é Donna. Não sei se Felicity vai dar importância ou mesmo acreditar nisso.– Cait corrobora.

< Isto pode até atrapalhar um pouco, mas conheço meu bebê. Ela vai ficar preocupada sim e aquele coraçãozinho que jura ser de pedra vai amolecer rapidinho. Vai por mim. É tiro e queda > assegura.

—Se está dizendo, vou confiar em você, afinal a conhece melhor do que qualquer um de nós, não é? – indaga, o silencio lhe servindo de resposta - Donna? Ainda está aí? – chama.

—Não tem sinal – Tommy avis, exibindo a tela de seu aparelho - Deve ter caído por conta da tempestade, que aliás, parece bem pior agora – comenta o moreno, olhando a janela ali perto - Melhor tentarmos encontrar aqueles dois e pôr o plano em prática, qualquer um deles, antes que fiquemos no escuro – sugere, sacando a carteira, pagando a conta.

—Tem razão – Thea anui, levantando-se, os dois a imitando - Cait e eu vamos ao banheiro falar com a Felicity enquanto você vai ao encontro do meu irmão e o matém fora de vista tempo suficiente para que consigamos plantar a dúvida na mente brilhante de minha futura cunhadinha número um – determina a garota.

—Ok, mas como vou saber até quando manter ele longe? Não temos celular para nos comunicarmos – pegunta o moreno, adiantando-se a Caitlin, segurando os extensores das malas – Deixa comigo. Levo pra junto das nossas, assim terão motivo para ir até onde estamos – sugere.

—Acaba de dar a solução ao nosso problema, Tommy – Thea declara, estalando os dedos –Você leva as malas delas pra junto das nossas enquanto falamos com Felicity. Daí quando terminarmos, nós a levamos lá e se porventura ainda não estiverem por perto, melhor. Vai ratificar a dúvida dentro dela – planeja a garota, batendo palmas.

—Tudo certo então. Vamos nessa e cruzem os dedos para não precisarmos prender ninguém em lugar algum! – Tommy brinca enquanto caminham, ganhando várias tapas de Cait, Thea divertindo-se com o casal.

Ok, aqui cabe adiantar alguns fatos importantes: eles não encontraram nem papai nem mamãe tão rápido quanto esperavam, o que atrasou um pouco a execução de parte do plano. Minha mãe de fato fora ao banheiro para evitar papai e aí o dedo do destino a fez encontrar com a Helena lá dentro, o que acabou ajudando e não atrapalhando. Helena meio que obrigou mamãe a ouvi-la e mesmo não dando crédito as palavras dela de imediato, fez minha mãe pensar a respeito. Já papai havia se ocupado em encontrar a bolsa de vó Moira, que desaparecera misteriosamente. Bom, nem tão misteriosamente, o que me leva a outra informação importante: este incidente apresentou tia Thea àquele que seria seu futuro primeiro marido, o Roy, responsável pelo “sumiço” não apenas da bolsa de minha avó, mas por várias outras. Meu pai, tio Tommy e dois seguranças do aeroporto conseguiram pegá-lo, o que provocou uma grande confusão. Mas até isto ajudou no plano de vó Donna porque enquanto meu pai, meu tio e vô Robert evitavam de Roy ser linchado, mamãe buscava uma forma de se manter longe dele e pensar em tudo que a Helena havia dito pra ela. Para isto procurou um local isolado. E novamente o destino se encarregou de pôr a pessoa certa, no lugar certo e na hora certa. Ou seria a magia do Natal agindo?

—Se está pensando em enfrentar a tempestade, melhor repensar sua decisão. Nenhum ser humano duraria mais do que segundos lá fora – Diggle alerta, fazendo com que Felicity tivesse um sobressalto.

—Nossa John, me assustou! – exclama a loira, levando uma mão ao peito, encarando o guarda costas e amigo de Oliver -O que faz aqui? – inquere.

—Vim deixar os Queen e acabei ficando preso por conta da nevasca – explica-se, olhando-a atentamente -E quanto a você, que faz aqui embaixo? Não deveria estar a caminho de Cancun? – questiona.

—Deveria, mas nem embarcar consegui porque a bendita companhia aérea fez o favor de vender mais passagens do que dispunha e adivinha quem teve o mesmo problema? – devolve, o encarando.

—Os Queen – responde ele, sorridente.

—Então já sabia que Oliver estava indo para Cancun também? Aliás, como ele soube que eu iria?- interroga a loira, desconfiada.

—Não por mim, pode ter certeza – assegura ele, tranquilo, recostando-se ao carro – Por sua cara e a julgar ter vindo até aqui, não apenas se encontraram como já andaram discutindo novamente, não é mesmo? - pergunta

—Discutimos um pouco sim – admite a nerd - Mas não é essa a razão de eu ter vindo aqui -diz, mordendo o lábio inferior -Eu... Encontrei com Helena no banheiro. Ela meio que me obrigou a escutá-la – revela, reticente.

—E não gostou do que ouviu – presume Diggle, rindo discretamente.

—Não é que não tenha gostado... – começa a loira, cuidadosa - Ela me disse o mesmo que Oliver tem me dito desde que os vi juntos. Garantiu serem apenas amigos e nada mais, que por isso o atendeu naquele dia e que o beijo no rosto foi carinhoso, sem nenhuma conotação sexual – relata, suspirando - Disse também que eu seria muito estúpida se o deixasse livre para a Laurel e que ele me ama de verdade – finaliza, soltando um grande suspiro – Será que estou sendo teimosa John? – pergunta, olhando-o aflita.

—Honestamente? – devolve, ela acenando afirmativamente- Está, apesar de achar que ele vacilou em ter chamado Helena, mesmo tendo boas intenções- diz, sincero – Também concordo quando ela diz que ele te ama. – acresce - Oliver tem muitos defeitos Felicity, mas depois que conheceu você, tem se tornado uma pessoa melhor a cada dia, não apenas como empresário, mas como pessoa igualmente – afirma, carinhoso - Não é exagero dizer que trouxe luz e alegria a vida cinza e chata que levava, por puro conformismo e me atrevo a dizer que Oliver fez o mesmo por você mesmo com todas as brigas e discussões. Vocês se completam de uma forma que nunca vi antes com nenhum outro casal – conclui, sorrindo gentil.

—Se fosse assim, por que ele me traiu tantas vezes? – retruca a loira, fazendo bico.

—Traiu? Pelo que sei Oliver somente saiu com outras mulheres quando você o afastou e apenas com Helena ele dormiu, uma única vez, lá atrás, quando ainda não queria admitir que te amava – relembra o segurança - Todas as outras vezes em que o viu em companhia de outras mulheres foram apenas poses e fotos para te provocar ciúmes, o que sempre funcionou, é bom dizer – sorri ao vê-la bufar – Nunca estive de acordo com tal atitude e deixei claro para ele o que pensava, mas é teimoso, como bem sabe – acrescenta -  Se duvida, pergunte ao Tommy. Ele pode até não ser a testemunha mais confiável, mas é sincero e foi o primeiro a reconhecer que perdeu o companheiro de farras no dia em Oliver te conheceu e até tem ajudado o Oliver se manter na linha quando saiam para farra após suas brigas, por incrível que pareça! – exclama, conseguindo arrancar um sorriso dela - Não entendo por que insistem em ficar separados se isso faz vocês dois sofrerem tanto – pondera, balançando a cabeça negativamente - Não acha que é hora de parar com isso? Teria coragem de dar o primeiro passo? – inquere, encarando-a, sério.

—Eu... não sei – responde, honesta, baixando a vista e antes que dissesse algo mais, Thea surge afogueada.

—Ah, finalmente te encontrei Felicity! – exclama a garota, soprando de forma exagerada, enrugando o cenho ao ver o segurança - John, o que faz aqui ainda?- pergunta, não o deixando responder - Esquece, não temos tempo – diz, dando atenção a loira - Felicity, sabe onde Ollie está? Não o encontramos em lugar nenhum. Mamãe já está surtando de novo – conta.

—A última vez que o vi foi antes de entrar no banheiro e quando sai não estava mais por perto. Por quê? - quer saber, tensa

—Nada demais acho – responde a garota, de maneira enigmatica, suspirando – É que ele tem reclamado de fortes dores de cabeça constantes depois que foi exposto àquele troço do caminhão do laboratório Star e mamãe está preocupada, só isto – mente, dirigindo um olhar pidão a Diggle, este arqueando a sobrancelha.

—Sério? Como não ouvi isto antes? – interroga a loira, desconfiada.

—Até parece que não conhece meu irmão Felicity! – rebate a garota, levando as mãos à cintura – Oliver jamais faria qualquer reclamação neste sentido diante de você, ainda mais sabendo que sente culpada, não é mesmo John? – inquere-o, pedindo ajuda com o olhar.

— Hã...Pois é, ele não iria comentar na sua frente para não te preocupar – corrobora – Mas tem sim reclamado algumas vezes, especialmente no começo das manhãs – acresce, sério.

—Inclusive foi o John quem alertou meus pais de que Ollie não estaria bem – Thea diz, fazendo a loira a encarar – Outro dia eu mesma o vi vomitando escondido. Me fez jurar não contar nada a mamãe e que procuraria um médico depois do feriado -arremata, satisfeita ao ver a preocupação estampada na face da loira.

—Mas estou certo de que não é nada de grave Felicity. Ele até me disse que estava melhorando – ameniza Diggle, olhando Thea severamente.

—Mas vocês sabem como Ollie é. Sempre bancando o durão- Thea comenta recebendo novo olhar de censura de John – Mas a preocupação de mamãe é que estamos sem sinal de celular, lá em cima está escuro e frio em vários lugares e simplesmente não estamos conseguindo encontrá-lo em lugar nenhum – relata.

—Já saberiam se algo tivesse acontecido – Diggle contemporiza, não a deixando rebater - De qualquer maneira, vou subir com vocês e ajudar a procurá-lo – prontifica-se, travando o carro.

—Faz isso Dig. Ao menos pra deixar a mamãe mais calma -pede a Queen caçula, enlaçando-o pelo braço tão logo ele chega perto dela - Sabe como ela pode ser estressante quando fica nevorsa e já basta toda essa confusão de vôos e ter de ficar presos aqui na véspera de Natal – justifica-se- Felicity, não vem com a gente? – questiona ao notar que permanecia estatica.

—Claro. Tenho de falar com Cait sobre nossa viagem mesmo. Temos de decidir o que fazer. Viu ela por acaso? - pergunta a loira, saindo da inércia.

—Da última vez em que a vi estava com Tommy. Iam guardar um lugar para vocês duas poderem descansar um pouco onde colocaram as camas – revela a garota, satisfeita em ter a atenção total da loira.

—Humpf! Sei – resmunga Felicity, voltando a ficar muda enquanto caminham de volta ao saguão.

—Oliver está bem, tenho certeza – Diggle a acalma, penalizado, recebendo um sorriso triste em resposta que quase o faz dizer a verdade, Thea apertando seu braço num pedido mudo.

Se mamãe estranhou o fato de ele não parecer tão preocupado assim em encontrar meu pai, nada disse. O fato é que depois de falar com tia Cait, saiu em busca de meu pai com os demais, incluindo Helena e Raymond, sendo que estes receberam a missão de mater Laurel o mais distante possivel.

As “buscas” duraram a madrugada. Mamãe já estava começando a se desesperar e tia Thea a achar que algo de fato havia acontecido a meu pai quando um dos seguranças avisou tê-lo encontrado, os levando até aonde ele estava.

—Graças a Deus você tá bem! – Felicity declara, aliviada, assim que o encontram - Que idéia foi essa de sumir? Sabia que os celulares não estão funcionando? Sua mãe está aflita – inquere, estapeando-o repetidamente.

—Como assim sumir? Estive aqui o tempo todo, resolvendo a situação do rapaz que pegamos roubando dentro do aeroporto. Achei que ficaria feliz em não me ter por perto, como pediu – relata o loiro, franzindo o cenho – E por que minha mãe estaria aflita? – quer saber.

—Sabe porque, não se faça de desentendido – acusa, o encarando, brava – Pedi que me desse espaço, mas não que sumisse a ponto de assustar sua família. Como pode ser tão insensivel? E ainda quer me fazer acreditar que se importa com alguém além de você mesmo? – faz nova acusação.

—Ok, se vão brigar de novo? Sério? Façam-me o favor! – exaspera-se Thea – Felicity, até a pouco estava tão angustiada quando qualquer um de nós e agora já quer discutir? Fala sério! – bufa – E quanto a você? Não dá para segurar essa lingua não? Custa ficar calado?– ralha com o irmão, dedo em riste – quer saber? Desisto! Vocês não tem jeito! Vou procurar algo para comer e descansar – declara, sacudindo os braços – Quem vem comigo? – convida, Tommy, Cait, Ray e Helena erguendo as mãos, seguindo-a lentamente.

—Normalmente não concordaria com ela, mas neste caso abrirei uma exceção – John afirma, olhando-os demoradamente - Já passou da hora de se entenderem em definitivo. Parem de fingir indiferença antes que acabem presos em algum lugar! – adverte-os, fazendo ambos enrugarem o cenho – Estarei na lanchonete, caso precisem ser resgatados com urgência – declara, misterioso, dando-lhes as costas.

—Ok, não entendi merda nenhuma do que aconteceu aqui, mas em uma coisa eles estão certos Felicity – Oliver declara, postando-se de frente para ela - Temos que definir nossa situação e se para isso tiver de pedir desculpas, mesmo não tendo feito nada de errado desta vez, pedirei. De joelhos, se precisar – assegura, unindo as mãos em frente a boca, refletindo um segundo - Amo você como jamais pensei amar alguém nessa vida – surpreende-a ao declarar-se abertamente - Quero te fazer feliz, mas acima de tudo quero te ver feliz, ainda que não seja a meu lado, mas prefiro que seja – garante, rindo fraco – Será que não pode me dar só mais uma chance? – questiona-a.

Felicity ficou parada, encarando-o por muito tempo. Valeria a pena mesmo sabotar a sua felicidade por pura teimosia? Ela já não acreditava nele faz tempo? Então por que diabos estava continuando essa briga idiota?

—Também te amo Oliver e quero te ver feliz, de preferência ao meu lado – assume a loira, corando ante o riso franco dele - Goastaria que não brigassêmos tanto, mas reconheça que me dá motivos para isso – cobra, o estapeando - Custava ter vindo falar comigo e não com Helena? E aquele beijo, mesmo sendo no rosto, não poderia evitar? – acusa.

—Agi errado, eu sei, mas é que fico inseguro e me enrolo todo quando o assunto é você, Felicity – responde o loiro, sem graça – Não deveria ser assim, mas é. O que posso fazer? – pergunta, sincero.

—Tentar Oliver, tentar – responde ela, suspirando - Nossos problemas, somos nós quem temos de resolver. Não iria gostar se eu fosse pedir conselhos ao Cooper, iria? – inquere, o encarando - Posso não ser a pessoa mais fácil de lidar, reconheço, mas você também não é. Se quisermos que entre nós dê certo, temos de confiar um no outro e sermos honestos no que sentimos – declara, sendo pega de surpresa pelo abraço dele.

—Concordo, mas nem sempre é fácil, Felicity – afirma, beijando-lhe a ponta do nariz - Entenda que para mim ainda é difícil me abrir totalmente com alguém, mesmo em se tratando da mulher que amo – confessa – Mas prometo me esforçar de agora em diante, se me perdoar. Me perdoa? – pergunta, ansioso.

—Uhum – murmura ela, suspirando, correndo as mãos pelo peito másculo.

—Isto é um sim?- quer saber o loiro, rindo ao ver seu olhar perdido.

—Sabe pelo que passei com Cooper – lembra ela - E você tem todo esse seu passado recente de farras e casos...

—Que acabaram no momento em que me apaixonei por você – a interrompe, aplicando-lhe um selinho – desculpe tê-la feito pensar diferente quando brigamos, mas juro que depois daquela única noite com Helena, jamais me envolvi com outra mulher. O que via nas revistas era para te fazer ciúmes. Fui imaturo, eu sei, mas você também me provocou saindo com o Palmer – relembra, tocando a ponta do nariz dela.

—Eu sei – assume a loira, suspirando novamente -Vamos fazer um trato: o passado fica no passado. O agora que importa ok?- sugere.

—Faço qualquer coisa que me pedir, Felicity! – responde ele, ganhando um sorriso luminoso.

—Temos um trato então – diz ela - Ficaremos bem se conseguir cumprir sua promessa. De minha parte, vou me esforçar para confiar mais em você e não dar ouvidos a boatos de sites e revistas sensacionalistas ou certas linguas ferinas – insinua, torcendo o nariz.

—Não darei motivos pra você duvidar de mim outra vez – jura, afastando-a um pouco – E para provar o quão a sério levo nossa relação, quero te dar algo. Uma prova definitiva do meu amor por você – diz, levando a mão ao bolso.

—Não preciso de prova alguma. Apenas que cumpra o prometido – afirma ela, olhando a caixinha em sua mão, ficando imediatamente tensa - O que .. é isso? – pergunta.

—Algo muito importante para mim e que nunca dividi com ninguém – começa ele, fazendo-a segurar a caixinha – Algo que conquistei a pouco tempo com meus esforços. Que prezo e a partir de agora quero dividir com você, se desejar – declara, sorridente.

—E cabe em uma caixa?- inquere, respirando aliviada ao afastar a possibilidade de ser um anel.

—Cabe – responde ele

—Ok. E terei de abrir para descobrir, não é?- pergunta, Oliver respondendo com um aceno -Uma chave?

—Uma cópia para ser mais exato – a corrige- Da chave de meu loft para que vá lá quando sentir vontade de me ver ou se desejar ficar sozinha quando eu estiver fora da cidade – diz o loiro, deixando-a boquiaberta.

—Está certo disso Oliver? – questiona-o- Esta me entregando a chave de seu santuário particular, seu refúgio...

—Que desejo dividir com você e mais ninguém! – exclama ele – O que é a chave de um loft quando já te entreguei a de meu coração? – Oliver faz outra declaração, emocionando-a -Você aceita?

—Sim!- Felicity responde de pronto, ficando na ponta dos pés para beijá-lo.

—ATÉ QUE ENFIM!!! – ouvem, sobressaltando-se, rindo abraçados, ao verem os amigos surgirem por detrás de uma coluna, Thea sendo a mais animada dentre eles.

*******

Bom, depois disto, passaram o restante do dia namorando, às econdidas, evidente, o mesmo acontecendo com Tommy e Cait.

Já era quase madrugada quando a tempestade aplacou e puderam ir embora. A ceia de Natal naquele ano aconteceu no Big Belly, sob os protestos de vó Moira, regada a milk shake, batata frita e sanduiches de peito de peru!

Claro que nem tudo foram flores. Houve brigas e dificuldades para os quatro, mas no final, o amor venceu.

—Mia, estão nos chamando – Dani alerta e pisco, levantando-me rapidamente, os seguindo em direção ao palco.

—Papai e mamãe??? – inquiro enquanto nos posicionamos por detrás da cortina.

—Nada – Scoth responde, o suspiro de Leo ecoando nas coxias.

—Mas Will, tia Thea, tio Eddie, tia Sara, tia Laurel, minha mãe, JJ, tia Íris e os avós de Nora estão. Vamos fazer bonito pra eles, pessoal – Connor, propõe, me pedindo ajuda com o olhar.

—É isso ai – corroboro, batendo palmas – Nossos pais ainda podem chegar depois que estivermos no palco, portanto, vamos bota pra quebrar!! – conclamo, animada.

—YES! – um coro anui segundos antes de o professor Downey anunciar nossos nomes e as cortinas abrirem.

—Manda ver maninha! – pisco para Megan, que acena, respirando fundo, se posicionando diante do pedestal, começando, à capela, a canção que escolheramos.

—“I don’t want a lot for Christmas; There is just one thing I need; I don’t care about the presents underneath the Christmas tree;  I just want you for my own more than you could ever know... – enquanto cantava, instintivamente olhavámos em direção a entrada, esperançosos - ... Make my wish came true... – e justo quando faz a pausa que maracaria a mudança de ritmo na canção, a voz de vó Donna ecoa, trazendo sorrisos a nossos rostos.

—Lincencinha pessoal, família orgulhosa chegando, abram caminho! – ordena com seu jeito despachado, puxando a fila com nossos pais e avós.

—Make my wish came true ...- Megan repete após se acomodarem- ... All I want for Christmas is ...- ergue as mãos e a imitamos, apontando em direção a nossas famílias – You!

—Um, dois, três, quatro! – comando, batendo as baquetas no ar, comandando a virada de ritmo para um rock que faz todos se levantarem e dançar com a gente, cantando e batendo palmas

Ao ver o amor nos rostos de nossos pais, sinto que mesmo enfrentando tempestades, se estivermos juntos tudo ficará bem!

Ahh, e se estão se perguntando onde entra a magia do Natal, uma última informação: nunca ocorreu o tal overbook. As reservas do vôo estavam lá o tempo todo!

—Feliz Natal a todos!!


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Notas finais do capítulo

Agradeço novamente minhas colegas autoras pelo carinho e força durante todo o processo. Peço que comentem não apenas aqui mas em todas as sete que foram igualmente criadas com muito carinho. Estaremos esperando, ansiosas.

Bjinhos flores!