Nemesis escrita por ariiuu


Capítulo 32
Novas impressões e concepções assustadoras




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Novas impressões e concepções assustadoras

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8 de Junho de 2012, 08:00 AM

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Los Angeles – Califórnia

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Já era de manhã em Los Angeles...

Tony e Rhodes partiram no dia anterior para Nova York e Steve e Mary ainda se encontravam no hotel do bilionário na cidade, prestes a começarem uma investigação conjunta que culminasse no paradeiro de Alexander Pierce.

Natasha e Clint estavam na mesma missão e as duas duplas tinham o prazo máximo de duas semanas para conseguirem pistas, já que haviam outras coisas importantes marcadas, como o retorno à Nova York, pois o mistério das joias do infinito ainda não tinha sido resolvido.

Steve havia começado um tratamento à base de remédios naturais que o ajudavam com a insônia e pesadelos constantes, mas o Super Soldado ainda era assombrado por isso vez ou outra.

O Capitão havia sucumbido ao sono profundo, pela forma como respirava...

Porém...

Naquele momento, ele era importunado por mais um sonho emblemático...

Vários flashes e imagens de pessoas envolviam sua mente...

Steve inconscientemente fazia uma careta enquanto dormia, tentando descobrir a quem aqueles rostos pertenciam...

Cabelos castanhos, ondulados e presos num penteado da década de 40, na altura dos ombros... lábios vermelho-cereja... olhos castanhos chocolate, tão acolhedores e calorosos...

Peggy Carter...

A imagem de sua musa inspiradora, a mulher de seus sonhos e o amor de sua vida...

Céus, ela era tão linda...

Imerso numa incrível sensação prazerosa por contemplá-la, o sonho agora se transformava num pesadelo e outra pessoa protagonizava as cenas que o loiro tinha vontade de esquecer para sempre...

Um homem alto, de olhos azuis gelo, cabelos escuros, curtos, penteados para trás...

Quando Steve menos esperava, estava dentro de um trem, estendendo a mão para agarrar a de seu melhor amigo.

Bucky Barnes...

Um flash de luz ofuscante parecia lhe cegar e ele soltou a mão do sargento...

O corpo do soldado caia do penhasco enquanto nevava...

O Capitão América lutava contra a imensa vontade de soltar um grito...

Por que ele deixou que seu amigo caísse daquele trem?

Por quê...?

Então, repentinamente, Steve deu um pulo na cama...

Seus olhos abriram com força e ele lutava para respirar... ofegando...

O Super Soldado olhou para baixo e respirou fundo, percebendo que acordava de mais um pesadelo...

Mais uma crise de TEPT?

Pelo que havia ouvido do médico ao qual Bruce Banner havia lhe indicado, seu tratamento seria lento e vez ou outra, situações como aquela poderiam acontecer, então tudo estava dentro do esperado, mas...

Era terrível reviver aqueles pesadelos perturbadores...

Steve ainda tinha a impressão de que Bucky havia morrido no acidente de trem nos alpes... não havia se acostumado com o fato de o mesmo estar vivo... ainda que estivesse detido numa prisão de segurança máxima...

Ele precisava reencontrar seu amigo... custe o que custar... mas por onde deveria começar...?

O Super Soldado se levantou, soltando um suspiro pesado e percebendo o quanto seu corpo se encontrava suado...

Ao olhar para o lado, notava que a cama de Mary estava vazia e arrumada.

Para onde aquela garotinha mafiosa tinha ido?

O loiro então resolveu ignorar o fato de a Segundo-Tenente não estar ali. Ela já era grandinha e sabia de suas responsabilidades.

Então, o mesmo se dirigiu ao banheiro para um banho.

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Só que com a porta devidamente trancada, caso alguma loirinha sacana quisesse entrar.

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Quando Steve saiu do banheiro, após quarenta e cinco minutos, tomou um susto ao olhar para a mesa ao lado da sacada da suíte.

Mary Crystal havia comprado muita coisa para... um café da manhã? Eles comeriam juntos de novo?

O loiro caminhava descalço na direção da mesa, trajando uma típica camiseta branca, calça de moletom e carregando uma toalha pendurada no pescoço.

— Você comprou comida suficiente pra alimentar um batalhão? – Ele a indagava, perplexo.

— Comprei o suficiente pra alimentar um Capitão América. – Mary rebatia, com uma careta sacana, fazendo o loiro sentir um pequeno rubor subir por suas bochechas.

— Sei que tenho um metabolismo acelerado, mas isso é ridículo... é muita comida. – Steve tentava contrapor, um pouco envergonhado pelo fato de a mesma achar que... ele comia tanto...

— Vamos começar o dia com uma boa refeição, Cap? Temos muito trabalho a fazer, esqueceu? – A garota preparava duas xícaras de café e muitas outras coisas deliciosas...

O loiro sentia o cheiro da comida e seu estômago apenas reagia ao aroma maravilhoso...

— Sim, você tem razão... - Ele puxou a cadeira e se sentou, de frente para ela.

A garota passava a típica manteiga em sua torrada e o olhava com uma expressão descarada.

O Super Soldado se sentia desconfortável com o olhar dela...

— Você está bem, Capitão? – O indagava, com uma pitada de... preocupação?

— Sim, por que a pergunta?

— Teve algum problema durante seu sono?

Os olhos de Steve alargaram, a fitando com assombro...

— Eu... fiz algo durante a noite que a acordasse?

— Mais ou menos... quando levantei para comprar nosso café da manhã, você estava se remexendo na cama, fazendo algumas expressões de dor. Pensei em te acordar, mas achei que poderia não ser bom para o seu tratamento... o médico disse que é normal ainda se sentir mal nas primeiras semanas, certo?

— Sim... ele disse...

— Entendo... – A loirinha então bebericava parte de seu café, fitando agora a janela. Aquela manhã estava com um clima agradável...

O loiro corria os dedos pelos cabelos molhados, um pouco constrangido com o fato de a Segundo-Tenente o ter visto naquelas circunstâncias novamente, ainda que a mesma conhecesse seu problema.

— Tem algo te incomodando, não é? – Mary Crystal o surpreendia com uma pergunta certeira.

— Como sabe disso, senhorita?

— Acho que estamos convivendo tanto tempo juntos, que já sei quando você não está bem.

— Acho que... tem razão, mas no momento estou concentrado em nossa missão de achar pistas sobre o paradeiro do ex-secretário da SHIELD. – Ele tentava disfarçar que tudo estava sob controle, mas... Mary sabia que não estava.

A garota o mirou, fixando os olhos verdes no rosto apreensivo do Capitão... ela sabia exatamente o que se passava com ele, e então...

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— É o Bucky, não é? Você está preocupado com ele.

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Não era uma pergunta, mas uma afirmação.

Steve olhou para baixo, com uma expressão consternada...

— Sim... tenho pensado nele todos os dias... preciso descobrir onde ele está, mas... no momento isso é impossível.

— Por quê?

— Fury disse que ainda não é a hora de vê-lo, além disso, o Conselho Mundial de Segurança me proibiu de ir atrás dele.

— E...? – Mary Crystal revirava os olhos. Odiava o fato de o Capitão América ser tão submisso a todas as ordens de pessoas que estavam alguns degraus acima dele.

— Capitão, nós não estamos no exército. Você não tem que seguir ordens.

— Mas eu trabalho para a SHIELD agora.

— E daí?

— E daí que preciso fazer o que eles mandam. Se der um passo em falso, posso complicar ainda mais as coisas e possivelmente não conseguirei vê-lo. – O loiro mostrava apreensão. Tinha medo de não conseguir encontrar Bucky mais uma vez e por isso aceitava tudo o que Fury e o Conselho haviam decidido.

— Não, você não precisa fazer tudo o que eles mandam. Pode fazer suas próprias missões pessoais e alheias as da SHIELD. Isso se chama compartimentalização. – Mary revelava, olhando seriamente para o Super Soldado.

Steve arqueava uma sobrancelha.

— E isso é possível? Como? Como eles não descobririam? Estamos numa época tecnológica onde os espiões da SHIELD monitoram tudo.

— Você não deu aquela escapada para espairecer e ficou fora três semanas? O Fury ficou doido atrás de você e não foi atrás, então, se seguir essa lógica, pode fazer suas missões sem que eles saibam. – A garota finalizava e ele admirava a forma como ela resolvia coisas tão complexas com respostas simples.

— Certo... e por onde devo começar?

— Não tem nenhuma pista de onde seu amigo poderia estar?

— Não... será que deveria perguntar isso pra alguém que diria de forma honesta...?

— Quem? – Mary arqueava a sobrancelha.

— Romanoff? – Steve sugeria.

— Claro que não! A Natasha é o braço esquerdo do Fury!

— Se a Romanoff é o braço esquerdo do Fury, então quem é o braço direito?

— Maria Hill. Isso é meio obvio, não acha?

— Tem razão... é um tanto inocente de minha parte pensar que algum agente da SHIELD me ajudaria nisso...

— Exato. Não é assim que o mundo funciona, então é melhor seguir pelo método tradicional.

— Eu não sei por onde devo começar... – O rosto do loiro expressava tristeza, desânimo, desesperança e confusão.

Kiara se sentia triste por ele... Bucky era alguém importante em sua vida, então era natural que o mesmo reagisse daquela forma.

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Então, o melhor seria ajuda-lo... não havia outro jeito...

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— Olha, Cap... tenho uma sugestão...

— Qual...? – O olhar de Steve a cercou e a Segundo-Tenente podia vislumbrar um brilho esperançoso naqueles lindos e majestosos olhos azuis...

— Tenho alguns contatos especialistas em localizar pessoas e tenho certeza que eles podem achar a localização de onde o Bucky está preso, mas vamos terminar o que temos pra fazer agora de amanhã e então, damos um olé no Fury, o que acha? – A loirinha dava uma piscadinha, com um sorriso de canto no rosto.

— Você quer burlar as regras de novo? – A expressão do Capitão era suave... e um sorriso ameno se formava em seus lábios.

— Burlar as regras faz parte do jogo. Não quer achar o seu amigo o mais rápido possível?

— Sim...

— Então pare de ser tão certinho. Relaxa, porque vamos descobrir onde ele está. – E então, a garota sorria de novo, mas era mais um daqueles sorrisos puros e genuínos, que ele sabia que eram naturais e sem malícia...

Aquele era o tipo de sorriso que ele mais gostava nela... porque sabia que era despretensioso e legítimo...

Era a primeira vez depois de toda a confusão que havia passado com Mary Crystal, que se sentia grato...

Ele nem mesmo se sentiria irritado de novo pelo fato de a loirinha o ter visto pelado no dia anterior...

Mary... – Ele a chamava, com um tom de voz grave e cordata.

A garota fixou o olhar na direção dele, e...

 

— Obrigado... – O Capitão a agradecia...

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Era a segunda vez que ele a agradecia daquela forma e Kiara podia sentir a intensidade disso.

Steve observava que seu céu andava cruzando as esquinas do olhar esverdeado... mas diferente de antes, ele... simplesmente não estava se importando...

A garota sorriu divertidamente...

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— Vou cobrar com juros e correção!

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E então, a expressão de gratidão do loiro se desfazia...

Ele revirou os olhos em resposta...

— Sabia que não seria de graça...

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Após decidirem compartimentalizar a missão depois de terminarem de investigar algumas coisas sobre o paradeiro de Alexander Pierce e entregarem o que acharam a Fury, os dois voltaram para o hotel e passaram a agir na missão particular de Steve.

Porém, o loiro começava a ficar inquieto pelo fato de Mary Crystal se disfarçar para encontrar um hacker que descobriria onde seu amigo estava aprisionado.

— Como um hacker vai ser capaz de acha-lo?

— Dentro da própria SHIELD. Simples. – Ela ajeitava a peruca na cabeça, prestes a sair e se encontrar com o rapaz que havia marcado encontro.

— Onde você achou esse hacker, senhorita? Ele é confiável?

— Um amigo da Força Aérea me passou o contato dele. É super confiável.

— Como pode ter certeza?

— Apenas tenho. Confie em mim.

— Não confio, senhorita Ellis... e você sabe disso. – O loiro bufava, um pouco irritado.

— Eu sei, então vamos fazer assim: você fica me devendo uma, pode ser?

— Não tenho escolha... – E então, os dois firmavam o pacto.

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Mary Crystal ia de encontro ao hacker enquanto o Super Soldado a esperava no hotel.

Era por volta de três da tarde.

A Segundo-Tenente esperava o rapaz numa cafeteria de frente para o mar, em Venice.

Um homem alto, magro, cabelos escuros, com roupas sofisticadas e que usava óculos, chegava e logo se sentava a mesa.

Ele olhou para ela, indo direto ao ponto...

— Qual é a senha? – Exigia, pois a única forma ao qual trabalhava, era por indicação, e só pessoas que possuíam a senha para seus chamados, podiam requerer seus serviços.

— Faxina 1509 e castanhas de caju. – Mary redarguia, olhando fixamente para ele.

— Senha aceita.

Ela sorriu vitoriosa.

— Quem te indicou foi o Tyler, certo? – O hacker mencionava o nome do amigo de Kiara, da Força Aérea.

— Sim, ele mesmo.

— Ótimo, porque só trabalho com indicações de pessoas de extrema confiança.

— E como sabe que sou de confiança?

— Os meus serviços não perambulam na boca de pessoas de má índole. O Tyler é um grande amigo.

— Ainda que seus serviços sejam de má índole? – Ela o alfinetava.

— Eu não aceito qualquer coisa. Vou analisar se pego ou não o seu caso. – O rapaz a cortava, sendo direto.

— Certo, então devo começar a falar?

— Sim, mas antes, quero que veja meu portfólio. – E então, ele empurrava uma pasta com algumas manchetes e notas de jornais, aos quais ele era responsável direto sobre invasão de dados.

Kiara estava surpreendida... ele era bom... e podia constatar tal fato por ser formada em Ciência da Computação, embora seu lance dentro dessa área fosse apenas em programação voltada para aeronaves.

— Uau... Você já invadiu sistemas como os do FBI e CIA... belo portfolio...

— Me diga o que você quer. – Ele a cortava, sendo sempre direto.

— Quero que ache a localização de uma pessoa que foi apreendida pela SHIELD.

— Não quer cópias de arquivos? Não quer que eu edite nada?

— Não. Só quero a localização dessa pessoa. – Mary mostrava que era um trabalho muito simples para um hacker do porte dele.

— Isso é algo muito fácil... então, quem é a pessoa?

— Bucky Barnes. Um Sargento que lutou na segunda guerra mundial e trabalhou no Comando Selvagem. Ele desapareceu nos alpes depois de uma queda e foi capturado pela SHIELD recentemente.

— E como uma pessoa que deveria estar morta a anos, está viva e foi capturada?

— Isso você vai descobrir quando pesquisar a respeito. – Mary dava um pequeno trabalho a ele, mostrando que não diria mais que o suficiente.

— E posso perguntar por que exatamente?

— Tenho um amigo que foi próximo dele e que soube recentemente que o mesmo foi mantido em cárcere pela HYDRA, então ele quer detalhes sobre sua captura onde o Conselho Mundial de Segurança o trancafiou.

O rapaz a fitou com precisão, com olhar estreito...

— Bem... isso não será difícil, ainda mais depois dessa confusão envolvendo a SHIELD com a HYDRA, onde muitos arquivos foram vazados. O sistema deles anda bem instável, então, creio que isso barateará o serviço.

— Ótimo... - Kiara sorriu.

— Me dê apenas um dia. – Pedia, já sabendo que não era uma tarefa complicada.

— Certo. Agora me diga seu preço. – Mary solicitava.

— 20 mil Dólares. – A respondia na lata.

— Negócio fechado. Vou pagar à vista. – E então, a garota pegava alguns bolos de dinheiro em sua bolsa.

Kiara havia sacado dinheiro num banco, de sua conta particular, chutando que precisaria usar até 60 mil dólares naquele serviço, mas havia saído mais barato do que presumiu.

— Uuh.... belo estimulante. Começarei assim que chegar em meu escritório.

— Então onde nos encontramos amanhã? – Ele a questionava.

— Aqui mesmo.

— Então, nos vemos amanhã. – Mary apertava a mão do rapaz.

— Certo... qual seu nome mesmo...?

— Lindsay. – A loirinha mentia, com um sorriso no rosto.

Ele focalizou seu olhar nela.

— Acho que te conheço de algum lugar. Só não sei de onde...

— Creio que não. Estou nos Estados Unidos a turismo. Vengo dall'Italia, nato a Verona. Sono qui solo per fare affari, signore(Eu venho da Itália, nasci em Verona. Só estou aqui para fazer negócios, senhor.) - Ela sorria, mentindo descaradamente que morava em Verona, apenas para despistá-lo.

— Uau... não entendi nada, mas seu italiano parece ser fluente. De qualquer forma, nos vemos amanhã, Lindsay.

Ela sorriu e eles se despediram.

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No dia seguinte, ela se encontrou com o hacker por volta das duas da tarde e então ele entregava alguns papeis mostrando um mapa, que basicamente era onde Bucky Barnes estava preso.

Mary não havia dito nada a Steve sobre o desenrolar do serviço com o rapaz, esperando que o mesmo terminasse seus afazeres primeiro.

Naquele dia em específico, eles precisariam sair do hotel que estavam em Los Angeles e irem para outro.

Fazia parte da missão sempre se hospedarem em diferentes lugares, para que não levantassem suspeitas, ainda que aquele último hotel pertencesse as Indústrias Stark.

Seguindo a recomendação de Nick Fury, os dois agora iam para Newport Beach, um lugar luxuoso.

A garota estava com os papeis do hacker em mãos e entregaria tudo nas mãos de Steve após fazerem check-in.

Os dois seguiram para a recepção e o loiro passava a falar com a recepcionista.

— Dois quartos, por favor.

A jovem mulher atrás da mesa sorriu e balançou a cabeça negativamente.

— Temos três quartos reservados e apenas um quarto disponível.

— Aah... – Ele não soube o que fazer naquele instante, então, Kiara resolvia assumir.

— É um quarto de casal?

— Sim.

— Ótimo. Pode ser. – E então, a loirinha virou para Steve, que arregalava os olhos...

Teria de dividir um quarto com ela de novo?

Céus, isso era tão errado... um homem e uma mulher que não eram casados, não podiam fazer aquilo...

O Capitão suspirou impaciente...

Depois de fazer o cadastro na recepção e usar seu cartão de crédito, um funcionário do hotel os acompanhou até a suíte, seguindo com os dois pelo elevador e o longo corredor, abrindo a porta do quarto.

Era um grande espaço, com uma cama Queen Size, prateleiras com livros, uma TV, um guarda-roupa, uma mesa ao lado da janela e uma varanda de frente para a praia.

Era lindo e luxuoso...

Steve não tinha ideia do porquê Fury os mandava se hospedar naquele tipo de hotel, mas não havia outra forma...

Kiara abria sua pequena mala, procurando por algumas roupas, só que ela simplesmente não tinha mais nenhuma que pudesse usar aquele dia...

— Cap... você se importa se eu pegar uma camiseta sua emprestada?

Steve franzia o cenho, estranhando aquele pedido inesperado.

— Aonde estão suas roupas?

— Numa lavanderia aqui perto. Amanhã irei pegá-las.

O loiro balançou a cabeça em desaprovação... era tão descuidada...

E então, ele jogou uma peça na direção dela.

— Valeu! Estou indo tomar banho! – E então, a loirinha seguiu para o banheiro.

Steve respirou profundamente... teria de acostumar estar sempre perto de uma mulher... e dividir seu espaço com ela...

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Depois que a garota saiu do banheiro, ela notava o Capitão com o olhar vidrado no iPad que Nick havia deixado com ele. Provavelmente, lendo instruções sobre as próximas missões.

O Capitão estava de pé, concentrado, segurando o aparelho, ainda vestido com seus típicos trajes de sempre: jaqueta de couro, camisa xadrez, calça e sapatos sociais.

Seu cabelo se encontrava devidamente penteado para trás.

Kiara deitava na cama queen size de pés e braços estendidos, ocupando todo o espaço. As janelas estavam abertas e o sol iluminava o cômodo de modo ofuscante.

Ela estava com um sutiã escuro por baixo da camiseta larga que o Super Soldado havia lhe emprestado, exibindo um largo decote.

O loiro espionava discretamente a atual posição garota na cama, percebendo seu decote e as pernas muito à mostra...

Steve se sentia incomodado por Mary ser uma mulher tão desavergonhada.

— Vista-se direito. – A repreendia, num tom áspero.

— Mas eu não tenho nenhuma outra roupa a não ser essa que você me emprestou! – Ela respondia, num tom inocente.

— Por que não se preparou antes? Você sabia que estávamos vindo para Newport Beach. – Steve a recriminava num tom áspero. Ele estava parecendo Harry, seu irmão... tão chato...

— Por que acabei não prestando atenção...

— Como você tem coragem de estar vestida dessa forma na frente de um homem? Ainda mais quando tem que dividir um quarto ele? – O loiro cruzava os braços, com uma feição severa.

E então, Mary levantou, ficando sentada na cama...

— Estou ao lado de alguém que tenho certeza que não vai cometer assédio sexual contra mim. – Kiara sorriu convicta e tranquila.

Steve a observava enrolando os dedos pelos cabelos loiros presos em duas marias-chiquinhas... despreocupadamente...

— Não devia provocar os homens assim, senhorita... – O Super Soldado colocava o iPad em cima da mesa ao lado da sacada do quarto.

— Mas você não é um homem, Steve... você é um anjo... – A Segundo-Tenente afirmava, ainda sorrindo de forma serena...

Um anjo...? Era essa impressão que tinha dele...? O Capitão não sabia se aquilo era um elogio ou uma ofensa.

Obviamente, se tratando dela, era uma ofensa...

Enquanto o fitava, a loirinha sentia o cheiro fresco de sabão em pó e amaciante na camiseta que Steve havia lhe emprestado.

Steve Rogers era um homem caprichoso e organizado. Suas roupas eram incrivelmente limpas e passadas...

— Senhorita Ellis, você encontrou com o tal hacker e até agora não me disse nada do que ele descobriu. – O loiro a contestava, não entendendo porque estava mantendo todo aquele suspense.

— Foi mal, Cap, mas esse assunto era muito importante para eu simplesmente te dizer enquanto estávamos vindo para cá. Então esperei que estivéssemos sozinhos nesse hotel para entregar tudo em suas mãos. – E então, Mary Crystal se levantou e apanhou a pasta com os papéis que continham o mapa onde Bucky estava.

Ela caminhou devagar e estendeu a pasta na direção do Capitão.

Steve pegava tudo da mão da garota, um pouco... nervoso...

O Super Soldado a fitou seriamente... não sabia se era certo o que estava fazendo, mas... qual opção tinha?

— Seu pai ficaria chateado por saber que anda requisitando serviços de pessoas ilícitas, senhorita Ellis... – Ele deixava suas frustrações saírem, dizendo o quanto achava aquilo errado.

— Meu pai não sabe de muitas coisas da minha vida... só a minha mãe, mas isso não é um problema.

— Deveria ser... então agora me diga a verdade... quanto esse hacker cobrou pelo serviço?

A garota olhou para cima, um pouco receosa de dizer o preço, mas... não mentiria para o Capitão América. Tudo tinha um preço.

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— 20 mil Dólares.

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O olhar do loiro alargou, em choque...

— De onde tirou 20 mil dólares, senhorita Ellis!?

— Não me olhe desse jeito. Não estou usando dinheiro do meu pai, antes que pense...

— Seu salário na Força Aérea não é alto, é?

— É razoável...

— Então como? Você tinha dinheiro guardado?

— Meu avô me deixou uma herança de 2 milhões de euros. Eu nunca gastei um centavo, então, achei que seria o momento... foi de lá que paguei o hacker. – Ela confessava, achando que estava fazendo o certo em dizer a verdade, mas...

Aquilo apenas o deixou ainda mais alarmado.

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— Você está usando o dinheiro sujo da máfia!?

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— Era isso ou continuar sem saber onde o seu amigo está! – O rebateu, exasperada.

Steve virou de costas, suspirando alto enquanto segurava a pasta...

— Eu juro por Deus que vou te pagar... não quero nada relacionado a máfia em meus assuntos...

— Você aceitou a minha ajuda e quando faço, e é assim que agradece!? Como você é ingrato!

— Eu tenho meu próprio código de conduta, senhorita Ellis... – E então, o Capitão se aproximou novamente da garota, olhando fixamente nos olhos dela, irritado.

— Eu também tenho, mas você não precisa se preocupar... essa herança não é dinheiro sujo da máfia. É o que sobrou dos negócios do meu avô quando ele foi liberado pela justiça e voltou para a Sicília. Ele tinha um restaurante em Palermo. Foi tudo o que restou quando ele se foi... – A garota expressava uma feição melancólica.

Ela gostava tanto assim de seu avô?

— Ainda assim-

— Estou fazendo isso porque você é meu parceiro de missão. Estamos entrelaçados nessa... eu te ajudo, você me ajuda... – Ela o interrompia, mas o Super Soldado pensava em continuar com suas indagações.

— Mary-

— Ouça, Capitão Rogers, o que são meros 20 mil dólares? Desencana! Mas se você não conseguir dormir por causa disso e sua consciência não te deixar em paz, então depois que tudo isso acabar, pode me pagar de volta, ok!?

Ele respirou fundo, sabendo que não havia outra opção...

— Ok. Então na minha conta, te devo um favor e agora 20 mil dólares...

— Sim. Você tem uma conta comigo agora. Vamos ver quantos favores e quanto dinheiro vai acumular...? - Ela sorria maliciosamente de canto.

Depois de acertarem suas diferenças, Steve abriu o conteúdo da pasta e tudo o que havia ali, era um mapa da localização atual de seu melhor amigo, que basicamente ficava...

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No meio do Oceano Atlântico Norte...

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Havia as coordenadas de altitude e longitude, mostrando o ponto exato no mapa.

Era uma prisão de segurança máxima para prisioneiros de alta periculosidade, que ficava nas profundezas do mar...

O loiro arregalava os olhos... perplexo... assombrado e extremamente chocado...

Estavam tratando Bucky Barnes como um dos maiores assassinos do planeta...

Por um momento, Steve teve que se sentar, desacreditado que Fury e o Conselho Mundial de Segurança trancafiaram o sargento naquele tipo de lugar.

Ele ficou ali, pensativo por longos minutos... ainda se perguntando o que devia fazer e como seu melhor amigo estava se sentindo...

Kiara não tinha paciência de assistir a patética melancolia do Capitão América e resolvia fazer algo melhor do que ficar ali, parada, olhando para a cara dele.

A garota caminhou na direção da prateleira ao lado da janela do quarto, no ímpeto de pegar algum livro para ler.

Ela olhava para cima, com o dedo indicador apoiando o queixo, decidindo o que poderia ler para se distrair e... havia um livro interessante ali...

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“Beleza”, do autor Roger Scruton.

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A garota esticou o braço para pegar o livro e sem sucesso, ficava na ponta dos pés, mas ainda assim, sua mão não conseguia alcançar.

Mary dava alguns pulinhos desesperados, no intuito de apanhar o objeto, mas ainda assim era inútil...

Steve, que se encontrava absorto em seus pensamentos envolvendo Bucky Barnes, era agora incomodado pelo barulho dos pés da garota tocando o piso de madeira do quarto, no ímpeto de pegar um livro da prateleira ao lado da janela.

O sol entrava pela imensa fresta das janelas e da varanda de frente para o mar, iluminando tudo ao redor...

Ele observava a dificuldade que Kiara tinha em pegar o objeto...

A Segundo-Tenente vestia apenas a camiseta que ele havia lhe emprestado e que ficava gigante nela...

Se o loiro não fosse tão apaixonado por Peggy Carter, assumiria que aquela cena era um tanto encantadora e instigante...

Uma mulher que vestia uma peça de roupa de um homem, como se compartilhassem uma vida íntima, era algo provocante...

O olhar do Capitão América descia pelas pernas da loira... secretamente as apreciando...

A malha da camiseta emoldurando o corpo curvilíneo... a beleza suave das nádegas... o contorno perfeito e ameno dos tornozelos... a pele nua de sua coxa... tudo nela era deslumbrante, embora jamais admitisse em voz alta.

Ainda tentando apanhar o livro da prateleira, Mary bufou de raiva, exibindo uma feição irritada.

A garota pensava em pegar uma cadeira para subir e finalmente segurar o livro, mas, quando se virou...

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Lá estava Steve Rogers ao seu lado, estendo o braço e facilmente pegando o livro que ela tentava apanhar...

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— É esse que você quer? – O Super Soldado perguntava, com a mão pairando no ar em frente a prateleira.

— Sim... – Mary redarguia, um pouco tímida e incomodada, notando que ele era muito mais alto do que ela...

Steve soltava um riso abafado ao perceber que a garota estava com o rosto levemente enrubescido por não ter altura para pegar um simples livro numa prateleira.

A garota tinha 1.61 de altura, e era ótimo ser mais alto que ela, 23 centímetros, apenas para que pudesse se sentir um pouco superior...

— Se você falar qualquer coisa sobre a minha altura, eu vou te matar. – A loirinha o ameaçava, com uma feição assustadora na face.

— Não gosta de ser chamada de baixinha...? – Steve sorria divertidamente.

— Idiota... – Ela virava o rosto, com raiva, escondendo o embaraço no rosto.

— Baixinha e magrinha... – O loiro voltava a provoca-la, mas erguendo o livro na direção dela.

Mary o encarou com o semblante furioso. Suas bochechas estavam vermelhas... só que de raiva, obviamente...

Era difícil leva-la a sério naquelas condições... sua aparência de menina contribuía para isso... ainda mais quando ela mantinha seus longos cabelos loiros presos em duas marias-chiquinhas, exibindo um aspecto infantil... Mary parecia uma menininha fofa e irritada por roubarem sua boneca.

— Se você não fosse quem é, eu com certeza iria estourar a sua cara. – E então, a Segundo-Tenente pegava o livro da mão dele, com indelicadeza.

Steve sorria diante da postura fofa da garota e podia sentir o perfume dela inebriar seus sentidos... Mary Crystal cheirava tão bem...

Um delicioso aroma de rosas que dimanava da pele macia e sedosa, o deixava fora de órbita...

O olhar do Super Soldado fixava na pele branca da região da clavícula feminina... era tão alva, clara e límpida... parecia uma bela tela para se pintar algo...

Talvez a loira não soubesse, mas... esbanjava uma sensualidade natural e arrebatadora, porque até mesmo ele, alguém que não se deixava levar apenas pela aparência das pessoas, via-se um tanto magnetizado em vislumbrá-la daquela forma...

O Capitão não conseguia se impedir de observá-la...

Mary Crystal parecia ser a única que o tirava de seus pesadelos e momentos tortuosos... prova disso era o quanto estava imerso em sua imagem e não mais em seus devaneios envolvendo Bucky Barnes.

Naquele momento, era um impossível não perceber que ele a fitava de forma... estranha...

E já pensando em se vingar, uma ideia insana apenas acendeu na mente de Kiara, como uma lâmpada.

Ela lançou um olhar provocante na direção do loiro...

A garota continuou a encará-lo, olhando dentro dos orbes azuis celestes, enquanto ele fitava com exatidão o olhar verde esmeralda...

Era como a colisão de dois mundos... mistura de calor com frio... união de noite com dia...

Seu olhar persistia na suavidade que o brilho da tarde trazia a pele alva da Segundo-Tenente... e ambos continuavam se entreolhando...

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A mais bela ponte construída no planeta... era a distância entre dois olhares...

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Mary Crystal sorriu sórdida e petulante, de canto...

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— Sabe... eu vejo, Capitão Rogers... você me quer...

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— Como é que é...? - Steve começava a rir.

Ok, aquela não era a reação que Mary estava esperando, no entanto, continuaria atacando, apenas para se vingar.

— Eu te entendo... você se sente atraído por mim... pensa em mim mesmo quando não quer pensar e... aposto até que já sonhou comigo...! – A garota piscava lentamente, de forma sedutora, no intuito de seduzi-lo.

O loiro apenas sorriu de volta... sua postura mostrava firmeza, convicção e segurança.

Não funcionaria dessa vez... para a surpresa da Segundo-Tenente.

— Eu jamais me meteria com você, senhorita Ellis, mesmo que fosse a última mulher da face da terra...

— Eu duvido...

— Pode duvidar à vontade. Você não está em meu coração e minha mente para saber o que acontece. – Afirmava, convencido.

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— Sabe, Cap... isso seria muito mais divertido se estivéssemos pelados... – A loirinha aproximava dois passos na direção dele, e Steve recuava três...

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— Apesar de qualquer resquício que meu corpo possa sentir por você, eu não sou idiota, então consigo manter tudo equilibrado aqui dentro, já você... – O Capitão cruzava os braços, mostrando para ela que dessa vez, não reagiria de forma tímida.

A loira alargou o olhar, vendo que suas provocações não surtiram efeito...

— Certo... mas por que acha que ficaria desnorteada por você, Capitão?

— Porque você sempre enfatiza reações assim quando se refere a minha aparência. Acredite ou não, senhorita Ellis, eu já passei por esse tipo de experiência várias vezes quando saí em turnê com a USO. Estive cercado por dezenas e centenas de mulheres que sempre se mostravam impressionadas com minha aparência.

— E...?

— Você disse que foi minha fã quando criança, não é mesmo? Então deve saber que eu nem sempre fui assim. Eu era baixo, magro e parecia ter 15 anos até o projeto Renascimento. Depois disso, entrei na linha de frente da segunda guerra e não tinha tempo para romances sem compromisso. – Replicava, expondo seus argumentos.

— Eu já sei de tudo isso... – Ela rebatia, mantendo um olhar estreito na direção do loiro.

— Depois que me tornei o Capitão América, as mulheres estavam muito mais interessadas no meu físico do que em minha pessoa, então, mesmo que me sinta constrangido por muitas delas, incluindo a senhorita, eu sei exatamente como me comportar.

— Isso não significa que você não se sinta atraído por ninguém.

— Exato. Não sou cego e muito menos de aço... eu vejo e sinto muitas coisas, porque sou humano, mas... estou preso num mundo moderno do qual não faço parte, sem ter ideia do que fazer, só que isso não anula meus valores. Sou um tipo antiquado de homem, senhorita Ellis. Acredito no amor e pretendo achar a parceira certa para um relacionamento sério e duradouro. - Steve confidenciava, num tom de voz ajuizado, firme e decidido.

Mary Crystal assobiou, sem argumentos...

— Uau... acho que sou a única que não quer tentar isso... já presenciei essa coisa de amor algumas vezes e concluí que o processo envolve muito mais sofrimento, renúncia, anulação, abuso, mentiras e desilusão do que a poetização inicial conseguiria supor...

E então, mediante as palavras nebulosas de Mary, Steve tirava algo do bolso...

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A bússola com a foto de Peggy Carter...

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O Capitão estendia o objeto, na direção da Segundo-Tenente.

Kiara não entendia aquele movimento...

— O quê...?

— Pegue...

— Por quê...? – A loirinha o contestava, confusa.

— Apenas abra e veja... – Ele redarguia, fazendo com que a garota pegasse a bússola de sua mão.

Steve não sabia que Mary já tinha pegado aquele objeto e visto a foto que tinha dentro...

Quando a Segundo-Tenente abriu, deu de cara com o retrato de Peggy Carter, e o ponteiro apontando para o norte.

A garota sentia a profundidade daquele objeto... possuía um valor sentimental muito alto para o Capitão.

— A Peggy te deu isso? – O contestava, curiosa sobre a procedência do objeto.

— Não. Recortei de um artigo de jornal.

Diante daquela resposta, Mary Crystal alargou o olhar...

— Ela deve ter pensado que você era realmente fofo... ou assustador...

O Super Soldado sorriu, se recordando de suas memórias mais profundas com Peggy...

— Pode não acreditar no amor, mas ele existe, senhorita Ellis... eu e ela... somos a maior prova disso...

Os olhos azuis perdiam o foco por alguns instantes... e sua mente mergulhava nas lindas recordações com sua musa inspiradora...

Era nítido que Steve lutava para sobreviver numa realidade em que a felicidade durava um piscar de olhos e a tristeza uma vida toda...

— Peggy nunca deixou ninguém ficar em seu caminho quando ela sabia que podia fazer qualquer coisa... é por isso que eu a admiro...

Mary podia sentir o que ele não dizia nas entrelinhas daquela frase...

“É por isso que eu a amo...”

— Quando olho para o rosto dela nessa bússola... apenas me faz pensar em algo surreal...

— Como o quê...? – A Segundo-Tenente o indagava, curiosa.

— Sobre a sorte que tive por ela ter me escolhido... mesmo que não tenha dado certo pra nós... mesmo que tenhamos nos desencontrado... nunca tive tanta sorte em minha vida...

Mary Crystal olhava para o rosto do Super Soldado, percebendo que seus olhos brilhavam quando falava de Peggy Carter... ela realmente era tão incrível assim...?

O Capitão e sua garota nunca tiveram a chance de consumar aquele amor... porque ele se sacrificou por seu país e pelo mundo...

Era um tanto triste...

O loiro pegava a bússola das mãos da garota e a fechava, olhando fixamente e profundamente dentro dos olhos de Mary Crystal...

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— É por isso que você pode ter o suficiente, senhorita Ellis... mas não pode ser o suficiente... não pra mim...

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E então, Steve virou de costas, deixando-a ali... indo na direção da varanda da suíte, como se quisesse pegar um ar...

Kiara apertava o livro entre seus dedos... encarando-o com seriedade... observando os ombros largos do Super Soldado e sua presença firme e viril lhe intimidarem levemente...

Aquela era a primeira vez que se sentia tão coagida e assustada diante dele...

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8 de Junho de 2012, 11:08 AM

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Prisão Balsa – Oceano Atlântico Norte

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A SHIELD acabava de fechar um acordo com os irmãos Maximoff, após uma série de vãs tentativas de extraírem informações do Soldado Invernal nos últimos dias.

A Feiticeira Escarlate seria designada a encarar a missão de arrancar tudo o que havia escondido na mente do ex-assassino da HYDRA, de forma indolor, já que tortura não era cogitada naquela situação.

Em troca, os irmãos teriam bonificações em sua futura sentença.

O plano era que a mesma descobrisse sobre o paradeiro de Alexander Pierce, já que a garota e seu irmão não tinham conhecimento de nada envolvendo o ex-secretário da SHIELD além das ordens explícitas de matarem Tony Stark.

Wanda e Pietro concordaram. Então, aquele era o dia em que a Feiticeira faria seu primeiro contato com Bucky Barnes.

Alguns agentes a escoltaram para a cela ao qual o sargento se encontrava.

Não havia como ninguém ali fugir, por conta dos colares em seus pescoços. Se dessem um passo em falso, eram mortos na hora.

Wanda terminava de atravessar o grande corredor e então, os agentes que faziam a segurança da cela do Soldado Invernal, a abriam para que a garota pudesse entrar.

Quando ela cruzou as grades, percebia que o homem ao qual teria de estabelecer contato e extrair informações, estava ali, sentado e parado...

Ele a encarava com um semblante sombrio... seu olhar pesado arrancava arrepios espinha abaixo...

Wanda não tinha nenhum protocolo para seguir à risca, então, ela apenas agiria como achava melhor...

A garota se aproximou da mesa onde o sargento estava... em lentos passos...

Uma energia parecia suga-la para o fundo daquele olhar... um brilho azul amenizava o aspecto tenebroso que o cercava...

Bucky a fitava... se recordando dos orbes vermelhos... da coloração escarlate que a garota mostrou para o mesmo no dia em que se viram pela primeira vez...

Ela estava tão quebrada quanto ele... e tudo o que o Soldado Invernal desejava era destruí-la completamente até que não restasse mais nada...

No entanto...

Wanda apenas pensava que o mesmo se encontrava receoso com sua presença ali... e...

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— Está com medo de mim...?

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A garota o indagava, num sussurro, já esperando uma resposta positiva...

Mas... para sua surpresa...

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— Não é você quem está assustada comigo...?

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Bucky a rebateu com outra pergunta...

A voz dele quebrava o tempestuoso silêncio entre ambos...

Mas era... perturbador...

— Posso me aproximar...? – O contestava, ignorando sua pergunta.

Ele assentia...

Quando a Feiticeira se sentou de frente para o soldado, seus olhares se cruzaram novamente... e ambos observaram um ao outro... com ambas aparências sérias...

Os dois já sabiam previamente sobre suas habilidades e do que eram capazes...

Diante daquela pausa subversiva, Wanda resolvia romper o silêncio novamente.

— Você... sabe o que vim fazer aqui...?

O olhar lutuoso e gelidamente ameaçador do Soldado Invernal a penetrou... como uma lâmina afiada que perfurava a pele... e fazia o sangue escorrer... lento e quente...

— Veio me interrogar... já que não conseguiram tirar nada de mim...

Wanda ouvia aquele timbre grave e imponente... sentindo que se o mesmo tentasse ataca-la, ela o machucaria...

Mas a garota não queria machucar ninguém...

Bucky havia sido alertado sobre ela... seu poder, suas habilidades...

A Feiticeira Escarlate remexeria sua mente até que encontrasse o que aqueles agentes queriam...

Deveria teme-la... deveria pensar em algum plano de contenção para detê-la, porém...

Os olhos da garota mostravam resquícios de gentileza... e o vermelho escarlate de seus olhos, dançavam suavemente pela íris...

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Simpatia...? Não... empatia... aquela misteriosa garota tinha empatia por ele...? Mas como se eles nem se conheciam...?

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Notas finais do capítulo

Teremos mais uma intensa interação entre o Bucky e a Wanda no começo do próximo capítulo. Vai ser tenso e engraçado :P

E o Steve e a Mary resistindo um ao outro? Tá bem engraçado isso, mas vamos lá, o próximo capítulo vai ser suuuuuper fofo entre o nosso casal briguento! A Mary vai ficar doente e ele vai cuidar dela, sim, será lindo, fofo e bem engraçado, porque ela vai ficar manhosa e ele vai fazer de tudo pra agradá-la. Ai que frio na barriga!!! Vocês vão amar!

Não esqueça seu comentário, please. Estamos quase, quase chegando na metade da fanfic e pensa num trem que dá trabalho de escrever? Dê uma força pra autora aí.



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