Between Smiles And Regrets escrita por Boca de Netuno


Capítulo 1
capítulo um.


Notas iniciais do capítulo

a história se passa dois anos depois da partida de Patrick. só digo isso, também.

éé, o nome da fic é um verso da música do FOB, entitulada Calm Before The Storm. A história não tem nada a ver com a letra da música, eu só achei que o título combinaria. Mais tarde, entenderão o porque.

enjoy







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   Ele sabia que prometera a si mesmo nunca voltar àquela cidade, mas estando na capital, a apenas algumas horas daquele lugar, a tentação era grande. Fazia um bom tempo desde a última vez que Liam o informara sobre ela, desde que a garota começara a faculdade.


   Mesmo com diversas lembranças voltando à tona, Patrick concentrou-se em sua guitarra. Eles tinham um show em menos de uma hora, e a última coisa da qual ele precisava naquele momento era lembrar do passado.


   O garoto tímido e fechado estava agora beirando seus dezenove anos, e ele ria de si mesmo ao lembrar de como era. Nunca abandonara seus costumeiros bonés, e agora era o vocalista da nova banda, assim como a guitarra base. O lugar onde eles iriam tocar não era grande, mas Patrick não pôde deixar de ouvir Andrew Hurley, o bateirista, dizer com um sorriso no rosto que estava lotado.


   Um toque eletrônico e repentino começou baixo, vindo do aparelho celular ao lado de Patrick, no sofá. Sem ver quem era, ele atendeu a chamada, se surpreendendo ao ouvir a voz de Liam tentando encobrir a de Seth, "Stumpy!" a voz soou, e o rapaz não conseguiu conter seu sorriso do outro lado da linha.


   "Viva-voz, Liam!" ele ouviu Seth pedir ao fundo.


   "Desculpe não poder ir ao show hoje, cara. Eu tive uns imprevistos -" começou o moreno.

 

   "Conte de uma vez!"


   "Me contar o quê?" perguntou Patrick.


   "Calma, eu vou chegar lá." disse Liam.


   "A Lilly vai assitir ao show!" exclamou Seth, sem deixar o outro falar.


   Patrick sabia que eles estava discutindo do outro lado da linha, mas ele mal prestou atenção. Sua boca secou imediatamente, e ele se forçou a perguntar: "Por que ela está aqui?"


   Silêncio seguiu a pergunta, e foi Seth quem falou por primeiro, dirigindo-se a Liam: "Você nunca disse a ele que a Lilly se mudou para a capital?" eles discutiram em sussurros, e o ruivo não entendeu mais do que algumas palavras soltas, e logo o melhor amigo da garota retomou a palavra. "De todo modo, ela me disse que ia a um show hoje, e eu não sabia que você ia tocar aí até Liam me contar. E ela não vai sozinha."


   "Sério?" perguntou Liam, em um tom mais baixo. "Com quem ela vai?"


   "Charlie." respondeu o outro.


   "Quem é Charlie?" Patrick sentiu seu próprio ciúme escorrer pela sua voz ao perguntar.


   "Tudo o que sei é que estuda junto com ela."


   Antes que Patrick dissesse qualquer outra coisa, o chamaram, e ele teve de desligar. Perdeu todo o ar ao se questionar o motivo de Lillian estar ali, e ao pensar que a veria novamente após dois tortuosos anos.


   "Pete?" ele chamou pelo amigo. O baixista virou-se para encará-lo. "Posso pedir um favor?" disse, passando um braço pelos ombros do moreno, guiando-o atrás dos outros dois integrantes da banda.

 

 

   We get legendary

Tonight little darling

Uh huh little darling

 
   Patrick cantava com vontade, fazendo com que sua voz ecoasse por todo o lugar, repercutindo em seus ouvidos. Escaneava incessantemente as faces que os observavam, esperando encontrar o rosto que ele ansiava ver.


   E então, sem o menor aviso, ele a viu, de braços cruzados, perfeitamente imóvel em meio aos outros, e ele não sabia dizer onde os olhos dela esravam fixados. Patrick olhou significativamente para Pete, quem disse alto "Obrigado! Somos Fall Out Boy!" dando tempo ao vocalista de se aproximar de Andy e Joe, este último o guitarrista, pedindo para que tocassem uma música em especial.


   Voltando à sua posiçãoem frente ao microfone, ele falou, olhando para a platéia, procurando-a novamente: "Essa música é de uns quatro anos atrás, de quando eu fazia parte de uma banda chamada Patterson. Procurem os caras, eles são ótimos." ele respirou fundo. "E ela vai para uma pessoa que está aqui hoje. Lilly Greylock, espero que se lembre dessa." Patrick sorriu ao ver a expressão assustada no rosto dela.


   Ele cantou a primeira estrofe de olhos fechados, sabendo que a maior parte dele não queria ver a reação. Mas o medo de perder aquele momento o fez olhar para onde ele sabia que ela estava. Lillian estava sorrindo, e ele fez o mesmo, como se estivesse cantando a música somente para ela, exatamente como aquela tarde e que os dois estavam sentados na cama de Patrick, antes de tudo acontecer.


I keep my jealousy close

'cause it's all mine

And if you say this makes you happy

Then I'm not the only only lying


   A versão era diferente da que ela ouvira, mas a letra e melodia ainda eram as mesmas.


Can I lay in your bed all day?

I'll be you best kept secret

And your biggest mistake


   Ele olhou para ela mais uma vez. Apenas seu lábios moviam conforme a letra, e ela era a única que estava cantando junto com ele. Não importava se ela saísse do show para nunca mais voltar. Lilly lembrava.

 

 

 

   "Ótimo show." Joe sorriu, batendo forte nas costas de Patrick antes que este saísse do suposto camarim deles. Ele concordou, andando pelo corredor até onde Pete estava. Ainda não estava acostumado com a repentina fama; a banda acabara de deslanchar, então era algo surreal ver aquelas pessoas tentando passar por um armário vestido inteiramente de preto.


   "Alguma que te interesse?" sorriu Patrick, parando ao lado do baixista.


   "Ainda não. Mas tem uma louca que não pára de gritar seu nome." ele apontou com a cabeça para uma garota prensada à parede. Ela o avistou, e tornou a gritar, sua voz ligeiramente mais alta que o barulho geral.


   "Patrick! Lilly Greylock!" ela repetia, apontando para alguém ao seu lado. As pessoas mais próximas se calaram e olharam na mesma direção que Patrick.


   Pete olhou para o rosto atônito do amigo, e então para a garota. Sorrindo, ele a chamou, e Lilly, sem dizer nada, passou pelo segurança, segurando firmemente o pulso de sua acompanhante.


   "São vocês mesmo!" disse a amiga de Lillian, seus olhos brilhando, e um largo sorriso aparecendo em seus lábios. Ela abraçou o moreno, e hesitou antes de abraçar o outro, olhando para a amiga, quem parecia estar em transe. "Se importa se eu abraçar o Patrick?"


   Lillian desviou seu olhar do rosto de Patrick, enrubescendo ao dirigir a palavra à garota. "Não, não sei porque me importaria." Ela não parecia ter mudado em nada. "Ah, essa é a Charlotte-"


   "Charlie!" esbravejou a menor. "Charlie Haywood." ela sorriu e anunciou que iria procurar pelo Andy.


   "Essa é a Charlie?" perguntou Patrick, livrando-se de suas preocupações.


   "Seth?" disse ela, e ele apenas assentiu. "Imaginei."


   "O que você está fazendo aqui?" ele esperava receber uma resposta diferente da que ela deu.


   "Ainda estou me fazendo a mesma pergunta." ela mordeu o lábio inferior, olhando para algum ponto no chão.


   "Acho que seria melhor se vocês saíssem daqui." disse Pete, os conduzindo de volta ao camarim.


   Não havia muito espaço ali, mas foi possível acomodar Lilly e Patrick em um dos cantos. Ele estava tenso, e não tinha idéia de como começar a conversa, especialmente com Andy, Joe, Pete e Charlie fingindo não ouvir.


   Eles permaneceram sentados em silêncio por algum tempo, até que Patrick sugeriu levar Lillian a outro lugar. A garota tentou recusar, dizendo que deveria levar a colega de quarto de volta, mas perdeu a discussão quando Charlotte lhe deu certeza de que ela não poderia estar em situação melhor.


   Saíram escondidos, sem promessa de voltar. O rapaz continuava pensando no que falar, mas ela adiantou-se: "Como está o Kevin?"


   "Bem." ele respondeu num ímpeto. "Desistiu da guitarra, e agora toca violino."


   "Combina mais com ele."


   Silêncio.


   "Patrick, eu não consigo fazer isso." disse a garota, parando de supetão. Ele girou para ficar à frente dela, a observando com um ar confuso. "Não posso fingir que está tudo bem. Eu queria te ver mais uma vez, mas não achei que isso aconteceria." ela gesticulou entre eles.


   "O que há de errado em conversarmos novamente?" o ruivo perguntou.


   "Eu demorei um bom tempo para voltar ao normal, caso Seth não tenha te contado." Lilly começou, o fuzilando com o olhar. "E-"


   "Você ainda tem meu livro?" ele a cortou.


   "Sim, está em uma das caixas no meu apartamento. Mas não sei o que tem a ver-"


   "Talvez tenha algo lá que lhe interesse." Patrick lembrou-se da folha em branco no final do livro que ele preenchera antes de se mudar.


   Depois de mais algum tempo calada, ela voltou a andar, e colocou as mãos nos bolsos do grande casaco preto que usava.


   "Sinto muito pelo Patricia. Seth me contou quando eu já conseguia pensar por mim mesma." ela disse, olhando para o chão. "Até quando vai ficar aqui?"


   "Amanhã. Um dia a mais, no máximo."


   "Lillian deu apenas um breve sinal de compreensão.

 

 

   "Cadê a garota?" perguntou Andy ao ver Patrick voltar sozinho.


   "Não quis entrar pelos fundos. Disse que iria esperar por ela lá na frente." disse, apontando para Charlie.


   "Não acredito. Justo quando eu me acomodo, ela vem e- O que é isso?" a garota perguntou, abrindo o papel que Pete pusera na mão esquerda dela.


   "Pode ser útil para sua amiga, um dia desses." ele sorriu de lado.


   "Sinto informar, Wentz" ela disse ao moreno, devolvendo o papel. ", mas ela tem namorado."


   "Confie em mim, vai vir a calhar." ele estendeu o papel dobrado, e esperou até que ela o pegasse. "Venha, te levo até a porta dos fundos, não vai chamar tanta atenção."


   "Não tem problema, eu vou voltar por onde vim. Mas antes, um souvenir." ela sorriu torto, e, para surpresa geral, beijou Andy rapidamente, levando consigo uma das baquetas que o bateirista seguravam desaparecendo em questão de segundos.


   "O que foi isso?" riu Joe.


   "Gostei dela." disse Andy, ainda atordoado.


   "O que tinha no papel, Pete?" perguntou Patrick, gerando uma conversa paralela.


   "Nada demais, só o seu número." o outro deu de ombros.


   "O meu- Você ficou louco?"


   "Não que eu me lembre." disse Wentz, meneando a cabeça, pensativo. Ao ver Patrick ajeitar seu boné, andando de um lado para o outro, ele continuou, tentando acalmá-lo: "É bem provável que ela nunca te ligue."


   "É para eu me sentir melhor com isso?"


   "Aww, Patty está apaixonado!" caçoou Joe, entrando na conversa sem convite.


   Stump limitou-se a encarar os três que agora o fitavam. "Talvez um dia estive. Hoje não sei dizer se esse sentimento passa de uma lembrança." ele disse melancolicamente.


   "Profundo." Joe põs uma de suas mãos no ombro esquerdo de Patrick, fazendo-o rir.





   Nove e meia da manhã seguinte, o celular de Patrick insistia em tocar. Ainda meio adormecido, ele levou o aparelho ao ouvido, seus olhos tentando se acostumar com a claridade. "Pete, se for você, quero meu boné do bingo de volta." ele disse, sem pensar.


   "O que você quis dizer com aquilo?" soou a voz de Lilly do outro lado da linha.


   O rapaz se sentou de imediato, sentindo-se instantaneamente desperto. "Com aquilo o quê?"


   "Com o que você escreveu no livro."


   "Como assim, o que eu quis dizer? Está tudo escrito lá!"


   "É, eu li." ela fez uma pausa, e Patrick podia ouvir ela respirar, ao mesmo tempo em que tentava manter sua própria respiração regulada. "Então, você mentiu sobre ter mentido, e me deixou sem nenhum tipo de explicação, é isso?"


   Ele engoliu em seco. A voz dela tinha um tom ameaçador, e era certo que, independente da resposta que ele desse, ela continuaria furiosa com ele.


   "Não achei que a veria de novo."


   "Então essa é a sua desculpa por ter me deixado naquelas condições?"


   "Não me faça parecer o vilão! Eu tinha dezesseis e minha mãe tinha acabado de falecer. Estava quase catatônico, fiz o que achei que seria melhor!" ele retrucou, indignado.


   "Melhor para quem?" ela perguntou.


   "Lilly, você acha que eu quis me mudar? Acha que eu quis jogar tudo o que tinha para o alto?" a garota não fez som algum. "Passei meses imaginando se eu havia feito a coisa certa. Tudo o que eu sabia sobre o que estava acontecendo era o que Liam me dizia, e tenho certeza de que ele omitiu muita coisa."


   "Por que você me contou sobre isso tanto tempo depois?" Lillian disse em um sussurro.


   "Eu não sei." Patrick suspirou. "Ver você ontem me fez lembrar de coisas que eu não pensava há um bom tempo."


   "Pat. Não é a mesma coisa. Não somos mais os adolescentes ingênuos que um dia fomos. Eu superei. Talvez, você devesse fazer o mesmo." ela disse, terminando a chamada sem ao menos se despedir.


   Ele decidiu levantar-se, uma vez acordado. Viu-se no pequeno quarto de hotel que estavam.


   "Bom dia, raio de sol." Pete riu ao receber um olhar mau-humorado do amigo. "Parece que seu plano não deu muito certo. E você nunca nos contou sobre essa garota."


   "É uma longa história." disse Patrick. "Certo, talvez não longa. Mas não é uma história agradável."


   "Ainda a ama?"


   "Não sei. Dois anos podem fazer uma grande diferença. Ouso dizer que não sou o mesmo." seu celular voltou a tocar, e Patrick viu o número de Liam no visor antes de atender. "Ela acabou de ligar para o Seth."


   "Você é bom." disse Liam. "O que aconteceu?"


   "Ela leu o bilhete do livro." ele ouviu o amigo dizer um 'finalmente' em voz baixa. "Se prepare para ouvi-la gritar. Seth sabia e não contou a ela."


   "Só um momento." a voz de Liam silenciou-se. "Ah, começou." ele riu.


   "Como estão as coisas por aí?"


   "A banda não tem mais tempo para ensaiar. Chad está fazendo Direito, e Nigel ainda não foi aceito em nenhuma universidade. Além disso, Terrence só aparece quando tem vontade, garoto mimado e irritante."


   "Me lembre porque ele está na banda." disse Patrick, evitando rir.


   "Bom bateirista e lugar decente para tocar. Chega de garagem." Stump sorriu ao lembrar do lugar. Assim que Liam parou de falar, ele sabia que o amigo queria falar algo. "Não quero me intrometer" começou o rapaz do outro lado da linha, medindo as palavras ", mas o que pretende fazer? Sobre sua situação atual, quero dizer."

 

   "É meio tarde para correr atrás, não acha?"


   "Não vejo a lógica. Você ainda é o Patrick, e ela sempre será a Lilly." Patrick tinha certeza de que Liam estava sorrindo. "Talvez seja bobagem minha, mas eu acho que você nunca parou de pensar no que teria acontecido. Nunca parou de pensar nela."


   "Talvez." murmurou Patrick "Talvez seja culpa."


   "Você não agüentaria muito tempo com culpa, acredite." disse Pete, nem sabendo sobre o que se tratava a conversa.


   "Não é impossível voltar a amar uma pessoa depois de um tempo." Liam tornou a falar. "Encontrá-la novamente pode não ter sido uma coincidência."

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Notas finais do capítulo

N/A: UIA, primeiro capítulo de BSAR mimimi :')
então, explicações: Stumph é agora Stump porque o próprio Patrick tirou o h do nome para evitar pronunciação errada.
e sim, é meio óbvio que as músicas não condizem com a idade que eles tem na história, mas a culpa não é minha de eles terem diversas músicas boas, e eu não querer as usar na ordem em que foram gravadas u_u
E É: nem a Katie nem a Ash aparecem nessa história, sry :/


REVIEWS, PEOPLE. sem reviews, sem capítulos novos. e tenho dito :o



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