Oblivion escrita por Lucca


Capítulo 21
Veneza: a última missão.


Notas iniciais do capítulo

Foram alguns anos aqui se considerar que essa história é a continuação de Reencontro. Tudo começou no episódio 13 da S3, 2018!
Mas tudo tem um fim.
Espero que essa linhas finais tragam um desfecho à altura da saga e do carinho que cada um de vocês dedicou a essa história.
Vamos a última missão do nosso team favorito. O lugar não podia ser outro: Veneza.
Boa leitura.



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 Quatro anos depois

                O barulho incessante era mais uma evidência da casa cheia vida... A movimentação também: crianças correndo, grupos reunidos aqui e ali conversando, comendo ou simplesmente relaxando. É, eles chegaram até aqui. Eram uma grande e linda família quase normal.

                Quase, porque não estão numa divertida férias de verão na Itália. Nem é verão agora. Quase porque os equipamentos sofisticados na suíte maior destoavam do clima familiar do resto da casa. Quase porque entre as conversas casuais sobre assuntos banais ou a educação dos filhos, todos ali discutiam os detalhes da próxima missão. A última missão.

                A Daburzan estava associada à máfia italiana e à corruptos instalados dentro das agências de segurança estadunidenses planejando um ataque terrorista que deflagaria o golpe governamental.

Flashback on

                - Se a Sandstorm ainda existisse, poderia processá-los por plágio! A ideia originalmente é sua, Jane. Talvez ainda possa fazer isso. – Rich não conteve a brincadeira fazendo Kurt se contorcer de raiva por ver sua esposa novamente associada ao terrorismo tantos anos depois.

                Jane se aproximou marido e seu aperto firme no ombro dele agiu melhor do que qualquer outra coisa para tranquilizá-lo. Toda a tensão nos músculos de Kurt cedeu lugar aquela onda que aqueceu seu coração. O passado não era mais um fantasma rondando, capaz de machucá-la ou separá-los. Sua esposa reinava absoluta em sua própria história, então, a melhor forma de apoiá-la, era também não se deixando abalar pelos pontos obscuros do passado.

                - Como todo plagiador, eles têm falhas. E falhas grotescas. – Patterson interferiu.

                - Não podemos subestimá-los. É uma ameaça real. Eles só não contavam com o ás que tínhamos escondidinho na manga. – Zapata continuou debruçada sobre a mesa interativa de Patterson com o rosto brilhando pelo sarcasmo da situação.

                - Tínhamos a autora da obra original do nosso lado, monitorando qualquer ação suspeita dos grupos potencialmente perigosos. – Reade disse terminando de servir a última taça de champagne. – Um brinde à Jane que nos deu essa vantagem.

                Um sorriso discreto curvou os lábios da tatuada. Após uma longa jornada na qual o tom acusatório de Reade tantas vezes lhe causaram dor, ver o amigo reconhecer a importância do trabalho que fazia em favor do seu país era melhor que qualquer condecoração que uma missão pudesse lhe render.

                - Perigosos, mas descuidados. A Sandstorm nunca teria cometido os mesmos deslizes. Sentem-se seguros com o apoio que estão recebendo das agências de segurança. – Jane salientou – Mas ainda precisamos de mais provas. O baile em Veneza será perfeito para isso. Basta nos infiltrarmos ali, então plantamos as escutas e colhemos as vozes, imagens de retina e digitais que precisamos para romper de uma vez com o firewall deles. Quando Patterson e Roman estiverem dentro, lideramos de forma remota o ataque coordenado a cada QG dentro dos EUA e o grupo avançado nos dá apoio no baile para prendermos Salvattori Mássimo e Ivy Sands.

                - Como nos velhos tempos... – Patterson concluiu sorrindo.

                Todos sorriram saboreando aquele remake insano de seus tempos no FBI.

                - Let’s move! – Kurt disse se levantando para fechar com chave de ouro.

Flashback off

                E aqui estavam eles: Veneza. Poucas horas os separavam da execução final do plano.

                - O Museu do Futebol fica no estádio do Pacaembu, na cidade de São Paulo. – Reade disse envolvendo Tasha pelas costas e lançando o folder sobre o balcão da cozinha onde ela estava recostada antes de depositar uma sequência de beijos em seu pescoço. – Não podemos perder isso.

                Tasha riu e se virou, jogando os braços ao redor do pescoço do marido.

                - Você está realmente apaixonado por esse país. Desse jeito, acabo em segundo lugar... – e fez um biquinho para comover ainda mais o marido que, totalmente sensibilizado, cobriu os lábios dela com os seus.

                - De forma alguma. Sem concorrência. Você é única pra mim. Sempre! – e deu mais um selinho nela. -  Falando sério, quando Patterson veio com essa ideia, achei totalmente absurda.

                - É, eu me lembro. – a latina disse rindo.

                - Mas o país me cativou. E, já que vamos passar um bom tempo por lá até que a ONG esteja caminhando com suas próprias pernas, quero aproveitar todas as oportunidades.

                - Aproveitaremos, com certeza. Eu também tenho planos. Então, deixe espaço na sua agenda para as praias do nordeste. Miguel e Maya vão se divertir muito lá.

                - Hmmm, não curto praia tanto quanto vocês. Mas amo ver o quanto minha família fica alegre e relaxada nesse ambiente. Uma semana inteira com você ao meu lado só de biquini é um presente a mais.

                - Se você já está me olhando assim só de imaginar, vamos precisar fechar um hotel com lazer para as crianças com monitores. Precisarei de algum tempo a sós com meu marido.

                - Isso custa caro, Tash. Mas eu pago se você prometer que ficará com o biquini até que eu o arranque com os dentes.

                Sem esperar mais nada, Tasha puxou o marido para um novo beijo bem mais longo que o primeiro.

                - Mira, ainda acho que você deveria fazer uma vasectomia antes de irmos para lá.  Depois da Maya me dei conta do quanto escorrego fácil nas suas propostas.

                - Hmmm, ainda não, Tash. Não estou preparado. Mas prometo ser cauteloso enquanto estivermos no Brasil. Ainda mais depois desses dias numa casa cheia de crianças, acredite: você pode confiar em mim.

                A latina sorriu e voltou a beijar o marido.

                - Estou te dizendo, Rich, ela intimida o Brian. – Boston disse entrando na cozinha e já se encaminhando até a geladeira.

                - Até entendo a sua preocupação, meu cupcake. Mas são praticamente bebês ainda. Vamos deixar que os dois se entendam. Se ela o intimida, ele precisa aprender a confrontá-la. Não é saudável pegar nosso filho nos braços e retirá-lo da brincadeira toda vez que outra criança faz algo que te desagrada. Ele parecia feliz ali. – Rich salientou. – Talvez ele se sinta atraído por mulheres intimidadoras.

                - Agora é você quem está extrapolando todos os limites aqui, Rich! Brian é só um bebê, ele não se sente atraído por mulher nenhuma.

                - Céus, você tem razão. Isso tudo é tão confuso. Achei que ser pai seria mais fácil. Nenhuma das justificativas que tenho se encaixa com ele. – Rich confessou. -  Parece que sempre estamos errando.

                Boston que terminava de tomar sua água, se sensibilizou e pegou a mão de Rich levando até seu peito.

                - Também me sinto assim. Mas tenho certeza de que somos capazes e o amor que sentimos por Brian é o que vai nos guiar. Vamos combinar o seguinte: vou dar mais espaço para nosso filho brincar com as outras crianças e, enquanto ele brinca, dou mais atenção para nós dois.

                - Eu amei essa parte. – Rich respondeu finalizando com um selinho nos lábios dele.

                Reade puxou Tasha para fora da cozinha.

                - Às vezes entendo por que Kurt e Jane se dedicaram com tanto afinco à essa missão.  Um tempinho longe de casa e de tantas crianças deve fazer bem pra eles.

                - Sem crianças, sem Rich, perseguindo os caras maus após tantos anos... Se descobrirem uma bomba que terão que desarmar nos últimos segundos, os dois são capazes de fazer amor ali mesmo sem sequer desligarem os comunicadores. – Tasha concluiu rindo.

                - Eles merecem esse momento. Talvez tendo essa missão como auge do encerramento de suas carreiras, nossa estadia no Brasil com os dois aposentados mais difíceis do mundo seja mais confortável também.

                 - Com certeza esse é o principal motivo de eu ter aceitado tão fácil que fossem os dois se infiltrando disfarçados essa noite e não nós.

Enquanto isso, no jardim interno da casa...

                Patterson estava deitada numa espreguiçadeira embaixo do pergolato. Roman, ao seu lado, sentou-se no chão buscando a melhor posição para o diálogo. Ambos dividiam sua atenção entre a conversa e as demais crianças correndo pelo jardim.

                - Vamos brincar em parques e também em casa. Podemos desenhar, montar quebra-cabeças e desvendar enigmas. – Roman dizia baixinho com o rosto quase colada na redonda barriga de Patterson já com 28 semanas de gestação. - Você terá os melhores irmãos do mundo! Miguel e Sophia são incríveis. E terá os melhores primos também. Mas não precisa se preocupar. Já te amamos do jeito que você é, nunca vai precisar competir e nos mostrar que é melhor que qualquer um deles. Cada um de vocês é únicos e tem amor de sobra nessa família para todos. Ah, todas as noites, quando papai te colocar pra dormir, vou repetir que te amo. E todos os dias vou querer te mostrar as coisas mais lindas da vida: o mar, a lua, as estrelas, as borboletas e os olhos da sua mãe.

                A loura precisou puxar todo o ar possível para conter as lágrimas diante do que ele dizia.

                - Você está bem? – ele perguntou preocupado.

                - Eu? Ah, sim, estou. Estou muito bem. – ela respondeu rápido, quase num reflexo para ocultar seus reais sentimentos - Acho que nunca estive melhor. É só que... ver você conversando com Marie dessa forma...

                - Estou fazendo isso errado? Pensei que seria bom pra ela ouvir minha voz. Quero ser um bom pai, Patt. Tenho me esforçado com Miguel e Sophia, mas com ele tenho a ajuda de Reade e Christofer. Com Marie serei só eu. Não posso falhar...

                - Considerando as variáveis e as experiências concretas que você tem vivido de paternidade... Você já é um bom pai, Roman.

                - Acha mesmo? Eu não tive bons exemplos dos quais eu me lembre... era muito pequeno quando fui parar no orfanato. Nos seus cálculos, a probabilidade de eu ter sucesso é de quanto? – disse com os olhos carregados de súplica precisando da resposta dela mais que tudo naquele momento.

                - A vida é conjunto de variáveis incalculável. Se considerarmos as teorias do universo quântico, então... Ah, quer saber, que se danem as variáveis. Nosso final será feliz e pronto! Nenhum de nós merece qualquer outra coisa. Então, eu estou 100% certa disso. Eu te amo e não escolheria outra pessoa para ser o pai de Marie. Agora me beija porque preciso sentir que esse sonho que estamos vivendo é real.

                O rosto de Roman se inundou com o mais belo sorriso enquanto se aproximava devagar, fazendo sentir o tempo desacelerar e todo o barulho ao redor silenciar diante das fortes batidas do seu coração.

                O toque dos lábios dele nos de Patterson foi suave, como havia sido desde o primeiro beijo. Era como se ele sempre precisasse mostrar seu carinho e devoção como um pedido de permissão antes de continuar. Então, ela o incentivava sua confiança aprofundando a troca e o recebendo em sua vida a cada momento.

                Ficaram ali perdidos por alguns minutos, vagando em sentimentos tão pouco racionais, mas tão verdadeiros quanto as leis da física.

                _- Beijou! Beijou! Beijou! – o coro de vozes infantis ecoou ao seu redor. Sophia, Miguel, Ben, Lucca, Lorenzo e a menorzinha Maya batiam palmas e saltitavam alegres.

Quarto de Jane e Kurt

                Jane estava concentrada na maquiagem que cobria o pássaro tatuado em seu pescoço, além daquelas em seu colo e mãos, bufando cansada pelo longo processo. Avery, ao seu lado, observava e indicava as áreas que precisavam de mais retoque.

                - Acho que mais um pouquinho aqui. – e indicou o local onde uma das fitas do pássaro se soltava. – Eu faço. – e pegou o aplicador da mão da mãe para auxiliá-la. – Mas é sério, Jane, você precisa falar com o Kurt sobre isso.

                 Jane sorriu e suspirou:

                - Acredite, Avery, já conversamos diversas vezes sobre isso. Antes de cada visita sua a conversa se repetiu. E não foi diferente sobre estarmos aqui. Conversei com ele em NYC, conversei quando desembarcamos em Roma. Simplesmente é mais forte que ele, você precisa entender.

                - Eu entendo que ele tem esse lado super protetor. Não me deixava consumir bebida alcoólica. E até aguentei bem no começo do nosso namoro, mas agora estamos noivos! Em algum momento, Kurt terá que aceitar isso e por os pés no século XXI. – a garota parecia decidida em reverter a situação a seu favor.

                - Pode parecer simples para você. Mas ele projeta muita coisa em torno dessa situação: eu enfrentando sua gestação sozinha e você sendo dada a adoção, Emma criando Taylor Shawn sozinha e tendo que deixá-la exposta ao Bill o que acabou em tragédia. Até mesmo a gravidez não planejada de Allie que levou a uma paternidade parcial de Kurt por um bom tempo. Por favor, Avery, falta tão pouco agora. Você se casará em poucas semanas. E pode ser divertido se esgueirar às escondidas para o quarto de Andrew no meio da noite.

                A garota revirou os olhos.

                - Você e minha mãe parecem gêmeas separadas no nascimento. Ela também sempre usava esse discurso: entenda seu pai, é mais fácil pra você que é mais jovem. – e balançou a cabeça insatisfeita com a maquiagem que fazia e com o rumo da conversa. – Vira um pouco mais a cabeça, Jane. Isso, perfeito! Tá, eu tenho que admitir que tem um lado excitante nos nossos encontros escondidos em Veneza. Mas o Andrew morre de medo do Kurt e fica neurótico com isso. Pra você ter uma ideia, ele não aceita que a gente durma sem roupa para o caso de sermos pegos ele ter um álibi.

                - Olha só isso, então, Kurt não é o único problema, não é mesmo. Acho que os dois estão sendo perfeitos genro e sogro. Depois do casamento, sem todo o esse drama com a vida sexual de vocês em primeiro plano, os dois se sentirão mais seguros e acabarão se tornando grandes amigos.

                - Tomara! Kurt me vê como uma garotinha de 10 anos de idade. E o Andrew age como se fosse uma criança mesmo toda vez que proponho “bularmos” as regras. Agora, vire para o outro lado porque falta um pouco aqui. – Avery pediu e a mãe atendeu. – Nossa, isso dá trabalho. Não achava que era tão complicado cobrir as tatuagens assim.

                - É trabalhoso, mas a missão exige isso. Elas chamariam muito a atenção. – Jane continuou terminando os retoques.

                - Olha, se você não quiser cobri-las no meu casamento, eu tento preparar os pais do Andrew para vê-las.

                Jane olhou para a filha com o coração repleto de gratidão. Conheceram a família de Andrew há certa de um ano e meio atrás. Foram poucos encontros desde então. Em todos eles, Jane optou por roupas discretas e cobriu as tatuagens. A história da filha com duas famílias já era bem complicada e os pais do garoto vinham de uma família britânica bastante conservadora. Andrew, logicamente, sabia das tatuagens e aceitava bem.

                Pegando a mão da filha, ela continuou:

                - Isso é tão doce, Avery. Saber que você me aceita como sou num momento tão especial como seu casamento é muito importante para mim. Mesmo assim, acho que podemos escolher uma outra data pra chocar os pais de Andrew com minha pele coberta de tinta. Meu vestido será discreto e fará grande parte do trabalho de cobrir as tatuagens por mim. Será o seu dia e todos os olhos deve estar somente sobre você.

                Avery sorriu e apertou a mão da mãe em retribuição.

                - Posso te pedir só mais uma coisa... – disse arqueando as sobrancelhas em súplica.

                - Até mais que isso. – Jane respondeu sorrindo.

                - Fique segura nesse baile hoje, ok? Volte viva pra mim.

                Jane precisou levantar o olhar para o teto e puxar todo o ar possível várias vezes para conter as lágrimas. Ela passou por coisas tão difíceis na sua vida e raras vezes chorou. Aprendeu a ferro e fogo esconder seus sentimentos e sua dor. A maternidade, entretanto, derrubava suas defesas com uma facilidade incrível. As demonstrações de amor dos filhos a derretiam. Quando isso vinha de Avery, tudo se tornava ainda mais especial.

                - Ah, não. Você não vai chorar por isso, não é? – a garota disse pegando um lencinho e tentando socorrer a maquiagem da mãe. – Não está aqui quem falou!

                - Você é muito especial pra mim, Avery.  Eu te amo muito. Essa missão tem riscos muito baixos. Foi só por isso que decidimos executá-la. Não arriscaria deixar você e seus irmãos. Quero estar aqui por vocês durante muitos e muitos anos.

                - Bom. Eu também te amo. – a garoto fez questão de dizer e sorriu para a mãe. – Bem, então fica combinado assim: você volta viva e sem engravidar dessa vez, hein!

                - Ah, com certeza. Sem novos bebês. Taylor já foi uma surpresa totalmente inesperada. Estamos seguros desde que ela nasceu.

                Nesse momento Kurt entrou com Taylor nos braços. A garotinha ainda demoraria alguns meses pra completar dois anos. Seus cabelos negros e olhos verdes encantavam todos ao seu redor. E as semelhanças com a mãe não paravam por aí: era muito determinada e persistente conseguindo o que queria dos irmãos e do pai.

                - Consegui dar banho nos meninos. Agora falta essa garotinha aqui. – Kurt disse assoprando o pescoço da filha que gargalhou em seus braços.

                - Vocês vão acabar se atrasando. Deixa que eu cuido dessa pirralhinha fofa. – Avery disse estendendo os braços para pegar a irmã que já se jogou pra ela.

                - Pode ser um pouco trabalhoso, Avery. – ele alertou.

                - Eu dou conta. Taylor dá menos trabalho no banho comigo. – e, pegando a irmã, saiu do quarto deixando o casal a sós.

                - Avery não tem ideia do quanto Taylor pode ser encantadora e acabar te convencendo a molhar todo o banheiro. – disse sorrindo.

                - Acho que ela é capaz de controlar a Taylor. Aliás, como já conversamos antes, você precisa aprender a controlar melhor nossa caçula também. E isso inclui ser firme com ela sobre ceder os brinquedos ao Brian.

                - Acredite, Brian não se importa em ceder os brinquedos à ela. Quem se importaria. Ela é tão fofa. – e sentou-se na cadeira ao lado da penteadeira, apoiando os braços nela.

                - Eu me importo. Quero que ela aprenda a compartilhar. Além disso, algumas vezes quando ele tenta resistir, ela olha pra ele de forma intimidadora. – Jane disse observando Kurt através do espelho enquanto colocava os brincos.

                - Não acho que uma mulher te olhando de forma intimidadora é ruim. – ele continuou flertando com a voz e o olhar.

                Jane se virou devagar, entrando no jogo do marido, correu os olhos pelos lábios dele subindo devagar o olhar até encontrar o dele:

                - Pode ser uma qualidade útil em determinadas circunstâncias. Será eficaz para encerrar a parte chata dessa noite o mais breve possível se você me deixar a sós com Massimo.

                - Sou a favor de liquidarmos a parte chata o quanto antes. Esse passe livre que a família nos deu me faz querer desfrutar cada segundo que possa ter a sós com você.

                - Então, para o banho, Sir. Vamos resolver logo isso. – e deu um leve empurrão no ombro do marido para afastá-lo antes que se esquecessem da missão que os esperava.

Mais tarde no baile

                O carnaval de Veneza é muito conhecido no mundo todo. As pessoas se fantasiam e ocupam as ruas e praças da cidade. Não é uma festa tão popular quanto no Brasil, guardando características mais conservadoras. O baile no qual o casal iria se infiltrar, entretanto, era num ambiente reservado e com convidados previamente selecionados. Mesmo assim, não foi difícil para Rich conseguir os convites.

                Jane e Kurt optaram por uma fantasia ambientada no século XIX e nas histórias do Dr. Jakyll. Ela usava um longo e volumoso vestido preto e vermelho com a máscara preta. Ele vestia uma longa casaca sobre o colete vermelho, harmonizando com o vestido dela, e cartola. Idealização de Rich que fez inúmeras fotos dos dois e não os poupou comentários constrangedores.

                Não foi difícil para o casal se ambientar na festa. Jane conquistava facilmente a confiança das pessoas e não foi diferente ali. Nem mesmo Salvattori Mássimo conseguiu se manter longe deles por muito tempo.

Com agilidade e delicadeza, conseguir as imagens de retina que precisavam através de uma câmera de alta resolução em miniatura camuflada na máscara de Jane. Usaram a mesma estratégia com o gravador de voz. O mafioso de meia idade, totalmente convencido de sua segurança e esperteza, facilitou bastante o trabalho aproximando o rosto dela para sussurrar elogios na esperança de que o flerte lhe renderia uma noite inesquecível. O sorriso malicioso com o qual Jane retribuiu cada investida dele prometia a mesma coisa: “Sim, essa noite será inesquecível para você. Vai relembrá-la centenas de vezes na prisão.”

Mássimo afastou Kurt pedindo que ele buscasse uma nova dose de uísque. Fingindo submissão, ele foi em direção ao bar, pegou um novo copo e guardou o usado para retirar as impressões digitais que precisavam. Após entregar a bebida ao mafioso, se afastou fingindo ter encontrado um velho amigo com quem precisava conversar. Então, sinalizou para Jane que pediu licença ao mafioso e foi em direção ao banheiro.

Os dois se encontraram num armário de produtos de limpeza que já tinha identificado na planta do lugar.

— O copo que a senhorita precisava. Além das digitais, deve ter muita baba dele aí. – Kurt disse entregando o copo pra ela sem disfarçar sua desaprovação quanto ao flerte de Mássimo.

Jane retirou os materiais que precisava para a tarefa e que estavam escondidos num bolso interno do saiote do vestido. Com rapidez, ela começou seu trabalho identificando as digitais para encaminhar ao laboratório onde Patterson, Roman e Rich trabalhavam.

— O homem consegue ser nojento de muitas formas. Sequer tenho coragem de repetir as obscenidades que ele me disse depois que você saiu. – foi sincera com o marido sem perder o foco na tarefa que estava realizando.

Kurt se recostou na porta e cruzou os braços aguardando-a terminar:

— Então, ele é meu. Quero eu mesmo dar voz de prisão. Se ele reagir, terei ótimos motivos para socar a cara do infeliz. O idiota te despia com os olhos bem na minha frente.

Após enviar os dados para Patterson, Jane eliminou todas as evidências do trabalho que fizeram ali e se aproximou do marido, colocando a mão em seu peito:

— Controle-se. Ainda temos que repetir o processo com Ivy Sands. Quanto à Salvattori Mássimo, pense que o único homem que terminará essa noite me despindo será você.

— Isso era tudo que eu precisava ouvir para agir rápido com Ivy. Quero que sejamos só nós dois logo.

Laboratório de Patterson na suíte principal da casa onde estavam.

                Com todas as crianças dormindo, Patterson, Roman, Rich, Tasha e Reade acompanhavam a missão pelos comunicadores, agilizando os processos para quebrar o firewall e coordenando de forma remota as equipes que desmontariam a organização em solo estadunidense.

                - É incrível como eles nunca se lembram dos comunicadores. Aff. – Tasha bufou.

                - Tão imprevisíveis com inimigos e tão previsíveis para nós. – Reade comentou rindo..

                - Velhos hábitos não morrem. Vou lembrá-los dos comunicadores. – Patterson comentou levando a mão para ativar o dispositivo, mas foi impedida por Rich.

                - Não! Qual é, gente. É a última missão. Minha última chance de acompanhar um flerte privado do meu casal favorito.

                Os amigos se entreolharam e sorriram. Aquela longa carreira de missões perigosas estava chegando ao fim. Deixariam tudo ser como sempre foi até o último momento. Pelo resto da operação, acompanharam e comentaram os diálogos do casal em campo e a forma como usavam uma competição sadia para obter vantagens no cerco a Ivy Sands que se mostrou bem mais difícil de quebrar do que Mássimo. Foi divertido assinalar os clichês e as peculiaridades no flerte dos amigos.

                Após inúmeras tentativas, Jane conseguiu uma imagem de retina adequada. Kurt precisou passar uma rasteira num garçom que esbarrou em Ivy forçando-a a se apoiar na bandeja que ele carregava. Depois precisou arquitetar uma desculpa muito convincente para conseguir o objeto e transportá-lo até o armário sem ser percebido.

                Trabalho feito, a equipe no laboratório ultrapassou o firewall e conseguiu as provas que precisavam. Em minutos as invasões começaram, inclusive com um grupo de elite adentrando o baile. Como Kurt previu, Mássimo resistiu a prisão e ele teve seu momento perseguindo e socando o cara.

Ivy também tentou fugir, mas Jane estava atenta à ela e a cercou. As duas lutaram usando lanças medievais que estavam dispostas na parede de um dos corredores que percorreram na perseguição. A mulher era hábil e Jane sentiu-se grata por ela também estar usando um vestido tão incômodo quanto o seu. Por duas vezes, os golpes da oriental passaram perto demais do seu pescoço e um terceiro golpe rasgou seu vestido e a pele do antebraço.

— Eu não sei quem é você, mas quero que morra sabendo que minha vingança não para com sua morte. Vou pegar seu marido e torturá-lo de formas tão cruéis que ele vai pedir a morte sem poder ter sequer isso! – a mulher rosnou num momento de vantagem pressionando Jane contra a parede.

Para a tatuada não se tratava de uma mera ameaça. Kurt submetido à tortura era um de seus maiores pesadelos. Jamais deixaria passar sequer uma ínfima possibilidade disso acontecer com ele. Nem com Kurt, nem com nenhum dos seus. Seu sangue ferveu. Racionalidade e instintos se fundiram com força total empurrando Ivy pra longe.

A luta continuou com golpes dos dois lados sendo desferidos com violência. De repente, quando Ivy se preparou para enfiar a lança na face de Jane, ela foi mais rápida e a transpassou acima do estômago de forma fatal.

Acabou. Kurt chegou gritando seu nome seguido de diversos soldados do grupo de elite. Trêmula, ela atendeu:

— Aqui. Estou bem, Kurt. Estou bem. – e se jogou nos braços do marido, agarrando-se a ele com a certeza que não romperia a promessa que fizera a Avery: voltaria viva pra casa.

— Chega disso, não é mesmo? – ele sussurrou para ela.

— Definitivamente sim. De agora pra frente seremos só nós, nossa família e a ONG da Patterson no Brasil.

Ele tomou seu rosto entre as mãos e beijou sua testa:

— E eu não vou desgrudar mais meus olhos de você nem por um minuto, entendeu? – ainda sentindo seu coração descompassado pelos minutos que vasculhava o local e temia pela vida da esposa.

Ela sorriu sentindo seu coração se acalmar na paz que só Kurt lhe transmitia. Abraçados deixaram o lugar rumo a um hotel simples que já os hospedou no passado.

Apesar de pouco sofisticado, o lugar era aconchegante. A pequena varanda dava para um dos canais de Veneza e era possível ouvir os violinos que acompanhavam as gôndolas nos passeios noturnos. O quarto com decoração rustica, não era amplo, mas guardava forte semelhanças com a Itália da Idade Moderna. No banheiro, a ducha dupla e a banheira para casal garantiam um conforto a mais.

Assim que chegaram, Jane quis se despir. Estava ansiosa para se livrar da maquiagem e de qualquer respingo do sangue de Ivy que tivesse alcançado sua pele. Kurt compreendeu e a ajudou a desamarrar as fitas e soltar a infinidade de botões enquanto procurava acalmá-la com frases já costumeiras para os dois.

O vestido foi abandonado no chão e ela rumou completamente nua para o chuveiro. Kurt deu tempo e privacidade a ela enquanto se livrava de sua própria roupa. Depois entrou no banheiro usando só seu boxer e colocou a banheira pra encher. Jane não sabia, mas ele preparou algumas especiais junto à gerência do hotel. Distribuiu as velas aromáticas pelo ambiente e jogou pétala de rosas na água, posicionou o vinho com as taças ao lado da banheira. Depois apagou a iluminação central, deixando acesa apenas a luz sobre o chuveiro onde ela estava. Se aproximando do box, usou uma toalha para desembaçar o vidro e poder observá-la. Então, recuou e se recostou na bancada cruzando os braços.

— O quê? – ela o questionou depois retirar o excesso de água do rosto.

— Só queria aproveitar a visão mais linda que Veneza já me proporcionou.

Jane revirou os olhos e desligou o chuveiro. Depois abriu a porta do box e puxou a toalha branca sem se envolver nela, deixando o tecido brincar na frente de seu corpo, provocando mais que escondendo qualquer coisa dele.

As palavras se calaram e os dois ficaram ali, apenas olhando um para o outro, rodeados pelo leve som dos violinos que alcançavam o quarto vindo lá de baixo, das gôndolas que percorriam o canal. Mas os olhos dos dois diziam muito, assim como a leve curva em seus lábios desenhavam o convite perfeito.

Foi Jane quem tomou a iniciativa.

— Será que meu corpo ainda pode ser atraente pra você como era há anos atrás após mais quatro filhos. – e quebrou a cabeça para o lado aguardando a resposta retórica tão bem conhecida por ela em todas as manhãs quando ele afastava os lençóis e a despia na cama passando longo minutos apenas a observando.

Ele dá um passo na sua direção, querendo estar mais perto para que suas palavras caíssem sobre ela com todo o peso da verdade:

— Você está ainda mais linda. – e varreu todas as partes descobertas com os olhos. Seus lábios entreabertos assinalando o desejo assim como o brilho do seu olhar.

Jane aceitou o jogo e também deu um passo em direção a ele, descendo o degrau e ficando bem próximos agora, poucos centímetros os separavam. Levantando um dos braços, repousou a mão sobre o bíceps dele. Seu toque firme e forte fazendo a respiração dele acelerar.

— E será que ainda sou sexy para você como você é para mim? – disse arqueando as sobrancelhas e quase sussurrando, com sua voz rouca desencadeando uma corrente elétrica pelo corpo dele de forma mais eficaz do que outras mulheres poderiam mesmo usando o toque.

— Muito! – ele afirmou com a voz carregada de emoção, mas conteve o desejo de puxá-la para si porque o jogo da proximidade sem toque o deixava a beira da loucura mais desejada de sua vida.

Então Jane deixa a toalha cair. O tecido desce ao chão roçando a pele de ambos lembrando quão próximos estão.

Ele busca o olhar dela mais uma vez, apenas para verificar se já era o momento. A boca dela entreaberta esperando a sua era o que bastava para arrancá-lo de vez da sanidade. Ele não era capaz de pensar em mais nada. Seu corpo, sua alma e seu coração gritam: vá!

Seus lábios colidem com força, mas ele desacelera rápido. Queria ir devagar, manso, com tempo para viajar nas lembranças dos grandes momentos que tiveram e até antes, quando possuí-la não passava de uma fantasia que se repetia em sua mente todas as noites desde que ela emergira daquela bolsa na Times Square. Jane fica na ponta dos pés para alcançá-lo, isso sempre o excita, ele gosta de sentir o quanto ela o deseja e o empenho que coloca para satisfazer sua boca faminta por ele.

                A reação dela é imediata, empurrando o corpo contra o dele, pressionando até que nenhuma partícula pudesse separá-los. Ela sente seu centro queimar ao se deparar com o quanto ele já estava pronto pra ela.

                “Meu Kurt!” – ela pensa enquanto sua mão escorrega para baixo para tocá-lo.

                A sensação da mão dela sobre ele, faz Kurt instintivamente interromper o beijo para desfrutar do toque. Um gemido rouco escapa de sua garganta, quase num rosnado gutural:

                - Jane...

                Ouvi-lo chamar por ela assim de forma tão primitiva a arrebatou. Seus lábios reivindicaram os dele, sua língua buscando espaço para se deliciar com mais força que o necessário. Uma das mãos delas enlaça seu pescoço enquanto os dedos da outra o seguram ainda mais forte.

                Kurt não precisava de qualquer outro incentivo. Livrou-se de seu boxer e o chutou para longe sem se permitir interromper aquele beijo por um segundo sequer. Uma de suas mãos segurou forte na cintura dela enquanto a outra deslizou entre seus cabelos, saboreando-se com a sensação do seu corpo molhado e quente se movendo contra o dele.

                Mas antes de sucumbir a loucura, ele quer arrastá-la com ele e sabe como fazer isso. Sua mão desliza para a bunda dela, segurando-a e puxando-a para mais perto. A resposta dela foi rápida, seus gemidos e suspiros ecoam pelo banheiro ao sentir a ereção dele nua pressionando contra a união suas coxas.

Desesperado, ele segura firme nos quadris dela e a suspende para sentá-la na bancada. Totalmente receptiva, ela dá espaço para ele se acomodar entre suas pernas. Kurt mantem os beijos enquanto desliza a mão entre as coxas dela. Precisava tocá-la para saber se ela estava pronta. Deus, como ela estava queimando! Mas ele sabe que pode enlouquecê-la ainda mais.

                Seus dedos se apertam contra seu clitóris uma, duas, três vezes antes de migrarem para cima até encontrarem seu mamilo ereto e escuro onde ele esfrega o polegar enquanto sussurra no ouvido dela:

                - Você imagina quantas vezes eu te desejei em cada missão que fizemos disfarçados? Imagina a luta que travei para conter o que sentia e poder trabalhar com você ao meu lado?

                Ela balança a cabeça e murmura seu nome quase em súplica enquanto ele beija seu pescoço com toda a fome que sentia, sua barba deixando rastros vermelhos na pele branca.

                - Kurt... -  ela suplica ofegante – nunca foi fácil pra mim também. Por favor, deixe-me sentir o quanto isso custou à você para que tudo que senti tenha valido a pena.

                Ele interrompe os beijos e olha firme em seus olhos enquanto desliza de uma vez para dentro dela e fica por um instante ali, sentindo-a quente em torno dele, o corpo dela abraçando o seu de forma tão íntima. Ela geme enquanto reivindica seus lábios de volta nos seus, e pressiona as pernas ao redor de sua cintura, puxando-o no mais perfeito convite para começar a se mover.

                Então eles começam a dança já tão conhecida, mais carregada de tensão do que na festa bizarra em que conheceram Rich DotCom. Movimentos únicos e só deles.  A missão mais perfeita que já executaram, a única que lhes trazia completa paz.

                Nenhum deles demora para chegar ao êxtase, essa é uma sequela infeliz de pais com filhos pequenos. A natureza sabe que o tempo pode ser o algoz do prazer nesses casos. Mas eles não se separam sem desfrutar até a última gota de cada sensação, se empurrando um contra o outro mesmo já com a testa dele descansando contra a dela.

                O silêncio reina por algum tempo, enquanto estão colados e ofegantes, sentindo o amor fluir. Então, Jane olha por cima do ombro de Kurt e vê a banheira repleta de pétalas de rosas.

                - Você fez isso?! – e suspira sorrindo.

                - Sou um cara exigente. A mulher mais incrível do mundo, também conhecida como minha esposa Jane, merece.

                Ela deposita um selinho nos lábios dele e diz ainda com o sorriso reinando em seu rosto:

                - Você é incorrigível, Kurt.

                - Eu te levo até lá. – ele diz com o olhar carregado de amor enquanto ela aceita a proposta se firmando ao redor da cintura dele.

                Kurt caminha devagar e apaga a única luz que ainda estava acesa sobre o chuveiro deixando todo o banheiro iluminado apenas pelas chamas fugazes das velas. Com cuidado, eles entram na banheira e se permitem relaxar ainda mais, ela acomodada entre as pernas dele, descansando contra seu peito.

                A janela aberta mostrava a lua cheia e o céu estrelado. Eles observam o infinito enquanto conversam degustando o vinho. Após um longo suspiro, ela diz:

                 - Então é isso. Acabou.

                - Essa parte da nossa história sim. Mas teremos coisas novas pela frente.

                - Muitas coisas novas. E também muito mais paz ajudando a Patterson com as crianças no Brasil.

                - Com certeza: muito mais paz do que já tivemos. Vamos amar nossa vida no Rio de Janeiro.


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Notas finais do capítulo

Como sempre, eu não consigo dar um final sem deixá-los imaginando grandes aventuras à frente. Porque personagens tão incríveis não podem morrer. Por favor, mantenha seu casal favorito vivo, sonhando com os grandes desafios que essa nova vida de "muita paz" traria.
Não tenho palavras para agradecer o carinho de cada leitor que manteve essa história viva com suas visualizações e comentários.
E não me deixem sozinha após esse final. Preciso muito saber o que acharam do desfecho. Todo comentário é bem vindo. Vamos lá, vou amar conhecer suas percepções dessa história!
Ah, se gostou, peço que acessem logados no site e cliquem para favoritar a história e assinalem o capítulo como lido. Isso ajuda muito os autores a terem uma noção real de como os leitores estão recebendo a fanfic e também ajuda na divulgação.
Pela última vez nessa saga, de todo coração, muito obrigada pela leitura. Vocês não imaginam o quanto compartilhar isso com vocês me fez bem.



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