Say Something escrita por Andreza Cullen


Capítulo 12
Chapter eleven


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, eu sei que andei bem sumida, mas com toda essa pandemia acabei tendo que deixar essa história que tanto amo um pouco de lado...
Bom, mas aqui estamos com um novo capítulo, ainda não consegui responder os comentários mas já li todos e cada um deles aqueceu meu coração e salvou meu dia de uma forma diferente, obrigada, isso faz toda a diferença ♥
Espero que o capítulo sirva como um pedido de desculpas pela demora, e espero conseguir postar mensalmente de agora em diante.

Gostaria de avisar que chegamos ao meio da fanfic, então... Preparem os corações que virão muitas emoções nos próximos capítulos.
Vou deixar vocês lerem agora, nos vemos nos comentários!



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Estávamos os três no quarto de Scorp. Harry o ajudava com a varinha a construir uma cabana com feitiço para que ela fosse maior por dentro e eu aproveitei para dobrar algumas peças de roupa jogadas pelo chão. Scorp não era nada bagunçado, mas como qualquer criança, às vezes deixava algo ali e aqui. Acho que eu e Potter estávamos tentando passar todo o tempo do mundo com nosso filho. Harry seria a primeira pessoa a se jogar na frente de um feitiço por mim, impulsivo como era. Mas eu sabia que ele faria isso por qualquer um. A questão que ninguém sabia era que eu também me jogaria na frente de um por ele, é isso me assustava.  

Potter disse que Ronald preferiu ficar sozinho quando souberam que Blaise estava para chegar. Estava provavelmente entupido de cerveja amanteigada agora, se olhando no espelho e afirmando que havia superado, mas nenhum dos dois havia, só faltavam eles contarem um para o outro isso.  

— Potter, você não vai colocar um banheiro dentro da cabana de Scorp, e não adianta nenhum dos dois me olhar assim. Ela já está bem grande e bonita o bastante.  

Os dois me olhavam com o olhar Potter, mas eu não cairia nessa.   

Entrei na barraca, e como eu supunha, ela estava enorme. Havia vários travesseiros espalhados pelo chão, tranquilamente oito pessoas poderiam dormir ali sem se encontrarem. 

Tive uma ideia que com certeza deixaria meu filho feliz.  

— Cobrinha, porque não pergunta ao seu pai se ele gostaria de acampar em uma barraca hoje?   

Nem precisei esperar muito para que Scorp entrasse arrastando o pai. Puxei meu filho para que eu dormisse o abraçando, com aquele medo interno de ser tirado dele de uma hora para outra. Potter abraçou nós dois.  

Deixei minha cabeça pousar no peito do meu marido, embora somente no papel, e ouvi os batimentos do mesmo. Agitados, como sempre.  

— Faz tempo que vocês não me contam histórias do tempo de Hogwarts!  

Os olhos azuis nos encaravam com expectativa.  

— Essa é sua deixa, Potti – aproximei Scorp para que apoiasse a cabeça no meu peito quando terminei a frase, sabendo que ele não demoraria muito a pegar no sono.  

— Filho, hoje você vai saber como seu pai e sua tia Pansy conseguiam transformar a minha vida em um – lhe lancei um olhar de censura – em um lugar deveras desagradável quando queriam.  

  

  

  

  

A decisão já estava tomada. Eu não contaria a ninguém. Seria rápido e faria toda a diferença.  

Caminhei a passos decididos. Uma montada de arrependimento tentava sair pela minha consciência, mas a enxotei para o canto.  

Um velho com cara de poucos amigos me guiou até uma sala pequena, separada por uma cortina transparente enfeitiçada e com duas cadeiras, uma em frente à outra. A atmosfera era extremamente gelada, assim como meu sangue naquele momento.  

Haviam se passado anos, e essa ideia nunca havia sequer sido uma possibilidade remota. E cá estava eu agora.   

Manti a postura mesmo enquanto a agonia embolava minhas cordas vocais.   

Seria rápido. Rápido.  

A porta foi aberta e uma pessoa esquelética, suja, mas ainda sim em pé e andando entrou.  

Seus olhos encontraram os meus e se acenderam.  

Os meus se apagaram.  

— Draco – o sussurro foi consequência da situação daquilo. Provavelmente mal tinha forças para se manter em pé.  

— Pai.  

Os cabelos longos e lisos estavam embalados e oleosos. As vestes imundas e com certeza o rosto era um retrato cruel do que havia sido um dia.  

— O que você está fazendo aqui? Esse lugar não é para você.  

O tom de censura tão conhecido por mim já estava lá enquanto ele se sentava em uma das cadeiras.  

— Acredite, não estou nenhum pouco feliz em estar aqui. Mas preciso.  

Ele não sabia que minha mãe havia morrido ainda. Também não sabia que eu havia me casado com Potter e muito menos de Scorp. Talvez não fosse tão rápido quanto pensei.  

— Sua mãe...  

— Ela está morta.   

A frase, não importa quanto tempo passasse, ainda sairia como um pedido mudo ao destino para que fosse uma brincadeira.  

Ele assentiu, como quando aceitamos algo que já sabíamos, porém não queríamos acreditar.  

— Foi o que pensei quando ela parou de me visitar.  

O que?  

— Mamãe o visitava?  

— Todas as semanas, Draco. E bem, quando de uma hora para outra isso parou, eu sabia o que havia acontecido.  

Ficamos em silêncio. Claro que ela o visitava. Acima de tudo, ela o amava, e por incrível que pareça ela nunca o deixou.  

Limpei a garganta.  

— Preciso saber de todos os comensais não oficiais de Voldermort. Sem nenhuma exceção.   

Ele me encarou, ponderando por alguns sonhos.  

— Por qual motivo te daria essa informação? Isso te colocaria em perigo no mesmo instante.  

Era agora.   

— Por que eles atacaram Pansy, provavelmente vão tentar algo contra seus filhos ou contra mim e o meu.  

— Você... Você tem um filho? Você se casou? Pansy se casou?  

Oh, quando ele soubesse.  

— Sim.  

Talvez fosse melhor puxar o band-aid  de uma só vez.  

Ele continuou me olhando esperando pela continuação.  

—Pansy se casou com Luna, elas namoravam em Hogwarts, você deve se lembrar. As duas tem três filhos. Um comensal não oficial há atacou alguns dias antes.  

— Que desperdício.  

O tom arrogante surgiu, mesmo entre o estado deplorável em que ele se encontrava.  

— E você?  

Parecia bem mais fácil enquanto eu treinava comigo mesmo no carro mais cedo.  

— Me casei com Harry Potter e temos Scorp.  

Joguei a frase de uma só vez. Estava apenas esperando pelo olhar gélido de reprovação.  

— Isso deveria me surpreender? É claro que eu esperava um pouco mais de juízo na sua cabeça, mas não estou surpreso.   

Ele não estava surpreso? Não gritou? Não me atirou um feitiço?  

— Como assim você não está surpreso?!  

— Oras, vamos lá Draco! Potter isso, Potter aquilo. Chorando no primeiro ano porque Potter lhe negou a amizade. Bravo no quinto ano porque Potter iria com sei lá quem ao baile. Irritado no sexto ano porque Potter não parava de te seguir. Potter pra lá, Potter para cá. Só um pai cego não notaria.  E Potter seria um estúpido se não visse o menino de ouro que você é.   

Aquilo havia sido constrangedor.   

— Me fale sobre meu neto.  

Constrangedor e mais fácil do que pensei.  

— Scorpion. Pansy foi nossa barriga de aluguel. Harry diz que ele é uma miniatura não tão arrogante de mim. Ele tem seis anos agora. É tão inteligente!   

— Claro que é.  Ele é um Malfoy.  

Eu sei que não deveria, mas senti pena dele. Lucius não sabia que seu filho havia se casado e que agora era pai. Por Merlin, não sabia nem que sua esposa havia morrido.  

—Sobre os comensais, sinto lhe dizer que não posso ser útil. Existem sim alguns comensais não oficiais de Voldemort, mas são anônimos e todos os seus encontros são marcados em cima da hora por um feitiço.  

— Você não tem acesso ao feitiço? Quer dizer, Voldemort não te incluiu no grupo?  

— Claro que incluiu – seu tom foi ofendido – Mas como você deve saber, Azkaban é um dos lugares mais seguros do mundo, é  claro que eles têm um para feitiços incrivelmente forte.  

Então era isso. O único momento que meu pai poderia ser útil ele é desarmado por Azkaban.  

Suspirei, não querendo soar derrotado e visando o rosto desgastado a minha frente.   

Realmente, não havia sido tão difícil quanto pensei.   

  

  

  

  

  

  

— Scorp, quem te ensinou a pegar o pote de biscoitos? Não havíamos conversado que nada de doce antes do jantar? – o loirinho me olhava culpado com as bochechas cheias de farelo. A porta foi aberta e logo passos no corredor. Não demorou muito para que Potter aparecesse. Ele olhou para Scorp, que continuava quieto e fazendo a melhor cara de inocente do mundo, é em seguida para mim.  

— Teddy?  

— E quem mais seria? – respondi. Potter deixou sua capa de autor pendurado no cabideiro da sala, jogou a maleta no sofá e colocou Scorp nas costas.  

— O que havíamos conversado sobre doces antes do jantar? – repetiu minha pergunta.  

— Que doce? – se defendeu, ainda de boca cheia.  

Potter riu, é claro. Scorp nunca teria uma educação decente se dependesse dele. E isso não me parecia algo totalmente ruim.  

— Precisamos conversar. Depois que Scorp dormir.   

O tom quando ele murmurou a frase disfarçadamente para mim foi o sério.  

  

  

  

Entrei no quarto logo após ter certeza que meu filho estava dormindo e fechei a porta.  

Ele ainda estava com a camiseta azul e a calça jeans, caminhando de um lado para o outro.  

— Se quiser abrir um buraco no chão é mais fácil usar magia.  

Percebendo que eu estava ali, ele se virou para mim.  

— Pelas barbas de Merlin, o que você estava pensando?!  

Ele não poderia ter descoberto. Eu não havia contado a ninguém onde havia ido.  

— Não sei do que você está falando.  

Limitei minha frase, sem aceitar culpa alguma. Talvez se eu mudasse para um assunto sério rapidamente esse cairia por terra.  

— Não me venha com essa! Você foi até lá, até Askaban! Naquele maldito lugar onde metade te quer morto e a outra metade assistiria dando risada! Porra, Draco, qual a droga do seu problema?!  

— Fala baixo!  

Potter estava por um fio de gritar. Estava vermelho, continuava andando pelo quarto e parecia prestes a ter um ataque.  

— Como você descobriu?  

Mantive o tom Malfoy. Tentaria não fazer daquilo uma tempestade. Depois daquele dia eu só queria me deitar e dormir. Esquecer tudo o que aconteceu.  

— Nos conhecemos dês dos 11 anos e estamos casados a 8. Acha mesmo que não sabia o que você faria, Malfoy? A coruja acabou de chegar com a mensagem de um dos guardas que devia um favor a Ron. O que caralhos você tinha na cabeça?!  

— Um cabelo arrumado, coisa que você desconhece!  

Passei por ele, pegando meu pijama e o ignorando enquanto ia ao banheiro.  

Logo escutei a porta do quarto bater. Isso não me surpreendeu.  

Aproveitei o silencio do ambiente gelado. A umidade do chuveiro era reconfortante, tão reconfortante quanto fora os braços do meu marido a algum tempo atrás. Agora eles eram perigosos.  

Suspirei e sai, sabendo que seria impossível prolongar a situação.  

A casa estava silenciosa. Desci para a cozinha onde preparei um chá.  

Nem Salazar saberia que horas Potter estaria de volta, e se estaria. O que me mantinha aquecido era saber que meu filho dormia calmamente no seu quarto, seguro.  

Eu me lembrava como se fosse hoje das vezes em que brigávamos em Hogwarts porque eu fazia algo perigoso e ele me pegava no pulo, como ir até a floresta sozinho, ou sentar na margem do lado aproveitando a vista. Para mim aquilo sempre fora implicância, mas depois Potter havia admitido ser tudo preocupação velada.  

Meu chá já estava na metade quando ouvi a porta bater. Olhei o relógio e vi que não haviam se passado 00:30 que Potter havia saído. Antes que eu pudesse pensar ser alguém invadindo a casa, a cabeleira castanha adentrou a cozinha. Ele não disse nada, apenas roubou minha xicara de chá e se sentou na minha frente na mesa.  

O silencio perdurou. Ele poderia até tomar forma de tão desconfortável.  

— Eu precisava fazer isso, Potter.   

— Mas não precisava fazer sozinho! Droga Draco, nós somos casados, esse é o tipo de coisa que você me conta!  

Deixou de ser a um bom tempo, testa rachada.  

Ouvimos um barulho vindo da escada, é logo em seguida um dinossauro de plástico rolando por ela. Scorp até tentou se esconder, mas não adiantou.  

— Você não deveria estar dormindo, mocinho? – ele desceu as escadas e me pediu colo. O coloquei na minha perna.  

Os olhos estavam levemente inchados, provavelmente estava acordado a pouco tempo.  

— Queria saber se o pai ia voltar pra casa. Vocês brigaram de novo.  

Droga, eu sabia que estávamos falando muito alto. Ele abra ou meu pescoço e repousou a cabeça ali, morrendo de sono.  

— O seu pai sempre vai voltar, Scorp.  

— Vamos dormir, ok?   

Ele assentiu, cansado. Éramos o espelho da exaustão um do outro.   

Subimos as escadas no breu da casa apagada e com a companhia do barulho dos nossos passos.  

Colocamos Scorp para dormir e logo seguimos para o quarto.   

—Marcaremos uma reunião para que eu conte o que descobri – falei, depois que ele fechou a porta.  

— Não vai me contar? – ele conjurou o feitiço sobre a cama. Quis chorar ao me lembrar de que deveria dormir sobre aquele pedaço de espuma microscópio.  

— Não – lhe joguei seu pijama. Se dependesse dele, dormiria de Jeans.  

— Por quê? – o tom de Potter foi ofendido.  

— Potter, te conheço dês dos 11 anos e somos casados a 8, acha mesmo que não sei o que vai fazer?  

  

  

  

  

Fui acordado por uma chamada de celular. Com tudo bem o que acontecerá ontem, acabei me esquecendo de colocá–lo no silencioso.  

Pansy.  

— Tenho uma surpresa para você! – exclamou animada. Potter ainda dormia.  

— Espero que seja uma surpresa boa, pq para me acordar às 5:30 da manhã... francamente Parkinson.  

Me levantei, indo até o banheiro e me trancando lá. Sentando na ponta da banheira. 

— Liga a câmera! – mandou, já mudando para uma conversa de vídeo.  

Eu havia acabado de acordar, poderia assustar uma criancinha assim. Mesmo assim aceitei.  

— Ora, se não é um Potter... – a tela se encheu do rosto do meu melhor amigo, Blaise. Ele e Pansy eram os únicos no mundo que tinham a audácia de me chamar pelo sobrenome que ganhei depois de me casar.  

— Zabini! – não consegui camuflar muito bem a felicidade em revê-lo, mesmo que fossem nessas condições tão desprezíveis. O termino dele com Ronald havia afetado nosso trio, mas nosso companheirismo continuava o mesmo – O que caralhos vocês estão fazendo que não estão aqui?!  

Me coloquei em pé, ainda com o celular na mão. 

— Saudades, doninha? – o tom provocativo digno de sonserinos estava lá, instaurado na nossa conversa.  

Claro que eu estava com saudades. O desgraçado some, sem deixar nenhum contato e reaparece esporadicamente vez ou outra em ocasiões especiais.  

— Oras, seu filho de uma Umbridge! Eu não quero saber de nenhuma desculpa! Vocês têm uma hora para estar aqui, e Pansy, traga as suas crias. Tenho que saber como o mundo ainda te suporta, Blaise.  

Ele revirou os olhos.  

— Querido, o mundo não vive sem mim.  

Desliguei após mais algumas provocações. Só Merlin sabe o quão eu senti falta do nosso trio de prata nesses últimos meses.   

Me permiti vagamente que algumas das lembranças da época da escola passassem pela minha mente.   

Eu, Pansy e Blaise no salão comunal da Sonserina de madrugada. Blaise tirava sarro de como Potter parecia me perseguir, e eu o insultava em como ELE parecia perseguir o Weasley. Pany apenas revirava os olhos e apostava que acabaríamos na cama com os nossos inimigos.  

Bom, ela ganhou, não foi? No final daquele mesmo ano Ronald e Blaise estavam se agarrando pelos corredores as escondidas. Afinal, ninguém poderia saber que o imaculado Weasley estaria traindo sua casa com uma cobra, não é?  

E foi exatamente por isso que, pouco antes da batalha, o ruivo rompeu com meu amigo. E foi aí que Blaise resolveu sumir esporadicamente.  

A porta do banheiro foi aberta por um Harry acabado. Os cabelos, mais espetados do que o normal, completavam perfeitamente o desarmonizo conjunto com seus óculos embaçados e o rosto inchado.  

— Não te ouvi levantar – comentou enquanto caminhava até a pia para escovar os dentes.  

— Você não escutaria um caminhão de vassouras caindo caso estivesse dormindo – murmurei enquanto tirava a blusa do pijama e abria o chuveiro. Harry me olhou curioso pelo vidro do armário, e falou após cuspir a pasta.  

— Você sempre prefere os banhos de banheira – constatou, agora se virando para mim.   

— Faz meses que evito banhos de banheiras. Se houvesse assistido a aqueles documentários sobre ecologia que eu assisto, saberia disso.  

Ele continuou parado, encostado no batente da pia, me olhando.  

Tirei minha calça do pijama com toda a calma do mundo, ciente de que os olhos verdes ainda estavam sobre mim. Havia um bom tempo dês da última vez em que Harry havia me... desejado? daquela forma, e eu não sabia se o fato de eu estar aproveitando aquele momento era bom ou ruim.  

— Assistindo, Potter? – perguntei, me virando de costas e adentrando o box. Deixei que a água morna caísse sobre minhas costas quando passei pelo chuveiro e parei exatamente no meio, sem fechar a porta que dava a visão completa para a pia.  

— Sabe – e lá estava aquela rouquidão que me causava arrepios – posso não ser um mestre em ecologia – ouvi tecidos se mexendo e algo caindo sobre o chão – mas sei que, com absoluta certeza – passos se aproximavam do chuveiro – duas pessoas dividindo um banho é ótimo para o meio ambiente.  

Seus braços me cercaram, sem me virar para ele. Nem água morna fora capaz de fazer com que os pelos do meu pescoço não se ouriçassem.   

— Sabe, Malfoy – seus lábios estavam próximos demais do meu ouvido, e sua barba, a dias sem ser feita, encostava a pele fina do meu pescoço enquanto a água quente caia sobre nós. Ouvir meu sobrenome ser pronunciado sobre aquelas circunstancias só me deixou mais perdido. Não havia percebido como Harry conhecia minhas rédeas – está meio frio, talvez você possa precisar de um cachecol hoje – o gemido veio de surpresa assim como o chupão que levei dele. Merlin, aquilo estava saindo do controle. Aquilo beirava a loucura.  

E então, como se fosse um aviso, algumas lembranças das últimas vezes que transamos que bombardearam.  

Como ele havia sido frio, algumas vezes até egoísta. Como muitas vezes após, eu não me perguntava se ele estava pensando em outra pessoa.  

E em como eu me sentia apenas alguém cumprindo uma obrigação, por que não parecia mais do que isso.  

Aquilo fez com que toda a aglomeração fosse por água abaixo. Me soltei do seu enlace, buscando por uma toalha e me enrolando. Potter continuou lá, parecendo confuso enquanto eu me cobria.  

Ele suspirou cansado, também se cobrindo com uma toalha.  

— O que eu fiz dessa vez, Draco?  

Não o respondi. Deixei meu pijama no chão, indo para fora do banheiro.  

— Teremos visitas logo. Não se esqueça de fechar o chuveiro.  

Peguei uma muda qualquer de roupa e fui terminar de me arrumar no banheiro do corredor.  


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