Joia de Família escrita por Denise Reis


Capítulo 14
Capítulo 13




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Na Cafeteria do Hospital

— Ah, Kate, muito obrigada por seus conselhos, amiguinha. Você é uma fofa! Vou ficar mais atento e não brigar com o John por qualquer besteira... – Samuel agradeceu.

— Assim que eu gosto de te ver, amigo... Feliz! – Kate comentou com o amigo que, há menos de cinco minutos, estava todo triste, lamentando o desentendimento com o marido.

— Oh, mon cher. Você sabe, né... Eu sou muito ciumento... Mas tenho que acabar com esse ciúme bobo e essa insegurança. – o moço fez um trejeito com os olhos e fez um bico meloso e divertido, fazendo Kate sorrir.

— Isso mesmo, Samuel, vocês se amam e estão casados há dois anos. Não estrague um amor e um relacionamento tão lindo como o de vocês. O ciúme desmedido estraga namoro, noivado, casamento, amizades e até outros tipos de relacionamentos.  – Kate riu ao finalizar seu comentário.

— Verdade, amiga, eu e o John nos amamos muito. – Samuel colocou a mão direita no peito de forma dramática.

— Por falar em amor – Kate consultou seu relógio de pulso — Já está próximo de terminar o meu plantão e espero não apareça nenhum atendimento de emergência, então, meu amigo, finalizarei o meu relatório e vou telefonar para o homem mais lindo do mundo. Eu não achei tempo para ligar antes.

— Ah, aquele bonitão que você me falou? O pai daquela sua paciente ruivinha?

— Sim! – Kate suspirou, de felicidade — Acho que estou apaixonada, Samuel. Nunca me senti assim antes.

— Huuummm!!! Querida, pelo visto você está apaixonada mesmo, viu. Diga uma coisa para mim... Dá um frio na barriga quando você o vê?

— Só de escutar a voz dele ao telefone eu já sinto esse frio na barriga. Aliás, só de pensar nele já fico arrepiada.

Ambos riram muito, alegres com aquela confissão de Kate e, depois de uma rápida despedia, separaram-se e seguiram para seus destinos.

Assim que passou pela enfermaria da Emergência Pediátrica, algo chamou atenção de Kate. Um lindo arranjo de rosas vermelhas estava abrigado em um grande vasilhame de produto hospitalar.

— Enfermeira Sanches, gostei de ver esta nova maneira de reutilizar este vasilhame plástico, viu? – Kate brincou – E que coisa mais linda são essas rosas!

— Ah, Dra. Beckett, foi o pai de uma das suas pacientes que nos presenteou dizendo que era pelos bons serviços prestados à filha dele. Ele saiu daqui não tem nem quinze minutos.

— Oh, que gentil! – Kate elogiou, sem se preocupar em perguntar nada a respeito da tal paciente, pois atendia dezenas de crianças por dia.

— Ele também nos presenteou com uma cesta imensa com centenas de trufas sortidas. – outra enfermeira anunciou e chegou perto de Kate com um punhado de trufas para dar a ela — Leve para a senhora, Doutora, são trufas recheadas. Eu sei que a senhora adora chocolate.

Kate juntou suas duas mãos para recolher as trufas e as distribuiu nos bolsos do seu jaleco para saboreá-las mais tarde – Ah, que maravilha! Obrigada, Enfermeira Andrade.

— Acho que esse foi o pai de paciente mais lindo que eu vi por aqui nos últimos tempos, viu, Doutora... – confessou uma enfermeira baixinha e muito bonita. A moça riu e as outras enfermeiras a acompanharam.

— Verdade! – a Enfermeira Sanches confirmou – Não somente lindo, mas também muito gentil.

— Uaaauww! – todas riram. 

— Óbvio que ele só não é mais bonito do que o meu namorado. – anunciou uma Enfermeira loira que degustava uma das trufas.

— Ah, tá... – as outras sorriam animadas, fazendo troça.

— Obrigada pelas trufas, garotas! Mas, mudando de assunto... Faltam apenas alguns minutos para meu plantão terminar, meninas. – Kate anunciou— Já que não tem nenhum paciente para mim, eu vou checar meu relatório.

Assim que finalizou o relatório, Kate registrou sua saída no hospital e logo foi para o seu carro. Antes de dar a partida, ela telefonou para Castle, só que a chamada não se completou. Ligou novamente e uma gravação da telefônica avisava que aquele número estava programado para não receber ligação, então, a ligação caia imediatamente na caixa postal.

Mesmo não sendo adepta a deixar mensagem de voz na caixa postal, ela o fez Oi, Castle, sou eu, a Kate. Saí agora do hospital e estou indo para casa. Depois eu te ligo novamente, mas, se você puder, telefone para mim, ok, para marcarmos nossa saída... Horário, local... Quer dizer... ainda tá de pé, não é?

Kate foi para casa e no caminho ficou a pensar sobre a ligação telefônica que o Castle não atendia.

— Ele deve estar em uma reunião importante. – Kate pensou alto e não deu muita importância àquilo.

O percurso não era longo e logo Kate chegou no seu apartamento.

Tomou um banho bem gostoso, já imaginando qual roupa usar para sair logo mais à noite com o Castle. Escolheu um vestido tubinho azul marinho, scarpins pretos com salto agulha e agradeceu aos céus pelo Castle ter quase quinze centímetros a mais do que ela, pois ela amava saltos altos e, mesmo não tendo nada contra homens baixos, ela preferia os altos.

Tentou novamente ligar para o Castle e a bendita gravação soou novamente nos seus ouvidos.

Kate começou a maquiagem, pois queria estar pronta quando conseguisse falar com ele. Não queria fazê-lo esperar, além do que não queria perder um só minuto.

A cada passo na maquiagem, Kate refazia a ligação para o Castle e a bendita gravação importunava seus ouvidos.

Sempre fora otimista, contudo, aquela voz eletrônica da operadora do celular, a deixava meio desanimada. Mesmo assim, Kate concluiu a maquiagem, mas deixou para colocar o vestido somente quando conseguisse falar com ele. Ficou de roupão de seda sobre um novo conjunto de calcinha e sutiã de renda negra.

Resolveu tentar telefonar novamente para o Castle e, infelizmente, a ligação também caiu na caixa postal e deixou outra mensagem:

Exatamente às vinte e uma horas, Kate já não tinha mais esperanças de conseguir falar com o Castle, pois a voz eletrônica da operadora de celular persistia. Sendo assim, decidiu que aquela seria a última ligação do dia e, para sua tristeza, ao encaminhar a ligação, esta caiu novamente na caixa postal, então deixou uma nova mensagem: — Oi, Castle, já estou pronta, só esperando sua ligação... Quando você estiver vindo, é só me avisar, ok?

Ao finalizar a gravação, Kate sentiu seus olhos cheios d’água. Estava realmente muito triste, pois idealizara uma linda noite com ele, onde conversariam muito e, quem sabe, um romance poderia surgir, pois percebeu que não somente ela estava interessada. Ela sentiu que o Castle se mostrou bastante entusiasmado também. Não apenas pelo olhar naquele dia da consulta da Alexis, mas também por meio da entonação com que ele falava com ela ao telefone nas vezes em que conversaram.

— Será que eu estou imaginando coisas? Será que eu estou vendo a verdade ou estou vendo apenas o que eu quero ver? – Kate se perguntou, desanimada, ao desfazer a cama e se jogar de calcinha e sutiã sob o edredom após tirar o roupão de seda. Nem tirou a maquiagem, mas não se sentia animada para isso. Ela agarrou o travesseiro e o abraçou forte, voltando a se questionar — Será que eu falei alguma coisa que ele não gostou? Será que aconteceu alguma coisa com ele? E a Alexis... Será que ela está bem? Será que ela está doente e por isso ele desligou o aparelho e não pode atender as minhas ligações? Ah, meu Deus, nem sei mais o que pensar. Será que eu sou doida por estar tão interessada no Castle, mesmo sendo um homem que eu vi apenas uma vez... Ah, mas nós conversamos muito pelo telefone... Ele é tão gentil, tão amável e tão cuidadoso com a filha e até comigo que mal conhece... – lágrimas desciam e começavam a borrar a maquiagem de Kate.

Mesmo desanimada, Kate fez sua higiene e se deitou novamente após vestir um pijama.

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No loft do Castle

— Richard, não estou gostando desta sua carinha desanimada. – Martha mostrou-se preocupada com o filho ao vê-lo se servir de uma dose de whisky — Ah, filho, você me pediu para eu ficar com a Alexis esta noite para você sair com a Kate, só que você não saiu... Você quer conversar, querido?

— Tudo bem, mãe... Houve um desencontro. – ele disfarçou — Mas ainda preciso que você fique com a Alexis. Apesar de eu estar em casa eu não estou muito disposto... Vou deitar e ler um livro. 

Com um sorriso fraco, Castle deixou o copo de whisky quase intocado sobre a bancada, foi até Martha e deu um beijo na testa dela — Boa noite, mamãe.

Com carinho, Martha o impediu de sair de perto dela e o segurou pelas mãos — Sabe, querido, você foi o maior presente que Deus me deu e é o melhor filho do mundo e sou capaz de apostar que algo muito estranho aconteceu contigo. Você não me contou nada, mas acredito que esse tal “desencontro” está mais me parecendo um ‘mal-entendido’. Acredite em mim, criança... Penso que você viu ou ouviu algo e interpretou de forma equivocada. Então, na minha opinião, acho que você deveria conversar com a Kate antes de ficar assim desanimado ou tomar outra atitude que talvez possa se arrepender mais tarde... Não desista da Kate antes de esclarecer qualquer coisa. Ouça sua mãe!

Ouvindo as considerações da mãe acerca do que ocorrera, Castle ficou pensativo e até conseguiu dar um leve sorriso de satisfação pela mãe que tinha – Mamãe, eu te amo! Eu nem te falei nada, mas a senhora parece que lê os meus pensamentos.

— Ah, criança... Como eu sempre digo, meu amor, eu já passei da metade do filme e já vi de quase tudo nessa vida. – Martha fez um carinho na face do Rick – Seu desânimo diz muita coisa, filho, mas se você conversar comigo, acho que, juntos, acharemos uma solução.

— Eu te agradeço muito, mamãe, mas não estou com ânimo de falar sobre isso. – ele deu um novo beijo na face da mãe — Boa noite, mamãe.

Castle se afastou e foi para sua suíte, sendo seguido pelo olhar amoroso e preocupado da mãe.

Depois de um banho relaxante, Castle se meteu sob as cobertas e ficou a refletir acerca do momento em que saíra do hospital naquele final de tarde, desanimado ao flagrar a Kate segurando as mãos de um médico e trocando olhares e sorrisos com ele. Pensara também na dor que sentiu ao entregar para as enfermeiras as flores e os chocolates que comprara para Kate.

Ele se sentia magoado.

— Ainda bem que eu bloqueei o número do telefone da Kate. – ele refletiu alto — Se ela teve a péssima ideia de telefonar para mim, ela não conseguiu. Posso até parecer infantil, mas não estou com a mínima vontade de falar com ela... Pelo menos hoje. Do jeito que eu estou chateado, acho que se ela conseguisse falar comigo, eu não iria trata-la bem, então, foi melhor mesmo bloquear o número dela não somente para me preservar, mas para preservá-la também. Preciso de uma noite bem dormida. Depois, menos tenso e com mais clareza, eu penso sobre isso.

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Continua...

 


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