New Wave escrita por Bruna Gabrielle Belle
Entrei correndo dentro de casa procurando pela empregada, eu nunca decorava o nome dela, chato isso.
— Eu acho que isso não é uma boa ideia – grita ela da porta da cozinha enquanto me sento no sofá da sala.
— O senhor juiz Gustavo Henrique Decklan não vai ficar irritado com isso ele só vai se assustar com isso.
— Se eu for demitida por causa dessa sua brincadeira Gabriel Anthony Decklan vou exigir reembolso.
— Fica tranquila, você fez aquele mousse de limão com gelatina? Estou morrendo de fome.
Ela sorri e me chama pra dentro da cozinha, apesar de ser filho de um juiz somos simples apesar da fama.
Logo mais tarde, ouço o carro de meu pai se aproximar da garagem, sorrio internamente esperando.
— Sofia – grita ele chamando por mamãe – Sofia meu amor eu cheguei. Atrasado, mas cheguei apesar da cidade pacata o trânsito é uma loucura.
De onde estou consigo ver ele se sentar no sofá da sala e afrouxar a gravata e se levantar para tirar o terno.
Resolvo começar a trollagem.
— Oi pai – digo aparecendo na sala ele me olha de lado enquanto tira o grosso terno cinza que veste.
— Oi filhão – diz ele se abaixando para pegar a pasta de documentos que caiu a seus pés.
— Faz um tempão que eu tô precisando falar com o senhor...
— Ah filho, pode ser depois? Estou com um baita de um problema pra resolver lá do juizado...
— É, uma boa noticia pai.
Ele se senta no sofá e começa a tirar os sapatos.
— Sério? Qual é?
— Não fique nervoso, por favor, é a única coisa que eu te peço.
Ele ergue uma sobrancelha e me encara por exatos cinco segundos.
— Ela nasceu pai.
— Ela quem?
— A sua neta.
— Como assim?! – explodiu ele jogando a pasta e a gravata longe.
— É pai, parabéns o senhor é avô.
Prendi os lábios numa linha fixa para segurar o riso, mas na visão dele eu estaria com a cara mais culpada possível e olhei para onde havia empurrado o carrinho onde estava a bebê.
Minha mãe aparece no corredor e nos encara e se aproxima do carrinho e mexer com a bebê.
— Sofia, você sabia que o Gabriel teve um bebê e só agora ele resolve contar?
— O que? – diz ela distraída tirando a pequena criança do carrinho cinza e cor de rosa.
— Meu Deus, Gabriel, eu sempre te orientei a usar preservativos! Onde você estava com a cabeça?
— Quer mesmo que eu responda a sua pergunta pai? – perguntei segurando o riso firmemente.
Meu pai começou a mudar de cor.
— Como que você me comunica que eu passei a ser avô de uma hora pra outra Gabriel Anthony Decklan!
— Eu tentei te contar, mas tudo o senhor deixa pra depois e está tão ocupado que nem me escuta.
— Estão falando do que? – perguntou minha mãe se aproximando de nós com a bebê no colo.
Ele olha novamente para minha mãe atônita com a bebê no colo e muda do branco pra vermelho.
— Você sabia disso Sofia? – pergunta ele para minha mãe que o encara.
— Disso o que exatamente? – pergunta minha mãe balançando o bebê de um lado pro outro lentamente.
— Que nosso filho de 16 anos acabou de me contar que temos uma neta e que por acaso é este bebê que está no seu colo!
— Que filha do Gabriel o que, ela é a filha da nossa copeira ela não é tão lindinha? – diz mamãe sorrindo.
Meu pai trava e nos encara com os olhos azuis arregalados.
Eu não aguento e caio na gargalhada.
— Falei pra ele que a bebê era minha filha e ele acreditou – rio alto – Você tinha que ver a cara de pânico dele quando falei que ela era minha filha e a senhora chega e pega ela no colo.
— Pânico? Eu? Sai fora – diz ele dando a volta e se sentando novamente no sofá, dessa vez abrindo os primeiros botões da camisa.
— Eu sabia que a Joana estava grávida, mas não que era pro bebê nascer agora – diz ele.
— Essa bebê é filha da Marlene Gustavo a Joana trabalha com a gente há apenas um mês – diz mamãe.
— Foi o que eu falei Marlene.
— Você nem sabe quem faz a nossa comida não é Gustavo? Trabalha tanto e não poupa nem os fins de semana – diz mamãe colocando a bebê no carrinho e apontando para as roupas de meu pai.
— Tenho uma audiência na segunda – feira e uma reunião na terça – diz ele se levantando e pegando as coisas e indo em direção ao final da sala.
— E eu gostaria que a minha adorável esposa e meu querido filho colaborassem.
Ele marcha até o corredor que leva aos quartos enquanto eu e mamãe caminhamos até a cozinha.
— Querido leva a bebê de volta pra Marlene, enquanto isso vou pedir pra Joana servir o almoço.
— Claro mamãe – respondo empurrando o carrinho na direção do quarto das empregadas.
— Deu certo? – pergunta Marlene pegando a filha nos braços.
— Muito, valeu Marlene, e valeu bolinha rosa – digo tocando a bochecha da bebê risonha.
Casa de Gabriel:
https://images.app.goo.gl/cbSqgUzpu4QefsZq5
Personagens:
(Gustavo)
https://images.app.goo.gl/9xahGu54NbP2bFLQ6
(Sofia)
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!