— Tia Anna, a senhora já separou os pedidos para o fornecedor de café? – perguntei.

— Fiz o pedido sim querida e ainda por cima separei os guardanapos que passamos o café para reciclar.

— Pra que separar aquilo lá? Tá sujo e não é reutilizável – diz Luciano, meu primo filho de meus tios.

— É reutilizável sim, dá pras crianças fazerem trabalho escolar com colagens e ainda por cima a borra do café é um excelente esfoliante para o rosto e corpo.

— Verdade filho é uma maravilha, como você acha que a mamãe aqui fica sempre gata? – diz minha tia Anna dando um beijo na cabeça do filho que sorri e afaga meus cabelos enquanto termino as anotações.

— Não sei por que vocês não compram essas coisas já prontas, o papai cozinha bem e vocês duas trabalham, porque não investem mais um pouco hein?

— Não gosto de gastar dinheiro com coisas desnecessárias Luciano, além do mais um protetor solar e um tênis pra mim já está ótimo e sempre é bom economizar e reciclagem é o dever de todos.

— Acho nojento mexer com lixo, além do mais a maioria das pessoas não sabem separar nada.

— Eu sei meu filho, mas se as pessoas tivessem consciência dos malefícios do lixo nenhum lugar seria sujo.

Quando cheguei em Sean Beach estava chovendo, apesar de ser uma cidade com praia e montanhas o clima era ameno, achei aquilo engraçado afinal eu moraria num lugar no qual haveriam dois climas.

Interessante.

Assim que cheguei á casa de meu tio ele ainda morava na velha casa de tijolinhos de dois quartos que comprara com sua esposa, Anna logo nos primeiros dias de casados e estacionada em frente à casa que nunca mudava estava minha antiga bicicleta cor de vinho. Sorri com as lembranças que aquele utensílio me proporcionou nos tempos que passava as férias aqui, tempos felizes e sem preocupações de adultos.

Fato.

Abracei minha tia assim que sai do carro e logo depois meu primo que me rodopiou no ar dizendo que havia arrumado o quarto e que deixou a bicicleta para eu decidir se ela ficava ou se ia pra doação.

— Tive que ajudar seu primo a arrumar sua parte no quarto, se não você acharia que iria dormir em um ninho de ratos – disse minha tia delicadamente, meu primo riu sem graça do comentário dela.

Entrei dentro da velha casa e fui diretamente para o quarto que dava para os fundos da propriedade, era familiar, na infância eu costumava me esconder ali quando brincada de esconde - esconde com Luciano, apesar do lugar óbvio ele tinha tanta coisa dentro do quarto que era fácil passar despercebida. E agora estava completamente organizado e limpo, o piso era um tipo de carpete de madeira e as paredes eram de um azul claro e o teto braço, a cortina ainda era quadriculada de azul e verde. As únicas mudanças ali além da organização e limpeza eram uma cômoda de pinho e uma cama extra em frente à janela do quarto.

O telefone da sala começa a tocar e minha tia corre pra atender, enquanto eu e Luciano fazemos os últimos ajustes nas contas dos mantimentos do trailer e provocávamos um e o outro com empurrões.

— Seu tio recebeu uma proposta de emprego! Ele será auxiliar de cozinha em um restaurante no clube novo que abriu aqui na cidade. Vou avisar ele e ir levar ele lá no clube pra entrevista, nos deseje sorte!

Ela sai correndo pra fora de casa com o telefone na mão e pega o carro para buscar meu tio no trailer.

— Tia, tia posso ir com você?! – gritei correndo atrás dela e pulei no Ford KA dela e fomos buscar meu tio.

Carro de Anna:

https://images.app.goo.gl/VZ95TvS3gSjJ3YpMA

Casa da Família: 

https://images.app.goo.gl/eVwtNNYwj4JBeUR37

Personagens:

(Anna)

https://images.app.goo.gl/xsxaqJXoTShpFdut9 

(Luciano)

https://images.app.goo.gl/iZSAMJbCNdpsdUsr9